quinta-feira, 23 de setembro de 2010

ESCUTANDO SENTIMENTOS

                                          ESCUTANDO  SENTIMENTOS

                     1- PREFÁCIO ( ERMANCE  DUFAUX ) – Set / 2006

- Adentramos o período da maioridade das idéias espíritas,que será alcançado com a instauração das atitudes de amor em nossas relações

-A pedido de Bezerra de Menezes,destinamos ao mundo físico este volume singelo. Aqui
anotamos alguns ensinos inesquecíveis que marcaram a visita de uma semana do instrutor Calderaro ao Hospital esperança

-O Séc XXI é o século do sentimento

-Escutar os sentimentos é cuidar de si,amar a si mesmo. É uma mudança de atitude consigo

- Temos no Hospital Esperança os grupos de reencontro,que são atividades de psicologia da alma com fins terapêuticos e educacionais, verdadeiras oficinas do sentimento

              2-INTRODUÇÃO – A ROTA DOS FILHOS PRÓDIGOS

- A introdução de Calderaro, iluminado instrutor de André Luiz, na obra “no mundo Maior”, foi escrito no Hospital  Esperança , em Mar 2005

-Essa mensagem evangélica é a história da peregrinação humana ao longo dos evos.A história de nosso caminhar pela conquista da humanização

-Consideremos o egoísmo como a doença original do ser. Ninguém escapou de experi-
mentá-lo na espiral do crescimento. Até certa etapa,foi impulso para a frente.Depois, quando a racionalidade permitiu a capacidade de escolher,tornou-se matriz nosológica das dores humanas, transformando-se no hábito doentio de atender aos caprichos pessoais

-A centralidade do homem no ego estruturou a arrogância – sentimento de exagerada
Importância pessoal. Perdemos o contato com a fonte inexaurível da vida e passamos a peregrinar sob a escravidão do “EU”

-O resultado mais infeliz desse caminhar “apartado de deus” foi uma terrível sensação de abandono e inferioridade

-O ato de arrogar constitui,pois, a proteção instintiva da alma contra a sensação de menos valia. Esse foi seu primeiro passo no processo evolutivo em direção à ilusão,ou seja,um mecanismo de defesa que fixou a vida mental em noções delirantes sobre si mesma.
Assim nasceram no tempo as “ matrizes psíquicas” das mais graves patologias mentais

-Nessa ótica podemos pensar as psicopatologias como uma recusa “em ser humano”,uma desobediência por não querer assumir o que se é na caminhada do progresso

-Existe um desajuste original,um “gatilho milenar” dos processos psíquicos do Espírito, agravados pelas sistemáticas recusas em admitir a realidade íntima no peregrinar das reencarnações. Esse mecanismo defensivo primitivo foi trazido para a terra por almas desobedientes. As noções de abandono e castigo trazidas com os deportados incitaram os Habitantes da terra a imitarem as atitudes de rebeldia,orgulho,revolta e desvalor
-O “desajuste primário”,a dificuldade em aceitar a realidade terrena,é fator patológico de
 bilhões de almas reencarnadas e de mais um conjunto de bilhões de outras fora do corpo
formando uma “teia vibratória psicótica” no cinturão da psicosfera terrena.A energia ema-
nada da sensação coletiva de inferioridade é uma força epidêmica que puxa o homem para traz e dificulta o avanço dos que anseiam pela ascensão

-O ato de rebelar-se passou a ser uma constante nas comunidades que se formaram. Estamos falando de um tempo aproximado de trinta a quarenta mil ano passados. Surgem
neste contexto emocional e psicológico,entre dez a vinte mil anos atrás,as primeiras manifestações de perfeccionismo, o anseio neurótico de resgate do perfeito dentro da concepção dos ”anjos decaídos” . Um litígio que essas almas deportadas assumiram com deus para provarem a grandeza que supunham possuir

-Sem o estudo dos ascendentes espirituais,jamais teremos uma análise judiciosa das psicopatologias. Igualmente,é imperioso considerar a relação entre psicopatologia e erraticidade. Existem ignorados lances de dor e ”morte psicológica” que são deflagrados
em aglomerações subcrostais ou regiões abissais da terra onde transita uma semi-civilização de almas

- Os pontos de análise que pesam para a possibilidade de um Espírito reencarnar são muito variados. Há corações que nesse trajeto de deportação,ou seja, nos último quarenta mil anos, estiveram no corpo menos de vinte vezes,o que significa afirmar que reencarnam aproximadamente, de dois em dois mil anos. Outros não reencarnam há mais de dez mil anos

-Inúmeras almas já “renascem adoecidas ” ,isto é, com os componentes psíquicos enfermi
ços em efervescência. Perdem o prazer de viver ou nunca o experimentam em decorrência da força dos laços que ainda mantêm  com essas “regiões infernais” da erraticidade

-A rota evolutiva dos Filhos Pródigos - que somos todos nós – É um percurso de esbanjamento psíquico através da atitude arrogante . tal ação não poderia ser correspondida com outra sensação senão de vazio interior,cansaço de si e desvalimento,
Que são os elementos emocionais estruturadores da depressão

-A ignorância cultural é causa de misérias sociais,entretanto,a ignorância moral,aquela que mata ideais e aprisiona o homem em si mesmo,é a maior fonte de padecimentos da humanidade terrena


             CAP O1 – INDIVIDUAÇÃO  OU INDIVIDUALISMO

-a palavra conceito quer dizer idéia que temos de algo ou alguém. Analisamos a vida e os
fatos pela ótica individual de nossas conceituações. Nosso entendimento não ultrapassa
esse limite. Alguns desses conceitos resultam da vivência. Eles determinam os pensamentos predominantes na vida mental

-Quando criamos fixação emocional a esse padrão de pensar,nasce o preconceito.A experiência leva ao discernimento. O discernimento é a porta para a compreensão. A com
preensão identifica a verdade. O preconceito conduz ao julgamento.O julgamento sustenta os rótulos. Os rótulos distanciam da realidade. Até mesmo a experiência,por mais preciosa,necessita ser continuamente repensada,evitando a estagnação em clichês

Jung chamou de individuação o processo de paulatino de expressar a “marca de Deus” em nós

-Na individuação o critério certo / errado é substituído por algumas perguntas: convém ou não?quero ou não quero?serve ou não serve?necessito ou não necessito? Questões cujas respostas vêm do coração.somente aprendendo a linguagem dos sentimentos poderemos escutar as mensagens da alma destinadas ao ato de individuar-se 

Quando aprendemos o auto-amor,abandonamos o “crítico interno” que existe em nós e passamos a exercer a generosidade do auto-perdão,ou seja, a aceitação incondicional da criatura ainda imperfeita que somos

-Quando usamos os rótulos certo / errado,fomentamos a culpa e a punição.Quando sabemos o que nos convém,agimos e escolhemos com responsabilidade na condição de
autores do nosso destino


                            CAP 02 – RECEITUÁRIO OPORTUNO

-Desde o desenlace do copo físico,doutor Inácio Ferreira tem como tarefa matutina receber doentes em seu consultório no Hospital Esperança

-Anselmo disse :” Então deve saber que um terrível estado de desgosto íntimo acompanhou toda a minha vida.Só não me suicidei por saber das dificuldades de tal ato.
Contudo,minha alternativa foi continuar a trabalhar e esperar para depois da morte o alívio,a libertação. Agora chego aqui e o que tenho?mais tormenta,remédios e internação.
Eu quero matar a vida,já que não tive coragem de matar o corpo”. Dr Inácio lhe respon-
deu :”nossos problemas iniciaram quando “apartamos” de Deus,e isso ocorreu há milê –
nios sem conta

