quinta-feira, 23 de setembro de 2010

PRAZER DE VIVER

                                    PRAZER DE VIVER  ( ERMANCE DUFAUX )


                                    PREFÁCIO :  NADA FICARÁ OCULTO EM NOSSAS VIDAS

-Um rastro de descuido tem permeado as lições de muitos aprendizes do conhecimento doutrinário. O primeiro
 deles é a aceitação da dor como único instrumento de redenção. O segundo é a nociva negação do dinamismo
 de nossa vida interior

- No primeiro temos a crença derrotista, um ato de desamor. No segundo o medo do confronto, uma manifesta-
  ção sutil da rebeldia em não aceitar quem somos

- No primeiro deles, a ausência de auto-amor. No segundo, um efeito do orgulho

- Muitos corações sinceros e na ação do bem, em nossas casas de amparo na erraticidade, negaram o contato
  com sua realidade interior, deixando de pedir ajuda. Perderam o contato com suas emoções mais profundas,
  alguns deles se renderam a conceitos e estruturas organizacionais. Hipnotizaram-se com cargos, mediunidades
  talentos verbais, ações beneficientes, esquecendo-se do mais importante, a humanidade da qual somos porta-
  dores, negando a condição de criaturas simplesmente humanas.

-Cuidemos melhor de nossas vidas. Olhar para os pendores e tendências, entrar em contato com o que sentimos,
 admitir o que gostaríamos da vida , essas são três das ações a que somos chamados na trilha solitária do auto-descobrimento


  INTRODUÇÃO : COMO TRABALHAMOS O PRAZER DE VIVER NO HOSPITAL ESPERANÇA
                   (MARIA MODESTO CRAVO )
        

-No Hospital Esperança, para resgatar o prazer de viver, o tratamento terapêutico consiste em :

(1)   O resgate da arte de sonhar
-Sem a sustentação do sonho, surge a rotina
     
(2)   O desenvolvimento da honestidade emocional
- Sem honestidade conosco, alimentamos a ilusão
     
(3)   A educação da carência afetiva
- Sem  educação da carência afetiva, sucumbimos na dependência, e a dependência arruína o auto-amor

(4)   A morte da idealização
- Sem aceitação, cultivamos a idealização. A idealização arruína a noção de limite

(5)   A cura da ignorância
-Se sabedoria, acreditamos que sabemos o necessário e dormimos nos braços da ignorância e esta nos
 mantém prisioneiros da dor

(6)   O sentido da continuidade da vida
- sem a noção de continuidade, nossa vida mental não é capaz de centrar no presente. O presente é o
  único momento capaz de nos devolver a realidade

-Saber para que vivemos, para que passamos pelas experiências, para que renascer e lutar  é a fonte que
 vitaliza o ato de viver

- Muitos pacientes no Hospital Esperança, deslocados de Plano, distante de suas creches e obras de solidariedade, sentiram-se sozinhos e desvalorizados. Derramaram apoio e suprimiram fome e dor,
entretanto, esqueceram de si mesmo, não como um ato de renúncia, e sim como uma fuga do
enfrentamento pessoal

- São eles tratados na mesma linha terapêutica para a recuperação do prazer de viver, porque com raras
exceções escapam ao doloroso episódio da depressão depois da morte

- Em nossas enfermarias, nos grupos de reencontro e na” Tribuna da Humildade”, os sentimentos mais estudados são medo, culpa, tristeza, mágoa e orgulho

-Quando não logramos este estado de ser temos duas extremidades psicológicas perigosas. De um lado
a arrogância  para nos defender da sensação de inferioridade, do outro a descrença como um reflexo da
nossa incapacidade de lidar com os sentimentos de medo, culpa e tristeza


CAPÍTULO 01 – SOB A LUZ DA ESPERANÇA

- Não existe queda nem falência nas Leis Universais. Existem resultados, efeitos das escolhas e ações

- Inúmeros corações sinceros e motivados pelo ideal de servir e aprender, se rendem às suas provas e
 dores particulares, acreditando que somente no além-túmulo encontrarão a libertação

- A dor que redime não é aquela que tolera com revolta, mas a que suporta com constante busca pelo
melhor a cada instante

- Quase todos os que reencarnam levam aproximadamente metade de sua vida para iniciar o processo
de descoberta de seu real valor perante a vida

-Acredite na felicidade possível e edifique a crença lúcida em tuas aspirações de harmonia

- Não é o parente que te atormenta, mas como gerencias o Mundo das emoções. Não é o corpo abençoado que desanima, no entanto os sentimentos de baixa auto-estima que te consomem até a
exaustão. Não é a profissão que te sobrecarrega. Não são as perdas que te preocupam, todavia o
hábito contumaz de posse. Não é a crítica que te fere, mas como reages a ela

