domingo, 25 de setembro de 2011

Livro : "As dores da alma"

AS DORES DA ALMA

(HAMMED / FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO)

1 - AS DORES DA ALMA (Hammed)

- Em nossos apontamentos, denominamos os “Sete Pecados Capitais” como as “dores da alma”. São eles : o orgulho, a preguiça, a raiva, a inveja, a gula, a luxúria e a avareza. E verdade, os “pecadores precisam mais de auto-análise, reparação e tratamento do que de condenação, repressão ou castigo

-Entendemos que as “dores da alma” são fases naturais da evolução terrena, nas quais estagiam todos os seres em crescimento espiritual, aprendendo a usar, convenientemente, seus impulsos inatos ou forças interiores


1 - CRUELDADE

- De todas as violências que padecemos, as que fazemos contra nós são as que mais nos fazem sofrer

- Em razão de nossa fragilidade interior e de nossos sentimentos de inferioridade, aparece o temor, que
nos impede de expressar nossas mais íntimas convicções, dificultando-nos falar, pensar e agir com
espontaneidade ou descontração

- Essa atmosfera virtuosa que envolve os que buscam ser sempre admirados e aceitos deve-se ao papel
que representam incessantemente de satisfazer e de contentar a todos, em quaisquer circunstâncias

- A timidez pode ser considerada uma auto crueldade, pois o acanhado vigia-se e, ao mesmo tempo vigia
os outros, vivendo numa auto prisão

-Em razão de ser aceito por todos, ele não defende sua vontade, mas sim a vontade das pessoas

-Pensando que há algo de errado com ele, não desenvolve a autoconfiança e, continuamente, se esconde
por inibição

- É preciso estabelecermos padrões de auto-respeito, aprendendo a dizer “não sei”, “não compreendo” ,
“não concordo” e “não me importo”

- Esquecem-se de que os erros são significativas formas de aprendizagem das coisas

- Quem busca consenso, crédito e popularidade não julga seus comportamentos por si mesmo, mas pro-
cura, ansiosamente, as palmas dos outros

- O único modo de alcançar a felicidade é viver, particularmente, a própria vida. “Pertencer-se a
mesmo”, é exercer a liberdade de não precisar conciliar as opiniões dos homens e de livrar-se das
amarras da tirania social, da escravidão do convencionalismo religioso, das vulgaridades do
consumismo, da constrição de ser dependente, enfim, do medo do que dirão os outros

- A solução para a auto crueldade será a nossa tomada de consciência de que temos a liberdade por
“ direito que vem da natureza”

- Não poderíamos deixar de registrar o fanatismo e o autoritarismo da “Santa Inquisição”, também
conhecida como o “Santo Ofício”, criada em 1233 pelo papa Gregório IX, que entrou para a história
como uma das mais brutais demonstrações de ferocidade e violência contra os direitos humanos

- As faculdades do homem estão em estado latente, em essência somos todos unos com a perfeição
divina que habita em nós. Um traço comum em toda a natureza é a evolução, pois evoluir é a grande da
vida

- Cada ato de agressividade que ocorre neste mundo tem como origem básica uma criatura que ainda não
aprendeu a amar e por trás de todo o ato de crueldade, sempre existe um pedido de socorro. Precisamos escutar esse apelo inarticulado e dissolver a violência com nossos gestos de amor


2 - ORGULHO

- Nosso orgulho quer transformar-nos em super-homens, fazendo-nos sentir “heroicamente estressados”,
induzindo-nos a ser cuidadores e juízes dos métodos de evolução da Vida Excelsa e, com arrogância,
nomear os outros como desprezíveis, ociosos, improdutivos e inúteis, podendo “agir no processo”,
nunca “forçar o processo” ou criticar o seu andamento

- Não devemos ditar novas regras aos indivíduos, mas fazer com que eles tomem consciência de seus
valores internos (senso, emoções e sentimentos)

- Os indivíduos portadores de uma personalidade orgulhosa se apoiam em um princípio de total
submissão às regras e costumes sociais, bem como os defendem energicamente

- Eles utilizam-se de um impetuoso interesse por tudo aquilo que se convencionou chamar de certo e
errado, porque isso lhe proporciona uma fictícia “cartilha do bem”, em que, ao manuseá-la, possam
encontrar os instrumentos para manipular e dominar e, assim, se sintam ocupando uma posição de
inquestionável autoridade

- Nos meios religiosos, não somente representam papéis de virtuosos, como também acreditam que o são

- Exigem e esperam obediência absoluta, são super preocupados com exatidão, ordem e disciplina,
irritando-se com pequenos gestos que fujam aos padrões preestabelecidos

- Possuem uma inclinação compulsiva ao puritanismo e a compulsão de querer controlar a vida alheia é
fruto do nosso orgulho

- Muitos de nós convivemos com indivíduos que tentam cuidar de nosso desenvolvimento espiritual,
impondo controle excessivo e disciplina perfeccionista. São “censuradores morais”, incapazes de
compreender as dificuldades alheias





3 - IRRESPONSABILIDADE

- Vivemos constantemente colocando nossas necessidades em segundo plano e, ao mesmo tempo, nos esquecemos de que a maior de todas as responsabilidades é aquela que temos para com nós mesmos

- Os acontecimentos exteriores de nossa vida são o resultado direto de nossas atitudes internas. A princípio, podemos relutar para assimilar e entender esse conceito, porque é melhor continuarmos a acreditar que somos vítimas indefesas de forças que não estão sob a nosso controle

- Nossa existência se faz através de um processo interminável de escolhas sucessivas

- O amadurecimento do ser humano inicia-se quando cessam suas acusações ao mundo, entretanto, há indivíduos que se julgam perseguidos por um destino cruel e censuram tudo e todos, menos eles mesmos, recusando a responsabilidade por suas desventuras, atribuindo a culpa às circunstâncias e às pessoas

- Algumas criaturas aprenderam, desde a infância, o senso dos limites com pais amadurecidos e isso as mantem firmes e saudáveis dentro de si mesmas. Outras, porém, não. Limites são o portal dos bons relacionamentos, tendo como objetivo nos tornar firmes e conscientes de nós mesmos, a fim de sermos capazes de nos aproximar dos outros sem sufocá-los ou desrespeitá-los. Visam também a não confiar em nós mesmos

- Ser responsável é assumir as experiências pessoais, para atingir uma real compreensão dos desenganos. Não existem “vítimas da fatalidade”, pois nós mesmos é que somos os promotores do nosso destino. Somos a causa dos efeitos que ocorrem em nossa existência

- Os Espíritos sábios afirmam que a mudança de nosso destino somente ocorre quando, realmente, assumimos a responsabilidade por nossa vida, usando de determinação e vontade. Essa transformação, entretanto, não é realizada de um momento para o outro, mas é o produto de uma sequência de escolhas ao longo de inumeráveis experiências e acontecimentos

- O indivíduo que não aceita a responsabilidade por seus atos e, constantemente, cria álibis e recorre a dissimulações, culpando os outros, é denominado imaturo

- A fase primordial da vida se inicia na total inconsciência e, a partir de então, o princípio inteligente progride de maneira gradativa e constante rumo a uma cada vez maior consciência de si, isto é, à crescente iluminação de suas faculdades e atividades íntimas. As criaturas começam a notar primeiramente os princípios que lhe parecem vir de fora e, depois, no decorrer de seu progresso espiritual, percebem que tudo se encontra em sua intimidade. Não é o mundo que se transforma. O que acontece é que elas mudam de níveis de consciência, alterando o mundo em si mesmas. Em virtude disso, Léon Denis resumiu que o psiquismo dorme no mineral, sonha no vegetal, sente no animal, pensa no hominal e, por fim, atinge vasta habilidade intuitiva na fase angelical


4 - CRITICA

- Por projeção psicológica entende-se a atitude de perceber nos outros, com certa facilidade, nossos conflitos e dificuldades, com recusa, no entanto, de vê-los em nós mesmos

- Os paranoicos relacionam qualquer acontecimento do mundo consigo mesmos, ou, melhor dizendo, desvirtuam a realidade dos fatos, trazendo para o nível pessoal tudo o que ocorre em sua volta
- Tudo o que criticarmos, veementemente, no exterior encontraremos em nossa intimidade. Isso nos leva a entender que o ambiente em que vivemos é, em verdade, um espelho onde nos vemos exata e realmente como somos

- Tudo o que, realmente, estamos vivenciando no presente é aquilo que estamos precisando neste momento. Todo conhecimento, informação, acontecimento ou aproximação de que verdadeiramente precisamos, por certo, vivenciaremos

- Nossas afirmações diante da vida retornarão sempre de maneira inequívoca. Carmas são estruturados não somente sobre nossos feitos e atitudes, mas também sobre nossas sentenças e juízos, críticas e opiniões

- Atos ou palavras, repetidas sucessivamente, voltarão ecoando sobre nós mesmos; São “veredictos” resultantes de nossas apreciações e estimativas vivenciais

- Todas as nossas suspeitas sistemáticas têm raízes na falta de confiança em nós mesmos, e não nos outros, por isso :

(1) Se criticamos o comportamento sexual alheio, podemos estar vivendo enormes conflitos afetivos dentro do próprio lar
(2) Se tememos a desconsideração, é possível termos desconsiderado alguma coisa muito significativa dentro de nossa intimidade
(3) Se desconfiarmos de que as pessoas querem nos controlar, provavelmente não estamos na posse do comando de vida interior
(4) Se condenarmos a hipocrisia dos outros, talvez não estejamos sendo leais com nossas próprias vocações e ideais

- A crítica nociva é característica de indivíduos que não realizam nada de importante, não enfrentam desafios nem se arriscam a mudanças. Os verdadeiros realizadores deste mundo não têm tempo para censuras e condenações, pois estão sempre muito ocupados na concretização de suas tarefas

- A crítica pode ser construtiva e útil. Cada um de nós pode, livremente. Optar entre o papel de ironizar e o de realizar. Ela pode ser empregada como forma de inocentar-nos da responsabilidade de nossa própria ineficiência e de atribuir nossas frustrações e fracassos aos que, realmente, são criativos e originais

- Em muitas ocasiões, em decorrência das emoções patológicas, é perfeitamente possível pessoas
sentirem-se humilhadas, vendo atitudes de arrogância e insulto onde não existem

- No mundo interior das críticos implacáveis, pode existir uma intimidação, originalmente adquirida na
Infância, em virtude as autoridade e ameaça dos pais. Vozes do passado ecoam em suas mentes, solicitando, insistentemente, que sejam “pontuais e infalíveis”, “exatos e bem informados”, “super-responsáveis e controlados”

- As exigências do pretérito criaram-lhe um padrão de comportamento mental, caracterizado por constante cobrança e acusação, fazendo com que projetem tudo isso sobre os outros. O medo de cometerem erros e o fato de desconfiarem de si mesmos, conferem-lhes uma existência ambivalente, pois vivem, ao mesmo tempo, entre a sensação de perseguição e a de superioridade

- Desesperadamente, observam e desconfiam de si mesmos, exteriorizando e transferindo toda essa sensação de auto- acusação, condenando os outros
- Os críticos são especialistas em detectar e resolver os problemas que não lhe dizem respeito, mas, contrariamente, possuem uma grave dificuldade em aceitar a sua própria problemática existencial

- A tendência em julgar e criticar os outros, com intenção maldosa, recebe a denominação de malícia. Em outras palavras, o indivíduo nessas condições vê os outros com os olhos da “própria maldade”



4 - ILUSÃO

- A criatura humana que modela suas reações emocionais através dos critérios dos outros, estabelece para si própria metas ilusórias na vida. Constantemente, criamos fantasias em nossa mente e recusamos aceitar a verdade

- A negação é um desses mecanismos psicológicos, e ela aparece como primeira reação diante de uma perda ou de uma derrota. Portanto, negamos, invariavelmente, a fim de amortecer nossa alma das sobrecargas emocionais

- Um exemplo clássico de ilusão é a tendência exagerada de certas pessoas em querer fazer tudo com perfeição. Essa abstração ilusória as coloca em situação desesperadora. Trata-se de um processo neurótico que faz com que elas assimilem cada manifestação de contrariedade dos outros como um sinal do seu fracasso e a interpretem como uma rejeição pessoal

- Sua incapacidade de aceitar os outros como são é reflexo de sua incapacidade de aceitar a si próprio. Sua busca doentia da perfeição é uma projeção de suas próprias exigências internas, pois o perfeccionis-
mo é, por certo, a mais comum das ilusões

- A sensação de que podemos controlar a vida de parentes e amigos também é uma das mais frequentes ilusões e, nem sempre, é fácil diferenciar a ilusão de controlar e a realidade de amar e compreender

- Agimos, em outras circunstâncias, com segundas intenções, envolvendo criaturas que nos parecem trazer vantagens imediatas, achando que conseguiremos lograr êxito, mas, como sempre, todo plano oportunista, mais cedo ou mais tarde, será descoberto, e, quando isso acontece, indignamo-nos contra a pessoa e não contra a nossa auto-ilusão

- Certamente, esquecemo-nos de que somos nós mesmos que nos iludimos, por querer que as criaturas deem o que não podem e que ajam como imaginamos que devam agir

- As ilusões que criamos servem-nos, de certa forma, de defesas contra nossas realidades amargas

- Muitos de nós conservamos a ilusão de que a posse material proporciona a felicidade, de que o poder e a fama garantem o amor, de que a força bruta protege de uma possível agressão, e de que a prática sexual dá uma integral gratificação na vida

- Quase sempre, desenvolvemos essas ilusões na infância com nossos pais, professores, outros parentes e, mesmo quando crescidos e maduros, sentimos medo de abandoná-las

- Enquanto usarmos nossa mente, sem que ela esteja ligada a nossos sentidos mais profundos, ficaremos agarrados a esses valores ilusórios e às vezes, na denominada educação ou norma social, assimilamos as ilusões dos outros como sendo realidades
- Colocar restrições às emoções é como querer segurar as ondas do mar, enquanto colocar restrições ao comportamento humano é perfeitamente possível e válido, pois são os comportamentos adequados que promovem o bem estar dos grupos sociais e são necessários a harmonia da comunidade

- As emoções são simplesmente emoções. É importantíssimo aprendermos a perdoar e sermos compren-
sivos, desde que façamos isso agindo por livre escolha, não por medo ou por autonegação emocional

- Para que nossos atos e comportamentos sejam verdadeiros, as emoções devem ser percebidas como são e totalmente reconhecidas pela nossa personalidade, a fim de que nossa expressão seja natural, fácil e apropriada às situações

- Habitualmente, os pais costumam repreender o filho dizendo que não deveria ter raiva ou medo. Por certo, condenam as crianças por essas emoções e as obrigam a escondê-las, porém eles não conseguem extirpá-las e, ao punirem seus filhos, por estes expressarem suas emoções naturais, talvez não estejam usando o melhor método educativo. Não seria melhor ensinar-lhes os códigos do bom comportamento social, deixando que seu modo de ser flua com naturalidade e equilíbrio, sem anular a personalidade ou torná-los submissos ?

- Na infância, se as emoções forem impedidas de se manifestar, irão ocasionar sérios danos no desenvolvimento psicoemocional da adulto, constituindo-se-lhe um obstáculo para atingir a auto-segurança

- A raiva ou o medo são emoções que proporcionam um certo “estado de alerta”, que nos mantem despertos. Sem eles, ficamos impotentes e não conseguimos proteger nossa integridade física nem a psicológica das ameaças que enfrentamos na vida. São eles que nos orientam para a defesa ou para a fuga em situações de risco

- A repressão das emoções inibe o ritmo e a pulsação interna, limita a vitalidade e reduz a percepção. Quando reprimimos uma emoção, por certo estaremos reprimindo muitas outras. Ao reprimirmos nossas emoções básicas(medo e raiva), certamente estaremos reprimindo também as emoções da afetividade


5 - MEDO

- Colocar nossa atenção nas coisas da vida é fator importante para o nosso desenvolvimento mental e espiritual. Todavia, é necessário saber direcionar convenientemente nossa percepção e atenção no momento exato e para o lugar certo

- Quanto mais pensarmos e voltarmos nossa atenção para as calamidades e desastres, mais teremos a impressão de que o mundo está limitado à nossa pessoal maneira catastrófica de \vê-lo e sentí-lo

- Na oportunidade de crescimento que nos oferecem nossas experiências, temos a oportunidade de validar e potencializar determinadas crenças e conceitos que poderão nos desestruturar psiquicamente, levando-nos a uma verdadeira hipnose mental. A partir disso, esquecemo-nos de visualizar o restante do mundo que nos cerca. Passamos a viver simplesmente voltados para a opinião que adotamos como “única verdade”, assustados e amedrontados entre constantes atmosferas de receio e apreensão

- O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade, pois quem decidirá como e quando devemos atuar será a atmosfera do temor que nos envolve
- Ancorados pelo receio e pela desconfiança, criamos resistências, obstáculos e tropeços que nos impedem de avançar

- As sensações do medo sobrecarregam as energias dos chakras do plexo solar e do cardíaco, provocando, quase sempre, uma impressão de vácuo no estômago e um descontrole nas batidas do coração

- Aprendendo a focalizar e a desfocalizar nossas crises, traumas, medos, perdas e dificuldades, bem como os acontecimentos desastrosos do cotidiano. Teremos metas sempre adequadas e seguras que favorecerão nosso progresso espiritual

- “Sombra” é um conceito junguiano para designar a soma dos lados rejeitados da realidade que a criatura não quer admitir ou ver em si mesma, permanecendo, portanto, esquecidos nas profundezas da intimidade

- Por medo de sermos vistos como somos, nossas relações ficam limitadas a um nível superficial. Resguardamo-nos e fechamo-nos intimamente para sentir-nos emocionalmente seguros

- As coisas ignoradas geram mais medos do que as conhecidas. Recusar-se a aceitar a diversidade de emoções e sentimentos de nosso mundo interior nos levará a viver sem o controle de nossas existências, sem ter nas mãos as rédeas de nosso destino

- Desvendar, gradativamente, nossa “geografia interna”, nosso próprio padrão de carências e medos, proporciona-nos uma base sólida de auto-confiança

- Arrependimento pode ser visto como a nossa tomada de consciência de certos elementos que negávamos consciente ou inconscientemente, projetando-os para fora ou reprimindo-os em nossa “sombra”

- Tomar consciência é uma expressão moderna que significa discernimento da vida exterior e interior, acrescida da capacidade de julgar moralmente os atos

- O ato de arrependimento é um antídoto contra o medo. Quem se arrependeu é porque aprendeu que é simplesmente humano, falível e nem melhor nem pior do que os outros. Arrepender-se é o primeiro passo para melhorarmos e progredirmos espiritualmente

- Os chamados tiques nervosos nada mais são do que impulsos compulsivos de atos ou a contração repetitiva de certos músculos, desenvolvida de forma inconsciente, para não tomarmos consciência dos conteúdos emocionais que reprimimos em nosso “Sombra”. Os tiques são compulsões motoras para aliviar emoções e funcionam como verdadeiros “tapumes energéticos” para conter sentimentos emergentes.

