quarta-feira, 25 de abril de 2018

MEDO - 02


O MEDO - 02

1 - LIVRO - “CULTIVO DAS EMOÇÕES (Marlon Reikdal)

1.1 - O MEDO

- O medo é a primeira emoção em termos de desenvolvimento humano, uma energia de preservação, absolutamente necessária à nossa sobrevivência

1.2 - DEFININDO O MEDO

- Em uma análise do processo antropossociopsicológico, Joanna de Ângelis apresenta um breve histórico do lento desenvolvimento do psiquismo humano por meio das sucessivas experiências carnais

- Desde a vida na floresta, onde tudo se apresentava agressivo, até a conquista do pensamento lógico, o homem ainda não conseguiu superar os automatismos a que se encontra fixado, para melhor agir, em vez de reagir

- Nesse estudo, ela nos apresenta o medo como a primeira emoção, acompanhando as sensações primárias dos prazeres da alimentação, do repouso e do sexo, que se transferiu, de geração em geração, até os nossos dias, nas variantes de receio, pavor e fobias


1.3 -  COMPREENDENDO O MEDO

- Na obra “O Despertar do Espírito”, Joanna de Ângelis elenca, além do medo das ocorrências imprevistas, devido à necessidade de segurança decorrente do instinto de conservação, outros medos como resultado de transtornos psicológicos, de atavismos ancestrais, de ansiedades mal contidas e de convivências perturbadoras

- Ela explica que a forma como o mesmo é sentido ou compreendido pelo indivíduo, que se torna o fator desencadeador do medo

- Em “Diretrizes para o Êxito”, encontramos seis tipos básicos de medo : da morte, da velhice, da doença, da pobreza, da crítica e da perda de um afeto, afirmando que todos eles decorrem da insegurança pessoal decorrente dos conflitos passados que deram lugar a transtornos de significado especial

- Além disso, teoriza que a presença desses medos no indivíduo centraliza-se na incerteza mantida em torno do fenômeno da morte

- Ela estabelece fatores endógenos e exógenos que respondem pela presença do medo

- Nos primeiros, estão envolvidos os comportamentos infelizes de reencarnações anteriores, impressos no períspirito. Este, por sua vez, instala no inconsciente profundo as matrizes do receio de ser identificado, descoberto como autor dos danos produzidos em outrem e que procurou ignorá-los mascarando-se de inocente

- Nos fatores exógenos, estão elencadas as atitudes educacionais no lar, os relacionamentos familiares agressivos, o desrespeito pela identidade infantil e as narrativas apavorantes nas quais comprazem certos adultos

- Classificamos os medos em dois grupos : os impulsionados pelo instinto de sobrevivência e os impulsionados pelo  ego adoecido

- O medo enquanto energia não é negativo, pois ele atua em favor de nossa preservação, impondo paradas, recuos, nos fazendo escolher sempre pela alternativa de menor risco

- Mas o segundo grupo retrata uma tentativa de preservação do ego adoecido que teme sucumbir, perder o reinado, ser descoberto como imperfeito que é

- Interessante é que o medo impulsionado pelo ego adoecido nos assola como se estivéssemos de fato correndo o risco de morte, não de uma morte física, e sim da vida ilusória do ego

- Quando somos convidados a orar em público, vivemos um estado de inquietude que realmente nos dá a sensação de termos sido “atirados aos leões”, embora estejamos entre amigos na instituição religiosa. Embora seja um impulso de autopreservação, é adoecido, afinal, ninguém corre o risco de vida por orar entre irmãos de uma mesma comunidade

1.4 - FAZENDO A PODA

- Para discernimos quando é necessário um estímulo ao crescimento (medo impulsionado pelo instinto de sobrevivência) ou à “poda” (medo impulsionado pelo ego adoecido), precisamos aprender a nos perguntar : “O que está em jogo ali?”; “O que está em risco?” Assim chegamos de fato à questão do ego adoecido, que se sente numa berlinda entre preservar-se para se manter enaltecido e exaltado, ou correr o riso de ser “derrotado”, “desmascarado”, “descentralizado”

- Ao fazermos a oração, podemos pensar : “E se eu errar?”, “E se eu esquecer parte da oração?”, “E se minha oração não for bonita?”, “E se eu falar baixo demais e ninguém escutar?”

