terça-feira, 22 de setembro de 2015

VIDEOAULA 12


A SOMBRA/03 - FORMAS DE SE RELACIONAR COM A
SOMBRA (Íris Sinoti)

- Relacionar-se com a SOMBRA é o único caminho de fazer o nosso processo de “Individuação’

- Qual de nós temos o hábito de perguntar-nos sobre aquelas questões que nós, normalmente, não ousamos pensar

- Têm coisas que aparecem na nossa cabeça, de vez em quando, e dizemos : “Depois eu penso nisso”

- Têm uma frase que é muito interessante, que diz assim : “Nós não somos conscientes do nosso inconsciente”. Mas é importante que tenhamos, pelo menos, uma idéia de que precisamos mergulhar

- Muitas vezes nós falamos, lemos, vemos e ouvimos nas doutrinárias os palestrantes, os espíritos, sinalizarem para nós a importância da reforma íntima, do autoconhecimento e ficamos ouvindo essas palavra, pensando e concordando com isso, que todas as questões que nos incomodam, precisam ser resolvidas

- Mas o primeiro passo é escutar todas essa palavras ou ler isso em algum livro e pensar assim : “Se fulano estivesse aqui, se fulano lesse esse livro” e não percebemos que tudo aquilo que foi escutado ou aquilo que está escrito serve, primeiramente, para mim, porque, se não fosse assim, não estaria ali sentado escutando as palestra ou lendo um livro

- É difícil para o Ser Humano lidar com a SOMBRA, esse arquétipo poderoso que atinge o EGO

- Trabalhar a SOMBRA exige um esforço que nem sempre estamos dispostos, disponíveis para fazer

1 - Carl Gustav Jung

- “A SOMBRA é problema moral que desafia a personalidade como um todo, pois ninguém é capaz de tomar consciência dela sem esforço moral considerável. Tornar-se consciente da SOMBRA implica reconhecer os aspectos obscuros da personalidade como existem na realidade

- Imaginemos aquela pessoa que não está disposta, nunca ouviu falar em “Individuação”, de inconsciente, e que vai levando a vida tipo “Deixa a vida me levar, a vida leva eu”. Mas é impossível, pela própria condição da nossa fatalidade que é a “Plenitude”, que, em algum momento, não tenhamos um certo incômodo, uma sensação de vazio, uma sensação de que alguma coisa não está correta, está fora do lugar, que alguma coisa não está acontecendo ou não está fluindo como deveria

- O EGO que poderia num primeiro momento ser um impedimento para o nosso processo, é, também, veículo para o exame da SOMBRA

- Esse EGO que, muitas vezes, me impede de investigar minhas mazelas, ele também começa a se sentir culpado

- Existe em nós, quando deixamos essa SOMBRA para lá, um certo incômodo que gera uma angústia e que vai gerar uma culpa. E aí passamos a ter uns sintomas físicos, doenças psicossomáticas, doenças emocionais e psicológicas, geradas, muitas vezes, por uma culpa que de fato não sabemos explicar, como surgiu e de onde vem

- Jung vai dizer que a SOMBRA é problema moral. Eu sei de alguma forma que preciso fazer isso, mesmo que eu negue, mesmo que não queira. Com isso, diz que trabalhar a SOMBRA é um desafio à personalidade, e essa é a dificuldade inicial de fazer um trabalho com SOMBRA

- Sendo a SOMBRA um conteúdo formado oposto ao que a PERSONA mostra ao mundo externo, a primeira coisa que nós temos em mente, é que trabalhar a SOMBRA vai exigir de mim abrir mão da PERSONA

- A imagem que eu tenho de mim precisa ser desfeita, e isso é muito difícil, porque, imaginando que alguém que tenha a imagem de bonzinho”, vai ter que abrir mão de ser “bonzinho” para mostrar o “outro lado”. E esse “outro lado” assusta, até porque se eu não conheço, se eu não tenho a dimensão, nem as potencialidades de “outro Eu”, que existe em mim

- Quando Jung vai chamar a atenção, é justamente, por isso, porque “Ninguém é capaz de tomar consciência dela (SOMBRA), sem esforço moral considerável, porque mexe com toda a estrutura da pessoa que sou e que não conheço ainda, e da pessoa que penso que sou. Então é uma condição moral, até porque tudo aquilo que eu acredito : meus valores, minhas crenças, também precisam ser revistas

- Muitas vezes, o que me impede de fazer um mergulho profundo, e conhecer de fato aquela pessoa que penso que sou, são minhas crenças, são valores que adquiri e que eu começo a achar que o Mal não está em mim, o Mal está em outro lugar. Então, porque eu vou procurar o Mal se ele não reside em mim