- Enquanto o indivíduo se distrai com o tique, não deixa vir à consciência o que reprimiu, por considerá-lo feio e pecaminoso

- O somatório dessas emoções negadas nos causa medos inexplicáveis que nos oprimem, afastando-nos do verdadeiro arrependimento e prejudicando o nosso crescimento interior

- Uma das manifestações do medo mais problemáticas para as criaturas humanas é a denominada fobia social ou ”agorafobia”, ou seja, é o pavor de fazer o que quer que seja em público

- O fóbico social receia ser julgado e avaliado pelos outros
- Dentre as muitas dificuldades que envolvem a “agorafobia”, a mais grave é a incerteza de nosso valor pessoal e as crenças de baixa estima que possuímos, herdadas muitas vezes na infância

- O sentimento de inferioridade é o grande dificultador dos relacionamentos seguros e sadios, produzindo uma necessidade de estarmos sempre certos e sempre sendo aplaudidos pelos outros. Tememos mostrar-nos como somos e escondermos nossos erros, convencidos de que seremos desprestigiados perante nossos companheiros e amigos

- Diversas matrizes do medo se fixaram na vida infantil. Os pais autoritários e rudes que estabeleceram um regime educacional duro e implacável, impondo normas ameaçadoras e punitivas, criaram na mente das crianças a necessidade de mentir e fantasiar constantemente. Dessa maneira, elas passaram a viver de forma que agradassem a todos numa enorme necessidade de aprovação e numa atmosfera de insegurança


6 - PREOCUPAÇÃO

- Se acreditarmos que nossa felicidade ou infelicidade venha de coisas externas, do acaso ou das mãos de outras pessoas, estaremos dificultando nosso crescimento e amadurecimento interior

- A Providência Divina agindo em nós faz com que saibamos exatamente o que precisamos escolher para nosso aprimoramento interior

- As almas estão vivenciando o útil e o necessário para o desenvolvimento de suas potencialidades naturais e divinas. Podemos orientar, amar, apoiar, ajudar, mas jamais achar que sabemos melhor como as coisas devem ser e como as criaturas devem se comportar

- É importante não confundirmos preocupação com prudência ou cautela. A previdência e o planejamento para que possamos atingir um futuro promissor, são desejos naturais dos homens de bom senso. Na realidade, preocupação quer dizer aflição e imobilização do presente por causa de um suposto fato que poderá acontecer, ou ainda uma suspeita de que uma decisão poderá causar ruína ou perda

- Os preocupados têm dificuldade de concentração no momento presente e, por isso, fazem com que a consciência se desvie do foco da experiência para a periferia, isto é, vivem entorpecidos no hoje por quererem controlar, com seus pensamentos e com sua imaginação, os fatos do amanhã

- Esse desvio da atenção é uma busca deliberada de distração do indivíduo, uma forma de impedir a si próprio de ver o que precisa perceber em seu mundo interior

- Quando dizemos que nos preocupamos com os outros, quase sempre estamos nos abstraindo :
(1) Das atitudes que que não temos coragem de tomar
(2) Das responsabilidades que não queremos assumir
(3) Das carências afetivas que negamos a nós mesmos
(4) Dos atos incoerentes que praticamos e não admitidos
(5) Dos bloqueios mentais que possuímos e não aceitamos

- É incontestável que a preocupação jamais nos preservará das angústias do amanhã, apenas colocará obstáculos às nossas realizações do presente

- Confiemos na Paternidade Universal que rege a todos, visto que preocupação, em síntese, é desconfiança das Leis da Vida. Não nos compete determinar ou dirigir as decisões alheias, nem mesmo temos o direito de convencer ninguém ou censurar as opções de vida de quem quer que seja

- Tudo ocorre dentro de um perfeito sincronismo tempo/espaço. Não adianta nos preocuparmos com o nosso processo de aprendizado nem com o dos outros, pois, se alguém não está conseguindo caminhar convenientemente agora, é porque lhe falta algo a fazer, ou mesmo, coisas a aprender

- No Universo, tudo obedece a um ritmo natural; as raízes de nossa evolução corporal / espiritual estão arraigadas nas íntimas relações com a Natureza. Em nível mais profundo, somos parte dela

- Há um tempo para tudo. Também nós, os espíritos domiciliados ou não na Terra física, identificamos nossos ritmos internos através das sensações da dor e do prazer, a fim de avaliarmos o “grau de acerto” de nossos atos e decisões

- Tanto os astros da abóboda celeste, como os seres microscópicos do nosso planeta, todos são regidos por uma Divina Ordem, que mantém trajetórias e órbitas perfeitamente alinhadas, como também os ritmos e os propósitos coerentes com o grau de necessidade e progresso das criaturas e das demais criações


7 - VÍCIO

- O vício pode ser um “erro de cálculo” na procura de paz e serenidade, porque todos queremos ser felizes e ninguém, conscientemente, busca de propósito viver com desprazer, aflição e infelicidade

- existem diversos casos de obesidade que surgiram no clima de lares onde a mãe é superexigente, perfeccionista e dominadora, forçando constantemente a criança a se alimentar, não levando em conta suas necessidades naturais. Pela insistência materna, ela desenvolve o hábito de comer exageradamente, prejudicando desenvolvimento do senso interior, que lhe dá a medida de quando começar e de quando parar de comer

- O vício aparece constantemente onde há uma inadaptação à vida social. Por incrível que pareça, o viciado é um “conservador”, pois não quer correr o risco de se lançar à vida, tornando-se, desse modo, um comodista por medo do mundo que, segundo ele, o ameaça

- Os vícios ou hábitos destrutivos são, em síntese, métodos defensivos que as pessoas assumiram nesta existência, ou outras encarnações, como uma forma inadequada de promover segurança e proteção

- As criaturas assimilam conceitos simplesmente porque outras, que elas julgam importantes e entendidas, disseram-lhes que são verdadeiros

- Não podemos entender os vícios como uma problemática que abrange, exclusivamente, delinquentes e vadios. Em verdade, viciados são todos aqueles que se enfraqueceram diante da vida e se refugiaram na dependência de pessoas ou substâncias

- Por serem carentes e sofridos, entregaram sua força de vontade ao poder dos tóxicos, procurando se esquecer de algo que, talvez, nem mesmo saibam : “eles próprios”, pois não aguentaram suportar seu mundo mental em desalinho

- Os dependentes são julgados por muitos como criaturas intencionalmente indolentes. Por outros, de forma precipitada, como “parasitas sociais”, desocupados, improdutivos e preguiçosos. Mas sem qualquer conotação ou justificativa de tirar-lhes a responsabilidade por seus feitos e decisões, não podemos nos esquecer de que o “peso do fardo” que carregam-lhes dá tamanha lassidão energética que passam a viver em constante “embriaguez na alma”, entre fluidos de abatimento, fadiga e tédio

- Não são inúteis deliberadamente, mas se utilizam, sem perceber, do desânimo que sentem como “estratégia psicológica” para fugirem à decisão de “arregaçar as mangas” e enfrentar a parte que lhes cabe realizar na vida. Adiam sistematicamente seus compromissos, vivem de uma maneira no presente e dizem que vão viver de outra no futuro

- Os toxicômanos são criaturas de caráter oscilante, não desenvolveram o senso de autonomia, vivem envolvidos numa aura fluídica de indecisão e imobilização por consequência da própria reação emocional em desajuste. Protelam as coisas para um dia que, talvez, nunca chegará. Fixam-se ao consumo cada vez maior de produtos narcóticos, enquanto desenvolvem atitudes emocionais que os levam â subjulgação a pessoas e situações

- Aprendemos com as sociedades absolutistas do passado que a ociosidade era uma peça importante na vida. Na corte, as etiquetas, jogos, bailes e saraus eram as atividades mais comuns da nobreza


8 - CULPA

- Inúmeras crenças religiosas têm sido nocivas ao desenvolvimento das criaturas, pois usam frequentemente a culpa como forma de atemorizar

- As religiões foram criadas para retirar as criaturas da convenção e transportá-las à espiritualização, mas, na atualidade, algumas religiões se transformaram nas próprias convenções sociais

- A culpa é frequentemente difundida por religiosos ortodoxos de forma consciente e até mesmo inconsciente, como meio de, produzindo temor nos fiéis, estabelecer dependência religiosa e determinar comportamentos e posturas de vida que acreditam ser corretas e convenientes às suas “nobres causas missionárias”

- Na realidade, criaturas imaturas se consideram profundamente culpáveis, porque valorizam em excesso o que os outros dizem e pensem

- Quanto mais impedirmos as pessoas com as quais convivemos de agir e de pensar por si mesmas, mais estaremos dificultando suas oportunidades de amadurecimento e de crescimento espiritual

- Problemas são estímulos que a vida nos apresenta para nos autoconhecer. Alguns de nós aprendemos que deveríamos ser responsáveis pela felicidade dos outros, usando uma postura de “tomar conta”, ou seja, de supervisionar, comandar, insistir, seduzir, chorar, acusar, subornar, espionar, produzindo culpa em nós e nos outros e pedindo intervenções milagrosas, a fim de redimirmos e salvarmos as almas de nossos entes mais queridos

- Muitos indivíduos passaram a viver para controlar e proteger pais, irmãos, outros parentes, amigos e conhecidos à sua volta, preocupando-se, neurótica e compulsoriamente, em solucionar as dificuldades ou equacionar a vida dessas pessoas, desenvolvendo, ao longo do tempo relacionamentos doentios, nunca se preocupando com o que eles próprios sentem ou desejam, mas somente se interessando por aquilo que os outros sentindo e pensando

- Por acreditarmos que as pessoas são vítimas do mundo e incapazes de cuidar de si mesmas, assumimos essa atitude salvacionista. Podemos traduzi-la como uma maneira de agir subestimando a capacidade dos indivíduos de crescer e evoluir

- A Providência Divina nos convoca a ser participante na vida dos outros, jamais controladores. O auxílio real entre as criaturas está alicerçado nas trocas benéficas a que todos nós somos convocados a realizar, mas devemos aprender quando não dar e quando não executar tarefas da responsabilidade de outras pessoas, pois isso também faz parte da “Lei do Amor”

- A sexualidade é a área em que a culpa mais floresce na sociedade. Confundimos constantemente a nossa habilidade para o sexo com a nossa capacidade sexual

- As crianças formaram hábitos, conceitos e ideias sobre o sexo, absorvidos no dia-a-dia da vida familiar nos mais diversos exemplos que recolheram dos atos e crenças dos adultos. Noções, crendices, preconceitos e concepções já existem nas crianças, pois são frutos de suas existências pretéritas. Além disso, somam-se à sua bagagem espiritual as ocorrências e aprendizagem da vida atual

- Não podemos nos esquecer de que o “grau de responsabilidade” deve ser sempre coerente com a estrada evolucional por onde transitam as almas. Portanto, os indivíduos responderão adequadamente por seus atos e atitudes e serão responsáveis somente por aquilo que conhecem, não pelo que ignoram

- Devemos, assim, viver em paz com nossa experiência sexual atual, valorizando nosso aprendizado e, em tempo algum, culpar-nos ou atribuir culpa a alguém

- Efetivamente, existem tantos níveis de entendimento e amadurecimento sexuais quanto indivíduos que os possuem

- Não podemos determinar exatamente a extensão das dificuldades e das carências de conhecimento e discernimento de uma criatura em seu desenvolvimento afetivo, mesmo porque estamos na Terra a fim de aprender e é através de nossos acertos e desacertos que ficaremos sabendo como agir corretamente nas experiências subsequentes

- Podemos julgar a promiscuidade sexual, moralmente errada, mas não podemos julgar o indivíduo promíscuo, por desconhecer sua necessidade evolutiva e seu “coeficiente de maturidade”


9 - MÁGOA

- A maior parte das criaturas se comporta como se o amor não fosse um sentimento a ser cada vez mais aprendido e compreendido. Agem como se ele estive inerte na intimidade humana e passam a viver na expectativa de que um dia alguém ou alguma coisa possa despertá-lo em toda a sua potência numa espécie de fenômeno encantado
- Nas questões do amor, vale considerar que, quanto mais soubermos, mais teremos para dar. Quanto maior o discernimento, maior será a nossa habilidade para a mar. Quanto mais compartilharmos o amor com os outros, mais estaremos alargando a nossa fonte de compreensão a respeito dele
- Negamos frequentemente o fracasso amoroso, durante anos e anos, para não admitir diante dos outros nossas escolhas precipitadas e equivocadas
- Porque não renunciamos à necessidade neurótica de ser perfeitos, ficamos sempre presos a uma pressão torturante de infalibilidade
- Perdemos excelentes momentos de crescimento pessoal, queixando-nos cotidianamente de que estamos sendo ignorados e usados, porém nunca tomamos atitude alguma
- Deixamo-nos magoar pelos outros e acabamos magoando também a nós mesmos. Reagimos às ofensas e ao desdém, experimentando sentimentos de frustração, negação, autopiedade, raiva e imensa mágoa
- Culpamos as pessoas pelos nossos sofrimentos, verbalizando as mais diversas condenações e. em seguida, esforçamo-nos exaustivamente para não ver que a origem de nossas dores morais é fruto de nossa negligência e comodismo
- O produto amargo de nossa infelicidade amorosa são nossas mágoas, resultado direto de nossas expectativas, que não se realizam, sobre nós mesmos e sobre as outras pessoas
- Nós nos “barateamos” quando colocamos nossa autovalorização em baixa na espera de seduzir e modificar seres humanos que nos interessam
- Justificamos nossa infelicidade conjugal como sendo “débitos do passado” e passamos uma vida inteira buscando “álibis reencarnatórios” para compensar o desprezo com que somos tratados e a opção que fizemos de viver com criaturas que nos desconsideram e nos agridem a alma constantemente
- Aprendemos quem somos e como agimos convivendo com os defeitos e qualidades dos outros. É justamente nos conflitos de relacionamento que retiramos as grandes lições para identificar as origens de nossas aflições
- Querer não “sentir dor” pode dessensibilizar as comportas de nossos mais significativos sentimentos, inclusive atingindo de forma generalizada nossa capacidade de amar. Muitas vezes, queremos representar que possuímos uma segurança absoluta, quando, na realidade, todos nós somos vulneráveis de alguma forma
- O querer viver uma existência inteira desprovida de decepções e de ingratidão, com aceitação e consideração incondicionais, é desastrosamente irreal
Portanto, não podemos passar uma vida inteira ocultando de nós mesmos que nunca ficaremos magoados. Devemos, sim, admitir a mágoa, quando realmente ela existir, para que possamos resolver nossos conflitos e desarranjos comportamentais
- Mágoa não elaborada se volta contra o interior da criatura, alojando-se em determinado órgão, desvitalizando-o. Mágoa se transforma com o tempo em rancor, exterminando gradativamente nosso interesse pela vida e desajustando-nos quanto a seu significado maior
- O fato de criarmos o hábito de desviar a atenção como forma de dispersar a dor da agressão e de isso funcionar muito bem em determinados momentos expressivos de nossa vida, mantendo a mágoa dissimulada, poderá se tornar um estilo comportamental inadequado, pois distorce a realidade de nossos relacionamentos
- Sentimentos não morrem. Poderemos enterrá-los, mas mesmo assim continuarão conosco e se não forem admitidos, não serão compreendidos e, consequentemente, estarão desvirtuando a nossa visão do óbvio e do mundo objetivo


10 - EGOÍSMO

- A vaidade é um desejo superlativo de chamar a atenção, ou a presunção de ser aplaudido e reverenciado perante os outros. É a ostentação dos que procuram elogios, ou a ilusão dos que querem ter êxito diante do mundo e não dentro de si mesmo

- Filhos de pais orgulhosos podem tornar-se crianças exibicionistas, carregando uma grave dependência psíquica de destaque, comportando-se para ser socialmente aceitas e para aparentar-se pessoas brilhantes. Outra causa do desenvolvimento da vaidade nas criaturas é a importância desmedida que dão às posses e propriedades. A riqueza amoedada é conceituada como um dos instrumentos com o qual podemos manipular as pessoas e nos tornar um ponto de atração

- As uniões matrimoniais acontecem, quase sempre, por interesse pessoal, sem levarem-se em conta os reais sentimentos da alma

- Há profissões tradicionalmente ambicionadas, como medicina, engenharia e outras tantas de mais recente valorização nos dias atuais, que os pais almejam para os filhos, tentando assim solucionar suas próprias frustrações e evidenciar sua própria pessoa com o “brilho profissional” de seus familiares, quando na realidade,o que cultivam é o “prazer da notoriedade”

- O egoísmo é difícil de desenraizar-se porque deriva da influência da matéria, influência de que o homem, ainda muito próximo de sua origem, não pode libertar-se e para cujo entretenimento tudo concorre: suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo assenta na importância da personalidade

- A vaidade é filha legítima do egoísmo, pois o vaidoso é um “cego” que somente sabe ver a si próprio. Essa importância ao “sentimento de personalidade”, nada mais é do que a vaidade

- Além da educação familiar, os jornais, as revistas, os telejornais, ou seja, a mídia criam todo um “mercado de personalidades” prósperas, mostrando suas fotos super produzidas e seu modo de vida na opulência. Novelas e filmes exibem os padrões a serem atingidos

- As criaturas, que receberam uma educação voltada para esses valores superficiais, tentam se comparar e competir com os modelos da televisão ou com as estrelas e astros do cinema, gastando tempo e energia, porque se esquecem de que são incomparáveis

- A criatura sovina isola-se em si mesma. A mesquinhez pode manifestar-se ou não com a acumulação de posses materiais, como também pode aparecer como um “refreamento de sentimentos” ou um “autodistanciamento do mundo”.

- Como a matriz interior se fundamenta numa necessidade reprimida da pessoa que não consegue se relacionar com outras, nem mesmo delas se aproximar para permuta de experiências e afetividade, ela se sente solitária e, assim, compensa-se, acumulando bens

- Ela cria uma atmosfera de autonomia por possuir valiosos objetos exteriores destinados a suprir a sensação de vulnerabilidade que sente ao lidar com as pessoas

- A indiferença e a frieza emocional, a apatia e o apego patológico, bem como o distanciamento das privações dos outros, são características marcantes das criaturas que alimentam uma paixão egoística pelos bens materiais. São conhecidas como sovinas, mesquinhas ou usurárias

- A avareza é o produto de uma necessidade que se encontra na intimidade da psique humana. Ela tenta enfeitar ou distrair o conflito com a busca de bens perecíveis, mas nunca consegue suprir a sensação de carência íntima





11 - BAIXA ESTIMA

- Complexo de inferioridade consiste em conjunto de ideias que foram recalcadas no inconsciente da criatura em tenra idade, associadas às já existentes pelas experiências obtidas em vidas pretéritas, agindo sobre a conduta humana e provocando
(1) Sentimentos grutuitos de culpa
(2) Pensamentos de baixa estima
(3) Frustração em decorrência da desvalorização da capacidade e habilidade pessoal

- Definiremos o termo “recalque” ou “repressão”como um processo psíquico através do qual recorda-
ções, sentimentos, ideias e desejos inaceitáveis ou desagradáveis são excluídos da consciência, permanecendo apenas no inconsciente

- As pessoas tentam compensar esse sentimento de inferioridade, adotando formas de viver em que exageram e exaltam a própria personalidade. Tendências à arrogância, delírio megalomaníaco, preferência pela ostentação fazem parte do cortejo daqueles que possuem uma interiorizada depreciação de si mesmos

- Podemos considerar que a base de todo complexo de inferioridade inicia-se no materialismo, ou seja, na crença do nada, pois quando cremos que tudo provém do acaso e que nada existe senão o que os olhos físicos conseguem visualizar, iniciamos em nós o processo de inferioridade

- Criamos, a partir daí, um “estilo de vida” inconsciente, baseado em que “não somos nada” e, em nossas profundezas, consideramos ser o produto momentâneo do acaso, ignorando a essência sagrada que habita em nós e lutamos contra uma suposta má sorte, que nos fataliza a desgastar enorme quantidade de energia, por não reconhecermos as Leis Naturais que regulam tudo e todos

- A criatura materialista precisa crer que é superior, para compensar sua crença na insignificância da existência ou na falta de sentido em que vive. O ser espiritualizado sabe que cada pessoa é tão boa quanto pode ser, conforme seu grau evolutivo

- A Providência primeira e essencial para que possamos nos curar do sentimento de baixa estima ou inferioridade, é a convicção na imortalidade das almas e na pluralidade das existências

- O sentimento de autopiedade pode nos tornar doentes fisicamente. A piedade aqui referenciada é o sofrimento moral de pesar ou a aflição que sentimentos por autopunição

- A baixa estima ou autopiedade pode-nos levar a ser vítimas de nós mesmos, pois estaremos somatizando essas emoções negativas em forma de doenças.

