terça-feira, 7 de junho de 2011

SEXUALIDADE


1 – LIVRO “SEXO E DESTINO” (ANDRÉ LUIZ / CHICO XAVIER

1.1 - CAP IX - Pag 265)

- Rumei para o Instituto de Renovação, na esfera espiritual, denominado “Almas Irmãs”, no qual socorriam os irmãos necessitados de reeducação sexual, após a desencarnação

- Era um hospital - escola, no qual os internados ou estudantes vinham, em maioria, de estâncias pulgatoriais e que depois de suficientemente instruídos, são recambiados ao domicílio doméstico, onde reencarnam nos ambientes em que faliram e, tanto quanto possível, nas equipes consangüíneas que lhes impuseram prejuízos ou que lhes sofreram os danos

- Quanto mais se eleva a criatura, mais se capacita de que o uso do sexo demanda discernimento pelas responsabilidades que acarreta

1.2- CAP IX - Pag 272

- Qualquer ligação sexual, instalada no campo emotivo, engedra sistemas de compensação vibratória, e o parceiro que lesa o outro, até o ponto em que suscitou os desastres morais conseqüentes, passa a responder por dívida justa

- Todo o desmando sexual danificando consciências reclama corrigenda, tanto quanto qualquer abuso doraciocínio

- Homem que abandone a companheira sem razão ou mulher que assim procede, gerando desregramentos passionais na vítima, cria certo ônus cármico no próprio caminho

1.3 - HOMOSSEXUALIDADE ( CAP IX - Pag 273 e 274 )

- Homens e mulheres, em Espírito, apresentam certa percentagem mais ou menos elevada de características viris e feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidades de comportamento íntimo normal para todos, segundo a conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para o meio social

- Inúmeros Espíritos reencarnam em condições inversivas, seja no domínio de lides expiatórias ou em
obediência a tarefas específicas, que exigem duras disciplinas por parte daqueles que as solicitam ou que as aceitam

- Homens e mulheres podem nascer homossexuais para melhorar e aperfeiçoar-se e nunca sob a destinação do mal

- Nos foros da Justiça Divina, as faltas cometidas pelas pessoas de psiquismo julgado anormal são examinados no mesmo critério aplicado às culpas de pessoas tidas por normais

- No Mundo porvindouro, os reencarnados, tanto em condições normais quanto em condições anormais, serão tratados em pé de igualdade, reparando-se as injustiças assacadas, há séculos, contra aqueles que são impedidos ou dificultados de executarem os encargos que trazem à existência física, quando fazem deles criaturas hipócritas, com necessidade de mentir incessantemente para viver

1.4 - DIVÓRCIO ( CAP X - Pag 281 e 282 )

- Os matrimônios terrestres, entre as pessoas de evolução respeitável, se efetuam na base dos programas de trabalho previamente estabelecidos

- O divórcio é dificultado, nas Esferas Superiores, por todos os meios lícitos, contudo, em muitos casos, é permitido ou prestigiado, sob pena de transformar-se a justiça em prepotência contra vítimas de crueldade sociais

- Surgido o problema, o companheiro ou companheira, responsável pela ruptura da confiança e da estabili
dade da união conjugal, passa à condição de julgado

-A vítima é induzida à generosidade e à benevolência, através dos recursos que a Espiritualidade Superior consiga veicular, a fim de que não se frustem planos do serviço, sempre importantes para a comunidade, compreendendo-se dentro dela os Espíritos Encarnados e desencarnados, cujas vantagens são recíprocas como a humildade e a benemerência de qualquer os seus membros.

- Em razão disso, alcançam a Pátria Espiritual, na condição de enobrecidos filhos de Deus, as grandes mulheres e os grandes homens, justificadamente considerados grandes, diante da Providência, quando suportam, sem queixa, as infidelidades e as violências do parceiro ou da parceira de reduto doméstico, esquecendo incompreensões e ultrajes recebidos, por amor às tarefas que os desígnos do Senhor lhe colocaram nos corações e nas mãos, seja amparo moral à família consangüínea ou na sustentação das boas obras

- Os que possuem semelhante comportamento dignificam todos os grupos espirituais a que se entrosam venham dessa ou daquela religião, desse ou daquele clima do mundo, são acolhidos sob galardões de heróis verdadeiros, por haverem abraçado sem revolta os que lhes espancavam a alma, sem repalir-lhe a afeição e a presença

- No entanto, os que patenteiam incapacidade de perdoar as afrontas, conquanto se lhes lastime a ausência de grandeza íntima, são igualmente amparados, no desejo de separação conjugal que revelem, adiando-se-lhes os débitos para resgates futuros e concedendo-lhes as modificações que requeiram



2 - LIVRO “VIDA E SEXO” ( ANDRÉ LUIZ / CHICO XAVIER)

- Em torno do sexo, será justo sintetizarmos todas as digressões nas normas seguintes:
(1) Não proibição, mas educação
(2) Não abstinência imposta, mas emprego dígno
(3) Não indisciplina, mas controle
(4) Não impulso livre, mas responsabilidade

2.1 - EM TORNO DO SEXO

- O sexo exige educação e controle, pois através dele dimanam forças criativas

- Ele é Espírito e vida, a serviço da felicidade e da harmonia do universo, reclamando,conseguintemente, responsabilidade e discernimento, onde e quando se expresse

- Devemos saber o que fazer com as energias genésicas, observando como, com quem e para que se
utilizam de semelhantes recursos, entendendo-se que todos os compromissos na vida sexual estão igualmente subordinados à Lei de Causa e Efeito


2.2 - FAMÍLIA

- Através do casal, funciona o princípio da reencarnação e por intermédio da paternidade e da maternidade, o homem e a mulher adquirem mais amplos créditos da vida superior, pois os filhos são liames de amor conscientizado que lhes granjeiam proteção mais extensa do Mundo Maior

- A família terrestre é formada, assim, de agentes diversos, porquanto nela se reencontram, comumente, afetos e desafetos, amigos e inimigos, para os ajustes e reajustes indispensáveis, ante as leis do destino

- Temos, desta forma, no instituto doméstico uma organização de origem divina, em cujo seio encontramos os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento para a edificação do mundo melhor

2.3 - AMBIENTE DOMÉSTICO

- Na comunhão de dois seres para a organização da família, prevalece o compromisso de assistência, não só de um para com outro, mas também para com os filhos que procedem do laço afetivo

- O Espírito quando retorna ao Plano Físico, vê nos pais as primeiras imagens de Deus e da vida, entretanto, não lhe será tão fácil seguir adiante com os ideais da meninice, de vez que habitualmente, a equipe familiar se aglutina segundo os desastres sentimentais das existências passadas, habitando-se- lhe aos componentes os distúrbios da afeição possessiva, a se traduzirem por ternura descontrolada e ódio manifesto ou simpatia e aversão simultâneas

- Pais imaturos, do ponto de vista espiritual, comumente se infantilizam, no tempo exato do trabalho mais grave que lhe compete, no setor educativo, e, ao invés de guiarem os pequeninos com segurança para o êxito em seu novo desenvolvimento no estágio da reencarnação, embaraçam-lhes os problemas, ora tratando as crianças como se fossem adultos, ou tratando os filhos adultos como se fossem crianças


2.4 - ENERGIA SEXUAL

- A energia sexual é inerente a própria vida, gerando cargas magnéticas em todos os seres, à face das
potencialidades criativas de que se reveste

- Através da poligamia, o espírito assinala a si próprio longa marcha em existências e mais existências sucessivas de reparação e aprendizagem, em cujo transcurso adquire a necessária disciplina do seu mundo emotivo

- Fatigado de experimento dolorosos, nos quais recolhe o fruto amargo da delinqüência ou do desespero que haja estabelecido nos outros, reconhece na monogamia o caminho certo de suas manifestações afetivas. Atento a isso, identifica na criatura que se lhe afina com os propósitos e aspirações o parceiro ou a parceira ideais para a comunhão sexual


2.5 - COMPROMISSO AFETIVO

- Toda vez que determinada pessoa convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste
sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambos um circuito de forças, pelo qual
a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de reciprocidade e, quando um
dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentação do equilíbrio
emotivo, seja qual for o campo de circunstâncias em que esse compromisso venha a ser efetuado

- Criada a rutura no sistema de permuta das cargas magnéticas de manutenção, de alma para alma, o
parceiro prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores na autodefensiva, entra em pânico, sem
que se lhe possa prever o descontrole que, muitas vezes, raia na deliquência. Tais resultados da imprudên-
cia e da invigilância repercutem no agressor, que partilhará das conseqüências desencadeadas por ele pró-
prio, debilitando-se- lhe ao caminho a sementeira partilhada de conflitos e frustrações que carreará para o
futuro


2.6 – CASAMENTO

- Quando as obrigações mútuas não são respeitadas no ajuste, a comunhão sexual injuriada ou pèrfidamen
te interrompida costuma gerar dolorosas repercussões na consciência, estabelecendo problemas cármicos
de solução, por vezes, muito difícil, porquanto ninguém fere alguém sem ferir a si mesmo

- Nos Planos Superiores, o liame entre dois seres é espontâneo, composto em vínculos de afinidade inelu-
tável e, na terra do futuro, as ligações afetivas obedecerão a idêntico princípio, sem necessidade da
permuta sexual, a fim de se apoiarem mùtuamente na formação de obras preciosas na esfera do Espírito

- Os débitos contraídos por legiões de companheiros da humanidade, determinam a existência de milhões
de uniões supostamente infelizes, nas quais a reparação das faltas passadas confere a numerosos ajustes
sexuais o aspecto de ligações francamente expiatórias, com base no sofrimento purificador

- É forçoso reconhecer que não existem no mundo conjugações afetivas, sejam elas quais forem, sem
raízes nos princípios cármicos, nos quais as nossas responsabilidades são esposadas em comum

2.7 – DIVÓRCIO

- Partindo do princípio de que não existem uniões conjugais ao acaso, o divórcio, a rigor, não deve ser
facilitado entre as criaturas, pois é aí, nos laços matrimoniais definidos nas leis do mundo, que se
operam burilamentos e reconciliações endereçados à precisa sublimação da alma

- É a própria individualidade, na vida do Espírito, antes da reencarnação, que assinala a si mesma o casa-
mento difícil, chamando a si o parceiro ou a parceira de existências pretéritas para os ajustes que lhe
pacificarão a consciência, à vista de erros perpetrados em outras épocas

- Por vezes, o companheiro ou a companheira voltam ao exercício da crueldade de outro tempo, seja atra-
vés de menosprezo, desrespeito, violência ou deslealdade, sendo, assim, natural que o esposo ou esposa
relegado a sofrimento indébito, se valha do divórcio por medida extrema contra o suicidio, o homicídio
ou calamidades outras que lhes complicariam ainda mais o destino

- Óbvio que não nos é lícito estimular o divórcio em tempo algum, competindo-nos tão somente reconfor
tar e reanimar os irmãos em lide, nos casamentos de provação, a fim de que se sobreponham às próprias
suscetibilidades e aflições, vencendo as duras etapas de regeneração ou expiação que rogaram antes do
renascimento no Plano físico, em auxílio a si mesmo, entretanto, é justo reconhecer que a escravidão não
vem de Deus e ninguém possui o direito de torturar ninguém, à face das Leis eternas



2.8 – UNIÃO INFELIZ

- O matrimônio pode ser precedido de doçura e esperança, mas isso não impede que os dias subseqüentes, em sua marcha incessante, tragam aos cônjuges os resultados das próprias criações que deixaram para trás

- A jovem suave que hoje nos fascina, para a ligação afetiva, em muitos casos será talvez amanhã a
mulher transformada, capaz de impor-nos dificuldades enormes para a consecução da felicidade.
-Entretanto, essa mesma jovem suave foi, no passado, em existências já transcorridas, a vítima de nós
mesmos, quando lhe infligimos os golpes de nossa própria deslealdade ou inconseqüência, convertendo-a
na mulher temperamental ou infiel que nos cabe agora revelar e retificar

- Toda vez que amamos alguém e nos entregamos a esse alguém, no ajuste sexual, ansiando por não nos
desligarmos desse alguém, para depois- somente depois- surpreender nesse alguém defeitos e nódoas
que antes não víamos, estamos à frente de criatura anteriormente dilapidada por nós, a ferir-nos justamen
te nos pontos em que a prejudicamos, no passado, não só a cobrar-nos o pagamento de contas certas, mas
sobretudo, a esmolar-nos compreensão e assistência, tolerância e misericórdia, para que se refaça ante as
Leis do destino

2.9 – FILHOS

- O companheiro ou a companheira menosprezada no círculo doméstico detém a faculdade de refazer as
condições que julgue necessárias à própria euforia, com base na consciência tranqüila

- Um ser não dispõe de regalias para abusar impunemente de outro, sem que a vítima se veja espontânea-
mente liberta de qualquer compromisso para com o agressor. Entretanto, em matéria afetiva, se a união
sexual trouxe filhos, é razoável que as leis da vida reconheçam na criatura lesada a permissão de restabe-
lecer a harmonia vibratória em seu mundo emotivas

- Essas mesmas Leis da vida rogam, sem impor, às vítimas da deslealdade ou da prepotência que não
renuciem ao dever de amparar os filhos

- Aprenda o parceiro moralmente danificado que só pelo esquecimento das faltas uns dos outros é que nos
endereçaremos à definitiva sublimação e que nenhum de nós, está em condições de acusar nos domínios
do sentimento, porquanto os virtuosos de hoje podem ter sido os caídos de ontem e os caídos de hoje
serão, possivelmente, os virtuosos de amanhã


2.10- ALTERAÇÕES AFETIVAS

- Muito comum se alterarem as condições afetivas, depois que o navio do casamento se afasta do cais do
sonho para o mar largo da experiência, convertendo-se, então, a esperança em trabalho e desnudam-se
problemas que a ilusão envolvia

- Extinta a fogueira da paixão na retorta da organização doméstica, remanesce da combustão o ouro vivo
do amor puro, que se valoriza, cada vez mais, de alma para alma, habilitando o casal para mais altos dês-
tinos na Vida Superior. Isso acontece, porque os filhos que surgem são igualmente peças do matrimônio,
compelindo o lar a recriar-se, de maneira incessante, em matéria de instituto endereçado ao trabalho de
assistência recíproca

- Em toda comunhão mais profunda do homem e da mulher na formação do grupo doméstico, seguida de
filhos a lhes compartilhar a existência, há que contar com sublimação espontânea do impulso sexual


2.11 – DESAJUSTES

- Habitualmente, o homem recebe a mulher, como a deixou e no ponto em que a deixou no passado
próximo, isto é, nas estâncias do tempo que se foi para o continuísmo da obra de resgate ou de elevação no tempo de agora, sucedendo o mesmo referentemente à mulher

- O parceiro desorientado, enfermo ou infiel, é aquele homem que a parceira, em existências anteriores,
conduziu à perturbação, à doença ou à deslealdade, através de atitudes que o segregaram em deploráveis

estados compulsivos

2.12 – TÉDIO NO LAR

- Compreensível que se um dos companheiros ou mesmo ambos esmorecem na indiferença, sem cogitar
da responsabilidade que abraçaram um perante o outro, é a morte da união que sobrevém, inevitável

- A sexualidade no casal existe, sobretudo, em função de alimento magnético entre os dois corações que
integram um no outro e daí procede a necessidade de vigilância para que a harmonia não se perca, nesse
circuito de forças

- Noutros lances da experiência, observarão parceiro ou parceira, conforme o caso, que a influência de
alguém lhes atinge o âmago do ser, incitando-os a ligações sexuais diferentes. É o pretérito que volta,
apresentando, de novo, aquelas mesmas criaturas com quem talvez tenhamos enveredado no labirinto de
experiências francamente infelizes, carreando consigo os mesmos ingredientes de sedução, com que nos
arredaram de obrigações assumidas, sugerindo-nos o retorno a processos de vida incompatíveis com o
nosso dever

2.13 – VINCULAÇÕES

- Com frequência, mas não sempre, as filhas propendem mais acentuadamente para a ligação com os pais,
enquanto que os filhos se pronunciam por mais entranhado afeto para com as mães

- Assim sucede, porque herdamos espiritualmente de nós mesmos pelas raízes do renascimento físico,
reencontrando, matematicamente, na posição de filhos e filhas, aqueles mesmos companheiros de expe-
riência sentimental, com os quais tenhamos contas por acertar

2.14 – DESVINCULAÇÕES

- Na terra, as relações entre pais e filhos e, consequentemente, as relações de ordem familiar constituem
clima ideal para a libertação de quantos se jungiram entre si, de modo inconveniente, nos desregramen-
tos emotivos em nome do amor.