-Anselmo:” nunca tive prazer de viver na vida física. Já morri e continuo com vontade de morrer. Doutor qual a minha doença”?
-Dr Inácio : “Depressão”
-Anselmo :”E como curar isso “?
-Dr Inácio :”Aprendendo a viver. Depressão  é cansaço de viver ,meu filho,é não aceitar a vida como ela é”
-Anselmo:”mas eu fui resignado”?
-Dr Inácio:”O que você entende por resignação? Resignar-se é suportar as provas da vida com paciência e jamais desistir de buscar-lhes a solução”
-Anselmo :”eu fiz isso”
-Dr Inácio :”você em seus primeiros 15 anos de espiritismo fez realmente isso.Depois só se queixou,desistindo,sem assumir que desistiu .Não faliu, porém,deixou de crescer tanto quanto podia. Nesses outros 30 anos passaram na revolta e com esperança de morrer.
Continuou sua tarefa por fora,esquivando-se do dever da melhora por dentro”
-Anselmo :”Já ouvi falar na “segunda morte”. Ela existe mesmo doutor?Eu não quero mais viver ,mate-me por favor”
-o Dr Inácio determinou ao enfermeiro Manoel Roberto que levasse Anselmo para a incubadora
-Manoel Roberto :”pensava que as incubadoras fossem apenas para os que se encontravam na “segunda morte”
-Dr Inácio :”A priori sim,entretanto essa é a sua quinta crise
-Manoel Roberto :”E se ele estivesse nas mãos de alguma “organização do mal”?
-Dr inácio :”Se estivesse lá , já não seria gente. Com este estado mental,já o teriam transformado no que desejassem,inclusive em “mentor de Centro espírita”.considerando a vasta experiência doutrinária que tem
-Dona modesta reuniu-se com o Dr Inácio, Manoel Roberto,psiquiatras da alma e alguns tarefeiros para estudarem o caso Anselmo
-Dona Modesta : “como têm aumentado os casos de espíritas neste quadro.faça uma síntese do quadro, Inácio”
-Dr Inácio : Muitas criaturas,neste tempo de transição planetária,passaram longo período em “incubação psíquica” nos vales sombrios nos quais adquiriram os traços do derrotis- mo  e da “não vida”.Sob o jugo de mentes perversas,esses irmãos, foram conduzidos aos charcos da “morte interior”. São hipnotizados pela idéia de não merecerem existir após quedas lamentáveis exploradas por essas hordas do mal. Assim,regressam ao corpo sem desejo de viver. Uma “depressão induzida” .Uma terrível atração para a paralisia,a culpa e a insatisfação
- Manoel Roberto :”e quando encarnados” ?
-Dr Inácio :”Quando encarnados,sentem-se desajustados com o ato de viver e lutar pela sobrevivência. Negam psicologicamente a vida física,a ordem social e o próprio corpo.
Quando conseguem algo que os motivos,logo perdem o encanto.
- Quando são espíritas,como são almas que se sentem inferiores,quando aderem ao espiritismo e começam uma caminhada valorosa,saltam para o outro extremo,isto é,sentem-se os mais valorosos do planeta.valorizam-se em excesso e criam o jogo das aparências,os estereótipos com os quais tentam crer-se mais fortes que realmente sentem-se.
- É a tática do orgulho que procura abafar a inferioridade,Para se protegerem de seus complexos de fragilidade,desenvolvem crenças de grandeza com as quais se sugestionam ante a vida para dar conta do próprio ato de existir
- Muitos deles não tem coragem de admitir,mas detestam viver e ser quem são,porisso adoram as cantilenas de grandeza e as melodias da ilusão.se não conhecessem a doutrina ,possivelmente,muitos deles,exterminariam a vida
-É lamentável ! conhecem abundantemente sobre o espiritismo e sabem uma miséria sobre si próprios . Pelo menos no caso de Anselmo,ele chegou aqui adoecido,pois a maioria nem chega

- Imperioso levar aos os amigos espíritas no mundo um receituário oportuno. Nossos irmãos precisam ingerir com freqüência três medicações indispensáveis :
(1 ) a primeira é acreditar que merecem a felicidade
(2 ) a segunda é parar de encontrar motivos externos para suas dores,descobrindo-lhes
      As causas íntimas
( 3 )a terceira é parar de pensar em felicidade depois da morte e tentar viver a vida do modo o mais feliz possível


                    CAP O3 –EDUCAÇÃO PARA O AUTO - AMOR   

-Quando não nos amamos,queremos agradar mais aos outros que a nós,mendigando o amor alheio

- Perante esse desafio social,sejamos honestos acerca do quanto ainda temos por laborar para erguer a comunidade espírita ao patamar de “escola capacitadora de virtudes” em favor das conquistas interiores

-Trabalhar pela felicidade do homem deve ser o objetivo maior das agremiações doutrinárias

- O complexo de inferioridade é a condição cármica criada pelo homem em seu próprio desfavor

-Aprender a ouvir nossos sentimentos verdadeiros,os reclames do espírito que somos nós mesmos

-A palavra educação vem do latim “educare” ou “educere”,significando “trazer à luz  uma idéia”, “levar para fora”, ”fazer sair”,”extrair” . Essa é a tarefa dos Centros Espíritas: ofere-
cer condições para que o homem extraia de si mesmo seu valor divino na obra da criação

-Fala-se, em nossos ambientes de educação espiritual,que somos bons ouvintes. De fato,uma das habilidades que carecemos aperfeiçoar nas relações inter-pessoais é a arte de ouvir,também a nós mesmos

-A conquista de si mesmo consiste em saber interpretar com fidelidade o que buscamos no ato de existir

-Amar-se não significa laborar por privilégios e vantagens pessoais,mas o modo como
convivemos conosco

- A auto ajuda surge quando temos atitude cristã com nossos sentimentos


   
   CAP 04 – INFORTÚNIO  OCULTO  NOS  GRUPOS  DOUTRINÁRIOS

-Verdadeira campanha espontânea tomou conta da seara em torno dos cuidados que se deve ter acerca dos efeitos nocivos do personalismo.Um outro infortúnio oculto que solicita nossa atenção é a baixa auto – estima

-A mesma raiz que vitaliza a vaidade é responsável pela carência de estima pessoal .O orgulho que procura brilhar no palco do prestígio,assim como atitude de desamor a si mesmo,são manifestações do sentimento de menos valia ou complexo de inferioridade.
Podemos facilmente confundir atitudes de auto-estima com comportamentos personalistas

-Quem analisa um orador,um médium,um dirigente,um tarefeiro,não imagina a dor íntima que atinge muitos na esfera de suas provas silenciosas no reino do coração,como solidão,
abandono,conflitos medo,frustrações,impotência e tantos outros sentimentos

-A casa espírita,como avançado núcleo de enfermagem moral,necessita ser o local da educação para que o homem se livre de suas ilusões e promova-se,definitivamente, a legário de sua Herança Cósmica

-Olhemos uns pelos outros com olhos de ver. Muita vez onde supomos existir um doente pertinaz,em busca de realce,encontra-se um coração ferido e cansado ,confuso e amedrontado,mendigando amizade autêntica e compreensão

-possivelmente quando sentir a força do amor que lhes votamos será tocado.Sentindo-se amado,pouco a pouca ,terá motivos para abandonar as expressões de inferioridade que lhe tortura






           CAP 05 – ESTUFAS PSÍQUICAS DA DEPRESSÃO



-Depressão é uma intimação das Leis da Vida convocando a alma a mudança inadiável.
É a “doença – prisão” que cassa a liberdade da criatura rebelde ,viciada em ter seus caprichos atendidos. Vício sedimentado em milênios de orgulho e rebeldia por não aceitar as frustrações do ato de viver

-Em tese,depressão é a reação da alma que não aceitou sua realidade pessoal como ela é,estabelecendo um desajuste interior que a incapacita para viver plenamente

-desde as crises ocasionais da depressão até os quadros mais severos da psicose,encontramos no cerne da enfermidade ,o espírito recusando os alvitres da vida.
Através das reações demonstra sua insatisfação em concordar com a vontade Divina ,
acerca de seus desígnos

-Seu traço psíquico predominante é a diminuição ou ausência  de prazer em quaisquer níveis que se manifestem

-Portanto,dilatando as classificações dos respeitáveis códigos humanos,vamos conceitua-la como sendo o sofrimento moral capaz de  reduzir ou retirar a alegria de viver. Sob enfo-
que espiritual,estar deprimido é um estado de insatisfação crônica ,não necessariamente incapacitante

-Tomemos alguns exemplos  de depressão à luz do espírito imortal em conduta rotineira :

(1) O desânimo no cumprimento do dever  ..........          (2) A insegurança obsessiva
(3) A ansiedade inexplicável                     ...............        (4) A solidão em grupo
(5) A importância perante o convite das escolhas......     (6) A angústia da melhora
(7) A aterrorizante sensação de abandono................      (8) Sentir-se inútil 
(9) Baixa tolerância às frustrações .............................     (10)O desencanto com amigos
(11) Medo da vulnerabilidade ....................................      (12)A descrença no ato de viver
(13) O hábito sistemático da queixa improdutiva........      (14) a revolta com normas cole-
(15) A indisposição de conviver com os diferentes                   tivas para o bem de todos
(16) A relação de insatisfação com o corpo ..............,      (17)O apego aos fatos passados
(18) O sentimento de menos-valia perante o mundo...     (19) O descaso com os conflitos´
(20) A inveja do sucesso alheio...................................            e a negação dos sentimentos                                                                            
(21) A desistência de ser feliz .......................................   (22) A decisão de não perdoar
(23)A inconformação perante as perdas.......................    (24) Fixação obstinada nos pon-
(25)O desamor aos que nos prejudicam......................              tos de vista
(26)O cultivo do personalismo......................................     (27) O gerenciamento ineficaz da (28)As aflições fantasmas com o futuro                                   culpa                                                         
(29) A tormenta de ser rejeitado .................................     (30)As agruras perante as críticas
(31)Rigidez nas atitudes e nos objetivos.....................      (32)Conduta perfeccionista
(33) Sinergia com o pessimismo..................................     (34)Impulso para desistir dos
(35) Pulsão para controlar a vida .................................           compromissos
(36) Irritabilidade sem causas conhecidas.................... 