- Os traços psicológicos dos indivíduos que sentem autopiedade são reconhecidos pela ausência de experiências interiores. Eles possuem uma restrita visão de seu ritmo interno, não valorizam seu mundo íntimo nem desenvolvem seu potencia inato, quer dizer, suas capacidades latentes (intuição, inspiração, percepção)

- O sentimento de inferioridade ou de baixa estima associa as criaturas a uma resignação exagerada, a um autodesleixo ou descuido das coisas pessoais

- O maior sentido de nossa encarnação é a conscientização da riqueza de nosso mundo interior, pois somos essências divinas em busca da perfeição, cujo caminho é o autodescobrimento

- Algumas afirmações que, se observadas, com atenção, poderão nos ajudar a reconquistar a autoconfiança perdida :
(1) Somos potencialmente capazes de tomar decisões sem ter que recorrer a intermitentes conselhos
(2) Possuimos uma individualidade divina
(3) Fazemos as coisa porque gostamos, não para agradar as pessoas
(4) Encontraremos sempre novos relacionamentos. Por isso não temos medo de ser abandonados
(5) usaremos, constantemente, de nosso bom senso. Portanto, as críticas e as desaprovações não nos atingirão com facilidade
(6) tomaremos nossas próprias decisões, respeitando, porém as dos outros
(7) confiaremos na Luz maior que há em nós, pois ela sempre nos guiará pelos melhores caminhos


12 - RIGIDEZ

- Teimosia é uma forma de rigidez da personalidade, um apego obstinado às próprias idéias e gostos, nunca admitindo insuficiências e erros

- O excesso de rigidez e severidade faz com que criemos um padrão mental que influenciará os outros para que nos tratem da mesma forma como os tratamos. Poderemos ainda, no futuro, provocar em nós um sentimento de autopunição, pois estaremos usando para conosco o mesmo tratamento de austeridade e dureza

- Segundo Alfred Adler, a “compensação” é um dos métodos de defesa do ego e consiste num fenômeno psicológico que busca contrabalançar e dissimular nossas tendências inconscientes por nós consideradas reprováveis e que tentam vir à nossa consciência

- Os excessos de todo gênero funcionam, na maioria das vezes, como disfarce psicológico para compensar nossas tendências interiores. Exageramos posturas e inclinações na tentativa de simular um caráter oposto

- Atitudes exageradas de um indivíduo significam, quase sempre, o contrário do que ele declara :
(1) Excesso de pudor – compensação de desejos sexuais normais reprimidos
(2) Excesso de afabilidade – compensação de agressividade mal elaborada
(3) Excesso de religião – compensação de dúvidas desmoralizadoras existentes na inconsciência
(4) Excesso de dominação – compensação de fragilidade e desamparo interior

- Atrás de todo excesso ou rigidez se encontra a não aceitação da naturalidade da vida, fora e dentro de nós mesmos

- Tudo o que fazemos está relacionado com nossa idade astral e, inquestionavelmente, fazemos agora o que de melhor poderíamos fazer, porque estamos agindo e pensando conforme nossas convicções interiores

- A pena de morte é uma rigidez dos costumes humanos que propõe matar o corpo físico como punição pelas faltas cometidas. O projeto da Vida Maior é conscientizar-nos, não sentenciar

- Deus permite que o erro integre o nosso caminho. Aliás, ele faz parte das nossas condições evolutivas para que possamos aprender e assimilaras experiências da vida. Os erros são ocorrências consideradas admissíveis pela legislação do criador

- Deus não condena ou castiga ninguém, mas o oposto : institui leis harmoniosas e justas que nos conduzirão fatalmente à felicidade plena. Por que então usar de rigidez perante os acontecimentos da vida

- Explorando opções, diversificando nossas opiniões, conceitos, atitudes e recolhendo os frutos do progresso aqui e acolá, teremos expandida a nossa visão, que será a base para agirmos com prudência e maleabilidade diante das nossas decisões

- Mentalidades rígidas não são consideradas desembaraçadas e rápidas, pois nunca estão prontas para mudar ou para receber novas informações

- Na atualidade, os estudiosos da mente acreditam que os indivíduos duros e intransigentes, por não se adaptarem à realidade das coisas, possuem uma maior predisposição para a psicose, Fogem para um universo irreal, classificado como loucura. Essa fuga é, por certo, uma forma de adaptação, para que possam sobreviver no mundo social que eles relutam em aceitar


13 - ANSIEDADE

- Reside em nós mesmos a influência que exercemos sobre as situações imediatas ou sobre as circunstâncias futuras de nossa vida, pois nenhuma de nossas condutas ou atitudes manifestadas é livre de efeitos

- A preocupação pode produzir ansiedade, levando-nos, a partir de então, a imaginar fatos catastróficos. Quando nos preocupamos com o futuro, não vivemos o agora e sofremos imensa imobilização, que toma conta do nosso presente

- A reunião de todas as nossas ansiedades não poderá alterar nosso destino, mas somente nosso empenho, determinação e vontade no momento presente é que poderá transformá-lo para melhor

- Crer com firmeza que Deus nunca erra e sempre está se manifestando e se pronunciando em tudo e em todos será sempre um método feliz de se despreocupar. Crer que ele está sempre disposto a nos prover de tudo o que necessitamos para nosso amadurecimento espiritual é o melhor antídoto contra a ansiedade e os excessos de imaginação dramática

- Não há com que nos preocuparmos, pois tudo está absolutamente correto, porque todos estamos amparados pela sabedoria providencial das Leis Divinas

- De nada adiantará teu desespero e aflição, pois a Vida Maior não te dará ouvidos dessa forma, pois a tua ansiedade não mudará o curso da natureza. Vive com plenitude o presente e verás o futuro relatar as consequências dos teus atos do ontem

- Existem etapas regidas por ciclos evolutivos que são, em verdade, o processo espiritual de desenvolvimento de cada um. Não tenhas pressa, pois a paciência te ajudará a atravessar o momento de crise e os frutos do amanhã serão proporcionais à tua paciência de agora


14 - PERDA

- A natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Portanto, a criatura não deve “endurecer o coração e fechá-lo à sensibilidade”, se receber ingratidão de seus amigos, porquanto o
Homem de coração se sente sempre feliz pelo bem que faz, pois sabe que, se esse bem for esquecido nesta vida, será lembrado em outra

- Se alimentarmos essa crença de que os amigos verdadeiros são aqueles que se modelam ao nosso perfeito “idealismo mítico”, isto é, relacionamento estruturados em “castelos no ar”, poderemos estar vivendo, fundamentalmente, sob uma consistência irreal a respeito de amizade

- Os reconhecidos, porém, como, amigos “íntimos” ou “permanentes” são aqueles que possuem afeto mútuo e o conservam indefinidamente. A intimidade entre eles faz com que tenham um crescente amadurecimento espiritual, alargando seu mundo interior à medida que aumentam a capacidade de compreender as similaridades e as diferenças entre si mesmos

- Em verdade, para se possuir real intimidade e adquirir plena confiança entre amigos é necessário nunca esconder o que há de desagradável em nós; em outras palavras, é preciso revelar nossa falibilidade

- Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar, porque o que chamamos destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos. A morte é um intervalo entre as diversas transformações da vida, a fim de que a renovação e a aprendizagem se estabeleçam nas almas, ao longo da eternidade

- A perda de um ente querido é universalmente causa de tristeza e de lágrimas, em qualquer rincão do Planeta, mas a forma está intimamente moldada ao nosso grau evolutivo

- São compreensíveis as lamentações e os pesares, o pranto e os suspiros, pois o ser humano passa por processos psicológicos de adaptação e de reajuste às perdas da vida

- Uma das mais importantes funções da tristeza é a de propiciar um ajustamento íntimo, para que a criatura replaneje ou recomece uma nova etapa vivencial

- O isolamento transitório pode ser considerado também como uma forma psicológica de defesa para suportar esses transes dolorosos

- O esquecimento e o desprezo a que relegamos os velhos, a atitude nociva de considerá-los vivendo “a segunda infância”, de condená-los à monotonia denominando-os de “desatualizados”, é porque não sabemos lidar com a questão do homem idoso

- Não olvidemos, porém, que, a cada dia que passa, todos nós estamos envelhecendo. Os processos orgânicos degenerativos são paulatinos e gradativamente notados. Uma outra problemática a ser considerada na velhice é o apego às tradições ou o preconceito contra as novidades, que , em verdade, não são atuais

- Não só na terceira idade, mas em toda as etapas da vida, deve-se fugir dos hábitos, opiniões e idéias conservadoras, porquanto não se pode adotar nada em caráter definitivo

- O envelhecimento não é uma perda para aqueles que mantêm uma vida extremamente ativa, para os que continuam combatendo o confinamento de seu mundo íntimo. Não confundamos, no entanto, idosos que se confinam interiormente, por abstração e alheamento dos acontecimentos habituais, com aqueles que fazem o exercício da introspecção e da contemplação, técnicas altamente positivas

- Deixar inertes as forças físicas e mentais faz com que elas se degenerem, visto que a ação laboriosa protege-nos de grandes males, como o tédio e a solidão

- Na natureza nunca há perda. Quando finda uma etapa de nossa existência, outra vem ocupar a lacuna deixada, porque nossas vidas sucessivas estão entregues ao Poder Perfeito do Universo, que tudo cuida e desenvolve


15 - INSEGURANÇA

- O inseguro não confia no seu valor pessoal, desacredita suas habilidades e desconfia de sua possibilidade de enfrentar as ocorrências da vida, o que o impulsiona a uma fatal tendência de se apoiar nos outros

- O inseguro apega-se na afeição do cônjuge, filhos, outros parentes e amigos e, assim, acaba dependendo completamente dessas pessoas para viver. Em vez do amor, é a insegurança a fonte principal que o une aos outros, por isso, controla e vigia em razão das dúvidas que tem sobre si mesmo

- Ele é excessivamente cauteloso e vigilante, estando em constante sobreaviso e desconfiança de tudo e de todos, por causa do medo das consequências futuras de suas ações do presente

- Eles desenvolvem muitas vezes, uma “devoção mórbida” em relação às causa e aos ideais, ou se associam a um parceiro forte e dinâmico para compensar sua necessidade de apoio, consideração e segurança

- Muitos ainda buscam refúgio numa atividade intelectual e se colocam, por exemplo, na posição de autoridade literária, como estratégia emocional, a fim de estimular em torno de si uma atmosfera de “bem informado” e, portanto, grandiosos e seguros

- Na questão 255, do Livro dos Espíritos, Kardec ao indagar “quando um Espírito diz que sofre, de que natureza é o seu sofrimento ?”, os Espíritos lhe respondeu: “Angústias morais, que o torturam mais dolorosamente do que todos os sofrimentos físicos”.

- “Angústias morais” podem ser entendidas como a fragilidade em que se encontram as criaturas inseguras, a sensação de mal-estar que sentem, por acreditarem que estão constantemente sendo observadas e julgadas e também pela perpétua situação mental de vulnerabilidade diante do mundo


- Carências ilimitadas nascem da insegurança, sufocando e afastando relacionamentos salutares. Inicialmente, fazemos um esforço hercúleo para nos entregar nas mãos da pessoa eleita, e, com o passar do tempo, vamos ficando incomodados e desestimulados com esse relacionamento, até que, finalmente, chegamos ao ápice do desgaste, ficando raivosos e ressentidos com a pessoa de quem dependemos

- A intensa motivação que invade os indivíduos para serem amados e queridos a qualquer preço nasce das dúvidas íntimas sobre si mesmos, pois são pessoas que, raramente, podem se realizar na vida sem se “pendurar” no que chamam de grande amor

- A insegurança transborda de tal modo que transforma a natural necessidade de amar em uma necessidade patológica de satisfação, somente alcançada através da possessividade do amor

- Crianças crescem deixando parentes, companheiros ou professores decidirem por elas sem levar em conta seus gostos e preferências. Essas crianças se tornarão, mais tarde, homens sem segurança, firmeza e coragem de tomar atitudes perante a vida

- Indivíduos passam a usar uma máscara de “bonzinho” como meio de seduzir, conquistar ou conseguir disfarçar a enorme incerteza que carregam, mas, periodicamente, mostram de modo claro sua insatisfação interior, explodindo em raiva inesperada contra aqueles com quem convivem


- Essas “estranhas bondades” são peculiares das pessoas que não desenvolveram a confiança em suas ideias, intuições e vocações íntimas e nunca se afirmam em si mesmas. Não admitem sua insegurança e, por isso, a agressividade acaba quase sempre controlando suas reações, vivendo comportamentos irreais e simulados, tentando agradar a todos e fazendo da mentira uma necessidade para viver, pagando, porém, um preço fisiológico, ou seja, a somatização das raivas e fragilidades que mantém fantasiadas em candura amabilidade


16 - REPRESSÃO

- Não devemos reter nossas lágrimas, pois são elas nossas energias emocionais que se materializam e precisam ser expressas

- A formação da nossa personalidade está ligada, sem contar a outros tantos fatores, ao aprendizado da vida atual, portanto, não podemos nos esquecer da influência do meio e da cultura no desenvolvimento de nossa emotividade

- Em caso de falecimento de entes queridos, chorar de modo intenso é uma emoção perfeitamente compreensível. Porém se aprendemos com adultos preconceituosos que homens nunca devem chorar, reprimimos nossas emoções naturais e passamos a criar barreiras psicológicas em nossa vida íntima

- E saudável, pois, em certas circunstâncias, demonstrar tristeza, mas reprimí-la é doentio

- Muitos escondem suas lágrimas, pois querem demonstrar a seus amigos e familiares que são altamente espiritualizados. Outros aprenderam que não devemos chorar pelos mortos queridos, pois lhes ensinaram que, enquanto permanecem derramando lágrimas, seus afetos não ficarão em paz. O verdadeiro problema que se estabelece é a rebeldia e a inconformação perante as Leis da Vida, não as lágrimas que derivam da saudade e do amor que nutrimos pelos seres que partiram

- As religiões ortodoxas e controladoras atribuem ao sexo uma proibição divina. Afirmam que todos os seres humanos nascem com o “pecado original”, ou seja, pelos erros sexuais cometidos por Adão e Eva, colocando ainda a abstenção sexual como condição imprescindível para atingir a santidade

- Adultos imaturos do ponto de vista espiritual reprimem os impulsos sexuais nas crianças, atribuindo malícia ou precocidade, por desconhecerem que as energias sexuais são forças criativas inerentes aos seres humanos e importantíssimas para seu desenvolvimento psicoemocional.

- Eles desconhecem ainda que somente pequena parte dessa energia age na atividade sexual propriamente dita e o restante dessa força criativa se generaliza nas manifestações das atividades sociais, intelectuais, físicas, emocionais e espirituais do indivíduo, pois ao inibirem um setor, estão comprometendo o todo, quer dizer, os seres humanos não funcionam por partes separadas, mas num processo de interdependência

- A energia sexual pode trazer satisfações tanto nas atividades intelectuais, espirituais e orgânicas, proporcionando ao indivíduo uma sensação de bem-estar e facilitando sua criatividade

- As mutilações de qualquer gênero são sempre uma repressão cruel e violenta às Leis Naturais da vida. No entanto, todos nós somos convocados a planejar uma vida sexual equilibrada

- Abstenção imposta gera desequilíbrio, mas a educação aliada ao controle e à responsabilidade, será sempre a meta segura para o emprego respeitável e nobre das forças sexuais


17 - DEPRESSÃO

- Viver o direito de sentirmos nossas emoções equivale a ser honestos com nós mesmos. Elas nos ajudam no processo de autodescobrimento e estão vinculadas a estruturas importantes de nossa vida mental, como os pensamentos cognitivos e as nossas intuições

- O hábito de rejeitarmos, frequentemente, as energias emocionais fará com que percamos a capacidade de sentir corretamente, e, sem a interpretação dos sentimentos, não poderemos promover a reparação de nossas faltas. Para repará-las, é preciso estarmos predispostos a dizer o que pensamos e a escolher com independência e, também, é necessário termos a liberdade de sentir o que sentimos e de viver segundo nossas próprias emoções

- Advertimos, porém, que não estamos sugerindo que as emoções devam controlar nossos comportamentos. Ao contrário, acreditamos que, se não permitirmos senti-las, não saberemos como tê-las sob nosso controle. Admitindo-as e submetendo-as ao nosso código de valores éticos, ao nosso intelecto e à nossa razão, saberemos comandá-las convenientemente, pois o resultado da repressão de nossas reações emocionais será uma progressiva tendência a estados depressivos

- Diante de um sentimento de dor, fatalmente experimentamos emoções, ou seja, reações energéticas provenientes dos instintos naturais, denominadas “emoções básicas”, conhecidas comumente como medo e raiva. Essas reações energéticas nascem como impulso de defesa para nos proteger da ameaça de dor que uma agressão pode nos causar. Se a emoção for de raiva, o organismo enfrenta a fonte da dor e quando é de medo, contorna e foge do perigo

- Se essas emoções (raiva ou medo) forem julgadas moralmente como negativas, elas poderão ser transformadas em sentimento de culpa, levando-nos a uma autocondenação. Quando reprimidas, quer dizer, quando não expressadas convenientemente nem aceitas, nós as negamos distorcendo os fatos, para não tomarmos consciência. Tanto a repressão sistemática quanto os compulsivos julgamentos negativos dessas emoções naturais geram a depressão

- Podemos considerar a depressão como natural período de transição. São tempos de mudança e crescimento, épocas de tristeza que antecedem novos horizontes de amadurecimento do ser em constante processo de evolução




18 - DEPENDÊNCIA

- Ser nós mesmos é tomar decisões, não para agradar os outros que nos observam, mas porque estamos usando, consciente e responsavelmente, nossa capacidade de ser, sentir, pensar e agir

- Ser nós mesmos é eliminar os traços de dependência que nos atam às outras pessoas. È viver libertos da vaidosa e dissimulada auto-satisfação, que consiste em fazer gênero de “diferente” perante os outros, a fim de ostentar uma aparência de “personalidade marcante”

- Ser nós mesmos é acreditar em nosso poder pessoal, elaborando um mapa para nossos objetivos e percorrendo os caminhos necessários para atingi-los

- Efetivamente, atingiremos nossa independência quando percebermos a inutilidade dos passatempos, das viagens, do convencionalismo da etiqueta, do consumismo que fazemos somente para conquistqr a aprovação dos outros, e não porque decorrem de nossa livre vontade

- Eliminar o domínio, a autoridade ou a influência das ideias, das pessoas, das diversões, dos instintos, do trabalho e dos lugares não significa que precisamos extirpar ou abandonar completamente todas essas coisas, mas somente s dependência. Podemos nos ocupar desses assuntos quando bem quisermos, conforme nossas necessidades e conveniências, sem a escravidão do condicionamento doentio

- Por voltarmos costumeiramente nossos olhos para fora, e não para dentro de nós mesmos, é que nunca conseguimos vislumbrar as riquezas de nosso mundo interior. Nossa autonomia, tanto física, emocional, mental como espiritual, está diretamente ligada às nossas conquistas e descobertas íntimas, Nossa tão almejada realização interior está relacionada com o conhecimento de nós mesmos