- É assim que a sabedoria da natureza faculta o reencontro, sob as teias da parentela, de quantos se des-
vaiaram, em outro tempo, nos desmandos de ordem sexual, reencontro esse que persiste em condições
mais íntimas e mais profundas, até que os companheiros do pretérito, reencarnados na posição de filhos,
atinjam a juventude, na existência nova, elegendo novos parceiros para a sua vida afetiva, ante a presen-
ça ou a supervisão dos pais ou de familiares outros, nem sempre satisfeitos ou tranqüilos com as
escolhas que são obrigados a assistir ou a aprovar pela força das circunstâncias

- Pais que sofrem na entrega das jovens que o lar lhe confiou, aos companheiros que as requisitam para os
misteres do casamento, quase sempre estão renunciando à companhia de antigas afeições

- E, através das lutas e adeuses em família, com a criação de núcleos diferentes na parentela, pela transfe-
rência habitual dos filhos, seja a noras e genros, os pais alcançam a vitória sobre si mesmo


2.15 – AVERSÕES

- Os que reencarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos
simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena
Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses espíritos, afastados
entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí
lhes serve de provação


- Pais e filhos, irmãos e parentes outros, não raro, se repelem, desde os primeiros contatos

- Na maioria das circunstâncias, persistem no caminho daqueles que lhes dilapidaram a vida profunda,
transformando-se em perseguidores magoados ou vingativos, jungidos mentalmente aos antigos ofenso-
res, e finalmente reconduzidos, pelos princípios cármicos, ao renascimento junto deles, a fim de sanarem
no clima da convivência, os complexos de crueldade que ainda se lhes destilem do ser


2.16 – ABORTO

- Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu
nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo
que se estava formando

- Objetivamos destacar a expressão calamitosa do aborto criminoso praticado exclusivamente pela fuga
do dever

- Comumente chamamos a nós antigos companheiros de aventuras infelizes, programando-lhes a volta em
nosso convívio, a prometer-lhes socorro e oportunidade, em que se lhes reedifique a esperança de eleva-
cão e resgate, burilamento e melhoria

- Se, porém, quando instalados na terra, anestesiamos a consciência, expulsando-os de nossa companhia, a
pretexto de resguardar o próprio conforto, não lhes podemos prever as reações negativas e, então, muitos
dos associados de nossos erros de outras épocas, ontem convertidos , no Plano Espiritual, em amigos pó-
tenciais, à custa das nossas promessas de compreensão e auxílio, fazem-se hoje inimigos recalcados, nos
infundem mais sofrimento e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na condição
de filhos - problemas, impondo-nos trabalho e inquietação


2.17 – PAIS E FILHOS

- Os filhos não pertencem aos pais, entretanto, de igual modo, os pais não pertencem aos filhos

- Os genitores devem especial consideração aos próprios rebentos, mas o dever funciona bilateralmente,
de vez que os rebentos do grupo familiar devem aos genitores particular atenção

- Justo que os pais não interfiram no futuro dos filhos, tanto quanto justo que os filho não interfiram no
passado dos pais

- Pais e filhos são,originàriamente, consciência slivres, livres filhos de deus empenhados no mundo à obra de autoburilamento, resgate de débitos, reajuste, evolução. As leis da vida englobam-lhes a individualidade no mesmo alto gabarito de consideração

- Os pais lembram alunos, em condições mais avançadas de tempo, no currículo de lições, ao passo que os filhos recordam aprendizes iniciantes, quando surgem na arena de serviço terrestre, com acesso na escola, sob o patrocínio dos companheiros que os antecederam, por ordem de matrícula e aceitação

- E que os filhos jamais acusem ao pais pelo curso complexo ou difícil em que se vejam no col~egio da existência humana, porquanto, na maioria das ocasiões, foram eles mesmos, os filhos, que, na condição de Espíritos desencarnados, insistiram com os pais, através de afetuosos constrangimentos ou suave processo obsessivo, para que o trouxessem, de novo, à oficina de valores físicos, de cujos instrumentos se mostravam carecedores, a fim de seguirem rumo correto, no encalço da própria emancipação


2.18 - AMOR LIVRE

- Relações sexuais envolvem responsabilidade

- Se os parceiros da união sexual possuem deveres a observar entre si, à face de preceitos humanos, volun
tàriamente aceitos, no Plano das chamadas ligações extralegais acham-se igualmente submetidos aos
princípios das Leis Divinas que regem a Natureza

- Ninguém , em são juízo, recomenda escravidão às criaturas claramente abandonadas ou espizinhadas
pelos próprios companheiros ou companheiras a que se entregaram, confiantes, entretanto, não autoriza
ninguém a estabelecer liberdade indiscriminada para as relações sexuais que resultariam ùnicamente em
licença ou devassidão

- Instituído o ajuste afetivo entre duas pessoas, levanta-se, concomitantemente, entre elas, o impositivo do
respeito à fidelidade natural, ante os compromissos abraçados

-Desfeitos os votos articulados em dupla, claro que a ruptura corre à conta daquele ou daquela que a
empreendeu, com o aceite compulsório das conseqüências que advenham de semelhante resolução, por-
quanto o autor ou autora da defecção havida, ante os princípios de causa e efeito, é considerado violador
de almas, assumindo com as vítimas a obrigação de restaurá-las, até o ponto em que as injuriou ou
prejudicou

2.19 – CONTROLE SEXUAL

- A ligação sexual entre dois seres na terra envolve a obrigação de proteger a tranqüilidade e o equilíbrio
de alguém que, no caso, é o parceiro ou a parceira da experiência a “dois”, e. muito comumente, os “dois” se transfiguram em outros mais, na pessoa dos filhos e demais descendentes

- Não se trata, em nossas definições, do chamado “vínculo indissolúvel” criado por Leis humanas, de vez
que encontramos, em toda parte, companheiros e companheiras lesados pelo comportamento de parcei-
ros escolhidos para a vivência sexual

2.20 – HOMOSSEXUALIDADE

-Através de milênios e milênios, o Espírito por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de femini-
lidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou
menos pronunciado, em quase todas as criaturas

- O homem e a mulher serão, desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentua-
damente feminina, sem especificação psicológica absoluta

- o homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destrui-
ção de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é induzido a buscar nova posição, no renas-
cimento físico, em corpo morfològicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os
próprios sentimentos, e a mulher que agiu de igual modo é impulsionada à reencarnação em corpo
morfològicamente masculino, com idênticos fins

- E, ainda, em muitos outros casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na
elevação de agrupamentos humanos e, consequentemente, na elevação de si próprio, rogam dos Instruto-
res da Vida Maior que os assistem a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à
estrutura psicológica pela qual transitòriamente se definem. Escolhem com isso viver temporariamente
ocultos na armadura carnal, com o que se garantem contra arrastamento irreversíveis, no mundo afetivo,
de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que abraçam


2.21 – ADULTÉRIO E PROSTITUIÇÃO

- Qual ocorre aos flagelos da guerra, da pirataria, da violência homicida e da escravidão que acompanham
a comunidade terrestre, há milênios, diluindo-se, muito pouco a pouco, o adultério e a prostituição ainda
permanecem, na terra, por instrumentos de prova e expiação, destinados naturalmente a desaparecer, na
questão dos direitos do homem e da mulher, que se harmonizarão pelo mesmo peso, na balança do pro-
gresso e da vida


2.22 – ABSTINÊNCIA E CELIBATO

- Abstinência , em matéria de sexo e celibato, na vida de relação pressupõe experiências da criatura em
duas faixas essenciais : a daqueles Espíritos que escolhem semelhantes posições voluntàriamente para
burilamento ou serviço, no curso de determinada reencarnação, e a daqueles outros que se vêem força-
dos a adotá-las, por força de inibições diversas

- Indubitàvelmente, os que consigam abster-se da comunhão afetiva, embora possuindo em ordem todos
os recursos instrumentais para se aterem ao conforto de uma existência a dois, com o fim de se fazerem
mais úteis ao próximo, decerto que traçam a si mesmos escaladas mais rápidas aos cimos do aperfeiçoa-
mento

- Agindo assim, por amor, doando o corpo a serviço dos semelhantes, e, por esse modo, amparando os ir-
mãos da Humanidade, através de variadas maneiras, convertem a existência, sem ligações sexuais, em
caminho de acesso à sublimação, ambientando-se em climas diferentes de criatividade, porquanto a
energia sexual neles não estancou o próprio fluxo. Essa energia simplesmente se canaliza para outros
objetivos, os de natureza espiritual

- E, em concomitância com os que elegem conscientemente esse tipo de experiência, impondo-se duros
regimes de vivência pessoal, encontramos aqueles outros, os que já renascem no corpo físico induzidos
ou obrigados à abstinência sexual, atendendo a inibições irreversíveis ou a processos de inversão pelos
quais sanam erros do pretérito ou se recolhem a pesadas disciplinas que lhes facilitem a desincumbência
de compromissos determinados, em assuntos do Espírito

- Abstinência ou celibato, seja por decisão súbita do homem ou da mulher, interessados em educação dos
próprios impulsos, no curso da reencarnação, ou seja por deliberação assumida, antes do renascimento
na esfera fisica, em obediência a fins específicos, não contam indiferença e nem anestesia do sentimento

- Celibato e abstinência, em qualquer forma de expressão, constituem tentames louváveis do ser, experiên
cia de caráter transitório

2.23 – CARGA ERÓTICA

- Toda criatura consciente traz consigo, devidamente estratificada, a herança incomensurável das experiên
cias sexuais, vividas nos reinos inferiores da natureza

- A principio, exposto aos lances adversos das aventuras poligâmicas, o homem avança, de ensinamento a
ensinamento, para a sua própria instalação na monogamia, reconhecendo a necessidade de segurança e
equilíbrio, em matéria de amor. No entanto, ainda aí, é impelido naturalmente a carregar o fardo dos estí
mulos sexuais, muita vês destrambelhados, que lhe enxameiam no sentimento, reclamando educação e
sublimação

- Depreende-se disso que toda criatura na terra transporta em si mesma determinada taxa de carga erótica,
de que, em verdade, não se libertará ùnicamente ao preço de palavras r votos brilhantes, mas à custa de
experiência e trabalho, de vez que instintos e paixões são energias e estados inerentes à alma de cada
um, que as leis da criação não destroem e sim auxiliam cada pessoa a transformar e elevar, no rumo da
perfeição

- Do erotismo, como fator de magnetismo sexual, não partilham tão-sòmente as inteligências que já se
Evangelizaram e aqueles irmãos da humanidade provisòriamente internados nas celas da idiotia, por
força de lides expiatórias abraçadas ou requisitadas por eles próprios, antes do berço terreno

- Os Espíritos sublimados se atraem uns aos outros por laços de amor considerado Divino, por enquanto
inabordáveis a nós outros. E os companheiros temporàriamente bloqueados por cérebros deficientes e
obtusos atravessam períodos mais ou menos longos de silêncio emocional, destinados a reparações e
reajustes, quase sempre solicitados por eles mesmos

- Toda criatura humana, sempre nascida ou renascida sob o patrocínio do sexo, carreia consigo determina
da carga de impulsos eróticos, que a própria criatura aprende, gradativamente, a orientar para o bem e a
valorizar para a vida

- Diante do sexo nos achamos perante a fonte viva das energias em que a sabedoria do Universo situou o
laboratório das formas físicas e a usina dos estímulos espirituais mais intensos para a execução das tare-
faz que esposamos, em regime de colaboração mútua, visando ao rendimento do progresso e do aperfei-
çoamento entre os homens

- Cada homem e cada mulher que ainda não se angelizou ou que não se encontre em processo de bloqueio
das possibilidades criativas, no corpo e na alma, traz, evidentemente, maior ou menor percentagem de
anseios sexuais, a se expressarem por sede de apoio afetivo, e é claramente, nas lavras da experiência,
errando e acertando e tornando a errar para acertar com mais segurança, que cada um de nós – os filhos
de Deus em evolução na terra – conseguirá sublimar os sentimentos que nos são próprios, de modo a
erguer-nos em definitivo para a conquista da felicidade celeste e do amor Universal


2.24 – SEXO E RELIGIÃO

- Não se extingue os estímulos genésicos em alguém, tão-só porque esse alguém se consagre ao Serviço
Divina da Fé, quando esses mesmos estímulos são ingredientes da vida e da evolução, criados pela
mesma providência Divina para a sustentação e a elevação de todos os seres

- Espíritos Superiores e já erguidos a notáveis campos de elevação, ùnicamente por amor e sacrifício,
tomam assento nas organizações religiosas da Terra, volvendo à reencarnação em atividades socorris-
tas, nas quais impulsionam o progresso dos seus irmãos, não ocorrendo em análogas circunstâncias
entre aqueles outros que renascem sob regime disciplinar, requisitados por eles contra eles mesmos, de
vez que grande número desses obreiros das idéias religiosas, reencarnados em condições de prova,
demonstram dificuldades e inibições múltiplas, no corpo e na mente, quando não sofrem exagerada
tendência aos desvarios sexuais, tendência essa que habitualmente os mantém recolhidos ao medo de
qualquer expansão afetiva



3-LIVRO “UNIDOS PELO AMOR” (ERMANCE DUFAUX /
WANDERLEY SOARES DE OLIVEIRA)


CAP 14 – EROTISMO E RESPONSABILIDADE

- A tese moralista conduziu-nos a pensar as necessidades sexuais sob o prisma da responsabilidade e
da educação

-Nossas lutas na questão da sexualidade obedecem, antes de tudo, à necessidade de reorientação da
afetividade mais do que contenção de impulsos. Aprender a desenvolver sentimentos nobres será o cami-
nho amplo para melhor utilização das forças genésicas

- Severo risco assola muitos corações sinceros que adotaram o Espiritismo como roteiro de vida : a nega-
ção das necessidades sexuais e por não saberem lidar com o patrimônio sublime da energia sexual que
estua ininterrupta e abundantememte, adotam o mecanismo defensivo de recusa em tratar suas lutas nessa
área

- Alguns idealistas, tomados de um certo “desespero de melhoria”, são extremamente rigorosos consigo
adotando costumes monásticos. Muitos, partindo para o outro extremo da insensatez, aderem-se aos
modismos em voga e rendem-se ao Dédalo de desequilíbrio, afastando-se totalmente de qualquer esforço
educativo. Os primeiros caminham para uma alienação , os segundos para uma omissão

-Tem havido muita confusão entre libertação espiritual e negação de impulsos

- Abstinência nem sempre é solução e pode apenas ser uma medida disciplinar sem que, necessariamente,
signifique um ato educativo

- Negar sentimentos e desejos não significa evolução assegurada ou conquista definitiva

- Só os valores morais enobrecedores, quais sejam o respeito, a bondade e o amor poderão nos inclinar a
visão Espiritual da sexualidade para patamares de grandezas

-Raramente renasce no corpo físico algum coração dispensado da troca de sensações eróticas

- A natureza, em milênios de edificação, consolidou a carga erótica como divino patrimônio da criação para assegurar a perpetuidade da espécie e ensejar-nos a bênção da co-criação, além disso, pela troca de
Estímulos e sensações revitaliza-se o tônus energético

- O sexo responsável, eis o grande desafio ético que nos espera



- Medidas saudáveis para um programa reeducativo inicial das forças genésicas :

(1) Comprometimento íntimo com a mudança
(2) Paciência na obtenção de resultados na reeducação das necessidades afetivo-sexuais
(3) Buscar ajuda ;
- Apoio profissional, doutrinário, de amizade ou comjugal
(4) A confissão reconfortante, a conversa esclarecedora e o desabafo constituem cortes
elementares
nos circuitos mentais neuróticos e viciados e nas obsessões primárias
(5)Esclarecimento
- Através do conhecimento, incluindo o do próprio corpo, sua fisiologia, suas sensações e reações
(6) Auto disciplina
- Vigiar a palavra que excita e cria conúbios com forças invisíveis
- Selecionar as imagens mentais degradantes, de devassidão que estimulam fantasias e uma
psicosfera lasciva e sensual

(7) Oração
- Elabora teu programa de vigilância pela oração e pela disciplina dos impulsos, mas não situe a
tua melhora somente em medidas de contenção


4- LIVRO “DESPEDINDO-SE DA TERRA” (LÚCIUS /
ANDRÉ LUIZ RUIZ)

1- Pag 120 a 122

- A sexualidade é uma das mais belas e potentes fontes de energia realizadoras de que o ser huma-
no se vê dotado

- A força e o poder criador se radicam na estrutura do psiquismo de cada ser, no qual as relações
energéticas traçam as linhas da afetividade e que , por comandos diretos, estimulam os demais
centros biológicos na produção das células responsáveis pelo processo da procriação. As ações
de tais órgãos e centros são extremamente mais mecânicas do que se supõe e por isso, não é na
região genésica que se erradicam as fontes do potencia criador

-Tal estrutura está vinculada a mente e ao sentimento das pessoas de tal maneira que, quando a
vida, nos seus processos de reparação ou resgate impõe ao indivíduo a solidão como forma de
experiência refazedora, a sexualidade e as forças que a representam podem ser transferidas da
ação plasmadora de ideais, fecundada nas inspirações superiores da alma, a serviço da transfor-
mação do mundo e do reequilíbrio de si mesmo