-Bilhões e bilhões de homens  ,na vida física e extra-física, estão deprimidos ou constrõem estufas psíquicas.Vivem ,mas não sabem existir, pois perambulam quase sempre ,na alegria de possuir e raramente alcançam o prazer de ser

-Esse conceito maleável da doença explica o lamentável estado de inquietude interior que assola a humanidade.é a “algazarra do ego” criando mecanismos para continuar seu reinado de ilusões

-Devido aos programas coletivos de saneamento psíquico da terra orientados pelo mais Alto,vivemos um momento histórico. Nunca foram alcançados índices tão significativos de resgate e socorro nos atoleiros morais da erraticidade


                      CAP 06 – IDENTIDADE CÓSMICA

-Chamamos de atitude amorosa o tratamento benevolente com nosso íntimo,através da criação de um relacionamento pacífico com as imperfeições . Amar a si mesmo é o cerne da proposta educativa do ser na fieira das reencarnações

-O aprendizado do auto-amor tem como requisito essencial a descoberta de nossa “identi-
dade cósmica”,ou seja, a realidade do que somos no Obra Incomensurável do nosso Pai.
Quando rejeitamos alguns aspectos dessa “Identidade Exclusiva”,nasce o conflito,que ´e a tormenta interior da alma convocada a transformar para melhor sua condição individual

-O Dr C. G Young definiu esse movimento da vida mental como sendo individuação,isto é,
viver em busca da individualidade,do si mesmo,permitindo a expressão de suas características divinas latentes e de sua sombra sem as máscaras sociais.

- Sombra é a parte da personalidade que é por nós negada ou desconhecida .A convivên-
cia compassiva com nossa sombra só será possível com aceitação de nossa “Identidade Cósmica”

- Aceitar é entrar em contato sem reprimir,criar uma conexão sem julgamento e condenação..É cuidar bem de si mesmo com ternura e respeito ao patrimônio adquirido,incluindo os maus pendores

-Aceitar-se é confundido com passividade,irresponsabilidade.O conceito é exatamente o inverso,pois quando eu aceito as coisas como são,resgato minha força e poder transfor-
mador .Se nós não aceitamos ,magoamos a nós mesmos,por isso o auto-amor é também auto-perdão

-Certamente as Leis Divinas,a todo instante, conspiram para que afinemos com a “frequência de Deus”,sempre elevando-nos e progredindo

-Quando não amamos a nós mesmos,vivemos à mercê da influência dos palpites e repri-mendas. A aprovação alheia é mais importante que a aprovação interior.Assim sentimo-nos prisioneiros adotando máscaras com as quais procuramos evitar a rejeição social,
fazendo-nos infelizes e revoltados

-Quem se ama,imuniza-se contra as mágoas,guarda serenidade perante acusações

-A primeira condição para nos engajarmos na Lei do Amor é essa caridade  conosco,o encontro com o “self” divino


                             CAP 07 – CARTA DE MISERICÓRDIA

Um dos efeitos mais inconfessáveis da arrogância é a nossa falta de habilidade para conviver com o brilho dos êxitos alheios. Sob ação fascinadora da arrogância,julgamo-nos os melhores naquilo que fazemos

-Na maioria das vezes ,o mérito alheio ainda é recebido no nosso coração como uma ameaça ou até mesmo uma afronta .O orgulho vos induz a ajudar-vos mais que sois;a não suportardes uma comparação que vos possa rebaixar

-Combalidos por antigas frustrações,desgostosos conosco mesmo,sentimo-nos desvalorizados,tomados por uma sensação de inutilidade  e abandono que tentamos mascarar com alegrias fictícias e conquistas perecíveis

Os relacionamentos sofrem ,em função dessas sombras íntima,estados de desconforto que estimulam a antipatia ou mesmo a aversão,sem que haja,de nossa parte,qualquer
Intenção nesse sentido. E por desconhecer a natureza dessas emoções,vemos o argueiro no olho alheio,sendo que temos uma trave em nossa visão espiritual.Instintivamente,faze-mos uma projeção na tentativa de descobrir do lado de fora,aquilo que,em verdade,está dentro de nós

-Nos serviços da Obra Cristã nos quais somos colaboradores iniciantes,jamais devemos nos permitir desacreditar nas intenções sinceras que sustentam nossos ideais de ascensão. Mesmo entre os discípulos da Boa Nova,a nobreza de intenções não é  suficiente para impedir os efeitos lamentáveis da altivez que carregamos em nossos corações

-É um processo natural da evolução.nada há de errado em sentir o que sentimos. O problema surge quando rebelamos em aceitar e investigar a existência de semelhantes atitudes de cada hora, pois não agimos assim por mal,mas por compulsões morais que geramos nas experiências sucessivas da ambição e da loucura nas vitórias perecíveis

-Perdoar e nos perdoar sempre será a solução. Olhemos para nós com lealdade,carinho e misericórdia,pois somos almas recém egressas das fileiras do mal. Segundo o benfeitor
Calderaro,o Cap X  do ESSE ,”Bem-Aventurados os que são misericordiosos”,deveria ser
um dos textos mais estudados entre nós,os seguidores da Doutrina Espírita

- Portanto,as casas espíritas orientadas pelas atitudes de amor adotem sem demora o projeto da misericórdia fraterna, pois como doentes em busca da cura, reconhecemos as necessidades do amor, sem o qual adiaremos nossa alta médica

-Grupos que possam olhar de frente para a arrogância que ainda nos domina,e que tenham coragem de confrontá -la com o público

-Síntese de uma carta de um destacado líder espírita lida na “Tribuna da Humildade” no Hospital Esperança :
(1) aprendi com Dona modesta que a mágoa que permanece por mais de uma hora em nossa cabeça ,desce para o coração
(2) fracassei em um dos testes mais difíceis da jornada humana:exaltar a importância do outro com legítima alegria no coração e “diminuir para que o cristo Crescesse”
(3)Tinha nos lábios as explicações perfeitas para a atitude de todos que me ofenderam,mas quanto a mim,sempre me desculpava. Olhei demais para o argueiro do próximo e não vi minha própria trave
(4) Somente quando conseguirmos rir das atitudes que nos feriram,estaremos nos curando
(5) Quanta arrogância totalmente desnecessária em uma obra que nem nos pertence

                    CAP 08 – ESTUDANDO A  ARROGÂNCIA – 1


- De todas as imperfeições humanas,o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se,porque deriva da matéria ( Livro dos Espíritos )

-O estudo do sentimento de egoísmo significa entender nossa própria história evolutiva ,
pois o excesso de interesse por si mesmo é um ciclo de ilusões que se repete em milênios de perturbação

-A paixão está no excesso de que se acresceu a vontade,pois o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem,tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal

-A paixão -ausência de domínio sob gerência da vontade - ensejou reflexos perniciosos,
cujas raízes encontram-se no egocentrismo

-Nessa linha de evolução, o instinto de conservação desenvolveu a posse como símbolo de proteção

-alicerçados na necessidade apaixonada de proteção material,enlouquecemos através da
posse e a conduta arrogante ensejou-nos a concretização dessa atitude de egoísmo

-O princípio que gera a arrogância foi colocado no homem para o bem.,é a ânsia de crescer e realizar-se,o impulso para progredir

-O excesso de tudo isso,no entanto,criou a paixão. A paixão gerou o vício . O vício patrocinou o desequilíbrio

-Comparemos o egoísmo como sendo o vírus e a arrogância a doença,seus efeitos nocivos e destruidores. O egoísmo é o sentimento básico e a arrogância é a atitude íntima
derivada dessas sensações nascidas no coração ocupado,exclusivamente, com seu ego

-No sentido espiritual podemos inferir vários conceitos para o sentimento de arrogar:
 (1) Exacerbada estima a si mesmo
 (2) Supervalorização de si
 (3) Auto-conceito super dimensionado
 (4) Desejo compulsivo de se impor aos demais

-A rigidez, a competição, a imprudência e a prepotência são as quatro ações mais perceptíveis em decorrência do ato de arrogar

-O traço predominante na personalidade arrogante é a não conformidade. Usada com equilíbrio,é fonte de crescimento e progresso,todavia ,sob ação dos reflexos da posse e do interesse pessoa esse traço atingiu o patamar de rebeldia e obstinação enfermiça

-A rigidez é a raiz das condutas autoritárias e da teimosia que deságuam nos comportamentos de intolerância