- A crença na felicidade é um trabalho árduo de conquista da autonomia, realização incansável no bem e
humildade nas corrigendas necessárias

- O fim útil das provas é a melhoria, e não o padecimento. E melhoria significa aprender a amar a ti
mesmo


CAPÍTULO 02 – MEIA-IDADE, A TRAVESSIA DO ENCONTRO DA ESPERANÇA

- Esmagadora porcentagem daqueles que reencarnam, gasta dois terços  de suas vidas se consumindo
em atitudes e escolhas que tornarão miseráveis o último terço de sua reencarnação. Retornam ao corpo
e dele saem com a aterrorizante sensação de vazio

- Eis o segredo do verdadeiro prazer de viver : reconhecer que somos os escultores de nosso destino e
 as únicas criaturas responsáveis por emperrar ou direcionar nossos destinos ao encalço do ideal de ser
 feliz


- Prazer de viver é :

 (1) Ter o coração preenchido de esperança
 (2) Tolerar as frustrações
 (3) Entender os recados divinos que se escondem na subjetividade dos sentimentos mais temidos pelo
    Homem. Tais como : a inveja, o orgulho, o medo, a mágoa e a culpa
(4) Entender que a crise da meia-idade significa não só o desafio das descobertas dolorosas

- O Dr Carl Gustav Jung asseverou : “Inteiramente despreparados, embarcamos na segunda metade da
  vida...damos o primeiro passo na tarde da vida; pior ainda, damos esse passo com a falsa suposição de que nossas verdades e ideais vão servir-nos como antes. Mas não podemos viver a tarde da vida de acordo com o programa de sua manhã – pois o que grande pela manhã vai ser pouco à tarde, e aquilo
que pela manhã era verdade, à tarde se tornará mentirá”. Quis com isso dizer Jung que as verdades
ideais nessa busca pelo prazer de ser e existir, irão desmoronar, pois a maior perda de todas será a perda
de quem achávamos que éramos, a morte da auto-ilusão, isto é, a desilusão

- Crenças serão sacudidas, valores serão repensados, frustrações reaparecerão, medos emergirão na
            intimidade, a noção de dever será ampliada, o certo e o errado serão questionados, a culpa pode aparecer
com intensidade surpreendente, mas, em muitos casos, ela simplesmente deixará de existir, colocando-
nos para pensar na razão de seu desaparecimento

- A travessia da meia-idade só pode ser transposta de mãos dadas com a esperança

-Quem atravessa a noite psicológica da desilusão haverá de trazer sempre na alma a certeza de que, logo adiante, espera-nos o melhor dos nossos dias, portanto, se queremos encurtar o caminho, evitemos a
Pressa

- Enquanto muitos interpretam o calvário como um instante de tristeza, nele vemos o roteiro da
maturação espiritual. Embora com dor , logo a seguir vem a liberdade


CAPÍTULO 03 – O PODER DA RESIGNAÇÃO

-A fé racional se inicia quando passamos a encontrar no campo mental, alguns subsídios gestados na
 arte de meditar sobre nós mesmos

- Outro traço marcante de que a fé racional começa a se desenvolver em nossos sentimentos, é quando
 começamos a abdicar de colecionar certezas sobre a vida

-Resignação é o conjunto de habilidades que nos possibilitam uma visão otimista da vida, por meio da
  escolhas conscientes e de conduta de auto-amor

- Bem diferente é aquele  que entende resignação  como tolerar sofrimentos em silêncio, chamado “aguentador da vida”

- Cada problema de nossas vidas rem objetivos bem definidos pela sábia Providência de Deus. Vivê-los
 Sem entender esses fins é o mesmo que sofrer por sofrer

- Os que verdadeiramente são resignados, vão mais além e colocam-se imunes à mágoa e à revolta em
 razão do amplo poder de aceitação e compreensão




CAPÍTULO 04 – HUMANIZAÇÃO , UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO EMOCIONAL

-Humanizar significa :
 (1) Promover-se à condição de administrador ativo dos valores superiores que se encontram
    adormecidos no cosmo interior

(2) Sentir o outro e perceber o que ele sente

(3) Estar em relação educativa com o próximo

(4) Desenvolver o estado de consciência, isto é, dinamizar o patrimônio do afeto, passando a se
     relacionar com o outro

(5) Aprender a conviver com a diversidade da qual o outro é portador e, também, desenvolver uma relação pacífica com a vida que nos cerca

(6) Uma proposta concreta de amor , um desafio de colocar o homem mais perto do seu próximo

(7) Um apelo para que haja mais sorrisos de ternura e menos convenções institucionais

(8) Libertar a noção de caridade como prática de doações para a noção educativa de exercício do amor
  entre aqueles que realizam a tarefa