- Certamente, todas essa situações em que sentimos medo não são impulsionadas pelo “instinto de sobrevivência”. O “Ego Adoecido”, por interpretar essas supostas falhas como verdadeira morte da sua supremacia, reage com medo de descobrirem não ser tão bom quanto deseja aparentar, nem tão maravilhoso como alguns acreditam, nem tão equilibrados quanto tenta mostrar

- A sensação que o “Ego Adoecido” vive, em algumas vezes, parece mais dolorosa do que a imposição de sofrimentos ao corpo, e, além disso, é verdadeiro impedimento ao desenvolvimento divino

- Vivemos inúmeras situações em que as inseguranças impulsionadas pelo “Ego Adoecido”, pelo excesso de si mesmo, estão presentes e não percebemos quantos prejuízos isso nos impõe

- Não enxergamos o quanto deixamos de oferecer ao mundo, o que temos de melhor quando não falamos às pessoas quão importantes são em nossas vidas ou o quanto as amamos, por temor de sermos rejeitados. Esse comportamento produz uma falência em nossa alma, afinal, a vivência dos bons sentimentos nos alimenta e nos fortalece

- Temos preocupação de nos entregar, pois o “Ego Imaturo” busca garantias descabidas para não sofrer, como se isso fosse possível em um mundo inferior como o nosso

- Ambicionamos a recompensa, o reconhecimento, o acolhimento, sem correr o risco da rejeição ou do mau entendimento, pois queremos retornos antes mesmo de fazer investimentos

- Vivemos em uma sociedade carente, em que desejamos nos sentir amados, aguardando alguém que nos faça sentir especiais, esquecendo que o que nos faz sentir preenchidos e satisfeitos não está ligado ao quanto somos amados, mas sim ao quanto amamos, e adentramos um ciclo pernicioso, onde quanto menos oferecemos nosso amor, aguardando os outros, menos nos sentimos amados

- O Ego doente pela excentricidade fica refém do mundo exterior que lhe dá um suposto sentido e uma sensação de valor, andando cambaleante entre o pavor de expressar seus aspectos positivos e sofrer, seja pela rejeição, pelo abandono ou pela frustração, e o de exprimir seus aspectos negativos e viver as mesmas experiências de rejeição, abandono e frustração

- E, por estar numa fase de imaturidade, em vez de enfrentar essa emoção para descobrir seu verdadeiro valor, esconde-se sob o pretexto da timidez, da simplicidade, da humildade, da introversão

- Temos medo de pedir desculpas, ou perdão e não sermos atendidos; de nos voluntariarmos para algum trabalho e não darmos conta ou decepcionarmos os outros; de nos declararmos Espíritas e não sermos compreendidos

- Temos certeza que seremos rejeitados por sermos quem somos além das aparências, e por isso criamos máscaras que não condizem com nossa intimidade. Também, obviamente, por não expormos nosso lado frágil, deixamos de receber o acolhimento, o aconchego e a amorosidade que desejamos

- Ficamos ansiosos na realização de uma oração em público, de uma palestra ou da coordenação de uma atividade. Isso revela quanto ainda somos movidos pelo “Ego Adoecido” que está mais preocupado com seu desempenho e a avaliação do mundo, receando ser criticado ou condenado, do que com a atenção e a entrega à tarefa em si


1.5 -  DESCENDO DO TOPO

- Esses medos são danosos porque revelam que nos colocamos num lugar mais alto do que de fato estamos, e temos medo de abdicar dessa ilusão de quem não erra, de perfeição, de ser dono do saber, de ser amado por todos, mas essa pessoa não existe, por isso, dizemos que o Ego está adoecido, afinal, recusa-se a aceitar seu verdadeiro lugar de impermanência e insignificância no mundo

- A perspectiva do cultivo das emoções não pressupõe enfrentamento e exposição imediata, impositiva e impensada, como alguém que se livra de um problema

- Quando cultivamos essa emoção adequadamente, não damos espaço para que as preocupações ligadas à sobrevivência do “Ego Adoecido” sejam alimentadas, do mesmo jeito as plantas indesejadas no jardim

- Se não for cuidado, como o jardineiro que abandona sua tarefa, ele tomará conta do canteiro, gerando destruição. Porém não devemos ataca-lo sem critérios, a golpes desgovernados de foices, sob o risco de decepá-lo e nos expormos demasiadamente, gerando traumas e dores profundas que seriam desnecessárias

- Precisamos mostrar para nós mesmos, gentilmente, que as situações de exposição às quais o medo nos paralisa, mais que barreiras e possibilidades de aniquilação da aparência, são oportunidades de crescimento interior e de realização divina