-A competição não existe sem a comparação e o impulso de disputa. Quando tomado pela paixão, a força motriz é o sentimento de inveja. A competição é o alimento do sentimento de superioridade

-A imprudência não teme e nem respeita os limites,alcançando o perfeccionismo e a ansiedade que,frequentemente,deságuam na necessidade de controle e domínio

-A prepotência pode insuflar a megalomania,a presunção. Juntos formam o piso da vaidade

-A arrogância manifesta-se com maior ou menor ênfase em uma das quatro ações descritas,criando efeitos variados no comportamento

-O egoísmo  na sua mutação transforma-se em arrogância. Essa,por sua vez,deriva um cortejo de outros sentimentos sob ação do orgulho e da rebeldia

-A arrogância retira-nos o “senso de realidade”,pois acreditamos mais naquilo que pensamos sobre o mundo e as pessoas do que naquilo que são realmente,conduzindo-nos às manifestações enfermiças do “eu” na direção do narcisismo :na rigidez,eu controlo-
Na competição,eu sou o maior - na imprudência,eu quero - na prepotência,eu posso

-A arrogância voltada para o passado,quando há uma fixação em mágoas decorrentes da inaceitação de ocorrências que o arrogante acredita não merecê-la . O outro tipo é a arrogância dirigida ao futuro,quando a criatura vive de idéias, acreditando-se mais capaz
e valorosa  que realmente o é. A depressão é resultado da arrogância voltada ao passado, ao passo que a psicose é a arrogância voltada ao futuro

-Os apontamentos sobre arrogância aqui transcritos foram embasados no livro “Porta Larga , o caminho da perdição Humana”. Um exemplar utilizado nas escolas da maldade em núcleos organizados da erraticidade,arquivado na biblioteca do Hospital esperança quando seu próprio autor foi resgatado e socorrido por Eurípedes barsanulfo há algumas décadas

-Hoje reencarnado no seio do espiritismo,esse escritor busca sua redenção na luta contra as própria arrogância. O livro,que ainda permanece arquivado em nosso centro de estudos, é um exemplar de inteligência psicológica cujo propósito é combater a mensagem evangélica do Cristo embasada na humildade. Segundo o autor,a arrogância é
A porta larga para a implantação do caos no orbe terreno


                    CAP 09 – ESTUDANDO A ARROGÂNCIA – 02

-O reflexo mais saliente do ato de arrogar é a disputa pela apropriação da verdade

-Há milênios adotamos conduta que nos causam  a agradável  ilusão de possuirmos auto-
ridade para julgarmos com precisão a vida alheia. A mais destruidora atitude na convivência humana é a nossa arrogância de acreditar convictamente no julgamento que fazemos acerca de nosso próximo

-É com base nesse estado orgulhoso de ser que sustentamos o velho processo psíquico de auto-fascinação .O orgulho é o sentimento de superioridade pessoal e a arrogância é a expressão doentia desse traço moral

-Não sabemos quem somos e partimos para adotar referências para fora de nós,criando o hábito de julgar através da apropriação da verdade. Diminuindo o outro.sentimo-nos maiores

Humildade é saber quem se é. É o estado da mente que se despe das comparações para
fora e passa a comparar-se consigo própria. Quem se compara com o outro não se ama e,por isso mesmo,necessita compulsivamente estabelecer disputas,incendiando-se de inveja e colecionando rótulos inspirados em certezas pessoais

Aprendendo a gostar de nós,eliminamos a ansiedade de competir para denegrir ou excluir
quando nos amamos,distanciamo-nos da atitude patológica de prestígio ou reconheci –
mento

-Uma das mais graves angústias dos espíritas internados no Hospital Esperança é a revolta que nutrem contra si mesmos quando conscientizam não serem tão essenciais e importantes quanto supunham no Plano Físico. Acalentaram expectativas fantasiosas com o desencarne e tombaram na enfermidade do personalismo

Deveremos periodicamente nos perguntar : que tenho feito dos bens celestes confiados a mim ? Estarei os utilizando para o crescimento pessoal e de outros? Consigo perceber minha melhora no uso desses recursos?A diluição dos efeitos da arrogância em nós depende dessa atitude honesta em lidar com os sentimentos

- Essa honestidade emocional inicia-se com as perguntas: Por que estou sentindo o que estou sentindo ? Qual o nome desse sentimento? Qual a mensagem meu coração está me indicando ? Estarei disputando com alguém nas atividades? O que penso sobre meu semelhante será realmente verdade ? Por qual razão alguém me causa o sentimento de inveja? Por que me sinto diminuído perante uma determinada criatura?

-A outra faceta da arrogância é a baixa auto-estima. O desgaste das forças íntimas ao longo desse trajeto de ilusões na supervalorização de si trouxe como efeito o vazio
existencial


                                     CAP 10 – SOMBRA  AMIGÁVEL

A sombra designa “o outro lado” do ser humano,aquele em que vige a escuridão. Normalmente destacamos a sombra negativa nos ambientes educativos da doutrina. Convém, porém,uma atenção à sombra positiva,que são nossos potenciais e talentos ainda não expressados ou descobertos

-Escutando nossos sentimentos e o que eles têm a nos ensinar sobre nós mesmos,estaremos entrando em contato com esse “material” reprimido no inconsciente.
Escutar sentimentos é aceitá-los,quer dizer pensar sobre eles

-A sombra originou-se basicamente em função dessa relação insatisfatória com nosso pó-
der de sentir e os arquivou em forma de culpas,desejos estagnados,bloqueios,traumas,
medos,criando todo um complexo psíquico que, em muitos lances, são fatores geradores
das psicopatologias,desde as mais toleráveis até às mais severas. A sombra só é ameaça
quando não é reconhecida

-Escutar sentimentos é a primeira lição na nossa educação espiritual para o auto-amor.
Amaremos a nos mesmos somente quando deixarmos de culpar os outros pelas nossas dores e desacertos e tivermos a coragem de perscrutar o íntimo

-Recebemos contínuos “chamados” do inconsciente através do que sentimos. Uma análise atente de nossos impulsos emotivos e da nossa “reação afetiva”a tudo que nos cerca levar-nos á a entender com exatidão as “reclamações” do psiquismo profundo

-Ao conquistarmos a sombra  de maneira amigável,criaremos uma relação de paz com a vida íntima.nesse ponto,as projeções não serão mecanismos defensivos contra nossas imperfeições,mas reflexos da bondade e harmonia que habitarão a vida mental

O crescimento pessoal e a felicidade incluem a missão de explorar as riquezas do inconsciente . Escutar sentimentos é a arte de mergulhar na vida profunda e descobrir o
manancial de forças e beleza que possuímos


                         CAP 11 – UMA LEITURA PARA O CORAÇÃO

-O movimento espírita é a nossa enfermaria abençoada onde encontramo-nos internados na busca de nossa alta médica.Tarefa e estudo,provas e oportunidades são terapêuticas
necessárias na solução de nossas enfermidades

-listemos algumas prescrições indispensáveis para a cura :
(1) Todos sabemos de nossa condição enfermiça
(2) Esquecer as vivências dolorosas e examinar as conquistas
(3) temos o melhor dos médicos : Jesus
(4) Perdoar os companheiros de enfermaria ,pois são doentes como nós
(5) Descobrir os antídotos para as nossas imperfeições
(6) A oração é o melhor remédio para atender as nossas necessidades
(7) Evitar o julgamento,pois muitos precisam de tratamento específico
(8) Todos teremos alta médica um dia
(9) As criaturas sadias cuidam de nós
(10) Uma pergunta diária:”o que farei pela minha recuperação
(11) Uma atitude diária : doses elevadas de prece e trabalho
(12) caminho seguro para fortalecimento e alegria : a amizade sincera , leal e fraterna
(13) antes repudiávamos a idéia da internação,hoje desejamos tratar         
(14) Sejamos gratos pela oportunidade de uma vaga nessa benfazeja enfermaria
(15) Crises são indícios oportunos para exames e diagnósticos mais apurados sobre
        nossa dores
(16) Nossa cura virá pelo coração


                   CAP 12 – SANTIDADE DOS MÉDIUNS

-As atividades no Sanatório Esperança prosseguiam intensas. Médiuns e doutrinadores,
 escritores e líderes da doutrina abarrotavam os leitos do pavilhão destinado aos misteres       da recuperação mental. Diversos lidadores do espiritismo suplicavam respostas e  orientação