(9)  Focar no coração, temperando nossa convivência com emoções de alegria e gratidão, dando encanto
 e luz aos nossos momentos uns com os outros

-A base da Humanização inclui a tolerância que necessitamos ter uns com os outros

-Temos inúmeros mecanismos de defesa, que nos levam a vendar a visão Espiritual para as imperfeições
que carregamos. Esse mecanismos agem pelo aprisionamento dos sentimentos. Temos usado alguns deles há longo tempo na fieira das reencarnações, criando verdadeiros esconderijos psíquicos nos quais
procuramos nos aninhar em busca de uma falsa segurança. Humanizar é vencer essas defesas instintivas,
assumindo a luta contra nosso complexo de inferioridade espiritual

- O auto-amor nos inclina a nos aceitar como somos e as condições da felicidade são saber quem somos, saber lidar com  nossas forças afetivas , e adquirir domínio sobre elas


CAPÍTULO 06 – RAÍZES DO MELINDRE

- Quando  a mente se fixa nas experiências que já aconteceram, desenvolvendo Sentimentos de Culpa,
 estado de remorso, mágoa e saudosismo, estabelece um círculo de recordações no qual se aprisiona em
 regime de repetição, flagelando-se com pensamentos enfermiços acerca do que já aconteceu no
 passado . Por outro prisma, quando se fazem projeções para o futuro criam-se as expectativas, os
 medos, a ansiedade

- Nesses estados, vive-se o passado, vive-se o futuro,mas não se vive o único momento que nos foi
  divinamente concedido para existir, que é o presente, o agora. O pensamento alterna-se entre o
  saudosismo e a idealização, podendo alterar o comportamento a caminho de doenças graves da mente,
  cuja característica é o bloqueio do afeto em relação aos fatos da vida presente

- Essa fragmentação da vida mental é responsável por uma série de desordens no dinamismo dos senti-
  mentos, porque passamos a analisá-los como se olhássemos para um retrato de nós mesmos cortado em
  inúmeras partes, esparramado no chão. Ficamos com o desejo de remontá-la sem saber como começar
- Melindre é campo adubado para semeadura da mágoa, e mágoa é o sentimento de revolta perante o inesperado, mantendo a mente aprisionada a lembranças enfermiças ou a fantasias de revide

-Esses hábitos têm, por sua vez, matriz no egoísmo

- Crianças excessivamente cobradas na infância crescem adultos perfeccionistas que não querem convi-
  ver com a frustração e a crítica que se lhes tornaram dolorosas e enfadonhas

- Quem vive centrado no momento presente não tem medo de seus sentimentos, porque aprendeu a lidar
  com suas imperfeições em clima pacífico, tolerante


CAPÍTULO 07 – SENTIMENTO INCONFESSÁVEL

-Inveja é um mecanismo psicológico do ego, dentre muitos originados de sentimento de egoísmo,
cujo objetivo é a disputa neurótica para nos promover à condição de superiores em relação a alguém

-O brilho alheio nos intimida e, então, partimos para formas defensivas com as quais procuramos
diminuir a luz alheia

- A inveja é dos sentimentos que menos confessamos a nós mesmos, pois não conhecemos e nem percebemos sua ação em nós

- Ela é uma das várias artimanhas do ego para nos manter protegidos da terrível sensação de vulnarabi-
lidade, impotência e pequenez

- Não nos amando, passamos a fazer comparações sistemáticas. Somente nos comparando conosco
mesmo, em relação ao nosso trajeto d aperfeiçoamento na vida, é que nos sentiremos valorosos e gratificados

- O princípio originário da inveja está assentado na Lei Natural de Conservação. É natural o desejo do
bem-estar, porém Deus só proíbe o abuso, por ser contrário à conservação. Ele não condena a procura do bem-estar, desde que não seja conseguido à custa de outrem e não venha a diminuir-vos nem as
forças físicas, nem as forças morais


 CAPÍTULO 08 – PROJETOS DE RELIGIOSIDADE NA PROMOÇÃO HUMANA

-Religiosidade é o conjunto das atitudes, idéias e sentimentos afinados com as diretrizes das Leis
 Divinas ou Naturais

- A prolongada fixação no consolo sem descortinar os roteiros de libertação, oferece campo para a
estagnação e o fanatismo

- A tarefa do Centro Espírita não deve se circunscrever a amenizar as lutas Humanas. A Humanidade
precisa de educação, tanto quanto de conforto afetuoso. Não basta aliviar as dores, é indispensável
ensinar a construir a felicidade

- Bezerra de Menezes propõe um caminho : “Elaboremos um programa educacional centrada em valores
Humanos para dirigentes, médiuns, pais, mães, jovens, velhos e o apliquemos consentaneamente com
as bases da Doutrina”