- Assim, quando alguém se veja na condição compulsória de isolamento afetivo, atendendo aos
imperativos da jornada evolutiva, isso não impede que se transforme em uma geradora ou um
gerador de filhos, que não se representarão por seres corporais, mas, sim, por construções
idealistas na área da arte, do saber, da ciência, do devotamento ao próximo, deixando fecunda-
dos não com o sêmen biológico, mas, sim, com a semente Espiritual os caminhos por onde
passou, pelo exemplo de dedicação e renúncia

- As pessoas que se vêem compelidas a uma vida de solidão e isolamento no afeto poderão usar
tais forças disponíveis para canalizá-las na realização de obras do bem nos diversos setores da
vida, respeitando em seus semelhantes os compromissos afetivos já firmados, ao invés de criarem
armadilhas para que eles se vejam enredados por sensações, interesses ou condutas que poderão com-
plicar a vida de ambos, que é o que costuma acontecer

- Sem se conformarem com a condição solitária que a vida lhes assinalou com a sua concordância-
esta que correspondem, na verdade, à solicitação pessoal, antes do renascimento físico-
muitas pessoas a se martirizar nos processos de busca desesperada por uma companhia, insatisfeitas com
a lição solicitada que propiciaria um amadurecimento maior da questão da responsabilidade afetiva

- A causa da solidão em uma vida se erradica na irresponsabilidade afetiva vivenciada em outras
existências. De tanto viciar o centro do afeto com aventuras superficiais do sentido ou da sexualidade
depravada através de comportamentos que a aviltaram, homens e mulheres solicitam, em uma nova vida
física, uma jornada desértica na afetividade, durante a qual, sentindo a falta de uma companhia, rediricio-
nam o impulso primitivo para a esfera mais elevada dos sentimentos, reprogramando seu psiquismo para
que a leviandade outrora experimentada não faça mais parte de suas opções naturais

- Mas, ao invés de se conduzirem por tal trajeto, com a opção de modificarem o mundo íntimo e o mundo
ao seu redor com gestos de devotamento oferecidos a causas nobres, boa parte dos assim considerados
exilados do afeto se perdem novamente, relembrando os antigos processos de sedução, saindo à cata de
experiências envolventes e estimulantes, com as quais vão revivendo os antigos vícios, procurando com-
panhias exatamente em lugares em que não encontrarão, senão, aproveitadores de suas carências, prontos
a abusarem de se seus sentimentos famintos e, logo depois, descartá-los no vazio de um prazer físico que
acaba rapidamente e frustra aqueles que esperavam alguma coisa a mais do que isso


PAG 204 A 206

- O prazer, em todas as áreas da vida, estimula, satisfaz e, nas áreas mais frágeis da personalidade, abre
espaços a excessos que causam dependências e tolerâncias, como uma droga qualquer

- Quando o ser humano entende a sua condição de Espírito que deve comandar a matéria, ele consegue
dominar os impulsos que se apresentem e que poderiam, pelo abuso, tornarem-se nocivos

- No aspecto da sexualidade, os mesmos mecanismos da viciação e da tolerância são encontráveis, a
fazerem com que a criatura de vontade mais frágil nessa área se permita procurar a satisfação constante e
desmedida dessa inclinação, ao mesmo tempo em que a repetição do ato vai roubando ao seu agente, cada
vez que o pratica, parte da carga emocional, parecendo que a satisfação antiga já não é a mesma ação

- Isso leva, então, pessoas que começam a se tornar dependentes psicológicas da satisfação sexual a buscarem inovações em suas práticas, apimentando as relações para retornarem ao antigo potencial de
satisfação. Por um tempo, se sentem completados pelas novas aventuras, mas, novamente, o mecanismo
da tolerância se apresenta, tornando rotineira e sem graça aquela novidade, a pedir uma nova carga de
transformações, na tentativa de manter o mesmo nível do prazer

- Daí, alguns resolvem romper os laços familiares com o afastamento dos seres queridos, alegando necessi
dade de maior liberdade para viver uma vida sem a observação mais direta ou, então, optam por uma vida
dupla, buscando manter duas ou mais máscaras para os diversos momentos de suas experiências pessoais


PAG 231 A 233

- O sexo não se localiza nos órgãos genitais. Na estrutura íntima de cada ser, ele acontece na dimensão da
mente, estabelecendo-se, então, os seus contornos de força magnética permutada, alimento compartilhado
nos atos da afetividade que, de qualquer forma, independem das constituições morfológicas para que possam ser exteriorizadas

- A afetividade é o laço que une os espíritos e que pode ser expressada através dos encontros íntimos, nos
quais os órgãos físicos dão a oportunidade do compartilhar gametas, sensações, estímulos, sonhos, praze-
res, realizando a parte que lhes cabe na manifestação da sexualidade biológica, ajudando na perpetua-
cão da espécie, além de facultar a aproximação de criaturas, nos processos do conhecimento íntimo e da
criação de vínculos

- Durante tais atos, se entre ambos existe afinidade de emoções, ocorre intensa troca de energias fecundan
tes e estimulantes, no nível vibratório de seus espíritos, saciando-os naqueles desejos de reconhecimento,
de segurança afetiva, de calma interior, de serenidade na autoestima

- nas relações de convivência sexual promíscua e sem vínculos no afeto, quando ainda existe algum princípio moral dentro daqueles que se permitem tais comportamentos, depois que passa a exaltação dos
sentidos de um tipo de aventura carnal insana como essa, costuma eclodir em suas consciências uma
sensação amarga, uma vergonha do que fizeram, uma repulsa por si mesmos,

- No entanto, em nenhum desses casos, os Espíritos encarnados que se permitem práticas promíscuas,
que se dediquem à troca de casais, a multiplicidade de parceiros, às aventuras extraconjugais, à homo
ssexualidade, à bissexualidade, conseguem isolar-se dos processos angustiosos de uma afetividade não
correspondida

-Em todos os casos, o motivador dessas buscas costuma ser, no fundo, o estado de carência ou insatisfa-
ção das criaturas, ansiosas por construírem relacionamentos estáveis ao lado daquelas pessoas com quem
compartilhem o prazer físico, ponto comum que poderá, quem sabe, transformar-se em início de afiniza-
cão ou em um relacionamento que valha a pena ser vivido

- Os problemas afetivos do presente correspondem a compromissos enraizados nas práticas de outras vidas, repercutindo, hoje, em mecanismos de frustrações, de transtornos mentais ou emocionais, em
dificuldades de relacionamento

- A afetividade mal experimentada em nossas antigas jornadas, corresponde a um processo de adulteração de nossos centros de energia correspondentes, impondo-se, então, para muitos que o viveram de maneira desregrada, cerceamentos temporários para que se reequilibrem, preparando-os para as futuras aquisições no terreno do Amor Verdadeiro, o qual tem, nas trocas sexuais, um dos instrumentos de sua exteriorização

- Tratam-se, então, de processo de educação ou reprogramação das inclinações do Espírito faltoso de
outras épocas que, como num processo de isolamento temporário, precisa fortalecer-se nas bases de uma
afetividade sadia, para que, mais tarde, possa construir o sólido edifício de suas novas aquisições na área
da emoção

- Assim, a solidão, nestes casos, funciona como um período de observação a manter a pessoa em uma
espécie de quarentena, que tanto serve para protegê-la de si mesmo quanto para proteger os outros de sua
presença provocante ou ameaçadora

- Entretanto, toda conduta de alguém que, com a desculpa de não tolerar o isolamento, de não ser capaz
de vencer a solidão, de precisar dar vazão às necessidades da carne, o leve a usar seu semelhante como
mercadoria, como oportunidade de desafogo, como objeto de prazer para, logo a seguir, descartá-lo à
margem da estrada, corresponderá a uma responsabilidade assumida perante aquele que foi usado, física
ou emocionalmente, que foi tratado como um simples instrumento de prazer físico

- O instinto sexual não é apenas agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o
reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhes são necessários ao progresso

- Entre os Espíritos santificados e as almas primitivas, milhões de criaturas conscientes, viajando da rude
animalidade para a humanidade enobrecida, em muitas ocasiões se arrojam a experiências menos dignas,
privando a companheira ou o companheiro do alimento psíquico a que nos reportamos, interrompendo a
comunhão sexual que lhes alentava a euforia e, se as forças sexuais não se encontram suficientemente
controladas m valores morais nas vítimas, surgem frequentemente, longos processos de desespero ou de
delinqüência

- As cargas magnéticas do instinto, acumuladas e desbordantes na personalidade, à falta de socorro íntimo
para que se canalizem na direção do bem, obliteram as faculdades, ainda vacilantes, do discernimento e, à
maneira do esfaimado, alheio ao bom senso, a criatura lesada em seu equilíbrio sexual costuma entregar-
se à rebelião e à loucura em síndromes Espirituais de ciúme ou despeito

- Compreendemos que o sexo reside na mente, a expressar-se no corpo espiritual e, consequentemente, no
no corpo físico

- De um simples e clandestino encontro em um quarto afastado, os liames fluídicos ali entrelaçados produ
zirão, dependendo da sinceridade dos sentimentos envolvidos, frutos doces ou dolorosos espinhos que
educarão os aventureiros para que se melhorem, seja pela vivência amorosa verdadeira ou pela dor da
consciência culpada



5 – LIVRO “NO MUNDO MAIOR (ANDRÉ LUIZ / CHICO XAVIER)-

CAP 11 – SEXO

- No exame das causas da loucura, entre individualidades, sejam encarnadas, sejam ausentes da carne, a
ignorância quanto à conduta sexual é dos fatores mais decisivos

-A loucura , em que se debatem, não procede de simples modificações do cérebro : dimana da desassocia-
ção dos centros perispiríticos, o que exige longos períodos de reparação

- A sede do sexo não se acha no corpo grosseiro, mas na alma, em sua sublime organização

- Não podemos esquecer que nenhuma exteriorização do instinto sexual na terra, qualquer que seja a sua
forma de expressão, será destruída, senão transmudada no estado de sublimação

- Estimulada pela força criadora do sexo, a coletividade humana avança, vagarosamente embora, para o
supremo alvo do Divino Amor.

- O instinto sexual, para coroar-se com as glórias de êxtase, há que dobrar-se aos imperativos da responsabilidade, às exigências da disciplina, aos ditames da renúncia, entretanto, estas conclusões não
devem induzir a programas de santificação compulsória no mundo carnal

- Devidos à incompreensão sexual, incontáveis crimes campeiam na terra, determinando estranhos e peri-
gosos processos de loucura, em toda parte.O ciúme, a insatisfação, o desentendimento, a incontinência e a
leviandade alastram terríveis fenômenos de desequilíbrio

- Não solucionaremos tão complexo problema do mundo simplesmente à força de intervenção médica,
embora seja admirável a contribuição de ciência no terreno dos efeitos, sem atingir, contudo, a intimidade
das causas. A personalidade não é obra da usina interna das glândulas, mas produto da química mental

- A endocrinologia poderá fazer muito com uma injeção de hormônios, à guisa de pronto-socorro às cole-
tividades celulares, mas não sanará lesões do pensamento. A medicina inventará mil modos de auxiliar o
corpo atingido em seu equilíbrio interno. Entretanto, compete a nós outros praticar a medicina da alma,
que ampare o espírito enleado nas sombras

-Desenvolvamos, pois, carinhosa assistência aos que desesperam no Mundo, sentindo-se na transitória
condição de deserdados. Ensinemo-los a libertar a mente das malhas do instinto, abrindo-lhes caminho
aos ideais do amor santificante, recordando-lhes que fixar o pensamento no sexo torturado, com desprezo
dos demais departamentos da realização espiritual, através do cosmo orgânico, é estacionar, inùtilmente,
no trilho evolutivo; é entregar-se, inerme, à influência de perigosos monstros da imaginação, quais o
despeito e a inveja, o desespero e a amargura, que abrem ruinosas chagas na alma e que cominam ao
exclusivismo, pena que pode avultar até à loucura e à inconsciência

- O cativeiro nos tormentos do sexo não é problema que possa ser solucionado por literatos ou médicos a
agir no campo exterior e sim um questão da alma, que demando processo individual de cura, e sobre esta
só o Espírito resolverá no tribunal da própria consciência. É inegável que todo auxílio externo é valioso e
respeitável, mas cumpre-nos reconhecer que os escravos das perturbações do campo sensorial só por si
mesmos serão liberados, isto é pela dilatação do entendimento, pela compreensão dos sofrimentos alheios
e das dificuldades próprias, pela aplicação , enfim, do “Amai-vos uns aos outros”, assim na doutrinação, como no imo da alma, com as melhores energias do cérebro e com os melhores sentimentos do coração

- Mais da metade dos milhões de Espíritos encarnados na Crosta Terrestre, de mente fixa na região dos
Movimentos Instintivos, concentram suas faculdades no sexo, do qual se derivam naturalmente os mais
vastos e freqüentes distúrbios nervosos, os quais ainda não sabem criar sensações e vida senão mobilizan
do os recursos da força sexual


6 - LIVRO “REFORMA ÍNTIMA SEM MARTÍRIO” ( ERMANCE
DUFAUX / WANDERLEI SOARES DE OLIVEIRA)

- Pag 55 a 60 – SEXUALIDADE E HIPNOSE COLETIVA

- A maioria das criaturas rendem-se às propostas humanas de prazer como sendo a alternativa que mais
fácil e rapidamente permitem-lhes obter alguma gratificação, ainda que passageira

- Forma-se assim, através do mecanismo mental da reflexão automática, um processo coletivo de hipnose sob o jugo da ilusão e da mentira consentidas, escravizando bilhões de almas no atoleiro dos vícios comportamentais de variados matizes.

- Reflexão automática é o hábito de consumir pensamentos estabelecendo uma rotina mental sem utiliza-
ção da “consciência crítica”, um processo que funciona por estimulação condicionada sem a participação
ativa da vontade e da inteligência, interligando todas as mentes em todas as esferas da vida

- Fenômenos telepáticos e mediúnicos formam a radiografia básica desse”ecossistema psíquico”. Patologias mentais e orgânicas, obsessões e auto-obsessões surgem nesse cenário compondo a psicosfera
de bairros e cidades, estados e países, continentes e mundos

- A mentira avassalou esse campo sagrado das conquistas humanas com lastimável epidemia de imitação decorrente da massificação. A palavra mentira vem do latim e , entre seus vários significados, extraímos
esse: inventar, imaginar. Sob expressiva influência da mídia eletrônica, o sexo em desalinho moral obteve
requintes de inferioridade e desvalor através de truanescas invencionices do relaxamento moral. Depois
da televisão, a grande rede mundial, a internet, propiciou ainda mais estímulos para a “devassidão a
domicílio”, preenchendo o vazio dos solitários de imagens degradantes de perversidade pela pornografia sem lindes éticos
- Nesse clima social, os delitos do afeto e do sexo continuam fazendo vítimas e gerando dor.
Telepatias deprimentes e conúbios mediúnicos exploradores formam o ambiente astral de várias locali-
ess, expelindo energias entorpecedoras e hipnóticas, abalando o raciocínio e instigando os instintos anima
lescos aos quais, a maioria de nós, ainda nos encontramos jungidos

- O desafio ético de usar o sexo com responsabilidade continua sendo superado por poucos que se dispõe
ao sacrifício de vencer a si mesmo, dentro de uma profundidade nos terrenos da alma

- A força sexual é comparável a uma represa gigantesca que, para ter seu potencial utilizado para o progre
sso, carece de uma usina controladora, a fim de drenar a água em proporções adequadas, evitando inunda
coes e desastres de toda espécie nos domínios do seu curso. Se a energia criadora não for disciplinada
pelas comportas da contenção, da fidelidade e do amor fraternal, dificilmente tal força da alma será dirigi
da para fins de crescimento e libertação

- Nesses dias tormentosos, o sexo ganha o apoio da mídia na criação de ilusões de espectros sombrios sob a análise ética comportamental.
A mentira do “amor sexual” condicionado à felicidade é uma hipnose coletiva na humanidade, gerando
um lamentável desvio da saúde e alimentando as miragens da posse nas relações, fazendo com que os rela
cionamentos, carentes de segurança e da fonte viva da alegria, possam se chafurdar em provas dolorosas no campo do ciúme e da inveja, da dependência e do desrespeito, da infidelidade e da crueldade- algumas
das vielas de fuga pelas quais percorrem os encontros e desencontros entre casais e famílias

- A defesa da vida interior requer mais que contenção de impulsos. Muito além disso, faz-se urgente apren
der o exercício do bem, gerando novos reflexos através da consolidação de interesses elevados no reino
do espírito

- Decerto, a disciplina dos instintos será necessária, mas somente o desenvolvimento de valores morais
sólidos promorver-nos-á a outros estágios de crescimento nas questões da sexualidade

- Além dos estímulos pujantes dos traços anatômicos, o corpo é dotado de “elementos magnéticos irradia
dores” com intensa força de impulsão. Quando acrescido da simples intenção de atrair e chamar a atenção
para si, essa impulsão assemelha-se a filamentos sutis, similares a tentáculos aprisionantes expelidos pela
criatura na direção daquele ou daqueles a quem deseja causar admiração, tornando-se uma “passarela de
atrações” que lhe custará um ônus para a saúde e o equilíbrio emocional