-Diálogo entre Maria Modesto e Laura,valorosa terefeira da mediunidade,recém-chegada
 ao sanatório :
 -Laura : “O que tenho?esclareça-me, por amor a Deus !”
 -maria Modesto : “Seu drama é o mesmo de milhares de companheiros do ideal. Cabeça 
  congestionada de informação, coração vazio de ideal”
 -Laura : “Acreditei com sinceridade que o trabalho espírita me daria luz. Foi só o que fiz!”
 -Maria Modesto : “O trabalho espírita é luz em qualquer tempo,contudo,Laura,resta
  saber se a luz do trabalho iluminou igualmente o trabalhador”
 -Laura :”O que nos faltou. Dona modesto ?”
 -Maria Modesto:”Uma palavra detestada por muitos que não compreendem seu sentido :
  Sacrifício. O sacrifício do amor além do dever, pois estipulam tempo e quantidade de
  acordo com o padrão”
- Laura :”Fui muito dedicada,Dona modesto. Isso não  é sacrifício ?”
- Maria Modesto :”Sacrifício é usar conscientemente todo o tempo em favor do erguimen-
  to do bem em nós. Sacrificar é dar do que nos pertence,esquecendo de nós. E você
  Laura, se enquadra nessa definição ?”
-Laura:”Creio que não,pois sinto que podia fazer mais e isso me revolta e o quanto me
  enganei”
 -Maria Modesto :”Tarefa como a mediunidade,minha filha,requisita o calor da humildade
  no coração para derreter o gelo da auto -imagem superdimensionada na cabeça
 -Laura :”Sinto-me falida e sempre achei mesmo que iria para regiões inferiores
 -Maria Modesto :”Não existe falência,mas sim resultados.Em verdade,você não vai para
  regiões inferiores,veio de lá .Raríssimos tem chegado aqui como “completistas”,ou seja,
  aqueles que transpuseram a atração das folgas e das facilidades para servirem mais e
  mais"
  -Laura :“Qual a minha posição espiritual,dona modesto,seja franca?”
  -Maria Modesto:“Sua ficha diz que destes 40 anos de serviço virtuoso na mediunidade,
   os primeiros dez foram repletos de entusiasmo,idealismo e cuidados íntimos,entretanto,
   os outros trinta viveu-os por obrigação cármica. Agiu na caridade fazendo luz para os
   outros e não edificou em si mesma a conquista da luz própria. No fundo,como acontece
   a muitos de nós,bafejados pela confortadora doutrina,agiu por interesse pessoal, Serviu
   esperando vantagens de amparo e isenção de problemas,acreditando estar fazendo
   tudo por amor”


                  CAP 13 – A NOSSA MAIOR DEFESA

-Cientistas consideram,sob a ótica materialista,que o fortalecimento do ego (ego estruturado) é a fonte da livre manifestação do homem na busca de seus reais objetivos,
entretanto,esse ego, pode levar-nos a estagiar nas experiências da arrogância,do personalismo,da auto-suficiência e da ostentação, traços de egocentrismo ,pois quem se conecta com o “self divino”,capacita-se para gerenciar suas potências internas e adota a humildade como conduta,porque não sente necessidade de passar uma imagem,mas apenas “ser”

-Autonomia é a habilidade de gerir bons sentimentos em relação a nós mesmos,susten –
 tando crenças ,atitudes e escolhas que correspondam ao legítimo valor pessoal,sendo a
 capacidade de dilatar essa conexão com o “self”,fonte emissora das energias do amor

 -A autonomia vem da capacidade de libertar-se dos padrões idealizados,da correnteza
  da baixa auto-estima proveniente do subconsciente ,assumindo sua realidade em busca
  do melhor possível

- A grande batalha pela autonomia não está em se libertar de pressões externas e sim
  velhas programações mentais

-Somente aprendendo a nos amar,conseguiremos transformar esses clichês pessimistas em respeito,reflexão,auto-avaliação e perdão

-Somos todos interdependentes,precisamos uns dos outros,mas não a ponto de depositar em algo ou alguém a responsabilidade de nos fazer felizes ou determinar nossas escolhas

-Os bons sentimentos são portadores de orientações do inconsciente para nosso destino particular.Quando os escutamos,tornamo-nos mais úteis a deus,ao próximo e a nós

-pertencer a si mesmo é adquirir gerência sobre o repositório da vida interior. Ter domínio
 de si próprio e responder por si perante o criador

-A convivência humana na terra é caracterizada por processos emocionais e psicológicos
 que,frequentemente,nos afastam da “ Lei de Liberdade”.Raríssimas criaturas escapam
 da submissão e da dependência em matéria de relacionamento,atolando-nos no apego a pessoas e bens passageiros como únicas referências de bem-estar e equilíbrio

-Fomos treinados para atender a expectativas,para ter medo de pensar bem sobre nós ou sobre a capacidade de gerenciar nossos caminhos evolutivos

-A pior conseqüência da falta de autonomia é medir o valor pessoal pela avaliação que as
 pessoas fazem de nós . por medo de rejeição,agimos contra os sentimentos apenas para agradar e sentir-se incluído,aceito

-Autonomia é a maior defesa da alma porque estabelece limites, produz a serenidade,dila-
 ta a auto-confiança e coloca-nos em contato com nossas aspirações superiores

-Em algumas ocasiões,a conquista da autogerência requer a solidão e o recomeço. Às
 vezes precisamos de muita coragem para abandonar estruturas que construímos durante
 a vida e seguir os sinais que nos indicam novos caminhos

-Esse medo surge porque gostaríamos de contar apenas com o êxito em nossas escolhas, pois adoramos respostas e soluções imediatas,prontas para usarmos : uma leitura ,uma opinião ,uma mensagem mediúnica. Não ter riscos,não ter que ser criticado

-Podemos enumerar em quatro as principais vivências que conduzem â autonomia: auto-
 estima, resistência emocional , saber o que se quer e escutando sentimentos

-As pessoas ,quando educadas para enxergar claramente o lado sombrio de sua própria
 natureza, aprendem ao mesmo tempo a compreender  e amar seus semelhantes
 (CARL YOUNG)

-Imperioso saber quem somos,pois,do contrário,seremos quem querem que sejamos


         
                               CAP 14 – CISÃO DE REINO - 01

-Palestra de calderaro antes da excursão aos pântanos da sofreguidão no intuito de
 resgatar almas que tombaram sob o peso da responsabilidade :

-“O espírito em sua peregrinação evolutiva,desenvolveu mecanismos de mutação para
 o egoísmo. O instinto de posse é um dos alicerces da nossa doença  de egocentrismo”

-“Da necessidade instintiva de se conservar,derivou um complexo sistema de cautela,que
 promoveu o medo como defesa natural às iniciativas de acumular e possuir. Com o medo,as engrenagens da vida mental dinamizaram “grades psíquicas de segurança”,com as quais o homem procurava defende-se do receio da rejeição, do abandono e da perda”

-“Sistemas de defesa do ego aglutinaram-se em potente reunião de forças para a “nega-
 ção” e nessa luta interior em milênios de fuga surgiu a “exaustão da alma”,muito bem
 assinalada na rota evolutiva do “Filho Pródigo”

-“A rejeição,o abandono e a perda tão temida  em relação aos supostos opositores da caminhada passaram a ser consumidos pela mente como um procedimento natural para
conosco mesmo, as feridas evolutivas do SER”

“-Consolidaram-se o desamor e a auto-crueldade,expressada através a punição inconsciente,do sentimento de culpa e do vazio existencial . Tais “pisos psicológicos” confi
guram a “loucura contida” em níveis diversificados  de depressão e ruína mental”

-"Visitaremos hoje as adjacências de um dos mais antigos vales da maldade, hierarquiza-
  da na terra,o “Vale do Poder”,com seu núcleo central dotado de imponentes estruturas
  urbanas.Em sua periferia ,entretanto,encontram-se os “lixões”.São antros de dor que se
  organizam no aproveitamento das “escórias”,como são conhecidos os “ex-assalariados”
  da organização que não apresentam as “qualidades” desejáveis aos intentos tenebrosos
  Ali se estruturam os “gavetões”,”calabouços”,”lagos de enxofre”,”câmaras de viciados” e  
  outros variados locais que demonstram a dificuldade do espírito em consumar sua
  humanização”

 -Estudos maiores feitos pelos “Condutores Planetários”,denominam essa situação de “re-
  gressão ou involução” como “Cisão de Reino”, o desejo  do espírito em não assumir sua
  condição excelsa de homem lúcido e consciente perante o universo

vamos aos “gavetões”,um autêntico “depósito de almas” tombadas no remorso e na culpa.
São chamados “vibriões”.Segundo a questão 973 do LE,os maiores sofrimentos dos espírito maus consiste em pensarem que estão condenados sem remissão,ou seja, optam pela fuga,pela “regressão” a patamares de imaginária proteção e segurança nos quais “hibernam psiquicamente”, uma ”cisão de reinos”

-vamos buscar um desses “vibriões”,um filiado à “maldade organizada” há mais de um milênio,após a “segunda morte”