- Nossas agremiações Espíritas podem avançar muito mais por meio da edificação de ambiente regene-
Rativos ricos de humanitarismo e distante da padronização
- Nenhum projeto educacional pode desconsiderar a singularidade humana, sendo contraproducente
aderir a convenções que raiam para a rigidez e estrangulam a criatividade, a alteridade

- Os núcleos doutrinários têm como urgente tarefa auxiliar o ser humano na matriz de todas as suas
doenças, a doença – mãe chamada doença do sentido, ou seja, a incapacidade de dar um significado
útil e prazeroso a sua vida. O tema fé deve constituir o centro desse curso de auto-amor e despertamento
da sensibilidade

- Muitos corações queridos do Espiritismo estão exemplarmente integrados com aos projetos religiosos
sob enfoque da Doutrina, entretanto, ainda não amealharam a alegria de existir, o prazer de ser o que são, o sorriso de ternura e a vibração da paz

- Mais que purismo filosófico, atitudes humanizadoras. Mais que amor à Doutrina, laços de afeto com o
Próximo

- Muitos, infelizmente, substituíram a fraternidade em favor das convenções

- O conhecimento da doutrina espírita será instrumento disciplinador do coração, mas somente a
convivência edificada em legítimos gestos de amor será a nossa alforria perante a vida futura, que se
nos aguarda logo mais

- Unidade? Somente de sentimentos elevados – Pureza? Sobretudo nas intenções – Supremacia?
 Pelas vias dos consensos – Coesão? Apenas nas atitudes

-Toda religião que não torna melhor o homem, não alcança o seu objetivo


CAPÍTULO 09 – SIGNIFICADO DA CARIDADE

- Caridade é ação educativa e nem sempre, ela tem educado reduzindo-se ao amparo amenizador de
 de dores e necessidades.

-Vários companheiros das lidas espíritas, empenham-se em movimentos espetaculares de filantropia,
 asilando sonhos de grandeza espiritual para depois da morte, como se obtivessem automática de
 redenção e paz interior, constatando que fizeram luz para muitos, não conquistando sua luz pessoal
 e inalienável

- Milhões de almas, bem – intencionadas e solidárias, encontram-se em estágios de dor na imortalidade
 devido à negligência com a qual se portaram ante os mais singelos deveres morais de cidadania, saúde e
 conduta reta

- A caridade material é regime abençoado no exercício do afeto e da empatia, entretanto, em razão de nossas lutas interiores, essa conotação da caridade pode nos acostumar facilmente, ao automatismo, à
compulsão

- Caridade em bom conceito é interesse emocional edificante pelo outro. O ato verdadeiro da caridade
  encerra em si a benevolência – o sentimento de amor ao semelhante

- Uma reflexão merece a atenção de todos nós, nas tarefas abençoadas de amor ao próximo, no seio de
 nossas agremiações Espíritas : “ Acima das práticas devemos colocar o relacionamento

- Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus ?”  “Benevolência para com
  todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”

CAPÍTULO 10 – AUTO – PERDÃO : FORÇA PARA RECOMEÇAR

-Depoimento de Maria clara no Hospital Esperança, numa exposição de apoio a suicidas em    recuperaração
 
           -“ Dizem que os que se matam fazem isso para se livrar de um acontecimento infeliz. Engano! Fazemos
isso para nos livrar de nós mesmos”

-“ Quem se suicida não está se matando, já morreu há muito tempo e, o pior dessa morte é querer deixar
de existir e não ser possível”

-“ Matamo-nos porque não sabemos como existir, como resgatar o sopro de vida dentro de nós”

-“ Procurei nos Centros Espíritas quem pudesse ouvir minha dor com o coração, entretanto o que recebi
foram doutrinações e reprimendas pelo que sentia. Não encontrei em nossos ambientes de amor, quem
me ajudasse a sustentar o perdão que não conseguia oferecer a mim mesma, quem tivesse respeito pelo
que eu sentia e soubesse me tratar como doente e incapaz”

-O conhecimento Espírita é suficiente quando a criatura não está em estágios em que faltem outras
nutrições mais essenciais e eficazes, como afetiva e nutrição pelo sentimento

Respostas de Maria Modesto Cravo às perguntas formuladas

1-     É possível Dona Modesta ter planejado minha morte através de um acidente ?
  - Resp: Muitos espíritos já renascem com total indisposição para viver. A infância e a juventude
     permitem-lhes novos estímulos que poderão atenuar e até mesmo dissolver esses núcleos energéticos
     de apatia

1-Sempre achei os espíritas uma gente muito triste. Será possível que a nossa comunidade enfrente
   esse problema em larga escala?
-Resp : A mensagem do espiritismo é de consolo, estímulo e alegria,entretanto, os adeptos, nem sempre,
 conseguem expressar esse clima de entusiasmo e vitalidade, em face das lutas ingentes que travam com    sua intimidade profunda