- Sabemos , à luz da visão imortalista, que além do corpo carnal, a ele encontra-se integrado o ser espiri
tual, repleto de valores e vivências que transcedem os limites sensoriais da matéria. Aprender a identifi-
car-nos com essa “essencialidade” é o caminho para a reeducação das tendências eróticas

- Aprender a captar a “essencialidade do outro é perceber-lhe os eflúvios da alma, seus medos, suas dores,
seus valores, suas vibrações e necessidades. É ir além do perceptível e “encontrar o mundo subjetivo” do
próximo sentindo-lhe integralmente. O resultado será a sublimação de nossos sentimentos pela lei de
correspondência vibracional, atraindo forças que vão conspirar a favor de nossos objetivos de ascensão

- Assim como preparamos o corpo para o despertamento, igualmente devemos nos lançar ao preparo Espi
ritual para retomar as refregas do dia. A essa atitude chamamos de “interrupção do fluxo condicionado”
da vida mental. É adentrar na “teia de correntes etéreas”, para não se contaminar ou ser sugestionado pela
força atrativa desse mar de vibração pestilenciais de ambientes coletivos





7 – LIVRO EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS ( ANDRÉ LUIZ / CHICO XAVIER E WALDO VIEIRA )

7.1 – ORIGEM DO INSTINTO SEXUAL (Pag 141 )

- A sede real do sexo não se acha no veículo físico, mas sim na entidade Espiritual

- O sexo é metal em seus impulsos e manifestações

7.2 – EVOLUÇÃO DO AMOR ( Pag 142 e 143 )

- A medida que se nos dilata o afastamento da animalidade quase absoluta, o amor assume dimensões
mais elevadas, tanto para os que se verticalizam na inteligência

- Nos primeiros, cujos sentimentos se alteiam para as esferas Superiores, o amor se ilumina e purifica

- Nos segundos, o amor se requinta, transubstanciando-se o instinto sexual em constante exigência de satisfação imoderada do “Eu”

- de conformidade com a psicanálise, que vê na atividade sexual a procura incessante de prazer, uns, na
própria sublimação, demandam o prazer da criação, identificando-se com a origem Divina do Universo,
enquanto que outros se fixam no encalço do prazer desenfreado e egoísta da auto-adoração

- Os primeiros aprendem a amar com Deus, enquanto os segundos aspiram a ser amados a qualquer preço

- A energia natural de sexo gera cargas magnéticas em todos os seres, pela função criadora de que se
reveste, cargas que se caracterizam com potenciais nítidos de atração no sistema psíquico de cada um e
que, em se acumulando, invadem todos os campos sensíveis da alma, como que a lhe obliterar os mecanis
mos outros de ação, qual se estivéssemos diante de usina reclamando controle adequado

- A descarga de semelhante energia se efetua, indiscriminadamente, através de contactos, quase sempre
desregrado e infelizes, que lhes carreiam,em consequência, a exaustão e o sofrimento como processo
educativo


7.3 – ALIMENTO ESPIRITUAL ( Pag 144 e 145 )

- Até que o espírito consiga purificar as próprias impressões, em que habitualmente se desregra no narcisismo obcecante, valendo-se de outros seres para satisfazer a volúpia de hipertrofiar-se psíquica
mente no prazer de si mesmo, numerosas reencarnações instrutivas e reparadoras se lhe debitam no livro
da vida, porque não cogita exclusivamente do próprio prazer sem lesar os outros, e toda vez que lesa alguém abre nova conta resgatável em tempo certo

- O instinto sexual é o reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desen-
carnadas se alimentam mùtuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhes são necessários
ao progresso

- Os Espíritos santificados,em cuja natureza superevolvida o instinto sexual se diviniza, estão relativamente unidos aos Espíritos Glorificados, recolhendo de semelhantes entidades as cargas magnéticas sublimadas, por eles próprios liberadas no êxtase Espiritual. De outro lado, as almas primitivas comumente lhe gastam as força em excessos que lhes impõem duras lições

- Entre os espíritos santificados e as almas primitivas, milhões de criaturas conscientes, viajando da rude
animalidade para a humanidade enobrecida, em muitas ocasiões se arrojam a experiências menos dignas,
privando a companheira ou o companheiro do alimento psíquico a que nos reportamos, interrompendo a comunhão sexual que lhes alentava a euforia, e, se as forças sexuais não se encontram suficientemente
controladas por valores morais nas vítimas, surgem, frequentemente, longos processos de desespero ou de
deliquência


7.4 – ENFERMIDADES DO INSTINTO SEXUAL

- As cargas magnéticas do instinto, acumuladas e desbordantes na personalidade, à falta de sólido socorro
Íntimo para que se canalizem na direção do bem, obliteram as faculdades, ainda vacilantes, do discerni-
mento e, a criatura lesada em seu equilíbrio sexual costuma entregar-se à rebelião e à loucura em síndro-
mes espirituais de ciúme ou despeito

- À face das torturas genésicas a que se vê relegada, gera aflitivas contas cármicas, daí nascem as psico
neuroses, os colapsos nervosos decorrentes do trauma nas sinergias do corpo espiritual (perispírito) , as
fobias numerosas, a “histeria de conversão”, a “histeria de angústia”, os “desvios da libido”, a neurose
obsessiva, as psicoses e as fixações mentais diversas

- Desse modo, por semelhantes ruturas dos sistemas psicossomáticos, harmonizados em permutas de car
gas magnéticas afins, no terreno da sexualidade física ou exclusivamente psíquica, é que múltiplos sofri-
mentos são contraídos por nós todos, no decurso dos séculos, porquanto, se forjarmos inquietações e problemas nos outros, com o instinto sexual, é justo venhamos a solucioná-los em ocasião adequada,
recebendo por filhos e associados de destino, entre as fronteiras domésticas, todos aqueles que constituí-
mos credores do nosso amor e da nossa renúncia, atravessando, muitas vezes, padecimentos inomináveis
para assegurar-lhes o refazimento preciso

- Compreendamos, pois, que o sexo reside na mente, a expressar-se no corpo espiritual, e conseqüente-
mente no corpo físico, por santuário criativo de nosso amor perante a vida e, em razão disso, ninguém escarnecerá dele, desarmonizando-lhe as forças, sem escarnecer e desarmonizar a si mesmo
SÉRIES PSICOLÓGICAS DE JOANNA DE ÂNGELIS


1- O MUNDO SIMBÓLICO - 01 ( ÍRIS SINOTI )

- O mundo simbólico é o Mundo do inconsciente, pois a forma do inconsciente de se comunicar com a consciência é através dos símbolos. E aquilo que une, uma ponte que liga as partes do sistema consciente - inconsciente

- A relação EGO e SELF se dá de forma simbólica e, uma delas se dá através dos sonhos, que é a forma mais pura do inconsciente se comunicar

- Jesus quando falava por parábolas, o fazia por meio de símbolos

- O símbolo, a partir do momento que passa a ser conhecido, ele deixa de ser símbolo

- Ele quer mostrar para o EGO uma atitude equivocada ou que a pessoa venha a conhecer uma parte dela desconhecida

-Existem outras formas simbólicas, como a oração, meditação, etc


2 – O MUNDO SIMBÓLICO – 02 ( CLÁUDIO SINOTI )

- Os Mitos são os representantes dos arquétipos

- Os povos antigos não tendo todo o conhecimento da época, transformavam tudo aquilo que não podiam compreender, em Mitos. Por isso os rios, as montanhas eram deuses

- A história do homem é a conseqüência dos mitos e crendices que ele elaborou para a sobrevivência, para o seu pensamento ético, pois era uma forma de se proteger contra o desconhecido

- Quando perdemos o contato com o Mundo Simbólico, perdemos também o contato com a nossa própria natureza, e isso vemos na sociedade atual em que homens e mulheres de alto grau de tecnologia, de avanço científico, cometerem barbaridades, lembrando Jung quando disse :”O homem não é senhor da sua própria alma, enquanto não conhecer suas próprias emoções, seus próprios humores e, por isso, deve se aprofundar no “Mundo Simbólico”, no mundo do inconsciente

- Os Mitos ocorrem da seguinte maneira : “Nós nos encantamos por algo, por alguma coisa falada no Mito, não sabemos exatamente o que é, mas aquilo entra em sintonia com a própria natureza

- Têm pessoas que tem mitos diferentes

- Quando o homem através de suas conquistas se dissocia da sua própria natureza, algo está errado em seu desenvolvimento psíquico.Não é porque hoje eu tenho toda a compreensão da ciência que eu vou chegar para o meu filho e cortar aquele processo simbólico tão natural, muitas vezes até a forma de educar com a Mitologia, com os contos antigos, as lendas, possibilitam que o EGO se estruture de maneira saudável para lidar com as SOMBRAS

- Quando cantamos o “Boi da cara preta”, o “cravo brigou com a rosa”, trazemos imagens simbólicas para as crianças, das forças, da sombra, da Luz, do bem e do mal, que de uma maneira eles vão aprendendo a lidar conforme o processo educativo

- Criamos sempre novos Mitos, através das telas de cinema, etc

- Que tipo de Mitos precisamos? De um “He main”, de um “ O destruidor”, ou o Mito do próprio amor, que fale da essência humana, da conexão entre os seres? Se tivermos apenas o olhar inconsciente, serenos devorados pela nossa própria natureza, mas se tivermos consciência iremos ativar nosso próprio herói interior e não ficaremos mais irados quando nossos heróis projetados como os da seleção brasileira não conseguirem concretizar suas conquistas, porque estaremos fazendo a nossa própria jornada, estaremos lidando com a nossa própria essência

- Compreender os Mitos é compreender a nossa própria natureza


3 – MUNDO SIMBÓLICO – 03 (ÍRIS SINOTI )

- Temos uma média de seis sonhos por noite

- Os sonhos são como uma válvula de pressão e tudo que aparece neles, seus elementos são características da personalidade daquele que sonha, podendo perceber-se neles muitos elementos da “sombra”, dos “complexos”

- Todo produto do sonho vai trazer uma compensação com a minha consciência. Ele vem, muitas vezes, nos mostrar o estado do comportamento do EGO. Ou ele foge, ou dorme, voa, ou se esconde. Mas Jung nos traz que o sonho vem para compensar alguma ausência da atitude no estado de -----

- O sonho é pessoal, é do sonhador

- Alguns símbolos que aparecem são o que chamamos “Arquétipos”, onde aparece um Mito, um símbolo, que é coletivo

- O símbolo vai mostrar o ponto em que eu preciso crescer

- As pessoas na ausência de sonhos, vão apresentar alterações no comportamento, pois todo aquele conteúdo que foi guardado, todas as agressões que sofre, todos os complexos vão saindo como escape

- O sonho vai servindo como uma forma de limpar o inconsciente, servindo também como instrumento de análise da “sombra”

- Muito do nosso processo de individuação, pode ser compreendido, ser analisado, a partir do sonho

- O sonho é importante porque não tem a participação do EGO , e, por isso, é mais puro

- Em muitos casos, o Espírito, se deslocando do corpo, vai viver experiências, e, ao regressar ao corpo, seu cérebro vai compreender aquilo como sonho, que é a forma como ele entende


4 - O SENTIDO DA VIDA – 01 (CLÁUDIO SINOTI)

- Os nossos próprios sentidos nos enganam na percepção da vida. A nossa inteligência, por mais que pareça avançada, não consegue perceber e compreender a idéia do infinito

- Teoria geocêntrica: a terra é o centro do Universo. A ignorância religiosa não permitia que os cientistas se dedicassem mais a fundo na observação dos astros e, quando descobriram que a terra não era o centro do Universo, foram perseguidos, porque a limitação da compreensão e da mente humana ainda eram muito vagas
- As lutas de Copérnico e Galileu Galilei para dizer que a vida seguia além das nossas esferas e ela tinha um sentido mais profundo que podíamos observar

- Às vezes pensamos que a nossa vida gira em redor das coisas que observamos, do nosso dia a dia, do nosso ganha pão. O Divino que pulsa em nós deve agir como uma força de atração sob as nossas vidas, mas o que acontece é que negligenciamos essa voz interna, esse impulso provém do próprio SELF, do Divino em nós e continuamos no estreito círculo emocional

- Ninguém se encontra reencarnado na Terra, se não tivesse a existência física uma finalidade superior (Joanna de Angelis). Porisso, a vida não é um acaso, não há uma falta de sentido, existe um sentido Superior

- Negligenciamos e não queremos acreditar porque verificamos que nossas emoções encontram-se tão desorganizadas, a falta de auto-controle diante das ocorrências e, assim, não percebemos a finalidade da vida

- Disse Jesus: “Buscar em primeiro lugar o Reino dos Céus”. Muitos, entretanto, buscam esse reino nos Templos religiosos, e acham que o ganharão frequentando Templos e Igrejas, associando-se a religião. Isso é somente o primeiro passo, mas o mais importante é a transformação da nossa existência

- Somente quando eu consigo perceber o contexto de uma vida mais ampla, mais significativa, colocar na prática esse sentido existencial, é que posso vivenciar uma finalidade superior da vida, e isso depende de uma vontade interna que passe a exteriorizar, na minha vida, a busca desse Reino que habita dentro de mim e que, a partir dele, comece a perceber um significado mais amplo da vida, porque apesar das ciências avançarem na percepção da vida externa, o homem ainda não fez a busca para dentro de si mesmo, que conduzirá ao entendimento que a vida tem uma finalidade mais ampla, superior

- Joanna de Angelis : “O ser humano segue uma fatalidade grandiosa : a Auto-realização total, sob a atração do pensamento Divino que a tudo invade e domina”. Nós gravitamos em redor do Divino e não percebemos. Ele faz a conexão entre o EGO e o SELF, ou seja, entre a aparência que estamos e o ser profundo que somos

- Devemos colocar lentes mais profundas na nossa psique, na nossa aparência para perceber e definir que existe algo mais profundo do que somos

- Joanna de Angelis : “ Todavia, enquanto não se dá conta dessa obstinada destinação, transita em círculo de estreito âmbito emocional, sem que a força de atração da vida lhe produza qualquer influência

- Quantas vezes nos encontramos como se a vida fosse uma roda gigante, que a gente voltasse sempre para o mesmo lugar, como se a vida fosse um círculo e colocasse sempre as mesmas questões em interesses pessoais. Isso se dá porque a vida que tem essa fatalidade de Auto-realização constante, ela coloca as lições para que o EGO perceba, e, se ele não percebe, ela coloca a lição de outra forma

- A primeira escolha que o homem deve fazer é entre ser protagonista ou espectador passivo da sua própria vida. Tornar-se protagonista é ser responsável por si mesmo, por suas escolhas e atitudes

- Às vezes confundimos a vida com os papéis que interpretamos. Nas nossa profissões esquecemos o lado humano que contata com o outro ser humano e ativamos no outro a SOMBRA mais densa, e somos incapazes de um gesto de gentileza, de um olhar agradecido, de um bom dia e, por trás dos papéis que exercemos, é preciso exercer o papel de ser humano, porque por trás desse papel de ser humano está o Divino que eu sou

- Quando faço o confronto daquilo que sou internamente, e da minha aparência, eu posso afirmar a minha identidade profunda, o “Si mesmo”, o “Self”
-O EGO é a aparência onde se constitui a “Persona”, e esse confronto é útil para integrar essas características que estão escondidas, adormecidas para que elas possam se desenvolver, se aprimorarem no sentido do que sou realmente, na condição de Espírito

- O que demonstram minha fé são as minhas atitudes, principalmente quando se dão os desafios e, quando fizemos isso, podemos nos libertar dos mecanismos de fuga, de evasão da realidade, como a projeção, a compensação, etc

- Temos essa noção equivocada de que a finalidade existencial é viver bem : não ter dívida, estar cercado de bajuladores que nos sirvam, ter uma boa casa, etc...,mas porquemuitos desses não estão de bem com a vida


5 – O SENTIDO DA VIDA – 02 (ÍRIS SINOTI)

- Devemos nos questionar : “Quem sou eu” ? Somos muito mais do que percebemos ou do que pensamos que somos, pois o sentido da vida está ligado ao ser psíquico e Espiritual que somos

- A partir do momento em que não questionamos a nossa vida, ela começa a nos mandar respostas, conforme disse Sócrates: “Uma vida que não é questionada, não vale a pena ser vivida”, pois a razão é essa entrada de chegar ao ponto de habitar o nosso próprio coração

- Quando estamos muito afastados de quem somos, o prejuízo é muito grande e faz com que o vazio aconteça : o vazio das relações, o vazio existencial, o vazio das percepções, o vazio das religiões, porque tudo passa a não ter sentido, vivemos automaticamente

- Quando eu me comprometo a descobrir quem sou, eu começo a perceber que essa exploração, esse lapidar é tão interessante e importante, que todas as outras dificuldades que aparecerem na vida são parte desse processo precioso de “lapidação do ser” que sou