                              CAP 15 – CISÃO DE REINO   - 02

-Absteremos da narrativa sobre a operação socorrista por não harmonizar com o objetivo
 e o conjunto desta obra

-Após bem sucedido resgate,Calderaro reservou alguns minutos para as indagações dos
 dirigentes aprendizes sobre o que presenciaram

-Dirigente : “Esse estado perispiritual dos “vibrões” pode ser considerado uma “segunda
 Morte” ?
-Calderaro :”Eles se encontram a caminho da ovoidização.A “segunda-morte” é o resulta-
 do de longas incursões da alma em atitudes mentais de rebeldia e incontinência nos
 sentimentos”
  Dirigente :” Poderá renascer em corpo saudável” ?
-Calderaro :”Raríssimos casos de “Vibrões” apresentam condições para reencarnação
 imediata. A doença mental é o regime expiatório de última instância para almas que se
 rebelaram contra os “chamados divinos” no transcorrer de longo tempo. Encontramos
 inúmeros “vibriões” reencarnados em corpos saudáveis,entretanto,não escapam das
 celas educativas da tormenta mental”
-Dirigente :”Que tipos de doença” ?
-Calderaro :”Desde o desconforto neurótico até as mais severas psicoses,incluindo aque-
 las não classificadas oficialmente no Código Internacional das Doenças. Há de se consi-
derar que a base de tais provas da mente é o remorso
Dirigente :”Então já reencarnam com remorso” ?
Calderaro :”Uma soma grandiosa de espíritos reencarnados encontram-se sob a sanção do remorso adquirido antes do renascimento. Os “vibriões” quase sempre,carregam para
a vida corporal trâmites dolorosos nas vivências da depressão,depois de exaustivas
tentativas frustradas de reencarnação
-Dirigente : “Por essa razão estão imóveis como se não tivessem vida” ?
-Calderaro :” No fundo,optaram,sem consciência disso,pela “regressão” ao estágio do
 “não pensar”,do “não ter que ser responsável”. Não querem humanizar-se. Vivem,verda-
  deiramente,uma condição de “saudade inconsciente da animalidade” ,Querendo “regre´
  dir”.Tentam negar o que sentem,defendem-se do impulso doloroso da culpa e do instinto
  para o progresso. A isso denominamos “cisão do reino”. Para se alcançar esse patamar
  de enfermidade são necessários séculos de repetição e fuga”
 Dirigente :”mas não assevera a codificação que o espírito não retrograda na evolução”?
 Calderaro :”Esse lance da evolução não significa retrocesso,mas uma tentativa de
  retrocesso”
-Dirigente : “A questão dos sentimentos está na base dessa deformação perispiritual” ?
-Calderaro :”esse coração socorrido plasmou em séculos a sua desdita de agora. Depois
 de alguns “fracassos”no seu posto hierárquico naquele vale de perdição,iniciou uma de-
 rrocada psíquica acelerada que já se encontrava potencializada de longas eras. Preso
 em calabouços e castigado severamente,penetrou em faixas de ódio e revolta que dete-
 rioraram sua estrutura mental. O vulcão da tormenta íntima expeliu de uma só vez a ma-
 teria contida pelos mecanismos defensivos ao congo do trajeto na maldade empedernida
 verificando sua condição que “animalizava”,foi enxotado para esse lugar”
-Dirigente :”Com que propósito” ?
-Calderaro :”Alguns grupos diretivos  do “Vale do Poder” desenvolvem técnicas de
 agressão ao bem,utilizando a psicosfera pestilencial de tais almas.Estudam o estado vi-
 bratório desses espíritos,e perceberam quão nocivos são suas auras,portadoras de uma
 irradiação espontânea em nível de ondas longas,de teor energético,acentuadamente,
 contagiante. Passaram ,então, a utilizá-los para infestar psicosfera de certos ambientes  
 terrenos propícios à depressão. Como a condição dos “vibriões” exige ausência de luz e
 baixa temperatura,as entidades costumam “implantá-los”,no plano físico, envolvidos por
 aparelhagem adequada que os mantém nas condições de adaptação
 -Dirigente :”Com quais finalidades são utilizadas tais técnicas de “implantação” ?
 Calderaro :”Obsessões familiares,exploração do sentimento de indignidade,adoecimento
 em organizações,cobranças pretéritas graves,serviços de magia,onde predominem a dis-
 puta,a arrogância,o jogo do poder,núcleos políticos,empresariais,religiosos e muitas orga-
 nizações do bem, inclusive Casas Espíritas
 -Dirigente :”Centos Espíritas ? Como pode ? Não são protegidos”?
 -Os núcleos doutrinários do espiritismo são ambientes de pessoas adoecidas em busca
  de amparo e orientação. Não se surpreendam,pois, que muitos espíritas trilharam a
  vivência como “vibriões” e ,hoje,buscam a duras penas, a recomposição de si próprios
  próprios perante a consciência”
 -Dirigente :”Por qual razão ocorrem os ataques com os “vibrões” se existe a proteção es-
  ritual e as imperfeições são obstáculos naturais da caminhada” ?
 -Calderaro :”Por descuidarem do sentimento.Uma parcela expressiva da humanidade,se
  pudesse,faria uma tentativa de retrocesso,voltar ao que éramos . O homem do Séc XXI
  está sendo asfixiado psiquicamente pelo sentimento de baixa auto-estima,agravado
  pelos padrões da mídia social. Vivemos o instante de separação do joio e do trigo. Uma
  infinidade de almas ,em ambas as esferas de vida,no corpo ou fora dele,padecem de
  crises existenciais que não conseguem resolver. A depressão é iminente nessas vivên-
  cias. Esses sentimentos,quando prolongados em demasia,causam o desejo de parar,
  deixar de existir. Desistir e “encerrar o processo evolutivo”
 - Dirigente :”Mas há espíritas nessa condição” ?
-Calderaro : “Muitos espíritas que receberam a medicação excelsa da Doutrina são “ex-vi
 briões” que,sob regimes de inigualável misericórdia,conseguiram regressar ao corpo físi-
 co no intuito de reerguer-se perante as “penas conscienciais”,exarando o serviço e o bem como únicas sendas de reparação.São espíritos de grande valor que tombaram nos despenhadeiros do domínio e na sede de poder.Isso lhes dificulta a fluência do entendimento sobre suas amarguras interiores. Purgam,paulatinamente,em”depressões
controladas” a matéria mental proveniente de suas construções enfermiças de outros
tempos” :o abandono,a solidão,a falibilidade e a inferioridade,sentimentos que lhes fazem sentir inadequados perante a vida. Entretanto são corações que resgataram a esperança. Experimentam na atividade do bem a sensação de “ retorno a deus”
-Dirigente :”Que fazer para auxiliar esses companheiros na carne como espíritas” ?
-Calderaro :”Transformar os núcleos doutrinários em escolas de amor a deus, de auto-
 Amor e amor ao próximo. Trabalhar os sentimentos nobres e promover os espíritas a
“centros  de estudos sobre si mesmo”



  CAP 16 – MEDITAÇÃO : CUIDANDO DA CRIANÇA INTERIOR

-Na formação do homem novo,temos de fazer renascer a criança que deixamos no tempo,
 escutando seus sentimentos

-Todos temos uma “criança interior”, um estado natural de pureza que as vivências milena
  res no egoísmo soterraram sob os escombros dos desatinos morais

-As crianças são fantásticas nas relações por não nutrirem expectativas na convivência,
desobrigando-se de cobranças, ofensas,insatisfações e aborrecimentos

-Aceitar homens como são e respeitar-lhes a caminhada é medida salutar de paz. Aceitar-
 se como se é sem condenações estéreis e críticas impiedosas é a base de uma vida sau-
 dável
-A parcela psíquica de pureza adormecida que trazemos na alma solicita tratamento para
 manifestar-se em sensações de bem – estar,despreendimento e amor

-Imperioso resgatar essa luz das emoções nobres. São instintos e sabedoria que dormi-
  tam  na “sombra interior”


CAP 17 – PEDAGOGIA DA FELICIDADE

-O sentimento de indignidade é o piso emocional das feridas seculares que causam a
 sensação de inferioridade,abandono e falência

-Uma existência sem sentido,vazia de significados,sem metas,a caminho da derrocada
 moral e espiritual. Agrilhoado pela ilusão do menor esforço,o homem busca a ilusão
 como sinônimo de paz

-A felicidade é uma conquista que se faz através da educação de si mesmo e buscá-la
 no exterior é dar prosseguimento a uma procura recheada de decepções e dor.
 Educar para ser feliz é dar sentido à existência

-O homem contemporâneo padece a “doença do sentido”. O vazio existencial é o corro-
 sivo de seu mundo íntimo. A primeira condição para se estabelecer um sentido à vida é o
 exercício da”singularidade”,descobrindo seus próprios caminhos,lutando por seus sonhos
participando da vida como se é

-Quase sempre sentimo-nos mais seguros adotando o parecer da maioria,entretanto,che-
 gará o instante em que a vida convidar-nos-á ao processo inevitável das descobertas
 singulares.Isso não significa estar alheio à convivência,ao processo de interação grupal
 mas apenas ter mais consciência do que convém ou não ao desenvolvimento individual
 na interação social

-O sentido da existência está no ato de percebermos o que significamos na Obra Pater –
 nal. O segundo ponto essencial na construção do sentido é desenvolver a habilidade de
 superar o sofrimento. O prazer de viver surge quando,efetivamente,entendemos as
 zoes de nossas dores e como superá-las

-A dor existe para incitar a inteligência na descoberta de soluções em nós mesmos. A
 grande lição nesse passo é descobrir as causas das aflições. O sentido da existência
 não está fora,mas dentro de nós

-Ser feliz é contentar-se com o que se é, sem que isso signifique estacionar . É amar a si.