- A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão
  ao espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio


CAPÍTULO 11 –FÉ, COMBUSTÍVEL DO ATO DE VIVER (PARTE I )

-Por vezes consecutivas, após o desenlace carnal, deparamos com o remorso e, mais recentemente,
alguns de nós, com o arrependimento sincero

-Chegando à vida física, encontramos com as frustrações necessárias e caímos no desapontamento e, por
fim, na rebeldia, negando-nos a aceitar nossas necessidades Espirituais

- Surgem os conflitos com o corpo, a sociedade, a profissão e a família, entretanto, o maior adversário
 somos nós mesmos

- A resistência declarada em aceitar quem somos, a rebeldia de ser, existir e viver, instalando-se nesse
 ponto um terrível estado de insatisfação crônica com a vida.
             
            - Sentimentos de culpa, tristeza e medo delineiam estados mentais doentios de punição, perfeccionismo
             e baixa auto-estima, conduzindo-nos aos dramas dolorosos da angústia e da depressão
- Raríssimos escapam de semelhantes “roda da vida”. Isso é o “carma”, a teia da existência tecida por nós
 mesmos nos roteiros da reencarnação

- A rebeldia é apressada, inquieta, arrogante e revoltada. É a feição comportamental de almas que não aceitam a
 realidade. Ela significa relutância, teimosia, inconformação e torna  a criatura apressada, agitada interiormente
 e com avançados níveis de ansiedade ou depressão

-A rebeldia  tira a condição de pessoa centrada em valores e metas para situá-la nos dois extremos do psiquismo
 revoltado: ora na arrogância, ora na descrença

-A arrogância é a atitude daqueles que ainda encontram energia para expressar sua inconformação. A descrença
 é o estado de quantos já se encontram exauridos de tanto reagir aos alvitres da existência

- Na arrogância, nossa maior ilusão é não aceitar o “EU REAL” em detrimento do “EU IDEAL” , enquanto na
 descrença, nosso maior dificuldade é aceitar que a vida jamais será como queremos

- O arrogante é um inveterado “criador de destinos”, com os quais procura atender a sua inesgotável tendência
de gerir a vida alheia, na condição de um semideus, ao passo que o descrente é um cultor da revolta que está atemorizado com o morte de sua vida idealizada e impossível

- Arrogância e descrença são extremos psicológicos e emocionais de um mesmo motivo : a ação de não aceitar
 os processos necessários da vida e suas Leis de Progresso

- Ambos, arrogantes e descrentes, são pessoas que temem ardentemente a queda, o fracasso, o desacerto.
O arrogante, com medo de errar, tenta demais e tomba na prepotência e o descrente, com medo do erro, evita arriscar e escolher. O arrogante se vê além do que é, ao passo que o descrente foge de quem é

- Rebeldia é resultante da ausência de habilidade em movimentar o mais sublime patrimônio conferido pelo
 Criador à criatura :  A “fé”, que é o combustível do ato de viver, a energia interior que vem das profundezas
inabordáveis da alma


CAPÍTULO 12 – FÉ, COMBUSTÍVEL DO ATO DE VIVER (PARTE II )

- O contingente de almas atingidas no Mundo pela doença do remorso é de estarrecer, por isso urge disseminar
 roteiros luminosos no desenvolvimento das soluções íntimas em busca de uma vida mais rica de prazeres da alma

- As sensações de medo, insegurança e incompletude podem gerar o surgimento da angústia patológica

- Os mecanismos de defesa intrapsíquicos decorrem da tentativa de proteção natural a essas ameaças, todavia, a
 fuga sistemática à interiorização ou à descoberta das origens destes avisos angustiantes, conduz adoecimento
 emocional e psicológico

-O remorso é exatamente o quadro mental da criatura aprisionada em suas próprias criações, que durante longo
 tempo usou para se proteger ou esconder

- Arrepender é o oposto, significando partir para um recomeço em bases novas e , todo recomeço implica   alguma perda. Esse o maior receio de qualquer pessoa habituada a fugir. Eis o maior medo que acomete a
 criatura diante das mudanças necessárias em sua vida

-Remorso é ruminar culpas, algemar-se à dor, fazer-se de vítima da vida e fugir das responsabilidades pessoais

- No arrependido encontramos algumas características marcantes que refletem o estado íntimo de quem
Realmente quer recomeçar, tais como : honestidade emocional, intensa capacidade produtiva, reconhecimento
de seus limites Humanos com vigorosa aceitação de si mesmo, auto-confiança e independência emotiva, distância do conformismo, orientação psicológica para a realidade


CAPÍTULO 13 – VITÓRIA SOBRE O CIÚME

- Cada instante que nos distanciamos das Leis Naturais da vida é um passo para a enfermidade