- A necessidade recíproca de controle, as promessas de que renunciariam à própria individualidade e teriam os mesmos objetivos para todo o sempre são os primeiros indícios de uma enorme desilusão na vida a dois. Compromissos de amor são válidos, desde que aprendamos que nossa vida está em constante renovação

- A diferença fundamental entre amor e dependência é observada com clareza nas ações e comportamentos das criaturas. A dependência prende, possessivamente, uma pessoa à outra, enquanto o amor de fato incentiva a liberdade, a sinceridade e a naturalidade. O dependente é caracterizado por demonstrar necessidade constante e por reclamar sistematicamente a atenção do outro


19 - INVEJA

- As atitudes de rivalidade, antagonismo e hostilidade dissimulam muito bem a inveja, ou seja, a própria “prepotência da competição”, que tem como origem todo um séquito de antigas frustrações e fracassos não resolvidos e interiorizados

- O invejoso é inseguro e supersensível, irritadiço e desconfiado, observador minucioso e detetive da vida alheia até a exaustão, sempre alerta e armado contra tudo e todos, fazendo o gênero de superior, quando, em realidade, se sente inferiorizado. Por isso, quase sempre, deixa transparecer um ar de sarcasmo e ironia em seu olhar, pra ocultar dos outros seu precário contato com a felicidade

- A emoção da inveja não é uma necessidade aprendida, não foi adquirida por experiência nem por força da socialização, mas uma reação instintiva e natural, comum a qualquer criatura do reino animal
- A emoção da inveja no adulto é produto das atitudes internas de indivíduos de idade psicológica bem inferior à idade cronológica, os quais, são verdadeiras almas de crianças mimadas, impotentes e inseguras, que querem chamar a atenção dos maiores no lar

- A necessidade de poder e de prestígio desmedidos que encontramos em inúmeros homens públicos nas áreas religiosas, política, profissional, esportiva, filantrópica, de lazer e outras tantas, deriva de uma “aspiração de dominar” ou de um “sentimento de onipotência”, com o que tentam contrabalançar emocionalmente o complexo de inferioridade que desenvolveram na fase infantil

- Eis alguns sintomas interiorizados de inveja que podemos considerar como dissimulados e negados :

(1) perseguições gratuitas e acusações sem lógica ou fantasiadas
(2) Inclinações superlativas à elegância e ao refinamento, com aversão à grosseria
(3) Insatisfação permanente, nunca se contentando com nada
(4) manifestação de temperamento teatral e pedantismo nas atitudes
(5) Elogios afetados e amores declarados exageradamente
(6) Animação competitiva que leva às raias da agressividade

- Muitos indivíduos não se preocupam em estudar as raízes de seus comportamentos rotineiros, porque acreditam que, para assumir a responsabilidade da renovação íntima, precisariam despender um enorme sacrifício

Para afastar todo e qualquer anseio de transformação interior, utilizam-se de um processo psicológico denominado “racionalização”, artifício criado para desviar a atenção dos verdadeiros motivos das atitudes e ações

- Os indivíduos que possuem o hábito da crítica destrutiva estão, em verdade, dissimulando outras emoções, talvez a inveja ou mesmo o despeito

- A inveja é definida como sendo o desejo de possuir e de ser o que os outros são. E uma forma de cobiça, um desgosto em face da constatação da felicidade e superioridade de outrem

- Observar a criatura sendo, tendo, criando e realizando provoca uma espécie de dor no invejoso, por ele não ser, não ter, não criar e não realizar. A inveja leva, por consequência, à maledicência, que tem por base ressaltar os equívocos e difamar.

- Assim é a estratégia do depreciador : “Se eu não posso subir, tento rebaixar os outros, compensando, assim, meu complexo de inferioridade. A inveja nasce quase sempre por nos compararmos constantemente com os outros

- É verdade, porém, que possuímos algumas semelhanças e características comuns com outros homens, mas, em essência, somos almas criadas em diferentes épocas pelas mãos do Criador e, por isso, passamos por experiências distintas e trazemos na própria intimidade missões peculiares

- A ausência do amadurecimento espiritual faz com que rotulemos, de forma humilhante e pretensiosa, os credos religiosos, a heterogeneidade das raças, os costumes de determinados povos, as tendências sexuais diferentes, os movimentos sexuais diferentes, os movimentos sociais inovadores, as decisões, o comportamento, o sucesso dos outros e muitas coisas ainda.

- Tudo isso ocorre porque não conseguimos digerir com ponderação a grandeza do processo evolutivo agindo de forma diversificada sob as Leis da Natureza. O que devemos fazer é aceitar-nos como somos, é respeitar diferenças e reconhecer nossos valores

- A inveja é uma ferramenta cômoda que usamos sempre que não queremos assumir a responsabilidade por nossa vida. Ela nos faz censurar e apontar supostas falhas das pessoas, distraindo-nos a mente do necessário desenvolvimento de nossas potencialidades interiores

- Em vez de esforçarmos para crescer e progredir, denegrimos os outros para compensar nossa indolência e ociosidade

- A inveja e a censura nascem da auto-rejeição que fazemos conosco, justamente por não acreditarmos em nossos potenciais evolutivos e, por procurarmos fora de nós, as explicações de como deveremos sentir, pensar, falar, fazer e agir






sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Autodescobrimento - Palestra 02

AUTODESCOBRIMENTO - Palestra 02

1 - PERGUNTAS

1.1- Por que na minha vida tudo está dando errado, apesar de estar estudando, trabalhando no Centro Espírita ?

- Tem a ver com as nossas vidas passadas, principalmente devido as nossas imperfeições,
aqueles pontos que ainda não conhecemos e que precisamos trabalhar neles, para que
possamos nos modificar

- A vida lá fora é um reflexo da nossa realidade íntima. Se a nossa vida está atribulada,
está em dificuldade, não significa que sejamos maus, ruins, pior que ninguém, mas simples
mente significa dizer que existem aspectos nossos que ainda não conhecemos e, por isso
mesmo não estamos conseguindo transformá-los ou modificá-los

- O Evangelho Segundo o Espiritismo, a Doutrina dos Espíritos nos apresenta quatro pila
res, os quais nos dão forças para a nossa transformação : a oração, a vigilância, o trabalho
na caridade e o estudo edificante

- Ninguém pode melhorar sem ajuda espiritual, se, a conexão com a própria luz que nos envolve, sem modificar os paradigmas

- Se a nossa percepção da vida for a mesma, nós não vamos conseguir transformar nada

- Sem esse estudo edificante, sem esse estudo de reflexão do que é a vida, o que estamos fazendo aqui e o porque , não podemos eliminar esse paradigma

- A caridade é outro pilar básico da Doutrina. Sem colocarmos nossa idéia, nosso pensamento e nossa ação em cima de algo que nos tire do nosso apego, a nossa identifica
ção com a matéria, dificilmente, também, conseguiremos fazer uma mudança significativa

- Quando faço um movimento de ajuda ao outro, eu saio de mim, eu saio da materialidade da vida, eu me sensibilizo. Assim me encontro apto a me modificar

- O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ensina que temos que nos reformar, transformar
nossa realidade interna

- Se nós tivermos esses pilares, essas forças internas e não as usarmos para transformação
de nós mesmos, vamos continuar atraindo situações difíceis e complicadas da vida

- A Reforma Íntima é uma sistematização, uma maneira que tem uma seqüência, um enca
deamento lógico de trabalho conosco mesmo de transformação pessoal

- Muitas vezes, a nossa realidade de vida não muda, não porque estejamos errado, não porque não tenhamos merecimento, não porque somos imperfeitos, falhos, mas porque
ainda não conhecemos, nós ainda escondemos essa realidade interna para não encará-la
ou enfrentá-la e isso vai gerar desequilíbrio interno


3 -REALIDADES

3.1- EU REAL, EU VERDADEIRO, EU DE LUZ, EU ESSENCIAL, SELF, EU SUPERIOR

- Nós precisamos de encontrar uma fórmula de sintonizar esse “Eu Real” ou “Verdadeiro”
através da oração, da caridade e o estudo edificante

- Mas toda vez que eu me transformo, que conheço um aspecto meu distorcido e consigo
transformá-lo, eu acesso melhor a minha “luz”

- O grande trabalho que temos de fazer é acessar essa luz, transformar essa distorção e nos desidentificarmos desse “Falso Eu”

3.2 - FALSO EU

- É o aspecto ilusório, não é a “Luz”, não é minha distorção, mas é como me apresento para a vida, é aquilo que eu uso para sobreviver e me colocar na sociedade

- É aquela parte que quase todos nós, em algum nível, nos identificamos, pois a nossa identificação não é com o nosso “Eu Verdadeiro” e sim com o “Falso Eu”

- Apesar de que a nossa realidade última é de que somos filhos de Deus, filhos da luz, é que nós somos “Luz” ainda, por mais que seja nosso esforço, não conseguimos sintonizar de uma forma adequada, ou vivenciar de uma forma razoável , essa luz , e muitas vezes nos agarramos as imagens idealizadas

- O que identifica um bom cristão, um Espírita, não é, necessariamente, o que ele sabe e
nem a caridade do quanto ele faz, mas como ele lida com os problemas, com as dificul
dades , com a família

3.3 - EU DISTORCIDO, EU INFERIOR, SOMBRA

- Muitas vezes temos o seguinte raciocínio : “de que somos “sombra”, “distorções”, “ruins”, e à medida que vamos evoluindo, começamos a criar um processo evolutivo de
“purificação” e iluminação pessoal

- Essa visão de que somos “ruins” e que temos que chegar num “lugar de luz”, muito longe, nos dá um desânimo enorme, pois dá uma sensação que não iremos chegar lá nunca

- A impressão que dá é que a “luz” está muito longe, está fora, e eu não tenho acesso à ela,
e, por mais que eu ore, eu não consigo chegar lá

- Esse conceito cria algumas dificuldades porque a nossa tendência é colocarmo-nos como
“ruins”, pois toda vez que não conseguimos fazer aquilo que consideramos certo, adequado, correto, que nos ajudaria a ser reconhecido pelos nossos familiares, pelas pessoas que a gente ama, imediatamente temos uma sensação de que não temos valor

- Essa é uma realidade humana, e é isso que fizemos o tempo todo

- Quando nos sentimos “ruins”, falhos, errados, sem valor, como é que eu vou me modifi
car, crescer, se já passo do pressuposto que sou uma porcaria, pois só posso me transfor
mar se eu tiver força

- Eu só posso realmente chegar a um lugar se eu tiver energia para poder me mover, e toda vez que estiver contra mim, em conflito comigo, eu perco essa força, essa capacidade de mudança

- Apesar das nossas imperfeições, das nossas falhas, a nossa realidade última, a nossa
realidade essencial é de “luz” e não de “distorção”

- Nós vemos em revistas, na internet, em palestras e livros a visão sociológica, antropológica, psicológica de colocar o ser humano como um animal , o qual está sempre
lutando pelo poder e pela sobrevivência

- Essa visão traz ao ser humano uma visão mais realista, porém,sem esperança, sem futuro.
Ela é niilista, pessimista, nos tirando essa sensação de que algo mais existe

- Apesar das nossas distorções, de nossos equívocos, somos filhos de Deus, somos eterna
mente “luz”. Nessa luz, se eu realmente sintonizar com ela e me abrir pra ela , vou estar fluindo através dessa energia. Entretanto, se eu imaginar que sou “torto” e que um dia eu
vou me esclarecer e evoluir, eu já tenho que partir do pressuposto que não sou nada e não
tenho nada, que tenho sempre que buscar “fora”, num lugar que eu não sei aonde

- Essa idéia que profundamente nós somos uma realidade de “luz”, é uma realidade de várias linhas do pensamento psicológico dito transpessoal, a idéia de que temos uma “luz
Interna”

- E por que isso modifica um bocado a visão que temos da vida ? Porque se temos essa luz tão perto, o nosso grande esforço é fazer uma transformação de tal maneira, que possamos sintonizar com ela e, através dela conseguir de fato realizá-la mais profunda e inteiramente

- Quando estamos num momento de paz, de alegria, as coisas fluem mais fácil, mas quan
do estamos pessimista, meio pra baixo, parece que tudo trava, fica truncado e a vida come
ça a ficar mais difícil. Entretanto, quando estamos sintonizados com o Deus interno, pode
mos fluir através dessa energia



4 - VALOR

- Nós não temos valor somente através do nosso merecimento, mas principalmente por sermos filhos de Deus

- Estamos acostumados a sempre associar “Valor” com “Merecimento”. Isso traz baixa “alta estima”, “Auto recriminação”, culpa, desvalorização de nós mesmos

- Deus ama a todos os seus filhos independente de suas ações. Amar não significa dizer que nós estamos isentos da necessidade de correção

- Nós não estamos falando que temos que corrigir nossos equívocos, mas estamos falando
de “Valor”

- Se Deus nos ama, independente das nossas ações, pelo simples fato se sermos seus filhos,
significa dizer que nós , mesmo na nossa condição de aqui e agora, sem mudarmos nada, nós temos o amor de Deus

- Se eu corrijo as minhas ações, se me coloco numa postura de mais retidão, eu vou ter a minha vida mais feliz, vou ter mais saúde, mais leveza, mais abundância e plenitude

- Mas se eu não faço nada disso, vou ter a vida mais difícil, mas eu não perco, mesmo assim, o amor de Deus

- Mesmo que a nossa realidade não mude pelo simples fato do nos sentirmos amados, incondicionalmente, por Deus, isso nos dá força, nos dá a sensação que não somos ruins, e que de fato nós podemos transformar qualquer coisa, pois nós não estamos sozinhos

- Por isso, a Reforma Íntima deve ser sem Martírio, porque ela com certa exigência e alta
punição não chegaremos a lugar nenhum

- Quem passa do pressuposto de que é “ruim”, não pode mudar. Tem que partir do pressuposto de que somos humanos, falhos e imperfeitos, mas podemos reconhecer o
nosso valor, que é sermos filhos da “Luz”, por isso mesmo em condições de transformar
mos aquilo que desejamos, buscando ajuda e recursos para isso


5 - PERGUNTAS

5.1 - O que é a dor ? Há necessidade dela ?

- Se não houvesse a dor, a transformação seria muito difícil

- Se pudéssemos olhar a dor como oportunidade de aprendizado, e não como punição, se
eu me perguntar o que tenho que aprender com essa situação específica, o que a espiritua
lidade, o que Deus, o que a minha própria sabedoria interna deseja me ensinar com isso
que eu estou vivendo

-Se nós aprendermos a resignificar a dor e aprendermos com ela, não vamos precisar sofrer mais

- O grande problema é que a dor, que é um alarme,quando nós não a escutamos, e cada vez que a vivenciamos, a tendência é burlá-la, colocá-la em baixo do tapete, achando que assim resolve as coisas

- Eu tenho direito de expressar toda a minha dor, mas depois de expressá-la, posso resig
nificá-la e compreender o que ela quer me ensinar, pois se eu aprender com ela e se olhá-la
só como educador, eu não vou mais precisar passar por essa situação, então estarei mais livre para expressar minha “Luz”

5.2 - Como saber que nos sintonizamos com o nosso “SELF” e não com uma máscara que acreditamos ser e nos sentimos bem com ela ? O que prejudica a visão real de nós mesmos ?

- Muitos de nós não consegue se dar conta dos próprios sentimentos. Aprendemos a negá
los, vivendo muito mais racionalmente e reativamente do que sentindo e, por isso
perdemos a bússola

-Quando estou sintonizado com a “Luz”, sinto uma sensação de leveza, como se estivesse flutuando, uma sensação de alegria e bem estar, nos sinalizando que estamos próximo da
“Luz”

5.3 - Como aprender a ver e ouvir nosso imo, se temos dificuldade de nos afastarmos das conturbações do dia a dia para refazer caminhos e pensamentos?

-A Reforma Íntima tem que ser feita a cada minuto, em cada situação da vida e não à noite,não em 15 min, 1 hora

- A Reforma Íntima tem que ser um motor contínuo, temos que observar nossos pensa
mentos e sentimentos, os fatos externos o tempo todo. Temos que estar sintonizados e buscando nos entender e compreender, enfrentando-nos o tempo todo

- Não temos como fazer reforma Íntima vivendo igual a um trator de esteira

- O que obtemos com a Reforma Íntima é leveza, crescimento pessoal, e o mais importante, a nossa vida vai ficar mais leve

- Mesmo com o nosso trabalho, mesmo com a nossa família, mesmo com a nossa realidade, o que vai alterar é o nosso lado interno, pois nosso grande ganho não é fora,
não é material, é a nossa sensação interna de centramento e isso pode estar presente em qualquer lugar, mesmo que a minha vida esteja um inferno, eu posso estar centrado em
mim, ter algum nível de leveza dentro de mim
- Algumas pessoas perguntam : “Se eu não mudo, se eu não tenho o que mudar, e mesmo
assim eu sou acolhido e amado por Deus, se não faço as modificações que eu tenho que fazer, ou então se a vida pode ser um pouco mais leve, porque então vou fazer mudança”.
A resposta é porque, se eu quero ter uma vida mais leve e melhor, eu preciso me modificar

5.4 – Podemos arriscar a dizer que a reatividade às situações que nos irritam é um sinal que o “Falso Eu” assumiu nossas atitudes?

- Não só o “Falso Eu”, mas principalmente o nosso “Eu distorcido”, é só uma “casca, uma
ilusão, uma criação, não é de fato uma realidade interna, tanto é que de reencarnação em
reencarnação a pessoa muda de nome, de características e de formas

- O nosso conteúdo de reatividade mais difícil são essas nossas distorções, nossos defeitos nossos vícios, nossas imperfeições. Essa parte quando, prontamente, somos agredidos, imediatamente reagimos e assim mostramos como de fato somos

5.4 - A nossa “sombra” nós a conhecemos ou a negamos ?