- Quando somos dominados por esse “Ego Adoecido”, por medo de perder o falso predomínio, deixamos de cumprir com nossas responsabilidades mais profundas perante Deus, abandonando nossos propósitos divinos e, por fim, destruímos nosso sentido existencial

- Confiar no Pai e se entregar às experiências e convites da vida é o método mais seguro para a transformação moral. Por isso Joanna de Ângelis seja tão direta : “A mais excelente terapia contra o medo e a ansiedade é a irrestrita confiança em Deus, que criou a vida com objetivos elevados


2 - LIVRO : “REFLETINDO A ALMA (Núcleo de Estudos psicológicos Joanna de Ângelis)

- Joanna de Ângelis no livro “Diretrizes para o Êxito”, relaciona seis tipos básicos de medo : o medo da morte, da velhice, da doença, da pobreza, da crítica e da perda de afeto profundo

- Ela afirma que todos eles decorrem da insegurança pessoal remanescentes dos conflitos originados em comportamentos infelizes que deram lugar a transtornos de significado especial

- No medo também pode haver a interferência do EGO desajustado, tornando essa emoção prejudicial

- O medo pode ser positivo e necessário quando se refere à sobrevivência do ser, sendo útil quando nos alerta de cuidados que devemos tomar, de precauções em determinadas situações, a ponto de algumas pessoas o descreverem como um sexto sentido

- No entanto, queremos nos referir a um medo que não está ligado à sobre vivência do ser, e sim à sobrevivência do EGO. Por exemplo : O medo de falar em público, que, obviamente não está correndo o risco de vida, principalmente se estiver num ambiente familiar como a Casa Espírita; o medo de fazer uma prece ou uma leitura; medo de expressar seu afeto; medo de pedir desculpas, perdão; medo de amar e não ser correspondido; medo de tentar e não lograr; o medo de ser rejeitado

- A necessidade imperiosa de sobrevivência do EGO criam uma barreira impeditiva do desenvolvimento das potencialidades

- Toda vez que o EGO se expande ou toma conta do sujeito, toda vez que determina o comportamento do homem e age por si mesmo apenas em função do seu prazer, impede que a parte divina existente em nós se manifeste, ou seja, impede que o SELF nos conduza ao equilíbrio, à autorrealização


3 - LIVRO : “MEDO - A FRAUDE QUE NOS APRISIONA (Josué Douglas Rodrigues)

3.1 - ORIGEM DO MEDO

- A morte e, por conseguinte, a hipótese da imortalidade, ocupou e ocupa sempre um dos lugares na mente das criaturas humanas, de forma indistinta, desde os primórdios da história humana

- O desconhecido e as incertezas, por sua própria natureza oculta, já trazem, muitas vezes, o medo e, como vimos, a morte sempre esteve cercada de fantasias e mistérios, encontrando-se nela, a origem de quase todos nossos medos

- Por exemplo : o ato de caminhar sozinho, em meio à mata escura, provoca medo porque, em última instância, traz consigo a possibilidade de perdermos a vida de alguma forma

- Mais adiante, veremos que o medo da velhice, e consequente rejeição que a mesma pode acarretar, assim como o medo de sermos obrigados a viver sem recursos materiais, o que na sociedade moderna se traduz por pobreza, as fobias, em geral, e os mecanismos de defesa do EGO, encontram-se, todos, ancorados em nosso inconsciente e nele vinculados ao medo da morte

- Tipos de incertezas contidas na morte e que causam medo

(1) Possibilidade de cairmos na inexistência total
(2) Possibilidade de continuarmos a existir, de alguma maneira, mas abrindo mão de nossa individualidade, diluindo-nos em pó do universo
(3) Ficarmos privados de tudo aquilo que nos dá prazer, de nossos afetos
(4) Possibilidade de continuarmos a existir de alguma maneira, mas num local ou num estado de sofrimento temporário ou eterno, como forma de punição
(5) Possibilidade de sentirmos dor ou de termos que enfrentar sofrimentos físicos no momento da morte

- O temor provocado pela morte não é somente o temor de nossa própria morte, mas da morte de nossos entes queridos

- Verificamos a presença da morte por trás dos medos humanos, e podemos perceber que isso ocorre na medida em que consideramos a morte como um final ou uma interrupção brusca em tudo o que nós (ou nossos entes queridos) somos



4 - LIVRO : “EMOÇÕES QUE CURAM” (Ermance Dufaux, psicografia de Wanderlei Soares de Oliveira”