- Esse mexer que Jung diz, vai fazer com que eu reconheça aspectos obscuros da minha personalidade na forma real, como eles são de fatos

- Não é um trabalho rápido e simples, mas um trabalho extremamente rico pela possibilidade de libertação. E todo o processo de “Individuação”, de autoconhecimento, acontece de fato, que a SOMBRA for trabalhada de forma consciente, de forma corajosa e como sugere Joanna de Ângelis, muitas vezes, sem julgamento, sem culpa, mas sim com a disposição de descobrir-se, de revelar-se a pessoa que se é

2 - Formas de se relacionar com a SOMBRA

- Existe basicamente Quatro formas de se relacionar com a SOMBRA :

2.1 - Primeira forma: Ela é permanece inconsciente, fazendo escolhas por nós. Eu não tomo conhecimento da minha SOMBRA, eu não faço nenhum trabalho com ela, e faz de conta que, se eu não sei, ela não existe

- Só que ela existe, e vai fazendo um monte de escolhas por nós. E nós indagamos como isso é possível? E se eu não a conheço, se eu não sei da existência dela, como ela consegue fazer isso?

- Ela está lá no inconsciente, quieta, na “gavetinha” guardada e com a chave jogada fora. Só que ela escapole e somos tomados por uma emoção, por uma situação que nos descontrola, nos tira do sério, do eixo normal. Isso é uma manifestação da SOMBRA

- Aqueles relacionamentos que temos, aquela sensação que “já vimos esse filme em algum lugar”, e pensamos : “De novo isso”...”Tudo que eu me envolvo é a mesma coisa, o mesmo problema”. É a SOMBRA se manifestando, porque como ela está no inconsciente, ela vai se manifestando de outra forma

- Exemplo dessa manifestação : “ É o caso de uma jovem que relata não ter sorte com os amigos, pois eles a traíam, faziam fofocas dela, só que ela não se dava conta que tinha uma relação de amizade que sufocava a pessoa, sugava até a última gota de sangue da pessoa. Era algo tão intenso que ela fazia, que a pessoa fugia , a evitava, e ela entendia essa “escapulida” como traição, sem perceber que a condição dela de não perceber a sua SOMBRA, o Mal que existia nela, suas carências, seus complexos, é que fazia que ela vivesse a mesma história todo o tempo”

- A SOMBRA aparece muito nas nossas relações. O outro é o melhor espelho para me mostrar o meu outro lado, porque as pessoas por si só, não percebe, pois ninguém diz : “Que jeito estranho tem essa pessoa, igual a mim”

- Quando minha SOMBRA está nessa condição, ainda bem inconsciente, fazendo escolhas por mim, ela escolhe os meus amigos e, por isso, vemos que os relacionamentos são bastante complicados, e depois vamos achar que é “carma”, que é a sua “cruz”

2.1.1 - Livro : “Em busca da verdade” - Cap 1 (Joanna de Ângelis)

- “Aquele que não consegue harmonizar os dois polos de uma totalidade, invariavelmente faz-se vítima da expressões desorganizadas do sentimento, induzindo-o às emoções forte, descontroladas”

- Os polos citados acima, por Joanna, referem-se aos “opostos” : O Bem e o Mal, o que está na consciência e o que está no inconsciente

- Quando eu não harmonizo, quando eu não faço isso, na psicologia analítica isso vai se chamar de “Função Transcendente”. Isso significa que entre um oposto e outro, quando se tenta juntar essas duas forças, vai nascer uma terceira possibilidade, que seria o ponto de equilíbrio

- Quando não fizemos esse exercício que é, justamente a partir disso, que eu vou trabalhando a minha SOMBRA, quando vou avaliando aquela minha boa intenção com o “oposto” dela, chegando ao meio termo entre ser “boazinha” de mais ou má demais. Se eu não consigo fazer isso, eu me torno vítima das “expressões desorganizadas do sentimento”. Ela (Joanna) está falando aqui dos “complexos”

- Se eu estou polarizado, fico à mercê dessas SOMBRAS do inconsciente, que invadem a minha consciência, e o EGO, por não conhecê-las, não saber lidar com elas, sucumbem a essa força, e eu fico à mercê dessas “Expressões desorganizadas do sentimento”

- Como é importante estar sempre pensando nessa duas medidas, porque eu preciso perceber que a minha consciência traz um determinado conteúdo, e que eu preciso avaliar isso, pois o movimento de crescimento é sempre esse, sempre a ponderação