- Ambas as coisas. Nós negamos com toda a força da nossa alma, e, porque aprendemos
desde cedo de que fazer coisa errada, ter raiva, ter sentimentos intensos é muito ruim, e, de
que, ao vivenciarmos isso, expressarmos essas características, nos tornamos muito ruim e
pior do que os outros, quando, na realidade, isso só expressa a nossa realidade humana
imperfeita e falha

- Por isso, desde novo, nós tememos a “estar errado”, e, “estar errado” é o mesmo que ser punido, do que nos perdermos, do que não ter amor. Então, assim, nós temos que “estar
certo” o tempo todo

- Entretanto, não podemos estar “certo sempre”, porque somos imperfeitos e entramos em
conflito e na culpa

- Nós passamos o melhor que temos para os nossos filhos, mas passamos o melhor “bichado”, o que é torto, por isso , desde novo, aprendemos a esconder com toda as nossas forças da alma, as nossas distorções

- Tem uns que fizeram ao contrário, se identificaram com as distorções e falaram o seguin
te : “Não vão me dar atenção, então agora eu serei a personificação da distorção. Quero ver se vocês não vão me dar atenção”

- Cada um pega um caminho diferente, mas na realidade tanto aquele que nega e tenta ser “bonzinho” para agradar os pais, como aquele que tenta se identificar com as distorções,
ainda, ambos, estão negando de fato a negatividade, pois até esse que é o “torto”, que se
identifica com esse lado, no fundo, não aceita ele mesmo

- Precisamos começar a olhar as nossas distorções como partes nossas que podem ser benvindas, igual ao filho pródigo. Nós temos que dar boas vindas as nossas distorções,
conviver com ela, olhar para ela, entrar em contato com o medo e o desespero de lidar com
ela, mas ter a certeza que não vamos estar só, desde que oremos, busquemos por ajuda

- Não temos como transformar a nós mesmos sem ajuda espiritual

- Toda vez que vocês forem olhar uma distorção e ficarem mal, peçam ajuda espiritual para ter esclarecimento

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

   DO LIVRO “QUEM PERDOA LIBERTA”

(José Mario / Wanderley Soares de Oliveira)

                         



INTRODUÇÃO  (Maria Modesto Cravo) - 28 /05/2010



- Ciente do nosso hábito infeliz de criticar, julgar e maldizer, torna-se imprescindível uma literatura que investigue uma das mais destrutivas doenças da convivência em grupo : a desconfiança



- Há um consenso entre os estudiosos do comportamento humano sobre o ato de julgar ser necessário na formação de juízo de valor



- A mais maléfica descrença é a que temos em relação ao nosso próximo. O próximo, em qualquer grau de relacionamento em nossas expressões humanas, é o olhar de Deus aferindo continuamente nossa atitude em sua criação



- A idealização patrocina a cobrança que surge das expectativas exageradas; a maledicência espalha a mentira no intuito de menosprezar e o julgamento separa corações



- A descrença é a mente sem âncora. Nesse estado psicológico, desenvolve-se o clima interior para o assédio da culpa, a tormenta do medo e a tirania da tristeza. Nesse estado psíquico, configura-se o quadro emocional mais conhecido da atualidade, o vazio existencial



- Quem cultiva a descrença sente-se abandonado, cansado e indiferente, criando um quadro de insatisfação crônica com a vida. E esses são os requisitos essenciais para os transtornos da depressão





CAP 01 - A MISSÃO DE CHICO XAVIER E DOS NOVOS MÉDIUNS ESPÍRITAS



- Muitos amigos da Doutrina Espírita, embalados pela velha ilusão de superioridade religiosa, entregaram-se ao sono da distração em reconhecer que somente a ação no amor liberta, enquanto o saber, por si só, não distingue espiritualmente a ninguém



- O termo a “segunda morte”, embora seja comumente aplicado para designar o fenômeno de “ovoidização”, ele é também usado em nosso plano (espiritual) como sinônimo de vários outras patologias que envolvem o corpo astral, que podem provocar outras sequelas ou disjunções bem similares às ocorridas em caso de má-formação do corpo físico



- O Espírita quanto mais  tempo tem de espiritismo, mais deveria rever tudo o que sabe e reconstruir sua opinião a cada dia sobre pessoas, acontecimentos e ideias. Tem muita gente na Terra que está precisando passar uma avaliação em suas longas décadas de doutrina, e começar tudo de novo, pois a questão é recomeçar sempre, pois nós adoramos ideias rígidas porque, assim, temos a sensação da verdade absoluta e, quanto mais certeza de nossas opiniões, mais nos sentimos seguros



- Os livros do Dr Inácio Ferreira, disse dona Modesto Cravo, não só há descrédito, mas também o nocivo hábito de depreciar sem conhecer, pois sempre que acendemos uma luz em um mundo de tantas trevas e sombras, isso incomoda, porquanto a luz nos faz enxergar quem somos



- Há uma enorme resistência ao novo, ao desconhecido, redundando em declarada rejeição contra os novos médiuns da doutrina que vieram após Chico Xavier



- Muitos dos livros dos novos médiuns trouxeram notícias que fizeram rasgos terapêuticos nas mais variadas ilusões de muitos adeptos da doutrina, que consolidaram em seu entendimento pessoal uma visão limitada e rígida do Espiritismo. Isso incomoda profundamente quem esperava facilidades após a morte por conta do montante de serviços prestados no bem ou em razão da experiência doutrinária e conhecimento adquirido



- O Mundo Espiritual para muitos Espíritas é muito catolicizado. É uma “caderneta de poupança” da qual pretendem obter créditos após a morte. Uma noção baseada na velha religião acrescida de alguns informes novos



- A grande maioria dos médiuns da seara espírita foi artífice de tragédias morais recentes até o fim da Idade Média, iniciando seu processo de arrependimento e reparação há bem pouco tempo. Eles estão fazendo o melhor que podem, nutridos por intenções sinceras de acertar e progredir



- Destacamos, costumeiramente nossa condição evolutiva, colocando-nos com intensas limitações espirituais, no entanto, nem sempre nos sentimos assim. Ao contrário, nosso sentimento diariamente é ludibriado pelas ilusões que carregamos sobre supostas conquistas pessoais no reino do espírito, quando, em verdade, ainda não são realidades de nossa caminhada



- Após o ciclo de estudos sobre a obsessão, eu (José Mário) iniciarei as visitas aos núcleos espíritas na esfera física



CAP O2 - ORIENTAÇÕES DE CALDERARO SOBRE A OBSESSÃO



- Cornélius disse que o instrutor Calderaro, em recente ciclo de debates promovido aqui no Hospital, orientou-nos a dividir a obsessão em dois grupos :



 - Primeiro grupo - o das obsessões morais



- Um princípio da Lei de Sociedade na evolução, ou seja, são as vinculações humanas nas quais o interesse é o núcleo central de convergência, pois o interesse pessoal é o impulso instintivo da alma que promove e desenvolvimento do afeto, porquanto, sem interesse, o afeto não desperta



- Foi por conta de interesses contrariados que nasceram a traição, a mágoa, a vingança, o ódio, o espólio e tantas outras enfermidades da afetividade na vida social



- Segundo grupo – Obsessões mentais



-Inicia-se quando o espírito, cansado da refrega evolutiva vivida entre perdas e ganhos no interesse pessoal, permite-se olhar para seu mundo interior e descobre a mais velha doença da era da razão, o remorso ou, mais adequadamente, o primeiro passo na aquisição da consciência lúcida



- O remorso é a ferida consciencial que nos mantem no cativeiro de nossas próprias criações



- Calderaro demonstrou que o caminho do adoecimento na trajetória evolutiva do ser segue uma ordem sequencial da conduta moral egoística para a fragmentação da vida mental. Primeiro vem o interesse pessoal criando a couraça moral do personalismo, depois, quando despontam os primeiros lampejos de consciência lúcida vem o arrependimento, estabelecendo o clima do remorso



- O personalismo orienta as ações caprichosas e perturbadoras da afetividade no comportamento; o arrependimento enreda a criatura no conflito, aprisionando-a na cela cruel da baixa autoestima



- As obsessões morais ou afetivas consolidam-se, inicialmente, no corpo mental inferior como viciações emocionais, ao longo da caminhada milenar, e vão se adaptando em metamorfoses sucessivas na órbita do períspirito, depois no duplo etérico e, por fim, atingem o corpo físico com as chamadas doenças orgânicas de variadas expressões



- Já no grupo das obsessões mentais, a dor que vem dos corpos periféricos para o imo da alma atinge os escaninhos do corpo mental superior, que derrama a luz do arrependimento. Uma fresta de sensibilidade para que o ser quebre a concha do egoísmo e penetre nos arquivos de suas atitudes irrefletidas



- A palavra de ordem no tema  é domínio. Incontrolavelmente encantados pelos próprios interesses, chegamos a ponto de acreditar que temos a melhor solução para tudo e para todos. Gravitamos na esfera das concepções pessoais sem o mínimo desejo de avançar para as vivências que ultrapassam esse limite



- Nasce, nesse ponto, a compulsão pelo domínio mais cobiçado de todos os tempos : o ilusório domínio da vida alheia, a colonização do outro. Essa compulsão por tomar conta da vida alheia torna a obsessão algo muito corriqueiro



- O interesse pessoal continuará fazendo parte de nossa caminhada ascensional, apenas com uma diferença : já não pensaremos somente naquilo que buscamos, mas colocaremos, também, o interesse alheio na pauta de nossas cogitações



- A verdade é que se tornou inerente à raça humana a compulsão pelo domínio em três formas distintas : o impulso de controlar, a necessidade de reconhecimento pessoal e o desejo por ser o melhor. Controle, privilégio e exclusividade são manifestações morais do egoísmo que ainda dirige a maioria de nossas decisões e atitudes, experiências afetivas inerentes ao egoísmo humano



- Por detrás dos transtornos mentais, existe sempre uma estrutura moral a ser reeducada



- As obsessões morais são estruturadas no compartilhamento, uma busca comum de interesses. O tratamento para tais casos não poderá ser conduzido como se houvesse a presença de um verdugo e uma vítima, mas sim uma sinergia, um compartilhamento. A separação abrupta em casos como esses, poderá ser desastrosa



- As obsessões mentais, são mais definidas. A pessoas que se arrependeu está no encalço de um futuro melhor, mas está inserido no ressarcimento consciencial e na reconstrução paulatina de uma história milenar de hábitos e condutas, decisões e interesses



- Temos. Hoje, no meio doutrinário, uma prática comum entre a maioria dos servidores da mediunidade cuja essência se resume a trabalhar sem avaliar resultados, fazer o bem sem olhar a quem



- A coragem de investigar com sobriedade e desprendimento os efeitos do trabalho, no intuito de ampliar seu raio de benefícios, não pode ser tomada como vaidade e personalismo. Alguns alegam que aferir resultados envaidece os trabalhadores



- A pretexto de vigilância, fugiremos do exame sobre a qualidade do ato de doar-se? A pretexto de não nos envaidecer abandonaremos o afeto para com aqueles que foram beneficiados, evitando a gratidão e o elogio sincero



- Para melhor interpretação dos caos de desobsessão e, consequentemente, melhor adequação da terapêutica, os trabalhadores no campo físico deverão ampliar sua ação investigativa e experimental



- Quando Allan Kardec usou a expressão “laboratório do mundo invisível”, foi no intuito de conclamar os núcleos doutrinários a fazer ciência no mundo. Ciência fraterna, com amor. Por conta dessa postura, as atividades deste porte no mundo físico, obedeceram a um padrão de segurança que tem sua utilidade educativa. O padrão apenas precisa ser aprimorado diante dos quadros severos de obsessão que campeiam na humanidade atual



- As velhas técnicas de desobsessão verbal, extremamente úteis, já não atendem a contento quando isoladas de uma série de outras iniciativas diante dos casos complexos que batem à porta do Centro Espírito nos dias atuais. E sem uma avaliação grupal, sem estudo e pesquisa, como aprimorar?



- Alguns corações queridos, que colecionaram largas folhas de trabalho prestados ao Movimento Espírita, ao se internar nesta casa de amor, supõem-se campeões nas atividades que desenvolveram. Alguns, em autênticos quadros de alucinação e revolta, golpeiam zeladores amorosos deste Hospital com insultos descaridosos por se sentirem tratados com desvalia ante a bagagem que supõem possuir. Matriculados a contragosto em cursos de aprofundamento são os que mais tumultuam os grupos



- Visitaremos, na terra, alguns casos que temos acompanhado. Antes de tudo, vocês farão incursões aqui mesmo no subsolo, estudando com mais minúcias os efeitos da ilusão no campo mental entre religiosos. Será um curso de autoconhecimento e autoexame





3 – CAP 03 - SISTEMAS DE MISTIFICAÇÃO COLETIVA



- O Grupo X é apenas um entre centenas de grupos espíritas que vêm sendo assolados por um gênero de obsessão perfeitamente ajustável aos conceitos de nosso benfeitor Calderario



- Grande grupo de companheiros que reencarnaram, e usufruem dos beneplácitos da luz espírita, são almas arrependidas, tanto quanto nós mesmos. Cansaram do mal e o evitam a todo custo, entretanto, entre o arrependimento e a reparação consciencial vai larga distância, que é preenchida pela expiação, que, em bom conceito, é o conflito travado entre o “Eu Real”, que procura se resgatar por entre os escombros maciços, e o “Eu Ilusório”



- Essas almas arrependidas lutam contra os impulsos menos felizes cultivados ao longo de existências sucessivas. Elas sabem, por instinto, que o Espiritismo é como um “remédio amargo”que, se não tomarem, estarão em piores condições que aquelas em que se encontravam



- Raciocinam esses irmãos : “A pouca paz que eu tinha se foi depois que conheci a doutrina. Estou confuso, não sei o que fazer. De que me vale a oração, o trabalho, o estudo, se a cada dia pareço pior? Estou muito longe do ideal espírita” . Somadas aos estados de perturbação encontram-se vinculações de espíritos atormentadores cujo propósito é destruir e impedir o avanço de tais corações. É aí que se desenham categoricamente as chamadas obsessões mentais



- A observação tem nos ensinado que nas obsessões morais, o campo de atração ativamente polarizado para o domínio se encontra no obsessor desencarnado, enquanto nas obsessões mentais, o foco ascendente que polariza o circuito está no obsessor encarnado



- Em termos prático, poderíamos dizer que quem polariza também comanda. Então, temos sempre um ponto de alimentação e outro de retro-alimentação. Um fator causal e um fator ressonante. Alguém manda e alguém obedece nos quadros obsessivos



- A nossa real situação espiritual é querermos o bem, mas não sabemos como criá-lo, pois não conseguimos nos desvencilhar do emaranhado de sombras que nos chamam para a retaguarda. Surgem, assim, as obsessões narradas no fichário do Grupo X, catalogadas como obsessões mentais



- Uma obsessão por sistema, também classificada como “Mistificação Coletiva”, é a adesão de certo número de pessoas a uma estrutura de ideias ou iniciativas na qual se orientam em seus trabalhos práticos e mesmo em sua vida particular



- Em assuntos da mediunidade, considerando o nível moral no qual estagiamos, é impossível não ser enganado. Segundo Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, médium perfeito seria aquele contra o qual os Maus Espíritos jamais ousassem uma tentativa de enganá-lo. O melhor é aquele que, simpatizando somente com os Bons Espíritos tem sido o menos enganado



- Chega a tal ponto a crença de nossos irmãos do Grupo X que, fascinados pela própria capacidade, julgam estar salvando o mundo de uma catástrofe arrasadora que se daria em breve sob o comando do gênio do mal. Segundo eles, seus médiuns recebem o verdadeiro “Lúcifer” e o estão socorrendo por intermédio da mediunidade. Descuidados da humildade e carentes de noções mais abrangentes sobre a hierarquia do mal, julgam-se com credenciais morais para fazer incursões aos mais torpes abismos, resgatando os mais empedernidos espíritos ligados ao grande líder do mal



- Além disso, começam agora a ter contato com Francisco de Assis, João Evangelista, Paulo de Tarso que trazem mensagens diretas de Jesus para suas atividades. Diversos grupos no Brasil estão na mesma condição, fazendo parte de um Fascínio induzido por coletividades desencarnadas que incendeiam o orgulho e alimentam a vaidade



- Receberam, nos últimos dias, uma orientação suspeita de que apenas oito grupos alcançaram, em todo o Brasil, o ponto no qual se encontram. Temos, portanto, neste caso, um mistificação a caminho de uma obsessão coletiva

Dentro da divisão proposta por Calderaro, podemos classificar a situação na esfera das obsessões mentais, considerando o nível de patologia psíquica da qual a maioria de seus integrantes é portadora



- Apegados às suas interpretações, vão edificando um sistema e sendo usados pelas inteligências das trevas, que apenas lhes insuflam ainda mais a sensação de certeza acerca de seus sofismas, consumando, pouco a pouco, uma obsessão coletiva por meio da mistificação



- A mistificação avança para a obsessão, ou seja, quando deixam de ser apenas enganados e passam a ser dominados, quando há credulidade, há uma superexcitação do imaginário humano. Nesse estágio, a obsessão sai do terreno da moral, na qual o orgulho é explorado, e passa para o degrau de doença mental ou obsessões mentais



- O entusiasmo de nossos amigos no Grupo X se justifica sob certos aspectos já considerados. Eles têm travado contato com experiências mediúnicas raras, conseguem filtrar vidências de locais ainda não descritos nos livros mediúnicos, captam muitas das engenhosas formas de agir das trevas contra os servidores do bem e até desenvolveram largo poder de lidar com tais inteligências. O prejuízo fica única e exclusivamente por conta do exagero, por acreditarem demasiadamente em si mesmos e no valor do que realizam



- Nossos irmãos estão examinando as trevas para fora de si, quando deveriam, simultaneamente, investigar as raízes emocionais de tais trevas no imo de si mesmos

CAP 04 - EFEITOS DA ARROGÂNCIA NA VIDA MENTAL



- Quando no corpo, esse processo poderá ocorrer na fase adulta, em quadros diversos de alteração da atenção e da capacidade de concentração. Alguns casos de senilidade precoce, não todos evidentemente, poderão ser efeito de hábitos extremamente arrogantes praticados em uma vida de abusos



- A rigor, a personalidade arrogante tem erupções dominadores de seu ego. É o individualismo em mais alto grau, pois o egoísmo é o vírus contaminador, e a arrogância é o conjunto de sintomas decorrentes da ação desse vírus



- A perda da memória, entre outros variados fatores, pode ser um sintoma de personalidade altiva que provocou em seu engenho mental uma disfunção, cujo objetivo é defender a própria criatura de seu estado íntimo. Culpas e hábitos, complexos afetivos e tendências podem ser melhor administrados pela vontade quando sofrem o bloqueio defensivo do esquecimento temporário. Mesmo no plano físico, a arrogância já processa essa seletividade no campo da memória, levando a criatura a recordar somente daquilo que lhe interessa na sustentação de seus pontos de vista



- O arrogante não tem a vida afetiva aberta para a sensibilidade em relação aos efeitos desastrosos de sua conduta. Ele sempre se acredita rigorosamente impecável, correto e feliz nas suas decisões, anulando suas próprias chances de avaliar as más sementes plantadas pelo caminho



- Marcondes está com enorme dificuldade em se perdoar pelos acontecimentos em sua existência pregressa. Quando encarnado, o cérebro cumpria sua função defensiva, agora experimenta a dilatação do Cosmo Mental. Mais sensibilidade, menos poder de ação da vontade sobre o subconsciente e predominância de desejos inconfessáveis



- Existem pais, mães, professores, amigos e as mais diversas formas de convivência nas quais existe a presença da enfermidade da imposição, do apego e do controle. Em quaisquer dessas situações, ninguém poderá, em são juízo, dizer que alguém quer o mal de outrem, que alguém quer se vingar de alguém. A vingança é apenas um dos móveis da obsessão, e não seu único viés da vinculação



- Temos aqui nesta ala mães e pais, educadores e religiosos, profissionais e amantes que, em nome do amor, feriram e destruíram sonhos, magoaram e desorientaram mentes. Poucos de nós enxergamos nossa sutil tendência de dominar, nossa arrogância em querer tomar conta da vida de outrem



- A obsessão se concretiza muito mais por cordões energéticos do que pela atuação local de obsessor sobre obsediado. A separação necessariamente não significa término



-A  obsessão de hoje foi o amor de ontem, o amor que sofreu os golpes da traição, da má orientação, da dominação e do apego, pois existe obsessão onde existem laços





CAP 05 - QUESITOS PARA OS SERVIÇOS SOCORRISTAS AO SUBMUNO ASTRAL



-No dia seguinte, retornemos à sala de nossos estudos preparatórios. Não me continha de ansiedade para continuarmos o debate em torno do tema obsessão



- Os integrantes das Legiões Luciferianas não vieram sozinhos até o Grupo X. Foram trazidos por mentes ardilosas que querem dizimar os esforços legítimos de ascensão daquele núcleo de espiritualização



- Agora que se encontram de posse de um incomparável volume de informações, sentem-se privilegiados, exclusivos, sofrendo o assédio da arrogância, que é filha dileta do orgulho