CAP 5 - MEDOS INDICADORES DE CRENÇAS LIMITADORAS

- Uma longa trajetória na possessividade gerou na nossa mente o reflexo do apego a crenças ilusórias de grandeza e importância pessoal

- Sair desse patamar interno de acreditar sermos maior do que realmente somos e ter de assumir nossa verdadeira estatura espiritual pode tornar-se uma travessia de dores e conflitos amargos

- O desapego às nossas convicções pode ser comparado à delicada cirurgia na intimidade da alma e traz como principal consequência o medo, sobretudo o medo de perder quem achávamos que éramos, de perder personalidades ilusórias repletas de verdades falsas sobre a vida e sobre o viver

- Sob uma perspectiva transpessoal, o medo é um excelente indicador de que existe algo a ser descoberto, enfrentado e transformado em nós, sendo um sentimento mobilizador cuja função no cosmo emocional é proteger e também instigar atitudes diante de pressões ou ameaças

- Sendo o medo uma reação natural e necessária, aquilo que fazemos com ele é que pode se tornar um problema

- Entre as certezas que mais necessitam de reciclagem e que podem acionar o medo com intensidade estão as chamadas crenças de identidade, isto é, aquelas que criam uma percepção do valor e da estima pessoal

- São as que mais sofrimentos têm causado ao ser humano, pois, sob gerência de padrões de desvalor e de não merecimento, os sentimentos e pensamentos aprisionam a vida psíquica e emocional no estado de baixa autoestima

- A baixa autoestima é um processo psíquico automático reforçado no período da infância, mas que, na maioria dos Espíritos reencarnados na Terra, é um diagnóstico construído ao longo de milênios

- Esse estado psíquico e emocional de desamor em relação a si mesmo é um efeito desse apego milenar ao comportamento egoísta

- A necessidade compulsiva de elaborar um autoconceito superdimensionado de nós mesmos terminou por trazer um efeito contrário, levando-nos a essa sensação de menos valia e vazio interior

- O medo surge exatamente quando assumimos nossas necessidades e tomamos contato com o sombrio dentro de nós, quando reconhecemos as nossas reais e profundas necessidades de buscar a realidade e abandonar essas máscaras tóxicas, que já não servem mais para o prazer e para a realização pessoal

- Desapagar-se das crenças que estruturavam um edifício de ilusões é o mesmo que navegar por um mar revolto, sem rota, sem farol e sem direção

- Para tornar esse caminhar menos doloroso e mais consciente, será necessária a descoberta de quais crenças nossos medos indicam

- Cada medo pode ser um indício daquilo que devemos reciclar

(1) No medo de sofrer, pode estar enraizado a crença de que não merecemos o prazer

(2) No medo de aproveitar as boas coisas da vida, pode estar gravada a crença de que a vida só tem valor legítimo quando as conquistas vêm pela dor e pelo sacrifício

(3) O medo de experimentar romper seus limites, pode abrigar-se a crença do castigo para quem não se conduz conforme os padrões

(4) No medo de errar, camufla-se a crença da incompetência ou do perfeccionismo

(5) No medo do desamparo, costuma-se esconder a crença de que o amor alheio é mais importante do que o autoamor

(6) No medo de estabelecer limites, quase sempre está a crença em nossa infalibilidade

(7) No medo de nossa fragilidade, abriga-se a crença de que temos de dar conta de tudo

(8) O medo de perder pode trazer embutida a crença de que somos culpados pelas conquistas que fazemos

(9) No medo de ser quem somos, quase sempre está a crença de que ser diferente é um mal


 5 - LIVRO : “O HOMEM INTEGRAL” (Joanna de Ângelis)

- O medo assalta o homem, empurrando-o para a violência irracional ou amargurando-o em profundos abismos de depressão

- Encarcerando-se, cada vez mais, nos receios justificáveis do relacionamento instável com as demais pessoas, surgem as ilhas individuais e grupais para onde fogem os indivíduos, na expectativa de equilibrarem-se, assumindo, sem darem-se conta, um comportamento alienado, que termina por apresentar-se igualmente patológico

- Essas precauções para resguardar-se, poupar a família aos dissabores dos delinquentes, fazem o homem emparedar-se no lar ou aglomerar-se em clubes com pessoal selecionado, perdendo a identidade em relação a si mesmo, ao seu próximo

- A nova geração perdeu a confiança nas afirmações do passado e deseja viver novas experiências ao preço da alucinação, como forma escapista de superar as pressões que sofre, impondo diferentes experiências