- Todos os eventos que ocorrem, por mais dolorosos que sejam, não têm a importância maior que a vida que eu tenho

- O sentido da minha vida é toda a transformação, todo o aprendizado que eu consigo construir a cada dia com todos os eventos que ocorrem na minha vida

-Se eu não consigo elaborar isso, se tenho dificuldade de percepção, seja porque o EGO, as feridas de infância, meus complexos, minhas “sombras”, não me deixam perceber isso, a minha existência vai ser menor ou maior a importância que eu vou dar a esses eventos, e, dependendo dessa importância que eu dou, a minha existência vai ter um sentido menor ou maior

- Dá-se impressão, às vezes, que a pessoa vive em função do problema

- Joanna de Angelis :”Quem toma conhecimento dos recursos próprios, dispõe de medida para avaliar as possibilidades de triunfo e empenha-se para alcançá-lo, enquanto aquele que os desconhece, detém-se no pretexto da própria fragilidade, porque, no íntimo, assim o prefere” (Livro : Vida: Desafios e soluções

- A partir do momento em que eu me disponho a conhecer, a enfrentar as dificuldades, os erros, os medos, eu também descubro todas as minhas capacidades

- Muitas vezes, muito do melhor que somos e desconhecemos está justamente na “sombra”. Quantas qualidades e quantos recursos temos, que desconhecemos

- Temos uma postura, muitas vezes, de acomodação, de fragilidade, de medo excessivo e usamos isso como desculpa, o tempo todo, para não fazer o processo de crescimento

- Joanna de Angelis : “Inicialmente é lícito fazer-se uma avaliação do que são tesouros : os de ordem externa e os interiores. Quais deles têm primazia para serem conquistados . E como fazer , a fim de os conseguir? (Livro: “Vida : Desafios e soluções”)

- Quais são os tesouros : os externos ou internos, não que tenhamos o esforço e busca do desenvolvimento intelectual, profissional. A questão principal é o quanto importa de energia, de dedicação eu me imponho para fazer esta busca. Quantas vezes na semana eu tiro para refletir, perceber como estão as coisas, reavaliar meu comportamento

- Joanna de Angelis : “O ser fisiológico preferirá os de significado e aplicação imediata, enquanto o ser psicológico analisará aqueles que têm primazia e dar-se-à conta da necessidade desses que são externos, como utilitários e aqueles que estão internos, os permanentes. Sem abandonar os primeiros, dedicar-se-á à conquista dos mais valiosos, que são os permanentes” (Livro : “Vida : Desafios e soluções”

- A questão é perceber-se como ser psicológico que vai utilizar esses recursos externos, mas que não são os mais importantes, mas têm a conquista do que é permanente

- Quando estamos falando de um processo de “individuação”, nós estamos falando de um processo que ocorre todos os dias e não como um salto. È importante que a gente enfrente nossos medos, nossa “sombra”, pois se eu não tomo consciência disso, estou cometendo um crime, porque estou matando a pessoa que sou

- Joanna de Angelis : “O ser existencial tem o seu significado relevante que necessita ser detectado e utilizado com segurança.Os seus alicerces repousam nas camadas profundas do inconsciente - as experiências do passado – e nas possibilidades imensas do seu superconsciente – as conquistas que lhe cumpre lograr – debatendo-se nas reminiscências do ontem e nas ambições do futuro ( Livro : “Vida : desafios e soluções” )

- É importante que você se pergunte : “Qual é o meu papel na minha própria vida” - “Quem sou eu vindo de todas essas pessoas e personagens que eu tenho que atuar durante o dia, todas as funções que tenho que exercer durante toda a minha existência?” - “Em que momento eu posso ser eu mesmo?” – “Em que momento eu não me censuro e eu me aceito?”

- Porque no decorrer de tantas castrações , depois de tantas censuras que vamos vivendo, em determinado momento, você mesmo se coloca nessa condição daquele que é o censor, castrador e não se permite fazer

- Eva Pierrakos : “Você está disposta a deixar de lado as ilusões sobre si mesmo e sobre suas expectativas , que procedem da sua resistência em deixar de se enganar a si mesmo, do que os outros deveriam fazer por você ? (Livro ? “O caminho da Autotransformação” )

- Você está disposto a deixar de lado as ilusões de quem você é ? Será que estou disposta de abrir mão da pessoa que eu penso que sou? Ou melhor, que eu faça questão de mostrar que sou, mas que na verdade não sou ? Eu estou pronta para abrir mão das ilusões, das expectativas que eu tenho de mim mesmo?

- Eu tenho que abrir mão das ilusões de quem sou, das expectativas que tenho de mim mesmo, porque tudo isso é uma resistência em se deixar enganar a si mesmo

- Entre a pessoa que sou e a “máscara” que uso existe uma outra. Quando eu tiro a “máscara” do papel social que eu exerço, eu não percebo o que sou, eu vejo a “máscara”. É mais ou menos a expectativa. É como se estivéssemos falando de um ser ilusório, de um ser real e um ser que é além disso tudo, que é o Espírito e, como ainda não alcançamos esse ser, e não vermos a realidade que somos, ficamos o tempo todo no ilusório, no irreal, que socialmente é mais aceito

- Eu acredito que os outros deveriam fazer por mim aquilo que eu acho que mereço. Eu deposito no outro toda a responsabilidade de fazer por mim o que eu não faço. Aí vamos viver uma vida inteira sem trilhar o nosso caminho, sem viver as nossas próprias experiências e vamos vivendo aquilo que é ditado, aquilo que é esperado, aquilo que é colocado pelo outro, pelo coletivo, pela família

- A primeira coisa que é pedida no processo de transformação é que a gente faça sacrifício e o primeiro deles é abrir mão do que pensamos que é, e o segundo é abrir mão do “controle”

- Quais são minhas emoções? Quais são meus sentimentos verdadeiros? Se todos nós pudéssemos dedicar, atribuir exatamente o valor que essa existência merece, com certeza nossa existência seria melhor e o Mundo, em conseqüência, seria melhor, pois estaríamos tão ocupados , essa pessoa fantástica que nós somos, que não perderíamos tempo olhando os defeitos dos outros, porque justamente na nossa incapacidade de percebermos o melhor que somos, perdemos tempo em olhar o pior que os outros fazem, pois quando olho o defeito do outro, às vezes, acalma o meu coração

- O que devemos fazer é não buscar a perfeição, mas conquistar a pessoa que somos, que nascemos para ser, porque a perfeição é a cada momento. Somos seres perfeitos porque somos filhos de um ser perfeito, mas não temos a dimensão e não nos apropriamos desse direito de ser filho de Deus



5 – O SENTIDO DA VIDA – 03 (CLÁUDIO SINOTI)

5.1 – FELICIDADE

- Temos colocado nossa busca com a natureza externa, buscando coisas, conquistas, status, buscando uma condição social, um grau de felicidade que possa nos trazer aquele júbilo da alma

- Mas porque a felicidade não está restrita ao “Ter” e sim ao “Ser”, continuaremos perdidos nessa marcha, enquanto não dispusermos a fazer o nosso auto-encontro

- Allan Kardec na questão 920 de “O Livro dos espíritos”, perguntou aos espíritos : “Pode o homem gozar de completa felicidade na terra?” e os eles responderam : “Não, pois que a vida lhe foi dada como prova e expiação.Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na terra

- Se é certo que a terra não é o Reino da felicidade, não é o Mundo onde a encontramos de maneira integral, é nela que se estabelece o início do “ser feliz” que podemos e devemos ser

- É aqui que nós treinamos as nossas habilidades, educamos as nossas emoções, transformamos instinto em inteligência, e, pouco a pouco, vamos construindo a felicidade, não por termos coisas ao nosso dispor, mas porque percebemos em nossa natureza íntima, que habita o chamado “ouro interior”

- Cumpre a cada um de nós ser tão feliz quanto nos completa. Aí nos adentramos na possibilidade da felicidade, porque não passa a ser aquela felicidade de um mar de rosas existencial, onde tudo acontece conforme a nossa vontade, porque esse tipo de felicidade está muito vinculada ao EGO, à necessidade de segurança que nós temos e de controle de todas coisas

- Mas o que é que controlamos em nossas vidas? Controlamos muito pouco da situação externa, controlamos muito pouco do meio ambiente que nos circunda, mas o que nós podemos administrar, podemos trabalhar e transformar, é a nossa natureza íntima para lidar com as situações da vida

5.2 – DESAFIOS EXISTENCIAIS (Joanna de Angelis )

- ”A visão da felicidade é sempre distorcida, levando o indivíduo a considerar que, quando não se encontra feliz, algo não está bem, o que é uma conclusão incorreta” (Do Livro “O ser Consciente”,Cap 9 )

- Joanna de Ângelis chama atenção nessa frase aos desafios existenciais, porque se a vida fosse um mar de rosas, se a vida nos colocasse na inércia, não faríamos um movimento necessário à evolução necessária do incômodo que nos leva a buscar a melhoria constante

- Quando situações adversas nos colhem não é porque estaremos distantes do nosso objetivo existencial, mas porque nos encontramos nos próprios desafios da vida para o crescimento interior

- A meta da vida não deve ser a felicidade, mas a busca do significado, porque, quando encontramos o significado existencial, estaremos no caminho da felicidade. E mesmo porque a visão do EGO, a respeito da felicidade, pode ser muito limitado

- Quando alcançamos algo, quando conquistamos coisas que nos trazem felicidade, elas passam a ser, muitas vezes, motivo de preocupação

- A felicidade não é só busca externa, mas é aquela harmonia de lidar de maneira satisfatória com os desafios e as bênçãos que a vida apresenta

- Qual é o presente que a vida me traz hoje ? É um presente agradável ou desagradável ? São as condições que a vida coloca para o meu crescimento, para o meu adiantamento moral

- É por isso que a nossa visão de felicidade é distorcida. Dizemos : “Só seremos felizes quando conseguirmos tal ou qual objetivo. Mas, e se isso não estiver dentro de nosso planejamento espiritual como algo positivo? “ Mesmo que consigamos essa meta, ela não nos trará satisfação, porque com a ponte com o SELF, verificaremos estar distante da nossa meta de equilíbrio e de conquista anterior

5.3 – PRAZERES ( Joanna de Ângelis )

- “ Perseguindo-se o gozo, o prazer, experimenta-se alegria toda vez que são alcançados, assinalando-se esses momentos como de felicidade que, no entanto, não correspondem ao sentido profundo, de magnitude que ela reveste” (Do Livro “O ser consciente”, Cap 9 )

- Quantos e quantos colocam a meta existencial, a busca da felicidade nesses objetivos que a vida apresenta. Muitos tocados pelo que traz a mídia, devemos verificar se isso é útil para mim? Isso é uma necessidade interna ou é algo imposto ? porque se algo me foi imposto, de fora para dentro, isso não me completará, e aí seguiremos perdidos na vida em busca dessa felicidade dourado, sem descobrir o sentido da vida”

- Então, descobrir o “Sentido da vida” é que nos traz uma harmonia tão grande que passamos a lidar melhor com as dificuldades que a vida nos apresenta

- Quando nos libertamos desses gozos, desses prazeres que a vida nos coloca ao nossa alcance, vamos libertando a alma para ela ser feliz e isso não significa dizer que nós devamos abandonar o Mundo. Não, o mundo nos proporciona momentos de lazer, de trabalho prazeroso

- O que devemos fazer é buscar novos prazeres, aqueles que saciam a alma. Deleitar-se, sim, com o corpo dentro da ética, da moral, mas nos deletar, principalmente, com a alma. É aí que o homem e a mulher de consciência, que passam a encontrar a felicidade, porque se deleita com a leitura de um bom livro, de um bom filme, com uma conversação edificante, e vai construindo a felicidade sobre novos patamares

- Se tem uma conquista, ela é que proporciona o trabalho, o desenvolvimento. Se tem um desafio, isso não significa que não pode ser uma pessoa feliz. Isso significa, sim, que a vida nos coloca alguns obstáculos, alguns problemas, algumas situações transitórias para que nos desenvolvamos de uma maneira mais profunda e possamos alcançar uma felicidade diferente

5.4 – FRUSTRAÇÕES (Joanna de Angelis)

- “ A imaturidade psicológica de uma fase, a juvenil, por exemplo, predispõe a uma aspiração de felicidade que, conseguida, logo desaparece, e observada mais tarde apresenta-se desagradável” (Do Livro “O ser consciente”, Cap 9)

- A juventude e a infância desejam ter, ardentemente, as coisas, e se não estamos atentos, nós vamos municiando as crianças de coisas, atendendo aos seus caprichos e não desenvolvemos o “senso crítico”delas. Não devemos o senso do que ela tem que fazer para lidar com o que é mesmo necessário lidar, os enfrentamentos naturais da vida

- Os pais, sem se darem conta, criam esses seres altamente egóicos e serão futuros autoritários porque vão sendo movidos de coisas, principalmente de pais que não tem muito tempo para o processo educativo e sem percebermos, vamos criando esses mesmos seres que vão atormentar o estado coletivo. Temos que criar as crianças e esses jovens a lidar com as frustrações

- O EGO tem que passar pelas frustrações, porque o Ego maduro é aquele que sabe lidar com as frustrações que a vida lhe apresenta

- Se o EGO não se frustra nas suas intenções equivocadas, nós não alcançamos a visão do SELF, da totalidade, aquela que pode nos trazer uma vida mais harmônica, mais feliz. É por isso que o EGO é preciso ser frustrado

- Quando abrimos os olhos da alma, a consciência mais profunda, a consciência superior, nossa visão se amplia e começa a marcar esses pequenos insucessos como algo que vai treinando a nossa natureza íntima para que possa conquistar a verdadeira felicidade

- Esse pautar da felicidade nos gozos, nos prazeres na consciência infantil, nos leva a esses dissabores até quando amadurecemos o olhar da alma e verificamos as circunstâncias da vida como exercício, enquanto o que chamamos de infelicidade que nos bate à porta, temos o senso crítico de dizer : “ Isso é para o treino da minha alma”

5.5 - ILUSÕES (Joanna de Angelis )

- “É necessário que se entenda que a felicidade tem a ver com o que o indivíduo é e com o que ele pensa ser. A diferença entre o que supõe ser e a sua realidade dimensionada, o seu quadro de desejos, de prazeres e gozos que interpreta como a busca plenificada da felicidade
(Do Livro “O ser consciente” , Cap 9)

- É necessário verificar em primeiro lugar “O que nós somos”. Somos somente esse corpo? Somos material da nossa própria consciência ? Ou somos algo muito mais profundo ? Somos algo além do que percebemos ? E a realidade é muito maior do que percebermos

- A consciência não abarca todos os modelos psíquicos porque existe o inconsciente, aquilo que nós não percebemos

- Quando estamos obstinados numa busca devemos perguntar também : “Isso preenche minha alma ? Isso vai preencher o meu vazio interior ? E , normalmente, as coisas de fora não preenchem nosso vazio, pois é lógico que nós gostamos daquilo que nos dá prazer

- O EGO obtém esse sentido de certa forma isso, mas devemos ampliar esse sentido de prazer para que a nossa vida não fique limitada a isso e buscar sempre o significado profundo das coisas, buscar sempre o algo mais, além da minha percepção limitada para que possa pouco a pouco ir me aproximando do que nós chamamos de felicidade

- E se verificarmos em nossa própria existência aquilo que nos fazia felizes na infância, nos fará feliz novamente. Aquilo que fazia feliz na juventude fez parte dos mesmos ideais em que acalentamos nos dias atuais

- Fazendo uma reflexão consciente verificamos que não, verifico que aqueles mesmos joguetes da infância, aquela busca desenfreada da juventude, agora não me faz falta, e procuro viver de maneira intensa o meu momento presente, porque é isso que a vida me traz

- Algumas pessoas costumam dizer que a única realidade da vida é a morte, quando a única realidade da vida é a própria vida, pois estaremos vivos no corpo ou vivo no espírito, pois tudo o mais é ilusório : o corpo que tenho, o vestuário, pois tudo é ilusório

- O que é importante para o espírito ? é dessa forma que podemos fazer a diferenciação entre o que parecemos ser e o que nós somos efetivamente. Se somos efetivamente espírito devemos pensar como tal, devemos ter a consciência de Espíritos. Isso não significa simplesmente adotar uma proposta religiosa ou adotar um rótulo como muitos fazem, temos um rótulo quando adentramos a uma religião

- Mas as lições disso que freqüentamos passam a fazer parte da nossa existência, passam a pautar a nossa busca da felicidade, porque se não passa, a nossa busca continuará no Mundo

- Muitos, mesmo adentrando a uma casa religiosa, continuam fortemente vinculados a esses desejos do EGO e fazem uma busca religiosa para que os espíritos lhes tirem todos os problemas, para que os médiuns tragam todas as respostas, para que a Doutrina lhes tirem os conflitos existenciais e verificam nisso a felicidade. Isso é felicidade ou se trata de ilusão ?