- Os Dragões pretendem se preservar desta visão mais ampla que adquiriram os encarnados. Sabem que o Grupo X bateu às portas do abismo e, por mais um pouco, lá penetrarão. Pensando assim, para não correrem o risco de ter sua vida social desnudada, buscam confundir informações e destruir as que já circulam no plano físico se esclareça acerca da hierarquia das trevas e obtenha informações sobre sua tecnologia, criando a dúvida e a descrença no Grupo X acerca das notícias reveladas e querendo embaraçá-los e depois separá-los



- Há quem imagine, no plano físico, que temos em nossas mãos as rédeas de qualquer reuniões e que, por essa razão, poderíamos afastar ou vigiar os intrusos que visam perturbar as atividades espirituais. Os nossos irmãos encarnados esquecem-se ou ignoram que o processo natural da busca pela sintonia não é fruto daquele instante de encontro semanal



- Nosso irmão Calixto, um componente grave em sua conduta alimenta a estrutura de fascínio de toda a equipe do Grupo X. Ele perdeu, há muito tempo, a medida entre coragem e altivez



Variados grupos mediúnicos, na atualidade, estão sendo mistificados não somente pelos ardis direcionados aos médiuns, mas também pela atitude imprudente de muitos diretores. No caso em questão, Calixto alcança o patamar de uma enfermidade mental patente: a “megalomania”. Sua bravura alcançou o patamar de perturbação



- Quem se arrepende não se livra imediatamente da construção moral que ergueu dentro de si mesmo. É a situação de Calixto como exemplo. É um homem em busca de sua redenção consciencial. Genuinamente arrependido dos males que semeou, ainda assim, luta com tenazes impulsos de sua personalidade condicionada em mandar e controlar, e, sem perceber, manipula e articula impensadamente



- Os grupos mediúnicos, com honrosas exceções, objetivando maior segurança contra os perigos e inconvenientes da mediunidade, equipam-se com medidas cautelares para uma prática mais cristalina e fiel aos propósitos superiores. A maioria pautou-se por excesso nesta atitude, criando normas e padrões que terminaram por cercear a criatividade e a espontaneidade dos servidores da tarefa mediúnica. A regra passou a ser mais importante que os valores da alma. Daí para a padronização foi questão de um passo



- Enquanto nos mantivermos na esfera do habitual, corremos o risco da acomodação e, com isso, sustentamos a ilusão e, com a ilusão nos distanciamos da verdade



- A título de segurança contra o excesso de imaginação, adotou-se a “normalização”, e uma “nova proibição”, em forma de cultura e hábitos, tomou conta de quase todos os núcleos de intercâmbio com nosso plano na seara espírita. Uma poda injustificável, cujo resultado é o cerceamento do mais rico atributo no exercício mediúnico : A espontaneidade



- A espontaneidade significa o fluir dos sentimentos em busca da verdade. O temor de errar, o sentimento de inutilidade nas sessões, a tensão mental criada em razão da idealização para servir ao mundo espiritual bloqueiam os reflexos naturais que poderiam ser estampados no espelho da mente livre



- Falanges adversárias dos espíritas e do espiritismo, organizaram campanhas pela disseminação de uma cultura de engessamento, usando o próprio despreparo dos homens no trato com assuntos da vida do espírito. Sussurraram em corações bondosos, mas desprevenidos, a suspensão de tarefas mediúnicas e o afastamento de médiuns que não se adequavam às novas normas, sendo que, muitos deles, foram taxados de indisciplinados, rebeldes a regras e obsediados



- Modelos de reunião começaram a ser adotados, e as reuniões mediúnicas, que no início do espiritismo eram ricas de simplicidade e afeto, passaram a ter denominações e graus diversos



- No Grupo X temos um encontro de sombras atraídas pela luz de um ideal. Foi preciso algo muito forte e impactante para reuni - los : o ideal do afeto. Nossos irmãos se complementam. Veem, um no outro, aquilo que possuem dentro de si mesmos e não conseguem assumir. Os momentos iniciais de alegria e carinho, afeto e disposição esvaíram-se ao peso das rixas intermináveis e exaustivas. O clima estava propício à obsessão



- A afetividade sem valores morais nobres que a projetam pode resvalar para decepções sem conta nas relações humanas, por isso faltou-lhes um destes valores de proteção para que o afeto se transforme em argamassa construtora de paz na convivência humana. A misericórdia foi um deles



- Somente nesse clima propício de bondade o afeto pode florescer sem atiçar a sombra interior



- A intimidade nos faz entrar em contato com a riqueza e a pobreza alheia. Isso  causa inveja por um lado e crueldade por outro, pois ao não admitirmos a luz que o outro tem, tombamos na ciumeira enfermiça ou, então, procuramos ser cruéis com suas deficiências no intuito de apagar sua luz, que ofusca nossos olhos



- A convivência com ou sem a afetividade, é um espelho no qual, queiramos ou não, temos de nos olhar através do outro



- Além de dona Modesta e doutor Inácio, que guardam laços estreitos com nossos irmãos, talvez o professor Cícero possa ser considerado o grande tutor do Grupo X, pois foi ele quem zelou durante algumas décadas, com incomparável devoção, pela união de um grupo extenso de almas comprometidas com velhas contas a quitar



- Entretanto, nem um décimo deste grupo foi reunido. São aproximadamente trezentos corações, hoje reencarnados, que se vinculam a um novelo de histórias iniciado no século XV, com a infeliz Noite de “São Bartolomeu”





CAP 06 - O PODER MENTAL DE PAI JOÃO DE ANGOLA



- Após nossos cursos preparatórios rumamos para as visitações nas enfermarias, onde fomos recebidos por Salustiano, um enfermeiro servil que nos informou que temos um caso de mutação de um Ex-dragão



- Quase sempre , depois de inúmeras cirurgias reparadoras do perispírito, passam por longo tratamento psiquiátrico e, mais adiante, caso consigam resultados satisfatórios, fazem gradativas atividades de preparação e, posteriomente, iniciam o serviço de sua própria redenção por meio da reencarnação



- Este dragão atacava as dependentes as dependências do Grupo X até duas semanas atrás, quando, em paciente serviço de amor, dona Modesta conseguiu trazê-lo ao hospital. Era a entidade que se passava por Lúcifer no grupo X



- Aquele velho sábio é Pai de Angola, distinto trabalhador  das furnas. Quando na vida física, supunha se tratar de animismo dos médiuns essa descrição em forma de escravo, como se apresenta Pai de Angola



- Esse pobre ser está há quinze dias entre nós, apenas tomando medicações contra sua vontade e recebendo atendimento técnicos no intuito de ser desligado totalmente dos cordões energéticos que ainda o prendem a seus mandantes. É o tempo habitual para o que chamamos de “mutação”, isto é, o desligamento dos seus dominadores e a possível mutação perispiritual com a perda da carapaça de réptil.

Há casos em que a forma perispiritual demanda meses ou anos em serviços complexos de cirurgias plásticas e retificadoras pra chegar ao ponto daquela mutação. Mesmo que tenha havido a anulação dos pequenos implantes de biotecnologia fabricados nas engenharias do mal, muitos casos requerem ação técnica especializada. Tais implantes são colocados no perispírito. Basicamente, o microchip retroalimenta genes de répteis, algo como uma transfusão de sangue no corpo astral



- Esses genes têm o poder de reativar componentes biológicos adormecidos dos antepassados. O princípio da biotecnologia é ativar as memórias ancestrais nos depósitos da vida subconsciente do corpo mental inferior, também chamado de corpo mental concreto



- O Hospital Esperança, com sua filosofia de ecumenismo cristão, abriga em suas áreas todo tipo de templo para cultos a quantos ainda sintam necessidade de suas manifestações religiosas. Temos Centros espíritas, Capelas, Tendas, Umbandistas, Igrejas Evangélicas e outras entidades sociais aqui organizadas





CAP 07 - UMA HISTÓRIA DE MALEDICÊNCIA



- Benevides foi um grande trabalhador espírita do Rio de Janeiro. Ele foi fundador  e tarefeiro devotado de uma creche no subúrbio do Rio de Janeiro, cuidando de mais de 300 crianças e fazendo sopa para mais de 180 famílias



- Sua doença nuclear foi o preconceito. Ele tinha uma visão muito distorcida, que o conectou com forças sombrias que  não suportava a palavra Umbanda. Tinha rejeição sistemática por umbandistas. Além disso, ele também não tinha uma gota de tolerância com os pretos velhos



- Valendo-se de influência política, influenciou a cabeça de homens públicos com maledicência e calúnia até conseguir um escândalo de proporções desastrosas contra a Casa Umbandista vizinha à sua, solicitando o  fechamento da entidade ou seu deslocamento para outras bandas



- Veio um dia em que sua filha mais velha foi tomada por terrível doença no sangue, um sofrimento interminável, que durou anos a fio. A esposa de Benevides, na iminência da morte da filha, foi aconselhada por uma amiga a procurar às escondidas a  Tenda Umbandista a buscar um atendimento especial e sigiloso



- Após duas sessões de tarefas de descarrego e outros rituais de libertação, Marisa, a filha, readquiriu forças, começou a recuperar o peso e tudo o que perdeu nos anos de enfermidade. Com um mês de melhoria, os exmes médicos foram unânimes : Marisa estava curada



- O dignóstico médico de leucemia linfóide nada mais era que um pequeno aparelho similar a uma agulha de costura conectada em sua medula por adversários das sombras, retirado nos serviços protetores da abençoada tenda umbandista. Esse é um caso incomum de tecnologia parasitária gerando uma doença grave. Em geral, o câncer tem como causa o processo de desorganização celular em função de conduta do passado e do presente no terreno da moral, que alteram a vida mental e consequentemente a vida celular



- Nosso irmão padece de uma enfermidade da qual pouquíssimas pessoas na Terra estão conseguindo escapar : a descrença, ou seja, a morte do ideal que sustenta nossa vida em sintonia com o bem, com o nosso bem e o bem dos outros. Quem se fixa nos aspectos sombrios do próximo, ativa sua própria sombra e cria uma cadeia de emoções que formam a teia da inimizade e da discórdia, do preconceito e da antipatia



- A descrença é um mecanismo da vida mental que acessa os arquivos das emoções primárias de ser, que são o medo, a raiva e a tristeza. A partir dela, alguns comportamentos são previsíveis, tais como a mágoa, a indiferença, a rigidez, o preconceito, a inveja, o ódio, o pessimismo, a melancolia e outras tantas manifestações doentias

- Benevides não perdoou a vida e suas leis, que se expressam naquilo que chamamos de realidade. A realidade que nos cerca é o que é, todavia, poucos a aceitam. Queremos controlá-la e conduzi-la conforme nossa visão egoísta da realidade pessoal. Rebelar-se contra a realidade que não podemos mudar é rebeldia, e rebeldia é morte dos ideais nobres do ser por querer contrariar algo que tem de ser como é



- Não é a tarefa para fora que define o homem espiritual que está gerado por dentro. A alma da caridade chama-se relação humana. Sem os predicados de um relacionamento construtivo capaz de promover a amizade, tais como o afeto, a atenção, a saudade, a alegria da diversão, o gosto pelo diálogo ou ainda a gratidão pelos laços que unem, aquilo que chamamos de caridade pode não passar de filantropia, solidariedade, esmola ou assistencialismo



- Muitos  “caridosos” como Benevides, são incapazes de colocar no colo uma criança de sua creche ou nem sequer sabem o nome de seus tutelados. A obra nesse caso, é uma vitrine de personalismo que torna seus responsáveis doadores de coisas





CAP 08 - COMO OS OPONENTES DO BEM PENETRAM NOS CENTROS ESPÍRITAS



- O momento pelo qual tanto ansiei chegou. Após longo período de preparo e visitações de observação, ingressei nas equipes de apoio emergencial aos centros Espíritas



- No Grupo X, três corações eram o centro do tumulto naquele momento : Calixto, Antonino e Ana



- Calixto é um homem bom, profissional exigente e dirigente de reuniões mediúnicas dotado de rara perspicácia. Um orientador da mediunidade que auxiliou inúmeros médiuns a se conduzir conforme as diretrizes espiritas e evangélicas



- Seu temperamento viril é marcado ´por uma determinação severa. Um homem cujo cerne das cogitações é a dor dos desencarnados. A ânsia de socorrer as lutas dos desencarnados, em muitas ocasiões, o promoveu à condição de exagerado em assuntos da vida espiritual



- Raramente encontra outro motivo para quaisquer assuntos que não sejam as interferências de obsessores e a manipulação engenhosa de mecanismos orientados para a perturbação espiritual



- Ana é uma mãe cuidadosa, presidenta do Grupo X e dirigente de reuniões Mediúnicas. Carrega uma enorme dificuldade em aceitar os alertas ponderados que a casa está recebendo por intermédio da mediunidade dedicada de Antonino, raiando agora para a descrença, a antipatia e a disputa com o médium, criando, através da maledicência, o contágio de toda a equipe da casa espírita



- Além do que, em razão de inúmeros processos íntimos, atravessa um momento de definição no lar. Culpa e carência são traços marcantes de sua personalidade



- Por causa da resistência em aceitar os alvitres de nosso plano, sob tutela de Eurípedes Barsanulfo e outros instrutores do bem, começou a questionar as mensagens escritas e as comunicações psicofônicas, criando atritos principalmente com Calixto, responsável pelas atividades mediúnicas do Grupo X



- Antonino, um coração sincero, está atravessando um instante turbulento em sua vida material e emocional. Médium disciplinado e persistente ainda nutre muita insegurança em assumir as rédeas de suas responsabilidades espirituais, entregando-se à dependência na condução de seus potenciais



- Ele estabeleceu um vínculo de submissão com Calisto que o prejudica na consolidação de sua própria identidade psicológica.



- É uma alma carente com um histórico de desvios afetivos graves e, em face de suas instabilidades emotivas, apresenta um enorme obstáculo para conviver com diferenças e diferentes em sua caminhada reencarnatória. Especialmente quando percebe que sua conduta está sob análise, apresenta uma doentia sensação de reprovação decorrente de sua baixa autoestima



- Nossa equipe, sob o comando de Dona Modesta, doutor Inácio, Cornélius e outros servidores devotados, dirigiu-se ao ambiente do Grupo X



- As agremiações do Cristo não são locais santificados nos quais q dor e a perturbação não possa entrar, pois o núcleo espírita é o lugar de quem se arrependeu e quer recomeçar, de quem sofre e de quem enxergou a luz de suas necessidades pessoais. Por isso, os serviços emergenciais aos Centros Espíritas, em crescente demanda, são também destinados aos trabalhadores, até porque, como no caso do médium Antonino, somos nós mesmos os maiores responsáveis por carrear a treva para dentro de nossas casas de amor, pois o tesouro imaculado da Doutrina Espírita, que alimenta a fome do Espírito nos ambientes da casa espírita, foi entregue a criaturas em recuperação





CAP 09 - DISCORDAR SEM AMAR MENOS, A GRANDE LIÇÃO DA FRATERNIDADE



-  Ana : “Isso é pura vaidade e perturbação. Em minha opinião acho que deveríamos afastar Antonino e submetê-lo a um tratamento espiritual”



- Antonino : “ Agora vocês vão ter que me esclarecer sobre tudo o que está acontecendo. Calisto já havia me falado sobre uma reunião de diretoria pra tratar de assuntos mediúnicos da casa. Nessa altura das coisas, Ana, dou pouca importância para sua confiança, principalmente depois de tudo o que ouvi aqui. Já venho sentindo seu clima de disputa comigo desde a comunicação do doutor Inácio, quando você, em plena tarefa, retirou-se, abandonando-a” (A comunicação do Dr Inácio foi narrada no romance do mesmo autor espiritual no livro : “Quem sabe pode muito. Quem ama pode mais”)



- Calisto : “Esteja(Ana) certa de que diante de tanta política de sua parte, estou declarando formalmente minha candidatura à presidente do Centro”



- Ana : “Não faça de conta, Calisto! Todos sabem que era isso que você mais desejava! Sua mania de grandeza não tem limites. Como pode acreditar que nossa humilde casa teria esta importância atribuída aos supostos serviços socorristas aos abismos onde se encontra o gênio das Trevas, Lúcifer?”



- Calisto : “Você (Ana) usa pessoas dentro desta casa para vender uma imagem, minha filha. Ou pensa que não sei de sua ânsia para me afastar da coordenação das mediúnicas? Uma cilada muito inteligente das Trevas!”



- Ana : “Estou a par de todos os telefonemas que tem(Calisto) dado. E pensa que não sabia da reunião de socapa que fizeram? No seu grupelho tem gente fiel a mim. Se você quer partir para a política, vamos para a disputa



- Calisto : “Acha que não sei também dos seus assuntos pessoais? Você não está dando conta nem de manter de pé a seu marido, que enfurnou no alcoolismo, e quer presidir um Centro Espírita? “









CAP 10 - HOMOAFETIVIDADE E MEDIUNIDADE



- As equipes socorristas nos serviços emergenciais reúnem-se todas as tardes no Hospital Esperança, em busca de alternativas e soluções para os casos que acompanham



- Dona Modesta nos chamou para conversa edificante. Nossos irmãos, como já lhes informamos, compõem uma grande família por de compromisso. Eles estão cercados por intensa e venenosa pressão



- Stefan e Antonino já se amaram muito em tempos distantes, vivenciaram experiências homossexuais em mais de uma vida carnal. No presente, o médium guarda tendência ainda marcantes de semelhantes recordações que outrora lhe trouxeram prazer, mas também infelicidade



- Em seu histórico espiritual Antonino serviu voluntariamente às hostes dos dragões do poder na condição de soldado. Entre as regalias de que dispunha pela posição, requisitou a companhia de Stefan, que veio a reencontrar nas furnas na função de vigia de locais periféricos ao vale do Poder, nos quais eram trancafiados os traidores para castigo e sevícias



- O resgate de Antonino provocou em Stefan um ódio incontido em relação ao Hospital Esperança, razão pela qual resiste às enfermarias e aos tratamentos que lhe oferecemos. Stefan serve aos Dragões na esperança de conseguir uma reencarnação



- Os médiuns ostensivos são portadores de uma energia Yin muito acentuada, a energia do feminino, da sensibilidade. Sem esse traço afetivo, dificilmente teria o médium condições de alcançar as sutilezas da vida nas quais costuma penetrar. Isso, porém, não implica, necessariamente, ser feminino na expressão de seu desejo afetivo-sexual



- Uma boa parte dos médiuns são homossexuais pelas seguintes razões :

(1) Alguns, porque já faz parte de seu contingente de vivências

(2) Outros, porque o ascendente energético da energia Yin pode inclinar o médium aos roteiros da atração por  

     pessoas do mesmo sexo

(3) Outros ainda, sublimam os impulsos homossexuais e vão adiante

(4) Outros querem manter sua continuidade

(5) Outros ainda, a repudiam em conflitos severos



- A mediunidade, de qualquer forma, é um buril educativo do feminino humano existente em todo ser. A humanidade penetra o estágio da sensibilidade ou do desenvolvimento do feminino como ponto de equilíbrio das conquistas intelectivas até então amealhadas



- Para a mulher, os filhos são o maior alimento, e as experiências exigentes neste setor amenizam a carga erótica que poderia tombar para rumos inadequados



- Este o maior problema em assuntos da sexualidade, a fuga, a negação da realidade interior, a indisposição humana de olhar com honestidade cristalina para seus conflitos pessoais. Morrer com um segredo mal resolvida é problema do lado de cá na certa



- O instinto é o alicerce do amor. Sob fascínio da atração sexual somos capazes de fazer qualquer coisa por alguém. Pois a atração mobiliza nosso interesse, e o interesse nos conduz à atitude. Não será este o princípio primário do amor



- A contenção dos prazeres sempre é fator de avanço, ainda que a contragosto. Não nascemos apenas para fazer sexo. Carecemos aprender a usar essa força em diversas áreas. Só com a contenção não. A disciplina para educar precisa vir acompanhada de muitos outros movimentos da alma na direção da harmonia e da compensação do prazer



- A conduta reta de Antonino o preserva de travos obsessivos gravíssimos, porém, não pode libertá-lo completamente da Lei de Sintonia em torno de suas características psíquicas. Além disso, a mediunidade dilata todo o contexto de suas inclinações com o componente feminino da energia Yin, causando-lhe grande saudade das vivências de outrora. Neste caso, inclusive, confesso que é muito difícil definir quem é o obsessor de quem, Antonino de Stefan ou o inverso?