- Na luta furiosa, as festas ruidosas, as extravagâncias de conduta, os desperdícios de moedas e o exibicionismo com que algumas pessoas pensam vencer os medos íntimos, são atitudes patológicas decorrentes da fragilidade emocional para enfrentar os desafios externos e internos

- A anarquia então impera, numa volúpia destrutiva, tentando apagar as memórias do ontem, enquanto implantam a tirania do desconcerto

- Os seus vultos expressivos são imaturos e alucinados, em cuja rebelião pairam o oportunismo e a avidez. Procedentes dos guetos morais, querem reverter a ordem que os apavora, revolucionando com atrevimento, face ao insólito (não se adapta às regras), o comportamento vigente

- O excesso de tecnicismo com a correspondente ausência de solidariedade humana produziram a avalanche dos receios

 - A superpopulação tomando os espaços e a tecnologia reduzindo as distâncias arrebataram a fictícia segurança individual, que os grupos passaram a controlar, e as consequências da insânia que cresce são imprevistas

- Urge uma revisão de conceitos, uma mudança de conduta, um reestudo da coragem para a imediata aplicação no organismo social e individual necrosado

- Todavia, é no cerne do ser, o Espírito, que se encontram as causas matrizes desse inimigo rude da vida que é o medo

- Os fenômenos fóbicos procedem das experiências passadas-reencarnações fracassadas- nas quais, a culpa não foi liberada, face ao crime haver permanecido oculto, ou dissimulado, ou não justiçado, transferindo-se a consciência faltosa para posterior regularização

- Ocorrências de grande impacto negativo, pavores, urdiduras (tramas) perversas, homicídios programados com requinte de crueldade, traições infames sob disfarces de sorrisos, produziram a atual consciência de culpa, de que padecem muitos atemorizados de hoje, no inter-relacionamento pessoal

- O medo é fator dissolvente na organização psíquica do homem, predispondo-o, por somatização, a enfermidades diversas que aguardam correta diagnose e especifica terapêutica

- À medida que a consciência se expande e o indivíduo se abriga na fé religiosa racional, na certeza da sua imortalidade, ele se liberta, se agiganta, recupera a identidade e humaniza-se definitivamente, vencendo o medo e os seus sequazes (integrantes de um grupo) de ontem ou de agora



6 - DIRETRIZES PARA O ÊXITO (Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Pereira Franco)

- todos os tipos de medo decorrem da insegurança pessoal remanescente dos conflitos originados em comportamentos infelizes que deram lugar a transtornos de significado especial

- Não compreendendo a vida como uma realidade constituída por etapas delineadas com firmeza no corpo somático e fora dele, o indivíduo vê na conjuntura material a única realidade, sem a qual tudo é desconhecido ou impossível de existir

- Experimentando as sensações com imenso agrado, as emoções que o visitam ainda são decorrentes dos prazeres a que se entrega, qual fosse a existência um banquete sem fim

- Graças a essa contextura, aquele indivíduo que não se firma em conceituação imortalista, aquela que demonstra a perenidade, a infinitude da vida, faculta-se a instalação do medo nos sentimentos, essencialmente o da morte, da interrupção do gozo carnal

- Detivesse-se o ser humano a meditar em torno do processos existencial e sua colocação no universo, e compreenderia que, pelo fato de existir, a sua não pode ter sido a origem no acaso e a sua não é a finalidade de extinção

- Nesse contexto, o sentimento de amor é-lhe imanente e, desdobrado, transforma-se em vigorosa capacidade para cultivar a esperança e superar-se, bem como a fé para o conseguir

- A autoconfiança é-lhe o passo imediato, abrindo-lhe perspectivas formosas para a conquista da anelada plenitude

- A interferência dos medos básicos no indivíduo centraliza-se na incerteza mantida em torno do fenômeno da morte, do que ocorre depois da disjunção molecular, da sobrevivência ou não

- A fatalidade do ser é atingir a harmonia completa na imortalidade de que se encontra investido

- A dúvida a esse respeito, a negação dessa realidade facultam-lhe o elenco (lista) proporcionador de outras expressões fóbicas, como o receio da velhice inevitável, caso não ocorra antes a desencarnação


- O medo das doenças encontra-se também enraizado na mesma reflexão de que elas conduzem à morte, assim produzindo o terrível conflito

- O número de jovens saudáveis que morrem a cada momento é muito grande, especialmente nas metrópoles , vitimados pela imprevidência e precipitação, pela imaturidade e desequilíbrio comportamental