- Tudo que está em excesso no meu comportamento, deve ser avaliado, pois a nossa melhor intenção, às vezes, não está sendo boa nem para nós, nem para o outro

2.2 - Segunda forma : A projetamos nos outros e repudiamos neles o que é intolerável tão perto de nós

- Vamos imaginar que nós já saímos daquela primeira forma em que achávamos que não tínhamos SOMBRA e que éramos quase perfeitos, quase anjos , e já começamos a perceber que há alguma estranha. Só que ao ir para essa segunda fase, a coisa estranha não está em nós, está no outro, e, assim, projetamos nos outros e repudiamos nele o que é intolerável tão perto de nós
- FREUD tem uma frase bastante interessante, que diz : “Quanto mais João fala de Pedro, mais eu conheço João”. Portanto, tenhamos cuidado ao falar dos outros

- É claro que não projetamos de forma consciente, mas ela ocorre todo o tempo, e é por conta da “projeção” que as relações também acontecem

- A grande questão é que, quando estamos falando da SOMBRA, nós estamos dizendo : “Eu vou repudiar no outro, eu vou querer que o outro fique longe de mim, porque ele ousa trazer para perto de mim aquilo que eu não aceito, aquilo que é difícil demais para mim tolerar

- Se nós fizemos uma rápida análise de consciência, nós vamos perceber quanto temos de conteúdo que não suportamos e vemos no outro. Isso é gerado, muito, por conta de uma condição de não suportar o que reside em mim, e aí, eu vejo o mal no outro, porque ver o mal no outro implica em não me preocupar com ele (o Mal), porque ele não está aqui, ele está lá. Só que esquecemos um detalhe, porque o outro do outro, sou eu, ou seja, eu estou vendo o Mal do outro, e o outro está vendo o Mal dele em mim

- Todos nós viramos vítimas de uma condição de inconsciência por incapacidade nossa de autoavaliação. Então, o meu Mal que não é trabalhado, que não é reconhecido em mim, vai aparecer no Mundo de alguma forma; ele vai se manifestar fora e eu vou estar reconhecendo isso todo o tempo

- Hoje, quando falamos em violência, queremos, quando falamos em fome, etc...que são vistas como negativas, precisamos parar e refletir em mim, onde reside em mim esse assassino, esse assaltante

- Nós passamos por experiências em que pessoas contarem algo, um projeto, uma ideia, um sonho, e nós simplesmente cortamos isso das pessoas, através de palavras, de pouco caso. Isso corresponde a assassinar o sonho de alguém, é roubar a ideia do outro

- Será que em nós, em algum momento, não existe um Senhor cruel, que na rua ao passar um negro, segura a bolsa, pois poderá ser um assaltante e, depois, dizem que não somos preconceituosos. E isso é “projetar” nossa SOMBRA no outro. O Mal que repudio no outro pode, na maioria das vezes, ver o Mal que reside em mim

2.2.1 Livro : “Em busca da verdade - Cap 01 (Joanna de Ângelis)

- “Invariavelmente, o indivíduo busca superar esse “Eu Opositor” frequente, adotando comportamento castrador, por intermédio do esforço consciente para suprimí-lo, o que redunda em grande fracasso, porque o polo que orienta o “Outro Eu” permanece vivo, embora disfarçado pela aparência que se adquiri”

- Não adianta você castrar esse “outro lado”, e dizer : “Eu vou colocar isso de lado, vou sublimar esse sentimento”, porque ele vai se manter vivo, e aquele outro comportamento, que eu crio uma imagem para suplantar aquele lado meu, que é existente, e que continua vivo, e, por incrível que pareça, continua alimentando a imagem que estou criando. O que vai acontecer é que ela vai aparecer de uma forma ou de outra

2.2.2 - James Hollis

- “Quanto mais despejamos nossos detritos nos outros, mais nos relacionamos com uma visão distorcida da realidade”

- Quanto mais eu “projeto” meu eixo nos outros, mais eu construo uma vida fora da realidade, porque sou obrigado a lidar com a “Persona todo o tempo. Todo o tempo eu vou reforçando em mim uma imagem criada, uma imagem idealizada, e aí eu vou construindo toda a minha vida com base nessa imagem

- A minha realidade fica toda distorcida, e a tendência é que eu fique o tempo todo, na minhas relações com os outros, percebendo as coisas de forma distorcida, porque o Mal está no outro. Assim, o outro nunca será confiável, o outro nunca será o político, por exemplo, mas será que nós paramos para pensar que somos nós que os elegemos

- A SOMBRA é um fato real que precisamos lidar com ela, principalmente tirando o que é nosso “do outro”, pedindo de volta, e também devolvendo para o “outro” o que não é nosso, porque o “outro também “projeta” em nós, e começa a ver a vida de uma forma real