- a liberdade sexual pregada sem ética nem responsabilidade, desde os tempos pós-repressão, nos últimos quarenta anos do Sec XX, desembocou em muita amargura e tristeza em muitos corações, que perceberam o vazio provocado pelo prazer sem afeto. Tais condutas fizeram uma reciclagem nos concetitos, provocaram uma discussão mais cristalina sobre o tema. A AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis forçaram a mudança de hábitos



- Espíritos fazem sexo, mas não com menos prazer e gratificação afetiva do que no Plano Físico. No Hospital Esperança, existem também pares do mesmo sexo. Temos uma classe inteira no Instituto para tratar e orientar os assuntos nesse terreno



- A partilha afetiva-sexual faz parte da felicidade humana. Com orientação e paz na alma, talvez você perceba dignidade e fonte de progresso em seus atrativos sexuais para com pessoa do mesmo sexo ou, quem sabe, poderá definitivamente ajustar seu psiquismo aos moldes da sua recente experiência no corpo feminino. Um mundo novo de reflexões se abrirá aos seus olhos no “Instituto de Educação da Sexualidade”





 CAP 11 - OS CORDÕES ENERGÉTICOS E A DEPRESSÃO POR PARASITISMO



- Na continuidade de nossas tardes de estudo com Dona Modesta, acerca dos acontecimentos no Grupo X, as atividades foram abertas com novos questionamentos



- Ana está correta na ideia e desajustada na forma. Ela está fiel ao que, de fato, vem acontecendo relativo ao quadro espiritual de mistificação da questão da salvação de lúcifer. Entretanto, a forma que ela escolheu para resolver o assunto é causa geradora de  mais tormenta e conflito



- Ana pretende convencer a todos de fora para dentro, por meio da artimanha da palavra e criando perigosas articulações  no grupo para atingir seus objetivos



- Aí reside a raiz de inúmeros conflitos nos conjuntos espíritas. Ninguém é convencido de fora para dentro. A formação de uma equipe demanda o heroísmo de se abrir mão dos pontos de vista, buscando consenso. Mas, na verdade, o que quase sempre tem acontecido é que uns ficam aguardando que os outros façam, enquanto cada um de nós continuamos a pensar como pensamos, sem a mínima disposição à renúncia



- Ana está sendo coerente com a realidade, mas, apenas escolheu um caminho improdutivo para alcançar o objetivo. Grupo algum será convencido daquilo que não consegue ou não tem base para acreditar. Como sempre, tem faltado a arte do diálogo, da discussão cristalina. Não o diálogo que se assenta em pontos doutrinários, mas aquele no qual, sob a luz meridiana do Evangelho aplicado, nos colocamos com todas nossas particularidades, tornando possível analisar o lado oculto de nossas relações



- Na esquina de rua do Grupo X estava Jerônimo, um mago mexicano da descrença e da culpa. Um coração muito sagaz que localiza, em mente, os pontos para os quais devem se deslocar as espirais. É um controle exercido a distância por criaturas muito poderosas



- O Grupo X, a partir de hoje, em razão da postura de nossos irmãos, candidata-se a ser sitiado, ou seja, ser tomado por forças inferiores, como muitos grupos já se encontraram. As “bocas”que alguns de vocês puderam perceber aos pés de Ana são entidades oportunistas enviadas pelos vampiros para sugar a energia da dirigente



- Nenhum mago ou técnica das sombras causaria os danos ali constatados se os irmãos de grupo nutrissem o alimento essências da fraternidade. Pior que quaisquer ingerências da semicivilização é a teia vibratória de inimizade formada no grupo X



- Temos trabalhado muito pelo desenvolvimento do afeto neste grupo. Ana descrê, Calisto crê demais e Antonino está confuso. São mentes acostumadas a se manter fieis às suas crenças. Tal fidelidade, entretanto, alcança facilmente uma das mais vis emoções de nossa esteira evolutiva, a arrogância. E esta, por sua vez, patrocina a intolerância, a falsidade, o ciúme, a disputa e a falta de fraternidade



- É nesse clima que o Grupo está sendo bombardeado pelos adversários, cujo objetivo central é enfraquece-lo na experiência espiritual ora iniciada



- Os laços energéticos que circulam nossa vida mental assemelham-se a imensurável oceano de ondas no qual nos achamos mergulhados. O magnetismo pessoal é capaz de criar elos que influenciam, mais do que imaginamos, o campo vibratório com quem tenhamos construído os chamados cordões energéticos



- Os cordões são fios mento-eletromagnéticos nascidos do teor sutil das forças afetivas do espírito. Por eles nos mantemos imantados uns aos outros conforme o teor das relações que criamos no cadinho das relações humanas. A rigor, na Terra, a maioria dos cordões é tecida por energias sugadoras decorrentes, principalmente, da mágoa, da inveja, da soberba, da culpa e do medo, construindo elos de dependência, abuso, poder e desrespeito mediante relações destrutivas



- A base de quaisquer desses sentimentos que sustentam os cordões é uma emoção primária fundamentada para o equilíbrio do ser humano : a raiva. A força da emoção de raiva é um preservativo na evolução humana, pois é uma emoção primária de defesa



- Não sabendo lidar com esse instinto defensivo, permitimos as mais variadas lesões no campo emotivo. Grande maioria das pessoas contém a raiva que sente sem saber como extravasá-la de modo sadio, criando, assim, no cosmo energético um acúmulo que não permite a transmutação. Os caminhos são infinitos, sendo que retê-la ou represá-la seria o caminho mais indesejável. Ela é uma defesa contra nossas não aceitação da realidade



- A raiva costuma manifestar-se dos seguintes modos :



(1)    Mágoa : Uma pessoa magoada é alguém que sentiu raiva de ser lesada e não soube o que fazer com o conjunto de seus sentimentos diante desse fato, tornando-se indefesa. A raiva guardada inevitavelmente transforma-se em mágoa, porque não foi transmutada

(2)    Neurose de controle : Diante da raiva, as pessoas confusas e com baixo conhecimento do seu mundo emotivo reagem com extrema necessidade de controlar ou manifestam tristeza e apatia



 - O resultado de tais metamorfoses nas relações humanas é a construção dos cordões energéticos que prendem criaturas a criaturas, pais a filhos, esposas a maridos, chefes a subordinados. Enquanto muitos encarnados procuram seus obsessores do lado de cá, mal sabem que, na maioria das vezes, a obsessão mora em sua própria casa ou está bem ao seu lado



- Por conta dessa noção estanque de Lei de Causa e Efeito, inúmeros adeptos da Doutrina recebem, com doentia postura, as dores da vida. Colocam-se, muitos deles, como vítimas a caminho da angelitude através do sofrimento de que são alvo, carregando por dentro a revolta, a mágoa e a perturbação a caminho dos despenhadeiros do ódio silencioso



- Sem uma consciência lúcida do que lhes acontece, atribuem a reencarnações passadas toda a infelicidade que suportam a duras penas, sem a menor disposição de examinar os erros e desvios do presente. Em síntese, tal mecanismo psíquico termina por constituir uma fuga lastimável fundamentada em teses doutrinárias  de frágil bom senso. Enquanto analisam suas dores sob a perspectiva de um passado que não conhecem, furtam-se a avaliar os descuidos do presente



- O homem na Terra raramente se mantém dentro dos trilhos de sua programação. Estima-se, no Departamento de Planejamento, aqui no Hospital, que 70% das pessoas cumprem com 20% do que planejaram. 23% conseguem atingir aproximadamente 50% do que precisavam; 5% conseguem se desviar completamente do que organizaram para suas reencarnações e 2% atingem a condição de “completistas”. Criamos mais laços ocasionais que laços programados no nosso planeta de Provas e Expiações



- Tive a oportunidade de presenciar os devaneios afetivos de Ana em relação a Antonino. No caso de ambos, esses laços são velhos grilhões energéticos que os aproximam. Conquanto Antonino não tenha permitido o afeto tresloucado e oculto que consome o coração de Ana, ele, como médium, sente-se entorpecido e sensível ao movimento ativo dos cordões da dirigente



- Quando no corpo, Ana transformava sua paixão em ódio e indiferença. Quando no corpo, Antonino não sabia definir o que sentia por Ana. É por meio dos cordões que se processa esse intercâmbio de sensações e sentimentos



- Os cordões energéticos de ambos antecedem esta vida corporal, todavia, a teia vibratória tecida no Grupo X vai muito além. Outros integrantes também guardam velhos e doentios cordões. No entanto, o que nos chama atenção é que a maioria deles está fortalecendo fios magnéticos pela conduta atual de invigilância. A raiva está na base deste episódio



- Diante dos fatos, todas as metamorfoses da raiva agravam os acontecimentos. Uns se magoam e perdem força para continuar, outros intensificam a necessidade de controle com o objetivo de tomar conta dos fatos. É o que Calderaro chama de “ obsessão mora”, também denominada “obsessão pacífica”



- Somente quando se expressam com altos níveis de raiva por falas impulsivas e agressivas, como as que presenciamos, é que se inicia outro estágio mais avançado da obsessão coletiva, que Calderaro chama de “obsessão mental”



- O resultado final de quem se mantém fixado na sombra dos outros é a descrença. É assim que se encontra o Grupo X, a caminho da descrença em tudo, especialmente uns nos outros. Eles ainda conseguem ser cordiais, fraternos e cumprem com seus deveres nas tarefas para com os de fora. Ninguém é capaz de supor o que lá acontece e, se alguém mencionasse, não acreditaria. Esse tem sido o quadro de muitos grupos doutrinários, uma peleja nas relações



- Nossa incapacidade de aceitar a diferença alheia é algo assombroso. A fixação nas limitações uns dos outros faz com que o conflito de ideias se transforme em um espaço de disputa, e, onde a disputa aparece, o clima de fraternidade desaparece



- É pelo sentimento que os cordões ganham vida, natureza, cor, cheiro, som, movimento e consistência. As pessoas, por meio dos cordões, aprisionam ou se alimentam de energias que sugam ou nutrem o cosmo fluídico dos diversos corpos que possuímos. As ligações são mantidas chacra a chacra, de conformidade com o tema que liga as criaturas envolvidas



- Se o assunto é a mágoa, o centro de forças de imantação é o cardíaco. Se a questão envolve ódio, o chacra mais atacado é o solar. Se o assunto é ciúme e possessividade, o chacra de vinculação é o genésico. Dessa forma, em alguns casos de pessoas magoadas, sob pressão da possessividade de alguém, podem desenvolver diabetes e diversos dermatites. E outros, alguém que sustente o ódio por alguém que o feriu, ou odiado por alguém que tenha ferido, pode avançar para variados processos degenerativos, incluindo alguns carcinomas mais conhecidos



- Podemos compreender os cordões como magia, pois o que é magia, senão a manipulação de energias. Muitos companheiros de ideal, apoiados em informações doutrinárias, alegam não existir o feitiço, acrescendo que somente quem sintoniza pelo pensamento ou tem medo dessas questões é que pode ser atingido. Os sentimentos, porém é que permitem o ciclo dos feitiços, e sobre essa parte da vida interior muito pouco controle e conhecimento detemos para nos imunizar das investidas sombrias que cercam nossos passos



- A raiva, base emocional dos cordões, é o alicerce das relações entre nossos irmãos. Onde a arrogância comparece, o sentimento de injustiça é despertado. E, com essa sensação de lesão pessoal brota o conflito íntimo e, posteriormente, o conflito relacional. A propósito, ele é o estado mental responsável por uma das doenças energéticas mais presentes na vida terrena : a “depressão por parasitismo”. É o estado mental de desorganização, um choque de forças do subconsciente com o consciente sob a tutela do self ou superconsciente



- Esse estado, que caracteriza a esmagadora maioria das criaturas no Planeta, gera matéria astral. É uma colônia bacteriana de largo poder destruidor. É como uma infecção a purgar ininterruptamente sobre o cosmo vibratório dos corpos, ao mesmo tempo, gera um movimento inflamatório, uma pressão sobre todo o conjunto energético, provocando ações desencadeantes de doenças físicas recorrentes. Sob a ação desorganizadora, a anatomia dos chacras sofre múltiplas alterações, subtraindo a capacidade normal de absorção, metamorfose e transmutação das forças que atuam sobre a vida mental do ser



- Alguns sintomas verificáveis desse quadro são : confusão mental, falta de vitalidade física, angústia, ansiedade intermitente, tristeza crescente, insônia, diminuição da libido e outros



- Chamamos de “depressão por parasitismo” porque , depois de consolidado o “habitat energético”, diversas formas vivas etéricas se agregam ao ecossistema em formação, tornando-se predadores em regime de vampirismo, retroalimentando a cadeia de efeitos desastrosos para a vida corporal do homem terreno



- Estudando os cordões energéticos e os fenômenos magnéticos que circulam em nossa vida, ficam evidentes duas conclusões :



- Primeira : É que se torna completamente dispensável a presença de obsessores fora da matéria para que se processem as obsessões



- Segunda : É que a medicina sanitarista do mundo jamais fará progressos preventivos e curativos caso não se abra para estudar a fenomenologia vibracional



- Não vivemos isolados sempre haverá cordões energéticos. Vivemos neste oceano energético e nele buscamos o alimento conforme a natureza de nossas qualidades ou mazelas. O Fluido Cósmico Universal, a alma do criador, é o campo energético do amor e da elevação para que tenhamos sempre vida e consciência a caminho do progresso incessante. A criação dos cordões de amor será a garantia de libertação, paz e avanço na evolução





CAP 12 - OS LAÇOS DA COMUNIDADE ESPÍRITA  COM OS DRAGÕES



- A desarmonia no Grupo X, depois de agravados os conflitos entre Calisto Ana e Antonino, teve efeito epidêmico no transcorrer das semanas. Os adversários mais sagazes, os Dragões, sob tutela do Mago Jerônimo, avançaram palmo a palmo no campo mental do conjunto



- Um clima inamistoso de disputa destruía as forças magnéticas, estiolando a guarda espiritual do centro Espírita. Antonino sofria larga pressão para abandonar o barco das lutas junto à equipe. Confuso e pressionado pela inteligência de Magos que lhe conheciam de longa data no Vale do Poder, atolou-se em exaustivo quadro depressivo. Perdera de todo a motivação com a tarefa e, por muito pouco, não permitiu desfalecer no ideal de espiritualização



- Estava instalada irremediavelmente a obsessão coletiva, o sitiamento sem impedimentos



- Um emissário do Vale do Poder, denominado doutor Darius, procurou-nos à porta do Grupo X, portando uma intimação recebida por Dona Modesta. A referida intimação solicitava o afastamento de Antonino do Grupo X em troca do controle do Grupo



- Retornamos ao Hospital esperança e Dona Modesta convocou todos os servidores das equipes emergenciais a uma reunião extra para tratarmos a decisão a tomar



- Em todos os tempos, o Evangelho do Cristo foi cercado pelos mais traiçoeiros acordos de facções. Até Jesus foi convocado a tal mister, quando esteve por 40 dias no deserto, em duelo com o gênio do mal que lhe queria testar. Ali foram selados acordos inimagináveis por parte das equipes Celestiais do Cristo para com os destinos da humanidade, e que determinaram, acentuadamente, a história dos últimos dois mil anos sobre a terra, incluindo a fulminante obsessão de Judas, o grande visionário do Cristo



- Acima. Porém, de todos os acordos, reina a luz soberana da justiça. Deus, em sua magnitude, não exclui do inferno o direito que estabelece leis, conforme os ditames da consciência de seus habitantes



- A maldade calculada é a inteligência mal conduzida, mas nem por isso deixa de talhar seus códigos de ética e conduta, alicerçados conforme o teor dos interesses coletivos das regiões purgatoriais



- O serviço redentor da regeneração nos pátios enfermiços da semicivilização não exclui a dura realidade dos acordos. Em muitos deles, somos obrigados a aceitar as cláusulas visando a um futuro melhor para todos



- Reza os termos do acordo que eles oferecem mais de uma centena de vândalos aprisionados, como é a praxe, em troca da “libertação” do Grupo X. A condição é a retirada de Antonino



- A queda de Antonino é bem cotada nas esferas inferiores diante das bênçãos generosas que sua mediunidade tem levado ao mundo físico



- A Lei do submundo não é um apêndice na evolução da Terra. Ainda que os irmãos tenham seu ponto de vista na disputa e no domínio, nada ocorre sem a permissão Divina e, mesmo os rumos que podem parecer uma desventura, tornar-se-ão brevemente uma fonte cristalina de luz pelo bem da nobre causa a que nos devotamos



- Há quem imagine as organizações inferiores compostas apenas de criaturas mutiladas e assustadoras ou, ainda, em locais escuros e sujos. Essa é apenas uma das facetas das regiões que cercam as edificações urbanas. Tribunais, hospitais, laboratórios, escolas e todos os instrumentos sociais do progresso estão presentes em tais localidades, que se estruturam como centros avançados da inteligência



- Os adversários do Grupo X não querem a queda do grupo, mas buscam a mais velha tática de enfraquecimento dos serviços do bem: a fragmentação para isolar



- Nossos irmãos estão transgredindo todos os elementos da saudável composição na formação de conjuntos homogêneos. Não existe concórdia sem afeto aplicado, e afeto aplicado é resultado da educação e da motivação natural de quem confia e se entrega



- A separação sempre será desejável, mas não como resultado de conflito, e sim como multiplicação do campo de trabalho por meio de anseios nobres



- Alguns companheiros que chegaram ao Hospital Esperança, depois de uma pródiga reencarnação prestada ao ideal, continuam contando sua versão pessoal das tragédias da desunião, colocando-se como quem nada fez para que as situações corressem ao sabor das sizânias. Muitos deles, na verdade, foram os arquitetos das separações e, em suas ilusões, não enxerga com lealdade tal descuido, culpando a todos e não enxergando a própria parcela de desacertos



- O médium isolado corre sempre o risco de tombar nas armadilhas da descrença e da lisonja, se estiver à procura do destaque e da glória pessoal. É imperativo reconhecer que não é isso o que busca Antonino, conquanto ninguém no Grupo X veja de outra forma, a não ser Calisto. Disse dona Modesta que o que procura Antonino é autonomia



- Autonomia é muito diferente da vaidade. Muitos a querem em busca de aplausos e gratificações passageiras, e, nesse caso, autonomia é sinônimo de personalismo. Nosso irmão, entretanto, está em busca do direito de responder por seus talentos espirituais, por sua decisões e por suas obras. E o grupo lhe nega esse direito mais por imaturidade que por intenção



- Como Antonino é uma alma frágil no que tange a sua independência, esse ambiente se torna perturbador para ele, o qual recebe esse julgamento com muito sofrimento e com muita insegurança, debatendo-se entre as suas aspirações sinceras e os roteiros defendidos pelos companheiros