- Ainda na mesma área de incorreta reflexão, surge o medo da pobreza, respaldando-se no conceito de que o dinheiro compra a saúde e quase confere a imortalidade, pensando-se que a falta de recursos econômicos abrevia a existência física, em razão de não se dispor dos  meios hábeis para atender os fenômenos desgastantes e fatais das enfermidades

- O anseio por conseguir o respeito da família e da comunidade onde se movimenta, e as dificuldades para permanecer irretocável ensejam espaços emocionais para recear a agressão inevitável  da crítica pertinaz

- Por fim, o medo de perder um afeto legítimo constitui fator de desarmonia ainda resultante da desestruturação emocional

- E os medos multiplicam-se, especialmente na atualidade, em razão da insegurança que campeia em todos os setores do comportamento, proporcionando o receio de perder-se o emprego, o pavor da agressividade e da violência urbana, a angústia da destruição provocada pelas guerras, pelas calamidades sísmicas, pelos acidentes de vária ordem, a incerteza quanto às amizades reais e incompreensão generalizada mediante essas múltiplas ameaças

- Com Jesus, no entanto, adquire-se a segurança para vencer-se quaisquer  tipos de enfrentamento, em particular, os diversos medos, já que a comunhão com Ele proporciona autoconfiança

- Em face dos Seus ensinamentos, o medo da morte e de todos os seus sequazes desaparece, tendo em vista a Sua conclamação, ao asseverar que todo aquele que nEle crê, mesmo morrendo viverá em clima de felicidade, embora os outros também, os que não creiam, viverão em outro clima emocional

- Medita nEle, nas Suas palavras e ações, descobrindo  que o medo é transtorno, distúrbio momentâneo que cederá passo à autoconfiança e à paz que defluem da irrestrita entrega ao  Bem a ao Amor



7 - LIVRO: “ AS DORES DA ALMA” (Hammed, psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto)

- O resultado do medo em nossas vidas, será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade, pois quem decidirá como e quando devemos atuar será a atmosfera do temor que nos envolve

- Ancorados pelo receio e pela desconfiança, criamos resistências, obstáculos e tropeços que nos impedem de avançar, passando, então, a não viver novas experiências, não receber novos pensamentos e não fazer novas amizades, estacionando e dificultando nossa caminhada e progresso íntimo

- Modela e forma a nossa Sombra tudo aquilo que nós  não admitimos ser, tudo o que não queremos descobrir dentro de nós, tudo o que não queremos experimentar e tudo o que não reconhecemos como verdadeiro em nossa próprio caráter

- Sombra é um conceito Junguiano para designar a soma dos lados rejeitados da realidade que a criatura não quer admitir ou ver em si mesma, permanecendo, portanto, esquecidos nas profundezas da intimidade

- Por medo de sermos vistos como somos, nossas relações ficam limitadas a um nível superficial, resguardando-nos e fechando-nos intimamente para sentir-nos emocionalmente seguros

- As coisas ignoradas geram mais medo do que as conhecidas, pois recusar-se a aceitar a diversidade de emoções e sentimentos de nosso mundo interior nos levará a viver sem o controle de nossa existência, sem ter nas mãos as rédeas de nosso destino

- Muitas criaturas têm medo de si mesmas. Desvendar, gradativamente, nossa “geografia interna”, nosso próprio padrão de carências e medos, proporciona-nos uma base sólida de auto-confiança

- O ato de arrependimento nada mais é do que perceber nosso lado inadequado, podendo ser visto como a nossa tomada de consciência de certos elementos que negávamos, projetando-os para fora ou reprimindo-os em nossa sombra

- O ato de arrependimento é um antídoto contra o medo. Quem se arrependeu é porque examinou suas profundezas e descobriu que seus desejos e tendências nada mais são a todos os seres humanos que impulsos comuns, e também porque aprendeu que é simplesmente humano, falível e nem melhor nem pior do que os outros

- As manifestações decorrentes de nossa “Sombra” são projetadas por nós mesmos de forma anônima no mundo, sob o pretexto de que somos vítimas, porque temos medo de descobrir em nós a verdadeira fonte dos males que nos alcançam no dia-a-dia

- Os chamados “tiques nervosos” nada mais são do que impulsos compulsivos de atos ou a contração repetitiva de certos músculos, desenvolvidas de forma inconsciente, para não tomarmos consciência dos conteúdos emocionais que reprimimos em nossa Sombra