-Nisto resume-se a consolidação do sentido de vida :
 (1) Saber quem somos,o que a vida espera de nõs,exercitando a singularidade
 (2) Zelar pela manutenção desse processo de individuação,através da superação das
       mensagens inconscientes de desvalor e incapacidade,diante de nossos sofrimentos

-Uma pedagogia de felicidade deve assentar-se no auto-amor em busca do “Self”
  reluzente.Quem se ama dispensa a imponência das máscaras e é feliz por ser quem é.
  Aprendeu que”dele.porém,depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto
  possível na Terra


CAP 18 – SENTIMENTO E OBSESSÃO

- Obsessão é uma interação de mentes que evolui no tempo através da sustentação de
  vínculos pela “Lei de Sintonia”,mantendo duas ou mais criaturas ligadas pelos seus
  interesses

-É no campo do sentimento que nasce esmagadora maioria das obsessões

-Vivemos em regime de contínuo intercâmbio e interdependência, em que respiramos,
  em maior ou menor grau,nas faixas da obsessão .A questão é saber se somos por ela
  dominados ou se a temos sob nosso controle

Somente a oração ungida pelos sentimentos elevados,a intenção nobre e perseverante
seguidas  da conduta reta,podem estabelecer um clima de autonomia psíquica desejável
que nos defenda da dominação dos interesses inferiores à nossa volta



CAP 19 – QUE SENTIMOS SOBRE NÓS

-Os sentimentos que mais necessitamos compreende para nossa harmonia são aqueles
 que dizem respeito a nós próprios

-O primeiro ato educativo na construção do valor pessoal é diluir a ilusão  da inferioridade,
 buscando as raízes do desarmor que usamos conosco. Temos um nobre significado para
 Deus, entretanto,somente nós ,por enquanto, ainda não descobrimos o valor que possuí-
 mos

-Outro aspecto na valorização pessoal a considerar são os julgamentos que aplicam a nós
 importando apenas o que faremos diante deles,podendo nos culpar ou adotar o cuidado
 de refletir sobre o valor que tenham para nós

-Quando não cultuamos o auto-amor,os julgamentos alheios constituem espessas alge
 mas das mais nobres aspirações,pois quem se ama sabe se defender sem fugas e ter
 respostas emocionais inteligentes e serenas aos estímulos do meio

-Não crescemos sem conviver,entretanto,não podemos permitir a outrem ultrapassar os limites em relação à nossa intimidade. Portanto,temos um processo interior,o “sentimento de inferioridade” e uma força externa, “os julgamentos”, a “aprovação social”. Ambos consorciam-se,frequentemente,contra nossos anseios de crescimento. Somente com a
aquisição da autonomia sabemos lidar com tais fatores educativos

-Fomos educados para manter o outro pensando como nós,escolhendo por nossas escolhas,opinando conforme os padrões de pensamento que adotamos e agindo de
conformidade com nossa avaliação de certo e errado. É o regime de possessividade e
submissão nas relações

-Um impedimento freqüente na construção da autonomia,é o medo da regeição,uma das
 mais graves conseqüências da baixa auto-estima. A necessidade da aprovação alheia é  extremamente enraizada na vida emocional. A palavra aprovação quer dizer: ter a nossa
atitude reconhecida como moralmente boa. Analizando com cuidado, a aprovação se    torna um  julgamento,uma forma de interpretar e definir o que deve ou não ser feito e da forma  como deve ser feito



CAP 20 – A PALAVRA DE CALDERARO

-Calderaro em visita ao hospital Esperança foi convidado, por Dona Maria Modesto Cravo
 a versar  sobre um tema essencial para um dos muitos grupos de reencontro,cujo título
 denominou “O Poder das Intenções no Crescimento espiritual”

-Nos grupos doutrinários,são focadas com certo exagero as doenças e fala-se pouco na
 cura,sem explicações satisfatórias sobre como conquistá-la. Os preceitos e orientações
 Espirituais são necessárias,entretanto,a alma humana pede mais e quer saber o que
 fazer para ser feliz ,necessitando de respostas diferenciadas

-Os preceitos morais nem sempre motivam cumplicidade e comprometimento,porque são
 enfatizados em clima de autodesvalorização,indicativas de aperfeiçoamento,sem dúvida,
 necessárias,entretanto,de conotação repressora ,como por exemplo :”cuidado com a
 vaidade”, “já falimos muito nos vícios”,etc...Por conta desse enfoque,recomendações que
 deveriam ser prezadas como úteis e valorosas ao crescimento terminam constituindo uma plataforma religiosa exterior calcada na velha didática :”O espírita pode isso e não pode aquilo”

-Larga soma dos projetos de orientação espiritual da atualidade carece de um item
Imprescindível : prestigiar a singularidade,permitindo  manifestação do imaginário humano e de sua diversidade. Somente a partir de então,estabelecer laços entre a experiência par
ticular e as bases gerais da doutrina. Fazer perguntas e não ocupar-se em respostas exatas ou certezas imediatistas

-Quem não sabe o que quer não toma decisões afinadas com seu íntimo

-Na condição de “orientadores” da Doutrina Espírita,haveremos de nutrir respeito pela individualidade humana. O bom líder será aquele que melhor promover condições para que o ser humano consiga encontrar sua singularidade e ser feliz.Em nossa comunidade
doutrinária,observamos rotineiramente a surpresa de uns e a rejeição de outros quando
alguém faz escolhas que não são as que achamos que deveriam ser feitas,ou quando alguém tem atitudes que julgamos não serem adequadas ao seu nível”.Qual de nós co-
nhece as intenções da ação alheia? Julgamos quando encaixamos as pessoas em nossos modelos de perfeição

-Prega-se insistentemente o amor ao próximo em nosso meio,todavia,a proposta educativa do Cristo inclui o amor a si, o auto-amor,pois estamos no tempo dos sentimentos,das descobertas da alma e que os Centros Espíritas tomem como meta neste século dos sentimentos, o compromisso de auxiliar os seres humanos a investigarem suas reais propostas existenciais ajudando-os a viver em paz

Fomos treinados para temer ou negar o que sentimos,no entanto,não haverá paz na alma
que não se lançar a essa tarefa educativa de percorrer  a “solidão necessária” e respon-
der a si : Quem sou ? O que quero ?

-A tarefa dos autênticos educadores espirituais reside em devolver ao homem sua própria
 consciência. A grande meta de todos os servidores do bem deve ser libertar consciências
 do jugo das ilusões,porém a dificuldade consiste em saber o que é ou não ilusão para o
 outro

-Como reencontrar nossa consciência ? Aprendendo a linguagem do coração.” Escutando
  Os Sentimentos”, perceberemos a natureza de nossa intenção perante a vida

- O tesouro da alma é a intenção e onde ela se situa aí está o coração ,ou seja, nossos
   sentimentos

- Jesus teve seu julgamento com base nos seus atos e não em suas intenções

 -Impossível para nós livrar-nos completamente das interferências,contudo ,mantê-las e
  consolidá-las vai depender das intenções. Só existe domínio quando cedemos ou desis-
  mos de continuar lutando pelas nossas aspirações mais profundas. Eis o conceito práti-
  co de obsessão

-A intenção é o plugue mental de ligação com o manancial infinito da misericórdia
 Paternal






                     


                  EPÍLOGO :  O QUE BUSCAMOS NA VIDA ?