2.3 - Terceira forma: Nós nos identificamos com ela e a vivemos, não sendo capazes de uma autocrítica

- Vamos imaginar que aquela pessoa percebeu que “projetou”, tirou a “projeção do outro” e vai dizer : “Eu sou uma pessoas orgulhosa, mas é o meu jeito”. Assim fica com a SOMBRA, em vez de trabalhar com ela, e vai lidar com a situação de uma forma racional

- Em nós, que não estamos praticando delitos graves, muitas vezes, nós vamos nos identificando com a SOMBRA. Exemplo : Num jogo de futebol, estamos torcendo e o juiz comete um erro contra nosso time, e eu que sou Espírita, reajo xingando ele, e, a minha desculpa por essa reação é a de que um espírito obsessor me conduziu a esse ato contrário ao que eu tenho aprendido, mas que na realidade a causa foi a nossa SOMBRA.

- A SOMBRA guardada, se aproveita dessas horas para nos dar uma resposta àquilo que nos contraria. Quantas vezes sabíamos que estávamos errados, mas estávamos indignados com alguém que estava dizendo que estávamos errados, porque nós iríamos justificar que estávamos com presa, porque tinha direito

- Tudo isso são formas de se identificar com a SOMBRA. As situações são tão rápidas, às vezes, tão sutis, que no momento nós estamos vivendo a SOMBRA

- Outros exemplos : Nós dizemos “Eu sou uma pessoas muito ansiosa”...”Eu não levo desaforo para casa” e, assim eu começo a rotular isso

- O grande problema disso, é que a pessoa fica isenta da autocrítica, e vai se habituando a isso, e vai encontrar uma justificativa lógica e confortável para não mudar a situação

- Se eu estava assistindo o jogo e naquele momento eu disse um palavrão, a justificativa é que era um jogo e, quando passa o jogo, não há mais nenhum problemas

- São essas questões nossas que vão nos deixando, muitas vezes, cegos para detalhes no início, mas que depois se tornam coisas grandes. E, quando não me dou conta disso, vou sendo malicioso na minha fala, estou sendo preconceituoso nas minhas atitudes, eu não consigo lidar com as situações, porque eu fico isenta de perceber que eu estou aquilo, que eu estou vivendo aquilo, e que aquilo está parecendo algo normal

- Essa terceira forma de se relacionar com a SOMBRA é confortável para o EGO

2.3.1 - Livro : “Amor, Imbatível Amor” - Cap 3 (Joanna de Ângelis)

- “Na fase adulta, o labor (de renovação de valores) é mais demorado, porque terá que substituir as constrições do EGO e, através da reflexão, dos exercícios de meditação e avaliação da conduta, substituir os hábitos enraizados por novos comportamentos com pensamentos para o “Eu Superior”

- É na fase adulta que a gente vai se dando conta dessas questões, pois raramente uma criança vai se preocupar com a sua SOMBRA. É nessa fase que os nossos hábitos já estão bastantes enraizados, sejam eles bons ou ruins, por isso é muito difícil a mudança, porque a “persona” já está formada

- Essa “persona” que já se construiu, e que, muitas vezes, fica com a sensação que vai deixar de ser a pessoa que a gente conhece, porque são tantas coisas que precisam ser alteradas

- Joanna de Ângelis vai chamar atenção aqui que o trabalho é demorado, por isso que a meditação ajuda, através a reflexão diária no que você pensou, nos seus atos, no que falou, no que você sentiu, principalmente, no que você pensou, para poder reconhecer a sua SOMBRA, e para ter a dimensão do que preciso trabalhar em mim, do que preciso modificar em mim


2.3.2 - Livro : “Amor, Imbatível Amor” - Cap 3 (Joanna de Ângelis)

- “Certamente, nem todos os indivíduos conseguem de imediato uma mudança de conduta mental, portanto, emocional, da patologia em que se encarcera para viver a liberdade de ser feliz. Isso exige um esforço hercúleo que, normalmente, o paciente não envida”

- Jung chama atenção para esse processo de mudança : “Nem todo o mundo tem disponibilidade para fazer, pois precisa de três qualidades :

Primeira : Coragem
- Coragem de mergulhar nesse mundo desconhecido, que somos nós

Segunda : Persistência
- Há um caminho de ir e vir o tempo todo, devido aos hábitos enraizados

Terceira : Humildade
- É a mais importante, porque sem essa qualidade o EGO ganha espaço e não se consegue fazer o trabalho