- Para entender os acordos que envolvem a possibilidade de sitiamento do Centro espírita, precisamos conhecer algumas informações sobre a saga dos Espíritos que reencarnaram como Espíritas. A história espiritual de expressiva parcela de espíritos que regressaram à coletividade espírita é uma saga de quedas e tropeços, entretanto, Jesus, o zelador infadigável de nossas necessidades, trata-nos como os “Lírios de Esperança” nos pântanos do fracasso



- As primeiras coletividades da maldade na Terra foram registradas há aproximadamente dez mil anos. A insurreição de Lúcifer, como foi batizada a reação organizada à vinda do Cristo na Humanidade, é um movimento encabeçado por um coração querido de Jesus, que não teve a humildade suficiente para aceitar os desígnos da deportação



- Antes dessas primeiras coletividades, Lúcifer recobrou de forma mais nítida as recordações da extradição de Capela, o orbe de onde foram retirados milhões de Espíritos em razão de sua renitência no mal. O objetivo primordial da oposição foi impedir a vinda de Jesus



- O raciocínio que vigorava nas mentes empedernidas era o seguinte: “Já que ele nos confinou em lugar tão obscuro e infeliz, nós tomaremos conta da Terra. Mostraremos a Jesus que não necessitamos de sua complacência e que sua lei é uma mentira. A Terra será nossa e faremos reinar aqui o valor do egoísmo, única estrada capaz de trazer a verdadeira felicidade pessoal. O amor é um equívoco”



- O primeiro grupo a se estabelecer nessas bases foi o “Vale do Poder”, a mais antiga organização da maldade na história terrena. Seus comandantes autodenominaram-se “Dragões”. O Dragão era um símbolo usado em Capela que expressava força e poder



- Os Dragões escolheram tal simbologia estribada no seguinte pensamento : “Se Jesus nos colocou como a serpente rastejante do paraíso, criaremos asas e faremos fogo, assumindo nossa verdadeira condição de seres poderosos, capazes de voar além da imaginação e queimar com crueldade as mais mentirosas expressões da lei do amor”



- Dotados de larga experiência militar e política, desenharam uma hierarquia que copiava velhos modelos de gerenciamento usados em seu planeta de origem



- Obsessões gravíssimas se instalaram em torno dos passos do Senhor como sinais de inferioridade moral das hostes da maldade na tentativa de humilhar todos os seus seguidores. A “Idade Média”, porém, foi o apogeu da loucura das trevas, um jogo de interesses sem precedentes, desde a partida do Cristo pela crucificação. Nas faixas conhecidas do Umbral e dos Abismos, formou-se uma semicivilização



- Nos últimos dois mil anos, milhões de criaturas que diziam servir a Jesus nos roteiros do Cristianismo foram aliciados para tais locais de dor e ultraje. Foi com base na culpa e no medo que trancafiaram uma enorme falange de almas falidas nos roteiros do Evangelho. O intuito era muito claro: atacar a mensagem do Cristo, já que ela não traz a felicidade nem a paz prometida. Um processo de justiça para cobrar de Jesus a promessa do reino dos céus. As prisões da subcrosta encontravam-se abarrotadas ao fim da “Idade Média”



- Os Instrutores Planetários trabalharam nos últimos quinhentos anos a noção de humanismo no seio das comunidades, a fim de recuperar a lucidez mental. Desde o renascimento cultural, que declinou o término da Idade Média até o desenvolvimento da tecnologia avançada no Sec XX, fluíram de “Mais Alto” as mais tocantes noções para a educação e o avanço na escola da evolução do pensamento e da moral



- No tempo em que as forças militares das sombras concentravam largo poder de ataque aos círculos europeus, onde se localizava, naquele tempo, o núcleo irradiador da cultura e da política, nos fins do Sec XIX, uma investida sem precedentes foi realizada na libertação de almas encarceradas nos calabouços da semicivilização.



- Um dos principais focos salvacionistas foi concentrado na alforria dos cristãos abatidos pela falência espiritual. Milhões  de corações que careciam da reencarnação imediata. Mentes sofridas pelas lembranças do erro, porém, muitas delas sinceras e detentoras de largas habilidades intelectuais



- Milhares desses corações assolados pela dor consciencial, depois de breve preparo moral, foram recambiados para o renascimento no corpo carnal, distante do psiquismo enfermiço da velha civilização. Regressaram ao Brasil, a maioria nas fileiras do Cristianismo. Milhares deles encontraram no espiritismo o novo seio acolhedor na recuperação de suas forças



- Tocados pela mensagem do Evangelho, retornaram esperançosos por novas lições na regeneração de si mesmos



- A primeira leva de almas que regressaram como espíritas cooperariam, mesmo sem possuir autoridade moral, na edificação das primeiras construções físicas e culturais do movimento em torno dos ideais do espiritismo. Como desafio maior, deveriam superar o mais ameaçador de seus vícios : o de possuir a propriedade da verdade



- Sob intenso medo, reencarnaram em condições que lhes permitiriam adesão às sagradas fileiras do serviço espírita. Cientes de destino dado aos ex-encarcerados, os Dragões cerraram seus esforços contra o avanço do ideário espirita no Brasil. Mutilar a esperança de melhora dos idealistas por meio de ataques aos centros espíritas, essa era a tática. Uma luta que dura mais de um século



- Mediante tais informes, é fácil concluir que aqueles a quem chamamos adversários são extensões de nós mesmos. Os Dragões são um retrato fiel do nossa condição moral, guardada uma única diferença que jamais poderemos olvidar : nós desistimos do mal, eles não. Nós queremos o bem, conquanto ainda não consigamos realizar tanto quanto gostaríamos



- Seria despropositado afirmar que todo aquele que se torna espírita se encontra inserido nesse contexto de explicações de destino do “Tronco Judaico-Cristão”



- Os integrantes do Grupo X, assim como diversos militantes da seara espírita, regressaram ao corpo na segunda metade do Sec XX. Fazem parte da segunda leva de almas recambiadas em condições íntimas muito similares às da primeira. Seguindo etapas muito bem definidas por Bezerra de Menezes, que avalizou tais reencarnações, essa segunda leva ocorre exatamente no “segundo período de setenta anos” nos destinos do Consolador Prometido



- Contra esses corações que regressaram, os ataques do “Vale do Poder” tornaram-se ainda mais cruéis e impiedosos. Nossos irmãos no Grupo X são muito visados por esse motivo



- Desde as primeiras refregas infringidas pelos Dragões, eles nunca tiveram por alvo destruir as casas, mas humilhar o ideal. O grande objetivo é paralisar, imprimir marcha lente e convencional. Nada melhor, para isso, que explorar a mais velha armadilha de nosso mundo íntimo, o orgulho. Incensando nossas vaidades, a ilusão faz o restante



CAITULO 13 -  A PSICOLOGIA DOS DRAGÕES : DESCONFIAR UNS DOS OUTROS



- A descrença patrocina os mais doentios quadros da conduta humana. O vazio existencial, a desistência dos ideais nobres, o medo de viver, a busca do prazer efêmero, a compulsão pelo destaque por meio da força e da violência, a disputa que leva às guerras, à doença mental e a outras formas de doenças morais são alguns dos efeitos da descrença, que estrutura a infelicidade terrena e multiplica os reféns da culpa e da falta de sentido para progredir



- A arrogância é o contrapeso da descrença. Quem não conquistou a capacidade de estar em plenitude, de nutrir-se de ideais legítimos e honestos, debate-se exaustivamente na compulsiva necessidade de afirmação do ego. A arrogância é a defesa dos fracos e o trampolim dos desmotivados



- Impor-se a qualquer custo, ser o melhor, destacar-se e ser reconhecido são algumas das neuroses recorrentes da personalidade arrogante. Uma doença da vida mental profunda que nos leva a um dos mais desconhecidos gêneros de obsessão : A “obsessão pacífica”.

A obsessão pacífica é a sinergia de mentes, uma troca. É o tipo de obsessão que caracteriza inúmeros grupos doutrinários e, que segundo Calderaro, chama-se “obsessão moral”



- A mais habitual propriedade psicológica da arrogância é a resistência em admitir a presença sutil de suas manifestações personalistas. Nossos irmãos ainda não aprimoraram a noção de autoconhecimento suficientemente, pois de forma inconsciente, ainda se debatem na areia movediça da personalidade arrogante



- E, assim os adversários do trabalho encontram brechas mentais para se inserir em sus=as ações. Hoje alguém pode encontrar larga faixa de sintonia com a mente de alguém, todavia, daqui há vinte e quatro horas ou dentro de dez dias essa faceta da personalidade poderá estar completamente vedada a qualquer ação mental de obsessores. Por isso não será incorreto, também, classificar as “obsessões pacíficas” como intermitentes ou sazonais



- A personalidade arrogante é inquieta, sente-se sobre o peso de severas obrigações, exige demais de si mesma. São criaturas quase sempre muito criativas, práticas, pensam e falam o que pensam, ouvem pouco. Seu tônus emocional básico é de ansiedade, o que as leva à pressa e a emanações de irritabilidade contínua. Daí alguns sintomas de suas atitudes, tais como : impaciência e precipitação



- Ainda podemos verificar múltiplas formas de ação desse estado íntimo de inquietude, que patrocina a intolerância, a rigidez, a disputa e o principal e mais desastroso comportamento que intoxica as relações, isto é, a compulsão por colonizar o pensamento alheio



- Nas lutas de cada dia, o descuido com a fala por parte de Ana tem agravado todos os fatores de discórdia. Essa franqueza mórbida, tomada como sinceridade, perde seu valor quando inspirada na arrogância de nos supor com obrigações de corrigenda uns sobre os outros



- Tornamo-nos arrogantes todas as vezes que achamos que alguém tem de acreditar no que enxergamos sobre ele, ainda que isso seja uma verdade.



- Um dos resultados comportamentais da arrogância é o apego aos nossos pontos de vista, que causa a sensação de estarmos certos. Esse o móvel principal da personalidade arrogante : supor-se dono da verdade



- Para nossa arrogância é muito difícil admitir que alguém, além de nós, possa conduzir as decisões ou destinos de qualquer responsabilidade em nome do Cristo. Eis a nossa luta milenar desde que aceitamos segui-lo. No fundo, com raríssimas e honrosas exceções, continuamos duelando pela posse da verdade



CAPÍTULO 14 – INÍCIO DE UMA NOVA ETAPA



- Os termos do acordo com as trevas, após a cena do lava-pés, foram rigorosamente cumpridos. Antonino abandonou o Grupo X. Ana manteve-se na presidência e Calisto debandou para a formação de uma nova casa



- A cena do lava-pés foi descrita no Livro “Quem sabe pode muito. Quem ama pode mais”, no Cap 20, cujo título é “Clamor por união”



- Antonino trazia na alma um torturante sentimento de fracasso por se afastar das tarefas em busca de novas vivências. Ana trazia o coração moído pela contrariedade dos acontecimentos inesperados, pois amava antonino, com quem nem sequer poderia partilhar a convivência dali para a frente. Calisto, impassível em seu afeto, negava sua dor e preenchia o vazio com visões futuristas para seus projetos, sempre alegando que Lúcifer e seus asseclas conseguiram o que queriam



- A lição estava consumada. Imputar a obsessores e inimigos espirituais do Cristo a responsabilidade pela desarmonia e tropeços na tarefa é, no mínimo, uma atitude de fuga de nossas próprias limitações que não queremos enxergar

- É inegável a atuação dos adversários, entretanto, a história do Grupo X foi composta de todos os fundamentos característicos do modo de agir dos opositores do bem quando planejam emperrar as atividades das agremiações consoladoras do Espiritismo



- Infelizmente, tinha de aceitar algo que minha razão, ainda intoxicada pelas noções do mundo físico, não admitia: os Centros Espíritas não só estão abrindo a porta para o obsessão Coletiva, mas estão convidando os antagonistas do bem a entrar



- Antonino, depois de décadas de trabalho assíduo e perseverante, pela primeira vez ele se via sem trabalho, sem compromisso e sem grupo. A dor da solidão e do desamparo castigava o coração de Antonino



- Dona Modesta, solicitou-nos prepara Antonino para um encontro noturno, quando ele se afastasse do corpo físico pelo sono. Ele em suave desdobramento do corpo, acompanhou-nos à sala especifica no Hospital Esperança par o encontro marcado. Disse-lhe Eurípedes Barsanulfo : “ A estrada para Jesus é povoada de armadilhas de ilusão e testes de resistência moral. Eu te abençoo e o louvo pelo esforço incomparável que fizeste para oferecer o melhor na prova que se encerra. Se no mundo físico torna-se necessária a experiência da solidão temporária, estejas certo que, de nossa parte, estaremos cada dia mais próximos e envolvidos com o teu coração generoso e puro



- Varamos o espaço em direção ao Rio de Janeiro e chegamos à Tenda Umbandista Pai João de Angola. Pai Zequinha, com uma vidência mediúnica a toda a prova, avistou-nos a distância e, quando entramos nas dependências da tenda, ele expressou em voz alta : “Já te esperava faz tempo, Antonino. Vamos trabaiá?”



ENTREVISTA : RESPOSTAS  DE MARIA MODESTO CRAVO ÀS PERGUNTAS FORMULADAS PELO MÉDIUM WANDERLEI SOARES OLIVEIRA  SOBRE O CONTEÚDO DO LIVRO



- Todo sofrimento, segundo Buda, é causado pelo apego. Quanto mais ilusão, mais magoada será a criatura



- Nós nos iludimos porque somos egoístas e todo o egoísta espera que a vida sempre vá lhe atender integralmente as expectativas



- A ilusão na relação humana, por exemplo, é mais comum com as pessoas com quem convivemos, por supormos que sabemos tudo sobre as pessoas de nossa convivência



- Na ilusão sobre a vida é pior que a ilusão da convivência, porque construímos uma ilusão sobre o que achamos que o mundo deve ser



- Os apontamentos desse livro fala-nos de misericórdia. A misericórdia é o caminho mais curto para o perdão, pois quando somos misericordiosos na atitude, conseguimos a leveza de viver de modo incondicional em relação às imperfeições alheias



- Os integrantes do Grupo X não foram misericordiosos por causa da desconfiança, pois desconfiavam da competência uns dos outros e a desconfiança expulsa a misericórdia



- Nós desconfiamos das qualidades uns dos outros, devido ao efeito nocivo do orgulho que nos venda os olhos, supervalorizando-nos em detrimento do outro, não sabendo o que fazer com o que sentimos quando a luz do outro brilha mais que a nossa. Infelizmente, nessa situação temos adotado um comportamento que mata a confiança, ou seja, a agressividade do autoritarismo nas relações. Autoritarismo nas relações é toda forma de exclusão do diálogo



- Antes do perdão, existem duas atitudes fundamentais que expressam o amor em movimento, a benevolência e a indulgência. Perdão só será necessário quando não aplicamos as duas. Quando não conseguimos um estágio produtivo na benevolência e na indulgência, inevitavelmente se instalará a ofensa



- Muitos conceituam ofensa como uma mágoa diante de sérias lesões e perdas. Pensando com sabedoria, vamos perceber que ofensa é não aceitação, pois toda vez que não aceitamos algo ou alguém, já existe ofensa. Ofensa, no sentido espiritual, é toda vez que nosso interesse é contrariado



- Jesus sabia que seria assim. Por isso recomendou perdão o tempo todo, inclusive que perdoássemos setenta vezes sete. Libertarmos da prisão que nós mesmos construímos para nós. Vivemos, quase todos, gastando energia para manter a opinião negativa que temos acerca de uma pessoa, instituição, ideia ou assunto. Não conseguindo a proteção da benevolência e nem da indulgência, sentimo-nos ofendidos por alguém ou por algo não ser como gostaríamos que fosse



- Perdoar é a arte de aceitar, significando entender que tudo acontece por uma razão que impulsiona o progresso, mesmo nas mais indignas e cruéis situações. Nós já nos encontramos muito cansados de nós mesmos em razão do volume de atitudes infelizes ao longo de várias reencarnações



- Só quando compreendermos e aceitarmos, podemos ser afetivos no conceito cristão da palavra, isto é, aceitar o outro na sua particularidade, na sua limitação e, ainda assim, conseguir amá-lo ardentemente, erguendo-o para um mundo novo na transformação pessoal, acolhendo-o de modo envolvente de tal forma que ele se sinta compelido a acreditar em si mesmo



- Ouçam suas consciências, antes de tudo, tenham atitude respeitosa com a opinião alheia, absorvam as críticas que acrescentam ao bem



- O ato verbal de mentir, caluniar, escandalizar, em verdade, é um mecanismo de liberação do inconsciente. Seja em que nível esteja o maledicente, ele vomita pela maledicência sua “sombra pessoal”. Todavia, toda maledicência é um escândalo, segundo Jesus : “Ai do mundo, por causa dos escândalos, porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele por quem o escândalo vem”



- A questão de manter-nos no que há de melhor em nosso próximo não nos impedirá completamente de experimentarmos antipatia, indisposição e mal-estar na convivência com algumas pessoas



APÊNDICE



- Olhemos com mais carinho esses sentimentos sem cobrar-nos tributos morais. Essa é a mais cristalina verdade sobre nós mesmos, da qual não devemos nos envergonhar. São os seguintes esses sentimentos :



(1)     Não gostamos de ser criticados

(2)     Repudiamos a possibilidade de que alguém seja mais querido que nós mesmos

(3)     Sentimo-nos injustiçados quando alguém nos corrige naquilo de que precisamos

(4)     Chegamos a nos alegrar com os tropeços alheios para nos fazer mais fortes perante outrem

(5)     Não conseguimos conter o impulso maledicente da língua para diminuir o brilho do outro

(6)     Raramente nossa alegria com o êxito de alguém representa consciência do bem pela Obra do Cristo

(7)      Fazemo-nos indiferentes ante as habilidades que florescem nos companheiros de tarefa

(8)     O melindre azorraga-nos quando uma decisão é tomada sem nossa participação

(9)     A inveja nos assalta, impiedosamente, quando alguém produz algo mais criativo e valoroso que nós

(10) Adotamos a teimosia quando não queremos seguir as recomendações com que não concordamos

(11) Disputamos cargos e títulos como se, à luz da Boa Nova, isso fosse privilégio e indício de espiritualização

(12) A presunção entorpece-nos a ponto de acreditarmos ter todas as respostas para a vida alheia

(13) Invadimos o mundo íntimo das pessoas como se tivéssemos um alvará de quebra dos limites, tão somente por acreditar-nos bons o suficiente para entender o que se passa por dentro do coração alheio

(14) Elegemos modelos de condutas, estabelecendo rótulos com os quais expedimos juízos de suposta verdade sobre o comportamento de nossos amigos





 - Nos lances conflitantes da vida interpessoal, os percalços não se encontram fora, mas dentro de nós próprios



- Jesus nos aceita em sua Obra como somos. Entre nós porém, grassam disputas enfermiças e desgastantes para aferir quem é o maior. As relações são perturbadas pelas sutilezas do orgulho, criando gládios intermináveis que entorpecem os raciocínios, minam as forças morais e convidam à obsessão



- Quanto mais conhecimento e tempo no contato com as verdades espíritas, mais riscos de se apegar às convicções pessoais. A experiência costuma causar a sensação de grandeza e acerto e nesse clima de descuido, surgem as expressões mais destrutivas da arrogância que nos é pertinente



- Pequenos gestos de desamor, ou mesmo a simples ignorância sobre o que verdadeiramente sentimos uns pelos outros, são fagulhas perigosas no sistema das relações aptas a incendiar as mais caras afeições



- Assumamos sem receios nossa falibilidade escolhendo rever nossas convicções, especialmente as que temos em relação àqueles com os quais ainda não tenhamos nos harmonizado. Rever convicções é ter a coragem de analisar os fatos sob outra perspectiva. Isso nos levará aos novos aprendizados