Anésia : “Como conceituar intenção” ?
Dona Modesto :”é a força de atração  que emana da alma capaz de aglutinar,ordenar e
 equilibrar todos os seus potenciais e experiências podendo chamá-la de “eixo de alinha-
 mento da vida mental”,porque ela se estende da alma até o inconsciente,sendo o
 “Potencial ordenador da saúde íntima”

-“A intenção é a manifestação inconsciente da alma na busca de seus compromissos e
 necessidades de crescimento. Todos trazemos essa “energia instintiva de melhora”

-“O bem é a intenção do Criador na obra da Criação,pois todas as criaturas trazem em
 latência os germes dessa intenção”

-“O amor é a manifestação afetiva que repousa sobre as intenções mais puras. A intenção
 é algo entre a criatura e o Criador”

-“A intenção é a organizadora da vida mental do espírito. Dessa “intenção-matriz”,são gerados os desejos,depois os interesses e por fim as inclinações,que são denominadas,
por nós, de “intenções periféricas”. A intenção básica é aquela que norteia as aspirações
e escolhas do homem em direção a Deus”

-“A intenção tem a vontade como alavanca de suas expressões ,enquanto o desejo é o palco onde se apresentam as emoções e a motivação,elementos componentes da tessitu-
ra do sentimento. Vontade é a manifestação inteligente da intenção.enquanto o desejo é o
reflexo instintivo da intenção”

“-A intenção é uma conquista sublime do espírito depois da aquisição da razão,não
 podendo confundi-la com interesse,pois a intenção é o que buscamos na vida,enquanto o
 interesse é o que desejamos. A intenção vem da alma e é divino, ao passo que o interesse vem do ego e é transitório,conforme a natureza das vivências”
Anésia : “Como saber qual a nossa intenção ou as nossas intenções” ?
Dona modesto :”Quando soubermos responder a essas perguntas :O que quero da vida?
Que buscamos ante a oportunidade concedida de renascer no corpo?Qual o plano de Deus para o meu caminho?Qual minha missão na colméia cósmica?que desejo da minha
existência?Quanto mais consciência de nossas necessidades e valores,mais clareza possuímos diante de nossa intenção básica,compreendendo que essa consciência de si não é uma noção racional,mas sentida”
-“Em verdade, a maioria de nós passa  a encarnação sem conhecer sua real intenção
  estrutural, pois, quase sempre,se gasta metade da vida corporal para começar  a investi
  gá-la, e a outra metade para entendê-la,razão pela qual,muitos só a sentirão depois da
  morte”
  Anésia :”sabe dona modesto! Fui uma mulher obediente.tenho a sensação que a vida
   passou por mim e não eu por ela! Será que passei a existência sem seguir minhas reais
   intenções?Será que deveria ter me imposto mais ante os compromissos e aceitado
   menos as opiniões e idéias”
  -“O que está acontecendo comigo Dona Modesto?Eu queria estar no corpo novamente
   mais em mim,nos meus valores. Às vezes tinha muita raiva dos amigos espirituais que
   só enxergam defeitos,defeitos,defeitos.Se alguém possuía algo bom,não podia manifes-
   tar,pois era vaidade,personalismo”
  -“desculpe a franqueza,mas creio que tinha  muito mais bondade no coração que nas
   palavras de muitos companheiros de ideal.Eu acho que era mais espírita que eu mesmo
Imaginava,e tenho raiva de deixar que outros dessem o valor de seus julgamento às
minhas atitudes e decisões”
-“Deixei que o julgamento alheio me invadisse a convicção e obstruísse a capacidade de forma meu autoconceito”
-“A vida inteira ouvia dizer sobre os obsessores,mas acho que nunca tive obsessões,que
 eu fui a obsessora ou, quem sabe,os irmãos com essas idéias caóticas é que foram
 meus verdadeiros obsessores”?
Dona Modesto :”Deus muita vez”se aparta”.porque não o trazem em nossos sentimentos.
 A obra de amor que oferecemos ao próximo tem que pertencer igualmente a nós”
Anésia : “Auto-amor” ?
Dona Modesto :”Sim, conhecer nossa intenção-básica,  travar contato com as aspirações
 dela emanadas e saber construir nossa autonomia em atitudes sadias e altruístas,consti-
 tuem o maior ato de amor a si próprio que a alma pode expressar”
Anésia :”Segui demais as opiniões alheias”?
Dona modesto:”Você pegou carona nos conceitos alheios e abdicou-se de gestar suas
 próprias convicções.Viveu o espiritismo pelas vias informativas”
-“Você como muitos espíritas,teve medo de formular conceitos pessoais adequados âs
 suas necessidades específicas”
-“Esteja certa de que tão logo me seja possível,escreverei a nossos irmãos falando âs
 claras sobre este assunto”
Anésia :”Jesus! Já não chegam os personalismos do movimento!... Se incentivarmos as
 opiniões pessoais”
Dona Modesta :” Não esquecerei de dizer também,que,antecedendo convicções íntimas e os caminhos criativos,devemos ter o endosso da maturidade,do equilíbrio,do esforço de realização no bem,isto é,opiniões pessoais centradas na vivência. O que não podemos é
 não furtar a capacidade realizadora de nos mesmos e a ocasião de ampliar o bem através de nossas próprias iniciativas”
Anésia :” Ouvir mais a consciência,o coração,os instintos. Ser seletiva em relação as críti-
 cas alheias.Quanto aos julgamentos alheios das pessoas com as quais convivi,prejudica-
 ram-me” ?
Dona Modesta :” Via de regra,queremos tornar o outro em “o mesmo”,ou seja,anular a
 diferença para que seja igual a nós. A convivência é a escola bendita de almas da qual
 nenhum de nós pode se afastar totalmente,todavia,existem alguns pontos na vida de
 relações que se tornam essenciais para torná-la educativa espiritualmente : A preserva-
 cão dos limites,o estímulo à autonomia e a celebração da diversidade”.
Anésia :”E se minhas escolhas fossem erradas” ?
Dona Modesto :”Pelo menos não teria esse vazio por dentro. Deixar de tentar é falha
 maior que buscar a experiência. O maior fracasso da vida não é escolher errado,mas
 passar a vida sem existir”
Anésia : “Por que temos essa sensação de egoísmo na atitude de amar-se”?
Dona Modesto :”Porque já pensamos excessivamente em nós de maneira inconveniente.
“auto-amar-se” é pensar em nós da forma que convém ao bem”
 -“Também tive minhas frustrações,opostas as suas. Frustrei por acreditar em demasia
 no que sentia e,por conta disso. Fui corajosa,determinada, convicta,mas acabei,em
 diversas ocasiões,nos braços da arrogância. Há quem deteste meu nome até hoje em    
 Uberaba”
Anésia :”Mas ser cordata e medrosa como fui também não é o ideal ?”
Dona Modesto :”Você tem valores que eu ainda não possuo,pois foi vitoriosa porque optou pelas concessões.É a renúncia total”
Anésia :”E o que me valeu ?
Dona Modesto :”A vida é feita de escolhas.Nem a omissão,nem as muitas certezas são
 Bons caminhos para a paz nas relações e consigo mesmo”
-“Quando imaturos na doutrina,costumamos colocar projetos acima da bondade uns com
os outros.Para preservar programas de trabalho e convicções conceituais,passamos por    cima das relações de amor”
-“A convivência tem um ponto delicado.Aqueles que mais convivem conosco cometem,
 quase sempre,um grande equívoco. Supõem conhecer com exatidão a natureza de
 nossas intenções.”
-“para nosso estágio evolutivo é quase impossível conviver sem julgar,e,julgar significa
 Interpretar intenções através das atitudes. Conquanto tenhamos imensa resistência em
 Aceita-la no coração,essa atitude é a arrogância,a supervalorização de si mesmo”
-“Temos que ser muito arrogantes para querer saber mais do outro que de nós mesmos.
 Quando definimos a intenção de alguém,julgamos e ,ao nos apegarmos aos nossos
 julgamentos,abrimos a porta da arrogância”
-“A arrogância de um lado e a omissão de outro são extremos de uma mesma questão :
 “nossa necessidade espiritual de Evangelho nos sentimentos e e paci~encia para com as
 Imperfeições uns dos outros”
Anésia :”Fui uma muda com a língua” ?
Dona Modesta :”Toda a humanidade passa por essa “mudez emocional”.Entretanto, não
 não é a mudez que precisa ser tratada,mas a surdez , pois não sabemos falar dos
 sentimentos,porque não aprendemos a ouví-los, a escutá-los e,não sabendo a sua
 linguagem,portanto,não há como cuidar do coração”
-“A questão,portanto,não são os amigos,os familiares,os grupos.....A questão é o nosso
 Interior,certo” ?       

-Assim são os “Grupos de reencontro”.Nesta tarde o tema estacionou nas vivências de
 Anésia.Aquelas cenas de riqueza moral e liberdade ensejava-nos uma pergunta :
 “Quando será,meu Deus,que nossos centros de amor cristão e espírita na Terra torna-
 se-ão réplicas dos “grupos de reencontro” para auxiliarem os homens a entender o que
 buscamos na vida 

  






                          


















      
























        

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