- Os “tiques” são compulsões motoras para aliviar emoções e funcionam como verdadeiros “tapumes energéticos” para conter sentimentos emergentes

- A técnica funciona da seguinte maneira : enquanto o indivíduo se distrai com o tique, não deixa vir à consciência o que reprimiu, por considerá-lo feio e pecaminoso

- O somatório dessas emoções negadas nos causa medos inexplicáveis que nos oprimem, afastando-nos do verdadeiro arrependimento e prejudicando o nosso crescimento interior

- O medo indefinido provém da repressão de impulsos considerados inaceitáveis que existem dentro de nós, da ausência de contrição (arrependimento) de nossas faltas, da não admissão de nossos erros, descompensando nosso corpo energeticamente com o peso dos fardos do temor e do pânico



 8 - LIVRO : “CONFLITOS EXISTENCIAIS” (Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco)

8.1 - PSICOPATOLOGIA DO MEDO

- Os erros e crimes praticados durante a fase inicial de conquista da razão e do discernimento, em fase do despertar da consciência, ressumam (surgem) dos arquivos profundos do Self e reaparecem na personalidade com imposição constrangedora, tornando-se inevitável a instalação mortificadora da consciência de culpa que, inconscientemente, induz ao medo

- Trata-se de medo absurdo, tornando-se, não raro, uma patologia que pode desencadear síndromes do pânico ou transtornos depressivos graves

- Fatores endógenos e exógenos que respondem pela presença do medo

- No primeiro caso, os comportamentos infelizes de reencarnações anteriores imprimem-no nos refolhos do períspirito que, por sua vez, instala no inconsciente profundo as matrizes do receio de ser identificado, descoberto como autor dos danos que foram produzidos noutrem e procurou ignorar, mascarando-se de inocente

- Nesse sentido, podemos incluir as perturbações de natureza espiritual, em forma de sutis obsessões, consequências daqueles atos inditosos que ficaram sem regularização no passado

- No segundo caso, as atitudes educacionais no lar, os relacionamentos familiares agressivos, o desrespeito pela identidade infantil, as narrativas apavorantes nas quais muitos adultos se comprazem atemorizando as crianças, os comportamentos agressivos das pessoas desenvolvem medos que adquirem volume à medida que o crescimento mental e emocional amplia a capacidade de conduta do educando

- Grande parte da mídia (lixo) que se compraz em exaltar o esdrúxulo (anormal), o agressivo ao contexto social, o crime, contribui para a alucinação de alguns enfermos perversos que se sentem estimulados à prática de arbitrariedades, assim como desenvolve o medo da convivência, do relacionamento com outros indivíduos, sempre vistos como futuros agressores



8.2 - ERRADICAÇÃO DO MEDO

- A consciência de que se é portador do medo e se está disposto a enfrentar-lhe as nuanças e manifestações, apresenta-se como um passo inicial de excelentes resultados

- A grande terapia para todos os tipos de medo é a do amor. O amor a si mesmo, ao seu próximo e a Deus

- O amor a si mesmo considerando a utilidade da existência e o que a vida espera de cada um.

- O amor ao próximo expressa-se mediante o qual a vida adquire sentido e o relacionamento se vitaliza, porque centrado no interesse pelo bem-estar do outro, irradia-se bondade e ternura em seu benefício, sem o propósito negocista de receber-se compensação

  O amor é o antídoto eficaz para a superação do medo e a sua consequente eliminação, pois quando ama, o ser enriquece-se de coragem

- Em face disso, a escolha é de cada um : o medo ou ao amor, já que os dois não convivem no mesmo espaço emocional, pois sempre que o medo permaneça, mais medo se acumula




9 - LIVRO : “ O SER CONSCIENTE (Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco)

MEDO E MORTE

- Os mecanismos de evasão do EGO mascaram a realidade do SELF, normalmente receoso de emergir e predominar, o que é a sua fatalidade

- São inumeráveis os fatores preponderantes como predisponentes nas psicopatologias do medo, responsáveis por estados lamentáveis na criatura humana

- Insinua-se o medo de forma sutil, aparentemente lógica, tomando conta das paisagens da psique, como insegurança tormentosa povoada de pesadelos hórridos (horrorosos), que levam a alucinação e impulsos incontroláveis de fuga até mediante o concurso da morte

- Na psicogênese, porém, dos estados fóbicos em geral, não se pode descartar a anterioridade existencial do ser, em Espírito, peregrino que é de inumeráveis reencarnações, cuja história traz escrita nas tecelagens intricadas da própria estrutura espiritual