- E as entidades nos chamam a atenção constantemente, de que enquanto não fizermos as lições de casa, participemos das provas e das expiações que nos cabem, não libertaremos a nossa alma para a busca da felicidade. É o mesmo ensinamento que Jesus já trazia : “pega a tua cruz, vem e segue-me”, ou seja , traz a tua cota de problemas contigo, traz os teus desafios existenciais, traz contigo a tua SOMBRA, vem e me segue para que tu mesmo soluciones os desafios que a vida apresenta porque isso não se dá num passo de mágica, não é entrar num templo religioso que tudo se transformará num mar de rosas. É a nossa atitude, o nosso olhar se transformando, isso sim garantirá o reencontro com a felicidade real

5.6 - DESAFIOS ( Joanna de Angelis)

- “ À medida que o ser se compenetra na realidade que é, como Espírito imortal, mais fácil se lhe torna o crescimento intelecto-moral, graças ao qual processa as dificuldades e desafios, empreendendo a inabordável marcha da felicidade” ( Do Livro : “O despertar do espírito”, Cap 6 )

- Quanto mais temos consciência do ser que somos, quando temos consciência da nossa herança Divina, nos libertamos de tudo que chamamos de infelicidade

- Não é porque as coisas de fora se transformam, o que muda é o “Nosso Eu”. O que passa a se transformar é a maneira de ver a vida, de ver as coisas, de ver os desafios. Quando os desafios se apresentam, perguntar a si mesmo? “O que essa situação constrangedora, difícil, desafiadora quer significar para a minha jornada” ? “O que esses obstáculos que a vida coloca querem me trazer de lição” ?
Lições que eu ainda não aprendi, que eu teimei em não aprender e, por isso mesmo, elas batem novamente à porta

5.7 - RESILIÊNCIA

- Resiliência na física é a capacidade que a matéria tem de suportar momentos de tensão, de estressa. O ser Humano também tem que ser “resiliente” para suportar as situações difícieis, suportar temperaturas e pressões que , as vezes, fogem ao nosso controle

- Temos que ser colocados em testes para verificarmos os nossos limites, pois se não formos colocados à prova não sentiremos a grandeza da vida. Se não se colocam obstáculos a nossa frente, nós não exercitaremos nossas pernas, nossos músculos
- Devemos ser “resilientes” para que após as tempestades, a vida ressurja em nós mesmos e não nos coloquemos em situação de vítima, porque, quando eu me coloco como vítima, tem que existir algum algoz e eu perco a capacidade de ser responsável

- É assim que nos transformamos em seres resilientes, testando a paciência, testando a flexibilidade nas questões da vida, treinando a empatia de se colocar no lugar do outro, treinando a paz interior para que tudo a mais não me tire a paz



5.8 - RESPONSABILIDADE

- Joanna de Ângelis chama muito a atenção para transformar erros, transformar culpas, transformar pecados em responsabilidade pelos meus atos

- É a responsabilidade que me liberta. É o olhar de ser responsável que faz com que eu tome as rédeas e siga adiante na vida, tirando dos outros o poder de me transformar numa pessoas pacificada, numa pessoa feliz, porque, efetivamente, não é dos outros essa condição.

5.9 - RENOVAÇÃO ( Amma)

- “ Viver é lembrar-se de esquecer. Perdoe o que deve ser perdoado. Esqueça o que deve ser esquecido. Abrace a vida com vigor renovado... Deveríamos poder acolher cada instante da vida com olhar novo, como uma flor que acaba de se abrir”

- Amma nos convida a esse eterno renovar da vida, do renovar das circunstâncias que se apresentam como desafios existenciais, não para nos castigar, não para nos colocar em situações difíceis, não para nos punir, mas para labutar essa “pepita interior” de ouro que temos em nós

5.10 – POEMA ( Charles Chaplin )

- “ A vida me ensinou...

- A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração

- Sorrir às pessoas que não gostam de mim para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam

- fazer de conta que tudo está bem quando isso não pé verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai
Mudar

- Calar-me para ouvir, aprender com meus erros, afinal eu posso ser sempre melhor, a lutar contra as
injustiças

- Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o Mundo

- A ser forte quando os que amo estão com problemas

- Ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho e a ouvir a todos que só precisam desabafar

- Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos

- Perdoar incondicionalmente, pois também preciso desse amor e a alegrar a quem precisa

- A pedir perdão, a sonhar acordado e acordar para a realidade (sempre que necessário)

- A aproveitar cada instante de felicidade e a chorar de saudade sem vergonha de demonstrar

- Me ensinou a ter olhos para “ver e ouvir estrelas”, embora nem sempre consiga entendê-las

- A ver o encanto do pôr-do-sol e a sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar
tudo o que é importante para a felicidade do meu ser

- A abrir minhas janelas para o amor e a não temer o futuro

- Me ensinou e está ensinando o aproveitar o presente como um presente que da vida recebi, e usá-lo
como um diamante que eu mesmo tenha que lapidar lhe dando forma da maneira que eu escolher”

- A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance. Ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos



6 – O SELF – 01 (ÍRIS SINOTI)

- Potencialmente a personalidade de cada indivíduo já está presente nele no seu nascimento, e cada um já vem ao mundo com um determinado equipamento arquétipo que, encontrando os estímulos adequados no meio ambiente, vai permitir sua adaptação à realidade

- A nossa parte física, o nosso corpo é comparado a um computador. A nossa máquina também necessita de um operador que é o EGO e de um programa que é representado pelo SELF

- Se o operador externo não souber operar o aparelho, vai realizar uma operação deficitária, ineficiente

- “Eu”, como ser consciente de quem sou, a idéia que tenho do EGO, tem, além disso, uma outra instância que conduz, que é o SELF.

- O EGO é o governante da casa, o SELF, o dono dela. É nessa relação entre o EGO e o SELF que todo o funcionamento psíquico vai acontecer. Todo o nosso processo de aprimoramento como pessoa acontece através dessa relação

- Essa relação é realizada através de símbolos que se encontram no meu inconsciente e passam para o consciente e vou me transformando em pessoa

- Jung : “ Centro regulador e coordenador da nossa vida psíquica, que corresponde simbolicamente a imagem de Deus que temos dentro de nós. O SELF não é somente o centro, mas também a circunferência total, que abarca tanto a consciente quanto o inconsciente; é o centro dessa totalidade, assim como ao EGO é o centro da consciência”

- O propósito do SELF não é o mesmo do EGO, pois o SELF é essa imagem de Deus em nós, mas nem sempre o que Deus deseja serve para nós ou é o que a gente quer. Por exemplo : “o SELF quer o nosso crescimento e não está interessado se eu estou ganhando x ou y

Luiz Paulo Grinberg : ‘Ao nascermos , o EGO existe apenas potencialmente dentro de “si- mesmo”. Este seria a prefiguração inconsciente do EGO, agindo sobre ele como uma ocorrência objetiva, independente da vontade. É somente devido a essa dimensão psíquica, o “si-mesmo”, que a consciência pode existir”

-Essa idéia de que somos aqui, que é o EGO, é do processo reencarnatório. O ser que somos de fato é do SELF e vai permanecer conosco, e isso é o processo de “individuação”, ou seja, a capacidade e a busca do ser por tornar-se quem ele é, a criação Divina

- Jung : “ O SELF aparece em sonhos, mitos e contos de fada na figura da “personalidade supra-ordenada”, tal como um rei, um herói, um profeta, etc... ou sob forma de um símbolo de totalidade, como o círculo, o quadrado, a cruz, etc”

- O inconsciente aparece sob a forma simbólica. Um líder religioso quando aparece no sonho pode ser um símbolo do SELF, porque estou projetando nesta pessoa uma idéia grandiosa

- Joanna de Angelis : “O SELF preexiste à composição do ser humano, é possuidor dos símbolos e imagens que se encontram no arquétipo primordial, do qual se origina, conduzindo o embrião de EGO e da consciência, que se exteriorizarão por meio das incontáveis experiências de transformação e de redenção na individualidade em que se expressará um dia”

- O SELF já existe antes da composição física e está muito próximo do Espírito

- Joanna de Angelis : “ O SELF não é apenas um arquétipo –aptidão, mas o Espírito com as experiências iniciais profundas de processos anteriores, nos quais desenvolveu os pródomos do Deus interno nele vigente, face a sua procedência Divina desde a sua criação”

- O SELF é arquétipo, mas não é só isso, ele é o próprio Espírito, mas é a parte do que ele precisa ser aprimorado a cada nova existência

- Joanna de Angelis : “Esse SELF começa a alicerçar-se a partir dos rudimentos do instinto, quando surgem os pródomos daqueles de natureza primária e a individualidade passa a ter início”

- Jung : “ O SELF representa o objetivo do homem inteiro, a saber, a realização se sua totalidade e de sua individualidade, com ou contra sua vontade”

- Daryl Sharp : “ A realização do SELF como fator psíquico autômato é, frequentemente, estimulada pela irrupção de conteúdos inconscientes, sobre ao quais o EGO não tem controle”

- Erik Neumann : “ O SELF fica escondido na SOMBRA; ela é a guardiã de entrada. O caminho para o SELF é através dela; por trás do aspecto escuro que ela representa está a totalidade, e é só fazendo amizade com a SOMBRA que ganhamos a amizade do SELF”

- Joanna de Ângelis : “O EGO em predomínio, lentamente cede espaço ao SELF que se encarrega de conduzir os pensamentos, ideais e esperanças necessárias para alcançar a meta a que está destinada

- Toda a escuridão que cobre a luz do sol seria esse EGO, essa tentativa de dominância. O EGO tem as suas necessidades, mas o meu caminho é para o SELF, para Deus

- A busca da maioria das pessoas é no sentido horizontal, enquanto a do SELF é de crescimento vertical. ou seja, o homem tentando religar-se a Deus e não se arrastando pelo chão

- Jung : “Quando o EU (EGO) é idêntico à PERSONA, a individualidade é totalmente reprimida e toda a psique consciente torna-se coletiva. Isto representa o máximo de adaptação à sociedade e o mínimo de adaptação à própria individualidade

- Quando a gente é tão presa a PERSONA, ao novo papel que representamos, e com isso a gente vai se perder, e todo o meu processo e a minha energia psíquica fica voltada para uma questão coletiva, e se não tomarmos cuidado, é isso que a gente vai vivendo, é assim que tem que ser, é assim deve se comportar, é assim que deve se vestir

- Quanto mais eu atendo ao anseio externo, menor a minha capacidade de perceber e ouvir o que o meu “Eu Interno” precisa. Eu participo de um Grupo se Estudo, eu participo de um trabalho de caridade, tudo porque todos participam, mas isso não é um movimento interno e, por isso, não engrandece


7 – O SELF – 02 ( CLÁUDIO SINOTI)

- Vivemos uma cultura de massificação com informações, mas não temos uma atitude madura do próprio EGO para lidar com o processo educativo e nos perdemos na nossa trajetória para a construção dos valores íntimos da alma

- Porisso devemos questionar a postura perante as entidades coletivas, e até mesmo no campo religioso

- Jung quando o ser deve fazer a sua jornada para trazer à tona os valores profundos da alma, falava de certa formada trajetória do espírito. Mas de onde trazemos essas potencialidades? Somos como uma semente, só percebemos o campo do EGO, da consciência

- Segundo Jung a consciência do homem foi criada com as seguintes finalidades :

(1) Reconhecer que sua existência provém de uma unidade superior. Se trata da força Divina em nós, pois somos criação dela, é o “Si-mesmo” ou SELF
(2) Dedicar esta fonte a devida e cuidadosa consideração
(3) Executar as ordens emanadas desta fonte, de forma inteligente e responsável
(4) Por conseguinte, proporcionar um grau ótimo de vida e de possibilidade de desenvolvimento à totalidade da psique

- Há uma luta entre o EGO e o SELF. O EGO quer dominar nossas buscas, nossas atitudes. Na dificuldade o EGO trabalha o seu aperfeiçoamento para aprender a escutar um pouco mais e reconhecer que sua existência provém de uma Unidade Superior

- Joanna de Angelis : “ O objetivo essencial da existência humana, do ponto de vista psicológico, na visão Junguiana, é facultar ao indivíduo a aquisição da totalidade, o estado numinoso, que lhe faculta o perfeito equilíbrio dos pólos opostos”

- Como eu lido com os opostos, ou seja, como eu ligo com as SOMBRAS, aquilo que desconheço da minha natureza

- Numinoso é o chamado de “Paulo”, de “São Francisco de Assis”, quando tocados pela voz do Cristo

- O resultado esperado tanto da psicoterapia quanto da religião é que o paciente / devoto estabeleça ligação com poder maior que o EGO. Jung deu a esse poder o nome de “Si-mesmo”, o termo religioso Deus

- É difícil perceber e lidar de maneira consciente e saudável com esse afluxo de conteúdos que provém do inconsciente. Só que esse inconsciente impulsiona o tempo todo, toda a nossa jornada, e se nós não fizermos isso, somos sérios candidatos às psicoses, aos processos psiquiátricos, porque o EGO se nega a dar conta de todo esse fluxo, de todos esses conteúdos vitalizados por energia e que atingem o EGO
e, quando negamos isso, ele traz sinal de alarme, normalmente por meio de doenças, sintomas que nos mostram que estamos fugindo da nossa jornada que estamos distantes de nós mesmos. Só o que fazemos, na maioria das vezes, é buscar uma pilha mágica, um remédio para a dor passar logo

- Toda vez que não damos ouvidos a voz da alma somos sérios candidatos ás neuroses profundas, que nos afasta, cada vez mais, desse encontro com a totalidade e vão obscurecendo a nossa própria personalidade

- O EGO precisa participar de forma consciente e é importante que chamemos um pouco a atenção por que, às vezes, ouvimos esse conceito de maneira equivocada : “Nós não temos que destruir o EGO, mas temos que ter uma convivência saudável entre os conteúdos do EGO e os conteúdos do inconsciente profundo. E, só fazemos isso quando temos coragem de lidar com aos desafios que a vida coloca ao nosso alcance

- Quando temos coragem de, sentindo as agulhadas da acumpultura da vida, questionar : “Qual é o sentido profundo disso”. Ir além da dor, ir além da sensibilidade externa, e treinar a sensibilidade interna para que possamos perceber que essa força do SELF atua com intensidade profunda, buscando ativar os conteúdos que somos portadores, mas que, muitas vezes, esquecemos ou negligenciamos

- Joanna de Angelis : “ Um EU opõe-se ao outro.EU intérmina luta interior. Um é consciente, vigilante, o outro é inconsciente, adormecido, que desperta acionado pelo seu oposto

- Vivemos nessa luta entre o EGO e o SELF, entre a SOMBRA e a própria LUZ e perguntamos quem sairá vencedor? A resposta vai depender de nossas escolhas

- Devemos enfrentar os nossos “lobos” internos, não destruí-los de uma vez, mas integrá-los a nossa consciência. Se o nosso “lobo”é o medo, devemos perguntar por que tememos esse desafio ? Devemos enfrentá-lo de maneira consciente. É óbvio que temos fobias que devem ser tratadas com especialistas, mas os nossos medos menores podem ser treinados, podem ser exercitados, e nós vamos vencendo aos poucos esses medos, porque enfrentá-los é lidar com a própria SOMBRA

- Devemos perguntar o que esse medo quer de mim?

- Joanna de Angelis : “A SOMBRA no ser humano não deve ser combatida, senão diluída pela integração na sua realidade existencial. Ela desempenha, portanto, um papel fundamental no equilíbrio entre o EGO e o SELF, no que resulta a unificação, também, dos pólos quando se consegue a sua diluição

- Não devemos brigar com a própria natureza que nos habita. Não podemos brigar contra os nossos medos, contra as nossas raivas, contra as nossas emoções. Devemos perguntar a ela qual a mensagem que isso quer nos trazer e, a partir daí, enfrentá-la e não colocá-la em baixo do tapete e esconder não resolve, não transforma. Somente nos transformamos quando aceitamos , e, percebendo minha natureza, posso lidar satisfatoriamente com ela

- Joanna de Angelis : “ Humanizar-se, do ponto de vista psicológico, é integrar-se”.