- O ciúme, reflexo da afeto perturbado pelo instinto da posse, quando cultivado em séculos de renitência no
 amor-próprio, fatalmente desarticulará o psiquismo, adoecendo-o com quadros de insegurança e medo,
 culminando em psicose diversa que lotam nosocômios no orbe inteiro

- Por trás dessa virulência afetiva, encontramos o receio das perdas  e diante desse medo a criatura se torna
 apegada, melindrosa e ressentida por pequenos senões, configurando um estado de incertezas fantasiosas nos domínios do raciocínio com “flashes psicóticos”, oferecendo campo mental propício a obsessões

- O ciúme é uma manifestação de carência afetiva, culpas, complexo de inferioridade e falta de auto-confiança

- Onde ele aparece excita disputas silenciosas, desencadeia guerras mentais, alimenta a inveja, estabelece
 incômodos íntimos com o êxito alheio e uma revolta com os acontecimentos que lhe escapam ao controle

- O ciúme é atitude de apropriação indébita de alguém ou de algum bem, ao passo que a inveja é a ausência do
 auto-amor em razão de desconhecimento de seus próprios valores. O ciúme é a possessividade que impede a
 partilha, enquanto a inveja é o desejo enfermiço de possuir valores alheios, sejam eles morais, materiais e
 Espirituais

-Porque ainda asilamos no imo a necessidade excessiva de prestígio e reconhecimento, facilmente nos
 Enredamos em ciumeiras atormentadoras e desnecessárias

- Os ciumentos, de todos os níveis, desejosos de serem amados sem amar, demonstram o aspectro narcisista
 Fugindo de assumir seu papel nas estâncias em que são chamados


CAPÍTULO 14 – SENTIMENTOS : NOSSOS VERDADEIROS GUIAS

- Devemos dar mais valor ao relacionamento humano e menos prática formalizada. A prática é significativa
pelo seu valor disciplinador e, acima dela deve estar a interação humana, a quebra de barreiras que nos desa-
proximam do próximo, de sua singularidade rica de lições,  que podem ser absorvidas em regime de salutar intercâmbio de vivências. É a caridade com hora marcada

- As casas Espíritas devem preparar seus trabalhadores para aprender a conviver, a fim de não supervalorizarem
técnicas e métodos que podem ritualizar as práticas e desdenhar o acolhimento humano espontâneo e educativo

- Ao implantar práticas de acolhimento e recepção sem aprender a conviver, corre-se o risco da formalização de
novas filantropias atualizadas pelos conhecimentos, mas não aperfeiçoadas pela doação íntima de si mesmos

-Predomina entre nós a cultura que o bem expandido, em qualquer forma que se apresente, é apólice de garantia
de paz além-túmulo, aguardando os loros das bênçãos que semeamos. Nem sempre! Não existe bem que não seja bom, o que não significa libertação definitiva do mal e consolidação de virtudes na intimidade

- A caridade é luz que se acende ao próximo, com a qual, igualmente, devemos aprender a nos beneficiar no
próprio ato de exercê-la

- Assim, o bem alheio, em nosso caso, é abatimento na contabilidade de nossas contas espirituais, não consti-
tuindo ainda créditos polpudos nos bancos da virtude

- Costumamos amar muito o próximo e descuidamos do auto-amor, do amor a si mesmo

- A proposta do amor não é martirizar-se pelo bem alheio para conseguir a felicidade pessoal. A caridade é um
processo relacional, interativo, de crescimento mútuo, devendo ela  ser boa, agradável e espontânea, para quem
faz e quem recebe, nivelando ambos no ato de dar e receber, descaracterizando os papéis de doador e carente


CAPÍTULO 15 – ONDE ESTÃO OS ESPÍRITOS SUPERIORES

- Dr Inácio Ferreira : “ Os puristas amam a Doutrina e deixam de amar o objeto moral de valor da própria
doutrina que tanto amam, isto é, o próximo

-Foi perguntado ao Dr Inácio se ele não foi um homem mal para merecer as regiões sombrias da dor, mas não
também não foi um homem que fez todo o bem que podia”, o que ele respondeu : “Evitei o mal intencional, fiz o bem para os outros e para mim mesmo fiz muito pouco”

- Ao tratar sobre “vultos do espiritismo”, numa conversação, disse que, com raríssimas exceções, muitos desses
“vultos”, quando chegarem por aqui, perceberão que são almas com necessidades comuns, e, se algo fizeram de
especial, foi apenas  trabalhar um pouco mais que os demais, pois a grande maioria “varreu” para debaixo do
tapete suas necessidades

- Reunindo toda a literatura mediúnica até hoje enviada à terra, temos um tesouro incomensurável para levar a
Humanidade aos roteiros do amor, entretanto, todo esse volume de informações é apenas um grão de areia na
praia cósmica da imortalidade