- É um trabalho demorado, com muito choro, vontade de desistir. Se nós queremos, de fato, viver a sensação de liberdade, de felicidade, eu preciso saber que o esforço é heroico

2.4 - Quarta forma : Admitimos que aquilo que não nos deixa confortáveis é, apesar de tudo, nosso, então crescemos em nossa capacidade de trabalhar com essas energias e assimilá-las de forma consciente

- Essa é a forma mais plena, a mais positiva, e que eu acredito que todo mundo aqui já está fazendo

- Se nós tivermos o hábito de ter essa atenção e tudo que me deixa desconfortável, de tudo aquilo que me deixa com incômodo, tudo aquilo que parece tirar o meu fôlego, e eu parar e pensar “O que é isso”? O que essa situação, essa pessoa, essa fala, essa atitude trouxe para mim ?

- Há um comportamento antigo que é “fazer um diário”. Se nós fizemos esse hábito de escrever no nosso dia a dia e depois de um mês examinar o escrito de nossas atividades diária, nós iremos perceber várias situações que “batem” da mesma forma e, assim, é fácil verificar o que me incomoda, quais são os meus complexos, onde a minha SOMBRA reside
- As atividades positivas também nos causam incômodos pela dificuldade de abraçar as pessoas, dizer que gostamos, de fazer elogios. Isso não é uma atitude ruim, mas está lá no meu inconsciente
- Às vezes eu fui construindo uma vida tão racional que eu vou me afastando de tudo que diz respeito ao sentimento. Então, demonstrar qualquer afeto para mim é ser fraco, simples, que não tem credibilidade e, assim, eu não demonstro, porque eu tenho que ser duro, e não posso mostrar fraqueza
- Eu preciso descobrir que no “oposto” também pode existir algo positivo. Na SOMBRA também pode ter o melhor que existe em mim, o meu afeto, a minha criatividade, a minha sensibilidade
- Tudo isso pode estar na minha SOMBRA. E como pensar que é, justamente na SOMBRA, também, que tem o SELF, porque ele está no inconsciente
- O meu potencial de ser uma pessoa inteira, é desconhecida de mim. Então, a pessoa que sou, de fato, ainda está na SOMBRA e, é justamente essa pessoa que eu preciso encontrar
- Fazer um trabalho, apesar de Árduo, difícil, também tem um ganho de você, se encontrar lá, porque a nossa verdadeira essência, que é desconhecida, ainda está lá

2.4.1 - Livro : “Mysterium Coniunctionis” - Pt.706 (Carl Gustav Jung)
“ Esse processo de entrarmos em acordo com o “outro” em nós , é bem compensador, porque neste caminho nós conhecemos aspectos de nossa natureza que não permitiríamos que ninguém nos apontasse e que nós nunca teríamos admitido”
- Se alguém dissesse um terço do que a gente descobre nesse trabalho com a SOMBRA, e alguém apontasse, viraria inimigo, porque o EGO não suporta isso, até para admitir para si mesmo
- Fazer esse trabalho é entrar em acordo. É poder conversar com essa “outra parte” sua, que precisa ser acolhida e precisa ser ouvida. E, quando eu faço isso, é transformar tudo que existe em mim, é pegar as “Forças oposta” e trazer um terceira possibilidade, até que eu consiga encontra o meu ponto de apoio de equilíbrio
2.4.2 - Livro : “A Sombra, Aion” - Pt 14 (Carl Gustav Jung)
- “ Cristo tomou nossos pecados sobre si mesmo. Ele nos mostrou o caminho. Precisamos agora carregar nossa própria cruz. Isso significa que precisamos beber da taça amarga de nossas imperfeições até as última gota. Precisamos aceitar e encarar nossas faltas, por menores que sejam quando comparadas com as do nosso próximo. Não é suficiente reconhecer intelectualmente que temos fraquezas. Para que a transformação psíquica ocorra, nossos próprios ossos precisam sentir remorso; nossas faltas se tornam então problema moral que desafia toda a personalidade - EGO”
- Pensar exatamente nesse ser que esteve conosco, o ser humano que trouxe todo o exemplo de perfeição. Jesus que não tinha SOMBRA, que não precisava construir uma “Persona”, não precisou disso, e que viveu por nós, mas para nós, para que fosse um modelo
- Se ele carregou a sua cruz, é o nosso momento de carregar a nossa cruz. Então, é preciso que tenhamos a coragem, a humildade e a persistência de carregar a nossa cruz, de ir com ela, como disse Jesus : “carrega a tua cruz e siga-me”
- Ele não disse que tinha vindo para os perfeitos, mas para todos nós que estamos em busca da perfeição