- Humanizar é trazer à tona os valores da condição de Sr humano que somos. Queremos ser “anjos” e esquecemos que somos humanos, que temos emoções, limitações, e, a partir disso, considerar os desafios que devemos transpor para integrar

- “Integrar” é aceitar a SOMBRA também, como parte da minha vida. Quando falamos em SOMBRA pensamos trazer aspectos negativos, mas nela existem a energia da vida, que deve ser colocada a serviço da vida para ativar os valores profundos para que possamos efetivamente nos integrar





8 - O SOFRIMENTO – 01 (CLÁUDIO SINOTI)


8.1 – AS QUATRO VERDADES

- O príncipe Gaudama Sidarta (Buda) declarou quatro verdades que foram analisadas por Joanna de Angelis em que faz uma ponte entre essas verdades e a interpretação Espírita desses fenômenos

(1) Todos seres estão sujeitos ao sofrimento (velhice, doenças, morte, insatisfações, etc )
(2) O sofrimento surge de causas (desejo, cobiça, raiva, ignorância, etc )
(3) Ao eliminarmos as causas, o sofrimento é eliminado
(4) Praticando o nobre caminho óctuplo, o sofrimento e suas causas são eliminadas
8.2 – JOANNA DE ÂNGELIS
- “Ninguém atravessa os caminhos humanos isentos do sofrimentos, que fazem parte da própria constituição orgânica, em face do desgaste a que está sujeita, dos conflitos psicológicos, resultantes das vivências passadas, das contaminações que produzem enfermidades, das injunções defluentes da vida na terra” (do livro “Vitória da depressão”, Cap 18 )
8.3 - APEGO
- O maior apego ao nosso corpo físico traz sofrimento à criatura humana, por não sabermos lidar com o envelhecimento. Devemos cuidar do corpo com o exercício, com a alimentação
8.4 – EMOÇÕES
- Quantas emoções mal elaboradas . Embora possamos estar bem com tudo que a vida está para oferecer externamente, se não nos encontrarmos sintonizados, de nada adiantará se não há uma harmonia entre o “ser interno” que somos e a nossa “aparência”, entre o SELF e o EGO
8.5 – VIVÊNCIAS PASSADAS
- os processos de vidas passadas precisam ser reequilibradas na própria vivência atual, nem sempre lidam bem com isso e trazemos à tona essas vivências guardadas ainda não resolvidas
- Às vezes temos uma doença, passamos por um processo de enfermidade e sofremos porque não sabemos lidar com isso, e se não tivermos um olhar além dessa vida, além do EGO, muitas vezes passamos cabisbaixo, sofrendo, alimentando próprio sofrimento, parecendo masoquistas, alimentando-se do próprio sofrimento, e, quando recebem proposta de melhora, não aceitamos o remédio proposto
8.6 – LIVRE ARBÍTRIO
- Um aprendizado que temos de ter é que não podemos tomar o remédio pelos outros, podendo, entretanto, propor, convidar, esclarecer, mas não podemos forçar o Livre Arbítrio do outro. E vemos pessoas sofrendo pelo sofrimento dos outros, quando deve haver um limite por esse sofrimento

8.7 – JOANNA DE ÂNGELIS

-“Em tua origem és Luz avançando para a grande luz. Só há SOMBRAS porque ainda não dispuseste a movimentar os poderosos geradores de energia adormecida no teu interior (Livro: “Momentos de Consciência”, Cap 11)

8.8 – LUZ INTERNA X SOMBRA

- Quantas vezes esquecemos essa “Luz Interna” que somos, que por trás da vida, das dificuldades, das injunções que ela apresenta, existe um propósito, sofremos por nossa imaturidade, por nossa dificuldade ver a vida sob os olhos dessa “grande Luz”, desse ser maior que somos

- E, às vezes, não acreditando nesse potencial, não ativamos essas forças, essas energias que iriam nos fazer liberar, nos libertar dessas injunções perniciosas. E, por não ativar essas forças, é que o ser humano sofre, e, a partir daí, permanece em SOMBRA

- A sombra física ocorre porque a luz encontra um obstáculo. Isso ocorre, também, no nosso psiquismo quando o SELF, o Espírito imortal que somos, lança as luzes sobre o EGO. Os conflitos do EGO funcionam como uma barreira para que o SELF não penetre

- O próprio Deus Interno é desacreditado e aí buscamos um “guru”, que representa esse deus, procuramos um médium que nos traga todas as respostas. Ou seja, buscamos algo externo para ativar aquele Deus que se encontra externo e aí sofrem por não acreditarmos na nossa própria natureza Divina

- Precisamos ter a força, a energia necessária para buscar a minha libertação dos sofrimentos, a minha harmonia existencial, entretanto, temos dificuldade em lidar com a nossa SOMBRA, não queremos saber dos conteúdos que ficaram escondidos, que a reprimimos

- É necessário coragem para abrir as próprias gavetas do psiquismo e ir, pouco a pouco, penetrando nesse conteúdo emocional guardado, para que essas energias sejam libertadas

- Todas as energias do ser devem servir o processo de “individuação”, de “autorealização”, de “harmonização”consigo mesmo.Mas enquanto essas energias ficam reprimidas, guardadas, escondidas, o sofrimento permanece

- Joanna de Ângelis - “Enquanto essa área da SOMBRA não seja clareada pela razão, a ignorância predomina e os instintos governam, mesmo que o raciocínio pareça comandar-lhe os hábitos e as ações” (do Livro “momento de Consciência”, Cap 12 )

- O caminho deve passar pelo discernimento da razão. O Espiritismo nos traz a responsabilidade por tudo aquilo que nos ocorre, porque, enquanto o responsável for o outro, ou o governo, for Deus e os espíritos, fica difícil de me libertar das injunções perniciosas. Mas quando eu passo a pensar que eu sou o responsável por tudo o que me ocorre e as coisas que eu não sou responsável fazem parte da própria vida, da sabedoria Divina, que coloca cada um no local exato, na hora exata, onde possa fazer o aprendizado da alma, eu passo a clarear esses quartos escuros, que se encontram na psique, e aí eu posso retirar a ignorância e a passar a governar os instintos, ao invés de ser governado por eles

- Quando somos governados pelos instintos, o cavalo parte em disparada e aí fica difícil se nós não trazermos a razão, o discernimento, a claridade do SELF para lidar, porque se não vamos transformando os instintos perniciosos em hábitos e ações. Eé aí que vem toda a luz da razão nos proporcionando os esclarecimentos necessários para lidar com tudo isso

- Os instintos devem estar a serviço do homem, não os homens a serviço dos instintos, pois o homem que se liberta é aquele que consegue se libertar das paixões

8.9 - DESAFIOS

8.9.1 – JOANNA DE ÂNGELIS

- “Existir, sem o contributo da luta, dos desafios contínuos, é permanecer em estágio automatista do processso da evolução, não alcançando o significado psicológico maduro que diferencia os indivíduos e os promove (do Livro : “O despertar do espírito” , Cap 10 ),

- A luta e os desafios nos promovem e, aquele que sabe enfrentar as tormentas, esse passa a ser grande. Porisso, a vida nos testa, porque para burilar esse ouro que somos, e trazer à tona esse diamante, é preciso passar pelo processo de lapidação, mas se a negarmos, se reclamamos de tudo que a vida nos traz, fica difícil amadurecer

- Sem amadurecimento não se liberta do sofrimento. Podemos estar cercado de todas as comodidades da vida, mas, mesmo assim, a vida dá um jeito de trazer um desafio

8. 9. 2 - JAMES HOLLIS

“ Sem o sofrimento, que parece o requisito epifenomenal para o amadurecimento psicológico e espiritual, permaneceríamos inconscientes, infantes e dependentes” (do Livro : “Os pantanais da Alma”, Cap 10

- James Hollis é analista Junguiano, o qual trás a mesma visão da Doutrina espírita. Então os sofrimentos são os desafios que fazem uma ponte com o inconsciente

- A situação que eu julgo que me leva pra baixo, é justamente o contrário, é a que ativa os recursos do próprio SELF, é que faz com que atue aquele ser maduro, corajoso. É como naquelas situações da vida em que eu não sei como encontrei forças para lidar e depois passa e eu me pergunto : “de onde eu tirei aquela força dentro de mim. Isso ocorre porque o desafio ativou parte específica do psiquismo que vieram à tona naquele processo de dificuldade, de sofrimento, que nos faz sair da infância


8.10 - JOANNA DE ÂNGELIS (TRATAMENTO)

- “O sofrimento se apresenta, na criatura humana, como uma enfermidade, que necessita de tratamento conveniente, em que se invistam todos os valores ao alcance, pela primazia de lograr-se o bem-estar e o equilíbrio fisiopsíquico”( do Livro : “O ser integral” , Cap 08 )

- Qual é o motivo dessa dor que constantemente teima em me comprimir. Se tem um processo físico, vimos nas aulas de psicossomática, ele é uma resposta do meu psiquismo, trazendo o símbolo que se expressa no sofrimento, mas o sofrimento não é a causa, é o sintoma. E eu preciso transcender o sintoma para não ficar na superficialidade como aquele que toma somente um remédio para a dor de cabeça, mas não faz uma pesquisa, uma anamene para saber as causas : será o meu corpo reclamando? Será que tenho que mudar o meu estilo de vida, meu comportamento?

- Ir ao médico é muito bom, mas temos que ativar o nosso “médico interior”, fazendo uma reflexão e colocando a serviço da vida as energias esquecidas, faltosas, a força impulsionadora que nos dê todas as respostas

- Allan Kardec nos disse: “Os médicos e a medicina serão incapazes de curar enquanto curarem somente as partes, pois o todo tem que ser observado. O “médico interior” pode cuidar do todo através do processo de autoconhecimento, pois somente eu posso conhecer profundo as minhas emoções




8.11 - JOANNA DE ÂNGELIS

“ O despertar da consciência, saindo da obscuridade, do amálgama do coletivo, para a “individuação” , é acompanhado pelo sofrimento, qual parto que proporciona o desabrochar da vida, porém, sob a guante ainda inevitável da dor ( do livro : “ Autodescobrimento”, Cap 03 )



9 - O SOFRIMENTO – 02 ( ÍRIS SINOTI )

9.1 – JOANNA DE ÂNGELIS (SOMBRA)

- “ Os seres humanos transitam no seu processo evolutivo invariavelmente crucificado aos problemas que elaboram para eles mesmos, experimentando dores e amarguras graves, de que somente se libertarão quando se resolverem pela transformação interior, adotando comportamentos saudáveis (do Livro : “Jesus e o Evangelho à Luz da psicologia profunda” )

- Passamos anos de nossas vida ou a própria existência reclamando da mesma coisa. Ficamos amarrados a uma situação que não evoluímos, porque o sofrimento, como proposta de crescimento, só é válido se nós crescemos com isso

- Qualquer situação de frustração para o ser, vai ser positivo se você crescer com isso, se não você vai ter uma repetição, como num carrosel, girando, girando, girando

-Aquilo que eu não resolvo, volta. Aquilo que eu não torno consciente, começa a fazer escolhas na minha vida por mim, porque a minha SOMBRA começa a ser projetada externamente, e ela vem para que eu possa conhecê-la, resolvê-la

- O sofrimento tem uma causa e a causa dele somos nós, e, se somos a causa, provavelmente, seremos a solução, e o primeiro passo para essa solução é o “conhecimento de nós mesmos”

9.2 – JOANNA DE ANGELIS (EGO)

- “ Por extensão, pode-se dizer que o sofrimento não é imposto por Deus, constituindo-se eleição de cada criatura, mesmo porque a sua intensidade e duração estão na razão direta da estrutura evolutiva, das resistências morais características do seu estágio espiritual” (do Livro : “Plenitude”, Cap 01

- O sofrimento é uma escolha do ser. A cada nova existência, encarnação, o ser volta para a vida e vai viver situações que ele não resolveu. Por que o sofrimento vai fazer parte desse processo que é um processo de aprendizado ? Porque, pela lógica, se eu estou revendo aquilo, por que eu sofro? O EGO fica preso à situação terrena e ele vai criar toda a resistência necessária para que possamos fazer todo o processo interno. E ele faz porque quanto mais o Espírito evolui espiritualmente, menor é o tempo de sofrimento

- Então, trabalhar a SOMBRA é uma questão moral, como o processo de autoconhecimento é também uma escolha moral. É nesse processo de avaliação do mundo interno que a gente consegue também, aprimorar o Espírito

- Quando vamos aprimorando a nossa capacidade de percepção, ampliando a consciência, também aprimoramos o Espírito, porque vamos fazendo uma modificação moral e, a partir dele, com a nossa existência ou a existência atual, essa consciência vai sendo lapidada e todo o nosso processo de sofrimento pode ter uma duração menor, porque a percepção das coisas, estando ampliada, vai dar um significado novo às questões da vida

- Assim, aquilo que eu via como ameaça, agora com essa percepção mais ampliada, eu percebo como uma possibilidade de mudar de estágio, uma possibilidade melhor de vida, porque eu resignifico as coisas

- Aquilo que está me propiciando muita dor, provavelmente ali existe uma resistência muito grande do EGO, pois ali existem questões morais que precisam ser avaliadas por mim


9.3 - RELAÇÕES AFETIVAS

- Para Freud, o sofrimento humano, fatalmente infindável, se originaria de três fatores principais : do corpo, do mundo exterior e dos relacionamentos, principalmente, amorosos. Disse ele : “Nunca nos achamos tão indefesos contra o sofrimento como quando amamos, nunca tão desamparadamente infelizes como quando perdemos o nosso objeto amado ou o seu amor”

- As relações afetivas ao invés de propiciar alegria, é hoje motivo de sofrimento para o ser humano, porque o EGO nessa relação com o outro, relação afetiva ou não, que as minhas questões são testadas

- Toda vez que o EGO é frustrado, ele tem uma grande possibilidade de amadurecer, porisso o “não”, no processo educativo da criança, é extremamente importante, porque se ela recebe somente o “sim”, ela acredita que pode tudo. E, quando na fase adulta, não realiza as suas questões, e não enfrenta as suas SOMBRAS, ela terá uma tendência natural de depositar tudo isso no seu parceiro

- Tudo aquilo que eu não fiz por mim, que eu não tenho coragem de fazer, para modificar minha vida, isso vira SOMBRA e é projetada em alguém e o parceiro amoroso é algo fácil, porque a nossa ferida narcisista está em ambos os parceiros e, como essa ferida é alimentada pela falta de amor, ela está unindo as pessoas e elas ficam presas por medo de perder a sua amado

- Aí a relação é de expectativa : o outro vai me fazer feliz, e o outro pensa assim também. Ninguém faz por si, esperando pelo outro e, nessa relação de atritos, a frustração aparece, por conta dessa expectativa. Então, tudo aquilo que não é feito pelo parceiro, pela negação, é interpretado como falta de amor

- O fato de não fazer aquilo que eu esperava que ele fizesse por mim, eu tendo ainda na minha psique infantil, que não aceita a frustração, que a pessoa não fez por que não me ama

9.4 – JOANNA DE ÂNGELIS

- “ As tensões físicas, mentais e emocionais são, igualmente, responsáveis pelas doenças - sofrimento que gera sofrimento” (Livro : “Plenitude”, Cap 02 )

- Toda vez que a pessoa sobre um dano físico, a doença, a depressão, o sofrimento emocional, isso gera um outro sofrimento. É como o pânico, que é o medo de ter medo

- Joanna quis dizer que é um sofrimento ali instalado. A pessoa adoece e tem que passar por um processo maior de debilidade física e essa debilidade física sofre um sofrimento em outro nível, o qual é psíquico. É um sofrimento vivido com um outro sofrimento


9.5 – JOANNA DE ÂNGELIS (APEGO)

- “A maioria dos sofrimentos decorrem da forma incorreta por que a vida é encarada. Na sua transitoriedade, os valores reais transcendem ao aspecto e a motivação que gera prazer. Esse é o sofrimento da impermanência das coisas terrenas” ( do Livro : “Plenitude”, Cap 02 )

- Toda vez que estamos presos às questões que são passageiras, a possibilidade real de perdê-las, porque elas são impermanentes, geram sofrimento. O apego também é causador do sofrimento

- Toda vez que estou preso, seja por coisas materiais, emocionais,ou qualquer coisa passageira, estou submetendo-me ao sofrimento

- A idéia errônea de perceber a vida de ter o controle, vai gerar um sofrimento. Toda a pessoa que vai trazer o controle como uma característica do seu comportamento, muitas vezes, reage dessa forma por medo de sofrer


9.6 – JOANNA DE ÂNGELIS (SENSAÇÃO)

- “Na busca incessante do prazer, o homem transfere-se, exteriormente, de uma para outra sensação, sem dar-se conta de que o desequilíbrio gerador de ansiedade é responsável pelo que o aturde, ameaçando-o de desespero cruel” (do Livro : “Plenitude”, Cap 07)

- Vivemos numa sociedade em que a extroversão é o que é esperado das pessoas. As mais caladas e introvertidas, não são muito aceitas nela. Entretanto, as pessoas, muitas vezes, voltadas para fora, impedem- na do processo de elaboração das questões

- A própria energia psíquica que transita constantemente para fora e para dentro, precisa fazer o caminho de dentro, e quando ela é vista de uma forma muito superficial, aonde fica essa elaboração?