- Não compreendendo, não acuse! A acusação ou a indiferença aos serviços alheios será sempre uma sentença
lavrada contra a consciência. Assuma com humildade seus limites quando se julgar incapaz para avaliar, evitando pareceres conclusivos ou triviais em assuntos da mediunidade

- Verifica-se uma tendência a enquadrar as atividades da casa onde participamos como modelo para outras,
deixando, com isso, de perceber o valor das vivências alheias. O clima de diversidade operacional é a grande riqueza do espiritismo

-Rever conceitos, repensar caminhos, eis as únicas alternativas possíveis ao erguimento da obra regenerativa na
Humanidade. Desapeguemos de nossas crenças, tenhamos a coragem de experimentar o novo. Mister desapren-
der o aprendido, recomeçando quantas vezes se fizerem necessárias


16 – CONVIVÊNCIA FRATERNA NOS GRUPOS

- Os dias atuais têm subtraído o tempo que seria desejável para intensificar os relacionamentos nas sociedades
Espíritas e, muitos , dispondo de largas medidas de tempo, não realizam a convivência fraterna que deveria
nortear as  relações em seus grupos, compartilhando-se idéias, tarefas e deveres, e nem sempre afeto e amizade
autêntica

- A boa convivência será sempre o reflexo das relações que travamos conosco mesmos

-Estamos habituados a construir paredes e reunir gente. Chegou, porém, o instante esperado para nos estabelecer como grupos, nos quais as pessoas se reúnem e se unam, criando um entrelaçamento fraterno

- O ser humano tem medo de amar, sendo um dos motivos não saber como seu amor será acolhido. Alguns, não
tendo elaborado satisfatoriamente a sublimação de traumas e recalques, não sabem conviver bem com a
intimidade dos relacionamentos, padecendo com os monstros das fantasias e neuroses sem conta, que os levam
a um colapso das fôrças internas e abrem campo fácil para as obsessões afetivas e sexuais

- O caminho é, sem dúvida, dirigirmo-nos para o objetivo providencial a que se refere o Espírito Verdade,
conduzindo-nos dentro da escola doutrinária como alunos em regime de aprendizado intensivo, buscando a
melhora de nós mesmos na superação de nossas mazelas morais

- Amar incondicionalmente é o caminho, seguindo Paulo, o Apóstolo de Jesus :”Eu de muita boa vontade
gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado”

- Convém recordar, também, de Allan Kardec  “ Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do
Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade”


CAPÍTULO 17 – OS CUIDADORES DE ALMAS

- O foco do prazer de viver é este : a perda de quem achávamos que éramos- “o falso eu”- e o encontro com o
Eu real”

- Essa busca particular pela nossa individuação é permeada pelo medo de enfrentamento, por isso bilhões de
pessoas lutam para sobreviver sem existir, passando pela vida sem permitir que ela passe por sua alma

- Alguns espiritistas arrolam a idéia do carma para justificar a acomodação por não lutarem por sua própria
felicidade

- Esse adiamento pelo nosso caminho pessoal, inevitavelmente nos conduzirá ao encontro de uma benfeitora da
alma : a angústia, o lamento sofrido da alma que suplica novos rumos

- A angústia é o sinal profundo da alma a dizer : hora de decidir! Hora de ser feliz! Chega de mentiras e ilusões.
Ela é um sintoma de que algo necessita ser colocado no seu devido lugar na intimidade profunda de nós
Mesmos

- Quando muito protelada, essa angústia é o caminho da depressão e, consequentemente, da descrença, ou seja,
O efeito culminante das dores da alma não resolvidas quando a vida nos chama para curá-las


CAPÍTULO 18 – SENSIBILIDADE MEDIÚNICA

- Os médiuns como canais de sensitividade ampliada, encontram na faculdade mediúnica uma ponte entre a
personalidade eivada de ilusões e a consciência, entre o que se pensa ser e entre o que se é realmente

- Mediunidade, portanto, é o bisturi eficiente para dilacerar as carapaças das ilusões, grilhões da mentira
aduladora do orgulho

- A mediunidade, antes de dilatar a sensibilidade para fora, dilata-a para a intimidade. Quaisquer intercâmbio
de idéias são antecedidos por complexo processo nas engrenagens do coração

- O médium que melhor interpretar seus sentimentos e educá-los terá maiores possibilidades para recolher as
idéias dos bons Espíritos

-Se o Séc XX foi a era da inteligência, o Séc XXI será o tempo da intuição livre, consagrando a arte de sentir
como o sexto sentido do homem

CAPÍTULO 19 – TRAÇOS DO ORGULHO

- Uma das necessidades mais naturais do ser humano é poder contar com a aprovação e a admiração alheia