- Comportamentos irregulares, atividades lesadoras, ações perversas ocultas que não foram desveladas, inscrevem-se na consciência profunda como necessidade de reparação, que ressurgem desde a nova concepção, quando ocorrem os fatores que os despertam, permitindo-lhes a imersão do inconsciente, e passam a trabalhar o ser real, levando-o da insegurança inicial ao medo perturbador

- O autodescobrimento é a terapia salutar para que sejam identificadas as causas geradoras e, ao mesmo tempo, a conscientização de quais recursos se pode utilizar para a liberação

- Ao lado das terapias acadêmicas, conforme a etiopatogenia (estudo das causa das doenças) do medo em cada criatura, a renovação pessoal pelo otimismo, a autoestima, o hábito das ideações (criar ideias) elevadas, da oração, da meditação, constituem eficientes recursos curativos para o auto-encontro, a paz interior

- Entre as várias expressões de medo ressalta o da morte, herança atávica (passada) dos arquétipos ancestrais, das religiões castradoras e temerárias, dos cultos bárbaros, das conjunturas do desconhecido, das imagens mitológicas que desempenharam no tecido social as impressões do temor, das punições eternas para as consciências culpadas, dos horrores inomináveis que o  ser humano não tem  condições de digerir




10 - LIVRO : “AMOR, IMBATÍVEL AMOR” ( Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco )

 MEDO DE AMAR

- Como o amor constitui um grande desafio para o SELF, o indivíduo enfermiço, de conduta transtornada, inquieto, ambicioso, vítima do egotismo(exacerbação do Ego), evita amar, a fim de não se desequipar dos instrumentos nos quais oculta a debilidade afetiva, agredindo ou escamoteando-se em disfarces variados

- O amor é mecanismo de libertação do ser, mediante o qual todos os revestimentos da aparência cedem lugar ao Si Profundo, despido dos atavios (enfeites) físicos e mentais, sob o qual o EGO se esconde

- O medo de amar é muito maior do que parece no organismo social

- As criaturas vitimadas pelas ambições imediatistas, negociam o prazer que denominam como amor ou impõem-se ser amadas, como se tal conquista fosse resultado de determinados condicionamentos ou exigências, que sempre resultam em fracasso

- O amor está presente no relacionamento existente entre pais  e filhos, amigos e irmãos, mas também, se expressa no sentimento do prazer, imediato ou que venha a acontecer mais tarde, em forma de bem-estar

- Não se pode dissociar o amor desse mecanismo do prazer mais elevado, mediato, aquele que não atormenta nem exige, mas surge como resposta emergente do próprio ato de amar

- Quando o amor se instala no ser humano, de imediato  uma  sensação  de prazer  se lhe apresenta natural, enriquecendo-o de vitalidade e de alegria com as quais adquire resistência para a luta e para os grandes desafios, aureolado de ternura e de paz

- No medo de amar, estão definidos os traumas de infância, cujos reflexos se apresentam em relação às demais pessoas como projeções dos tormentos sofridos naquele período, podendo, também, resultar de insatisfação pessoal, em conflito de comportamento por imaturidade psicológica, ou reminiscência de sofrimentos, ou nos seus usos indevidos em reencarnações transatas (passadas)

- Quando se é carente, essa necessidade torna-se tormentosa, deixando de expressar o amor real pata tornar-se desejo de prazer imediato, consumidor

- Se for estabelecida uma dependência emocional, logo o amor se transforma e torna-se um tipo de ansiedade que se confunde com o verdadeiro sentimento

- Eis porque, muitas vezes, quando alguém diz com aflição “eu amo”, está tentando dizer “eu necessito de você”, que são sentimentos muito diferentes

- O medo de amar também tem origem no receio de não merecer ser amado, o que constitui um complexo de inferioridade

- O medo, pois, de amar, pelo receio de manter um compromisso sério, deve ser substituído pela busca da afetividade, que se inicia na amizade e termina no amor pleno

- Tal sentimento é agradável pela oportunidade de expandir-se, ampliando os horizontes de quem deseja amigos e torna-se companheiro, desenvolvendo a emoção do prazer pelo relacionamento desinteressado, que se vai alterando até se transformar em amor legítimo

- Indispensável, portanto, superar o conflito do medo de amar, iniciando-se no esforço de afeiçoar-se a outrem, não gerando dependência, nem impondo condições