- O inconsciente, assim, vai absorvendo, absorvendo, até que em um momento a depressão aparece pela própria necessidade de tomar consciência do que está acontecendo

- Essa busca de sensação para sensação o tempo todo, vai gerar um sofrimento a um determinado momento da vida, porque o vazio aparece


9.7 – JOANNA DE ÂNGELIS (CONDICIONAMENTO)

- “ O sofrimento resultante do condicionamento abarca a educação incorreta, a convivência social pouco saudável, que propiciam agregados físicos e mentais contaminados” (do Livro : “Plenitude”, Cap 02 )

- Todo processo educativo incorreto vai gerar um ser humano incapaz de elaborar suas questões, suas frustrações, o que vai, com certeza, trazer um dano físico, porque o complexo quando constela traz um efeito no corpo também, porque o corpo é extensão dessa consciência. Você percebe o que é porque você se vê. Você tem uma consciência de corpo, de existência, porisso que um processo educativo incorreto vai causar uma possibilidade de sofrimento

- Quantas vezes passamos anos de nossas vidas deixando de viver porque estamos focados numa promoção no trabalho, em passar num concurso, em aumentar nosso salário, entretanto, isso passa e fica o “vazio” do que não gerado

- O sofrimento é escolha nossa, pois passamos a vida inteira acreditando em coisas e não nos questionamos. O quer Jesus quis dizer com “ A felicidade não é deste Mundo” ? Que mundo Jesus falava, deste nosso mundo ou o mundo do EGO ? Será que ele não estaria sinalizando que as coisas que o EGO busca são efêmeras, que a felicidade é do SELF e é isso que traz a plenitude e isso é a forma mais significativa de viver, interagir, se modificar, e isso é a felicidade que podemos ter e aqui é escola , onde nos aprimoramos

9.8 - JOANNA DE ANGELIS (MEDO)

- “ O homem, desde as suas origens sociais, aprende a ter medo, a conservar mágoas, a desequilibrar-se por acontecimentos de somenos importância, desarticulando o seu sistema energético. Passa de um aborrecimento para outro, cultivando vírus emocionais que facultam a instalação dos outros, degenerativos, responsáveis pelo agravamento das suas doenças” ( do Livro : “Plenitude”, Cap 02)

- É porisso que não entendemos porque temos tantas viroses, tantas doenças que acontecem. E isso ocorre justamente pelas nossas escolhas, desde as suas origens sociais, a história dos homens, quando ele vai aprender a ter medo, e, por ter medo, ele não avança

- A função do medo é a proteção da vida, mas quando esse medo é alimentado de forma exagerada, ele impede todo o desenvolvimento do ser. Por causa da SOMBRA cultivamos vírus emocionais o tempo todo

- Todo esse conteúdo que eu venho trazendo de tantas existências, que eu acumulo nesta existência, tanra coisa que eu não resolvi, que eu deixei de fazer por mim, eu vou deixando lá, e então chega uma hora em que eu não estiver ocupado, arrumando confusão, eu tenho que parar e pensar, e como fazer isso é muito doloroso, eu projeto isso fora

- Às vezes, a insatisfação do ser é tão profunda, é tão grande, que ela transforma a sua vida em amargura e, assim, ela vai brigar com todo mundo, vai reclamar o tempo todo


9.9 – JOANNA DE ÂNGELIS (EXPECTATIVA)

- “ A frustração, por sua vez, responde por sofrimentos que seriam evitáveis, não fossem as exageradas esperanças do homem, as suas confusas idéias de autoconhecimento, que lhe infundem crenças falsas nas possibilidades que não lhe estão ao alcance” ( Livro : Plenitude, Cap 03 )

- Quanto mais eu gero expectativas nas pessoas ou nas coisas, maior será a minha frustração. Quando acreditamos merecer muito mais além, vai gerando sofrimento

- Quando um ser humano vive em função do outro, ele está doente, porque se ele não se ama, ele não dedica essa energia a ele, pois é incapaz de sentir algo pelo outro. A ilusão, a expectativa que é colocada no companheiro


10 - O SOFRIMENTO – 03 (Cláudio Sinoti)

10.1 - FINALIDADE DO SOFRIMENTO

- O sofrimento é uma realidade na terra em que todas as criaturas passam por ela, porque existe uma finalidade nesse processo. Entretanto, é possível libertar-se dessa fenômenos

- O psiquismo só se preenche com significado profundo da vida e, quando não encontra esse significado, a própria depressão é um convite para que o psiquismo se reestruture e aí vem a busca da paz

- Yong : “O homem tem de lutar com o problema do sofrimento. O oriental quer livrar-se do sofrimento expulsando-o, ao passo que o ocidental procura suprimi-lo com remédios. Mas o sofrimento precisa ser superado e o único meio de fazê-lo é suportando-o. Aprendemos isso com ele (o Cristo)”

- Young já trazia essa proposta de que o Cristo era a própria superação do sofrimento
10.2 – ROTULAÇÃO

- Não adianta rotular as pessoas com relação a seus sofrimentos, mas compreender a finalidade que a pessoas passa pelo sofrimento, e dar- lhe ferramentas para que ela transponha o processo na Qual se encontra

- Na religião também não devem nominar as doenças de cada um, por exemplo : “Que a pessoas está obsediado, tem problemas de vidas passadas”, mas o oferecimento das ferramentas para que ela possa vivenciá-las e superar os obstáculos

10.3 - CAUSAS DO SOFRIMENTO (JOANNA DE ÂNGELIS)

- “ Considerando-se que os sofrimentos são causados pelos desconcertos do Espírito, que desarmonizam o fluxo da energia, permitindo a instalação das enfermidades físicas, mentais e morais, a forma eficaz para que cessem deve atingir o seu fulcro gerador, graças a cujo comportamento será interrompida a onda perturbadora” (Livro “Plenitude”, Cap 05 )

- Enquanto não remontamos ao Espírito que somos, que é a causa de tudo, ficamos perdidos a meio de rótulos, a nomes, a denominações.

- Somente quando encontramos a nossa realidade existencial, ou seja, o Espírito imortal que somos, podemos, passo - a - passo, nos libertar da dor, do sofrimento, seja física, seja emocional, ou pelo menos suportá-lo. A busca do significado nos garante ir além, possibilitando o caminhar ao lado dele para buscar o significado, porque essa é a chave : a busca do significado é que nos garante ir além, possibilitando que o EGO faça uma ponte com o SELF, percebendo a finalidade daquele processo

- Joanna de Angelis reiteradamente nos convida a questionarmos os processos que vivemos, não somente perguntando o “por que”, que leva ao rótulo, mas o “para que”, qual a finalidade que a vida me coloca neste momento, vivendo esta dificuldade? Para que tenho esta dor? Para que eu passo por esta dificuldade? E tentar se colocar como Espírito imortal nessa situação

10. 4 - O “CAMINHO OCTUPLO” (JOANNA DE ÂNGELIS)

- Sidarta Gautama (Buda) apresentou o chamado “Caminho Óctuplo” para a libertação do sofrimento e que a benfeitora Joanna de Angelis passa a fazer uma análise na obra “Plenitude” do chamado “Caminho Óctuplo”

10. 4. 1 – POSTULADO PRIMEIRO : “CRER RETAMENTE”

- “Crer retamente é direcionar o pensamento de forma positiva, edificante, firmando-o em propósitos saudáveis, que favorecem a realização excelente dos postulados, nos quais se crê...a fé....é a canalização de todas as possibilidades psíquicas alterando a ação das forças habituais (Do Livro : Plenitude, Cap 08)
- É durante os momentos de dificuldade que verificamos o nível de fé. Fé é aquilo que eu acredito
- Young diz que tudo que eu faço, colocando energia na vida, se transforma em meu Deus, não o Deus das religiões, pois uns elegem o dinheiro e outros, os prazeres
- Cada pessoa quando movimenta energia psíquica, está construindo o seu Deus. Que tipo de Deus conduzimos em nosso psiquismo? É um Deus que conduz ao enfrentamento existencial ou um Deus ainda na dependência da vida, dos outros, dos ministros religiosos, médicos, pastores, padres, para resolverem sua situação?
- Crer é fazer um vínculo íntimo com o Deus interno, o Espírito imortal que somos e, a partir disso, vincular-se às forças da vida, sabendo que tudo que me acontece, faz parte de um planejamento ou de minhas próprias ações. Se são as minhas próprias ações, transformá-las, caso contrário, acreditar que existe uma força superior para que tudo se dê da maneira como se tem dado

10. 4. 2 - POSTULADO SEGUNDO : QUERER RETAMENTE
- “Querer retamente propõe métodos compatíveis com os objetivos da crença anelada. Os meios incorretos não são justificáveis quando usados para fins nobres, porquanto degeneram os ideais que devem permanecer pulcros. Sem o uso dos meios correspondentes, as realizações perdem a qualidade de que se devem revestir” ( do Livro : “Plenitude”, Cap 08)
- Quais são os meus objetivos existenciais? Para onde eu mobilizo energia, energia vital? Aí está o meu querer. É necessário verificar para onde colocamos energia, para verificar os resultados que temos tido ao longo do tempo. Se esses resultados trazem sofrimento é necessário modificar o nosso querer. Esse querer aliado à fé ajuda na própria cura física
- Jesus ao curar perguntava : “Vós credes que eu posso te curar?”. Com isso Jesus faz uma ponte psicológica favorável com a pessoa , pois a crença mobiliza energia e a crença aliada ao querer leva à conquista dos nossos objetivos
- Porisso, devemos verificar como está o “nosso querer”. É necessário que cada um acenda a própria chama que vai conduzi-lo ao objetivo existencial. Não é o terapeuta, o médico, o padre, é necessário o querer de transformação para fazer a ponte do objetivo

10. 4. 3 - POSTULADO TERCEIRO : FALAR RETAMENTE
“ Quando se crê e se quer retamente, fala-se com a mesma qualidade de intenção, e essas palavras, conforme se refere o Evangelho exteriorizam o de que está cheio o coração...O falar retamente fomenta o progresso, desenvolvendo as aspirações que se exteriorizam em ideais de liberdade e amo, impulsionando as criaturas para a frente, para o bem ( de Livro : “Plenitude”, Cap 08)
- A nossa voz contém energia, a nossa fala junta ao redor a qualidade dos próprios fluidos, conduzem também para os objetivos existenciais, cria ao nosso redor uma áurea que revela também a nossa energia. E como temos sido maus propagadores de energia, através de más notícias
- A nossa fala aliada a nossa emoção é um potente condutor de energia possante e que não encontrando receptáculo favorável, preparado, pode trazer destruições
- Devemos reflexionar de que maneira estamos realizando a conversação. Muitas vezes conversamos por conversar, mas não percebemos e perdemos a oportunidade de dizer coisas boas, de mudar o rumo de uma conversação que não está agradável, edificante
10. 4. 4 – POSTULADO QUARTO : OPERAR RETAMENTE
- “Operar retamente” é técnica de terapia preventiva, quanto curadora para o sofrimento. Quem não atua errado, não tem necessidade de repetir a experiência, refazer o caminho, ressarcir débitos... Tal ação, entretanto, começa nas pequenas decisões, nas realizações mais simples e de aparente significação, sem importância ( do Livro “Plenitude”, Cap 08 )
- Fazer uma reforma moral, de sempre buscar fazer o que é correto. E quando estivermos em dúvida pensarmos : “E se fosse outra pessoa que estivesse agindo no meu lugar, eu aprovaria seu comportamento? Ou eu condenaria?
-Mesmo que estejamos em dúvida, buscar sempre colocar um peso moral. Aonde eu posso agir com mais acerto? Aonde eu não irei me prejudir ou prejudicar o outro?
- Quando passamos a operar retamente vamos construindo uma autenticidade. A autenticidade está ligada à verdade, só que a verdade, às vezes, é relativa, pois o que eu enxergo o outro pode enxergar sob um prisma mais amplo e a verdade está com Deus
- Quando eu “Opero retamente”, eu faço o caminho de volta, eu sei me perdoar, e volto para refazer a situação ou me propõe, a partir desse instante, não mais agir daquela forma
10.4 .5 – POSTULADO QUINTO : VIVER RETAMENTE
- “ As ações que se sucedem, transformam-se no modus operandi de cada indivíduo que aí passa a ter o seu modus vivendi. Quem age retamente, vive retamente (do Livro : Plenitude”, Cap 08)
- Se passamos a crer, a querer, a agir retamente, nós chegamos ao viver retamente, porque a cada passo da nossa existência, vai construindo uma afinidade com as Leis Divinas e á através dessa afinidade é que vamos acumulando boas atitudes para a nossa existência
- Não mais temos necessidade de resgates maiores, porque não vamos acumulando ao longo dos tempos os débitos existenciais que vamos contabilizando da nossa contabilidade emocional
- Viver corretamente é a parte proposta do agora e muitas pessoas esperam o futuro para se vincular a algo glorioso. Às vezes nós pautamos a nossa existência em postulados falsos em uma persona e não em valores morais

10. 4. 6 - POSTULADO SEXTO : ESFORÇAR-SE RETAMENTE
- “Esforçar-se retamente é saber aplicar a capacidade dos seus recursos naquilo que propicia felicidade real, duradoura, sem as aflições dos prazeres fugidios, que necessitam de repetir-se sem cessar, não lhes aplacando a sede, antes aumentando-a, perturbadoramente (do Livro : “Plenitude”, Cap 08)
- Quantos vão atrás desses prazeres fugidios, achando que o que vem de fora irá plenificar. O nosso esforço deve ser conduzido naquilo que trás plenitude, que trás paz e consciência
- O que trás uma mente tranqüila? O que faz alguém construir uma vida mais plena? Quais são os valores? E não é o que ela construiu externamente, pois não conseguiu construir o significado existencial.Então, “esforça-se corretamente” é servir a vida não para conseguirmos os bens que nos servem, os quais são úteis e necessários, mas é necessário ter nova postura para com mundo que é diferente
- “Esforçar-se corretamente” é colocar a nossa energia naquilo que traga realmente felicidade

10. 4. 7 – POSTULADO SÉTIMO : PENSAR RETAMENTE
- “Pensar retamente” faculta harmonia psicológica e sintonia com os benfeitores da humanidade, em cuja convivência psíquica se haurem energias benéficas propiciadoras de saúde que vão atuar nas causas dos sofrimentos, alterando-lhes a vigência e os efeitos” (do Livro : “Plenitude”, Cap 08)
- Porque utilizamos tão pouco essa energia poderosa, o pensamento. Nos deixamos invadir pelo pessimismo, pelas más notícias, pelas más músicas e isso vai envolvendo nosso psiquismo e passa a fazer parte do nosso pensamento
- Nós somos essa energia geradora e devemos conduzi-la para que propicie esses contatos com seres transpessoais em grau elevado
- Essa pandemia da obsessão que se vê hoje existe é porque a maioria das pessoas não controlam o próprio pensamento. Devemos fazer uma pausa para verificar o próprio pensamento. Deixar alguns períodos para verificar para onde vai o meu pensamento, porque ele, muitas das vezes, vai conduzido e nos tornamos marionetes
- Enquanto não observamos os nossos próprios conflitos, passamos a não nos entender, vamos sendo conduzidos pela vida
10. 4. 8 - POSTULADO OITAVO : MEDITAR RETAMENTE
- Se o indivíduo permitir-se olhar para dentro, todo ele se torna uma só idéia visual, ao captar a “Luz Divina”,igualmente todo ele se fará luminoso, e nenhum sofrimento o perturbará, graças à aquisição da saúde integral (do Livro : “Plenitude”, Cap 08)
- Meditar é ficar alguns minutos diários à reflexão de nossa própria existência. No início desse exercício é natural que a SOMBRA se manifeste e o resultado virá através de um exercício constante, como acalmar a respiração, tentar vincular-se a uma idéia nobre, refletir sob uma página que traga um conteúdo moral, que nós possamos refletir sob os nossos conflitos, a nossa própria vida e nos propondo a nos modificar a partir daquele ideal
- A ciência tem comprovado que as pessoas que meditam tem mais saúde, porque uma área do cérebro vai respondendo melhor, propiciando às neurocomunicações, ativando todo o sistema imunológico e, assim nos harmonizamos
11 – JOANNA DE ÂNGELIS
- “Quem medita, crê, fala, opera, vive, esforça-se e pensa com retidão, adquire os valores indispensáveis à salvação. Nesse estágio a pessoa doa-se e já não mais vive, sendo o “Cristo quem vive nela”... Liberta-se, por fim, de sofrimento (do Livro : “Plenitude”, Cap 08)
- O Cristo nos ensinou o caminho do amor, o caminho excelente para a libertação do sofrimento e Buda complementa com alguns passos, chamados “Caminhos Óctuplo”, que converge, também, para o caminho do amor, como fonte de libertação do sofrimento
- O Livre Arbítrio, a nossa vontade é que leva à cura. Se eu busco a salvação que vem de fora eu permaneço no estágio de criança psicológica, como a esperar que os pais resolvam todas as pendências possíveis. Mas se somos maduros, pessoas adultas nós mesmos devemos nos tornar responsáveis pela existência , e é, por isso, que o caminho da libertação do sofrimento passa pela escolha de cada um de nós, questionando as escolhas que temos feito, verificar e traçar novo plano existencial inicial, a partir de hoje, e pouco a pouco ir se libertando dos hábitos perniciosos que trazem alguma injunção dolorosa a cada um
- Somos seres fadados à plenitude existencial, mas por que ainda não acreditarmos nesse “Deus Interno”que somos, no “Cristo Interior”, permanecendo perdido nas paisagens existenciais e por que ainda brigamos com vida de existência plena que quer se fazer no nosso caminho