- Tornam-se pedintes viciados da atenção e reconhecimento dos outros, para preencher a carência de autovalor
que não conseguem encontrar em si mesmo

- Para compensar essa carência de estima e admiração, sejam quais forem suas raízes no tempo, a criatura
recorre instintivamente ao orgulho, sentimento que dilata a sensação de importância pessoal, com o qual tenta
se proteger das ameaças que experimenta constantemente na vida inconsciente, em reação ao meio no qual
convive

- No fundo, a alma se protege inconscientemente das agressões sofridas no período infantil ou em vidas anterio-
res, que lhe renderam terríveis sentimentos de perda, insegurança e medo

- O orgulho, em tese, é um sistema que bloqueia ou perturba a sensibilidade, porque  os orgulhosos não gostam
de ouvir nem mesmo a própria consciência, que se expressa no espelho do coração

- Listemos alguns traços pertinentes aos tarefeiros Espíritas que caminham para essa tênue linha de condutas, em direção aos despenhadeiros da “insanidade aceitável” nos leitos enfermiços do orgulho, no intuito de reexaminar condutas e reeducar hábitos enquanto é tempo :

(1)   Esperam ser aceitos em quaisquer situações e não convivem bem com a crítica, supondo que nada mais
necessitam aprender

(2)   Melindram-se e criam animosidade declarada ou oculta com quem lhes propõe corrigenda

      (3) Estão sempre predestinados a fundarem grandes obras de caridade com as quais se autocondecoram em
       alucinações de grandeza

(4)   Abusam da credulidade alheia com teorias espirituais no despertamento de paixões afetivas, com as
quais procuram preencher suas próprias carências

(5)   falam excessivamente de si mesmos e raramente valorizam as experiências alheias

(6)   Só encontram explicações para os problemas humanos com base na fenomenologia mediúnica

(7)   Submetem suas escolhas mais singelas à opinião dos guias

(8)   Adotam rejeição sistemática a quem fuja dos padrões morais que nem eles ainda conseguiram viver para
       si mesmos

(9)   Supõem-se serem indispensáveis aos projetos da causa Espírita


CAPÍTULO 20 – SOB A HIPNOSE DA VAIDADE


- A mente humana aprendeu e acostumou-se ao mecanismo da negação, uma forma ilusória de fugir de si
mesmo

-As pulsões inconscientes, no entanto, dinamizam-se involuntariamente convidando-nos à transformação. Ao
  repudiá-las, estabelece-se o clima interno de angústia, a qual persistindo gera camadas energéticas na mente,
que são automaticamente expelidas para o corpo perispiritual para alívio da pressão mental
-Essas camadas, com o passar do tempo, tornam-se”canais de absorção” ou “plugs mento- eletromagnéticos”,
assemelhando-se a acnes de coloração amarelo-pálida e são campos de imantação para o “parasitismo psíquico.
Ovóides e formas vivas não inteligentes acoplam-se em sua órbita com larga facilidade, agravando a saúde
psicológica a caminho das perturbações


CAPÍTULO 21 – DESCANÇO E REFAZIMENTO

-Descanso, para a maioria dos encarnados, significa dilatação de prazeres e sensações corporais que levem ao
Relaxamento, enquanto saúde quase sempre está associada com beleza e sensualidade

- Nem sempre é o trabalho que causa o cansaço, mas a maneira de trabalhar. A revolta com a profissão, a
insatisfação com  ofícios contrários aos pendores e o descanso mal conduzido provocam novas fadigas e depressões, que completam seu ciclo nas horas do relax inconseqüente

- Se fizermos uma análise sensata, constataremos que expressiva parcela dos homens tem trabalhado dois terços
da sua vida para arruinar a última terça parte de sua existência corporal, ficando à mercê de doenças e vazios
existenciais

- A melhor noção de pausa e recuperação deveria ser trabalhar de outra forma, ou seja, ter uma ocupação útil
 em vez de se entregar às malhas da inércia e da ociosidade, que consomem e exaurem

- Se  sentir-se útil, o ser passa por uma das mais trágicas experiências da vida, o cansaço do espírito

- Na terra , com raríssima exceções, a grande maioria dos homens não aprendeu o valor de servir, de ser útil ao
outro ou à coletividade e, frequentemente, inverte a ordem e quer ser sempre atendido e servido por se sentir
carente e lesado, sentimento este que, na verdade, não surgiu por causa de problemas sociais ou educacionais,
mas provém do egoísmo que o Espírito já acalenta há longos evos

- “Deus tem suas Leis a regem todas as vossas ações. Se as violais, vossa é a culpa. Ele traçou um limite; as
enfermidades e muitas vezes a morte são a conseqüência dos excessos”
























           


















        

          

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