quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Resumo do livro "Atitude de amor"

RESUMO DO LIVRO “ATITUDE DE AMOR” (Cícero Pereira, Psicografado por  Wanderlei Soares de Oliveira)

PRIMEIRA PARTE - PALESTRA DE BEZERRA DE MENEZES, psicografia de Wanderlei Soares de Oliveira)

- Realizada  na cidade de Goiânia em outubro de 1999, na primeira noite após o Congresso Espírita Brasileiro, em comemoração ao Cinquentenário do Acordo de Unificação, “O Pacto Áureo”, na qual participaram 5 mil trabalhadores, comprometidos com os destinos do espiritismo

1 - A MAIORIDADE

- A despeito das conquistas, encontramo-nos na infância de nosso movimento

- Os primeiros 70 anos do espiritismo constituíram o período da consagração das origens e das bases em que se assentam a doutrina. Essa primeira etapa consagrou o espiritismo como ideário do bem, atraindo a simpatia e superando o preconceito

- O segundo período de mais 70 anos, que coincide com o fechamento do século e do milênio, foi o tempo da proliferação. Essa etapa ensejou a difusão

- Penetramos agora o Terceiro Portal de mais setenta anos, etapa na qual pretende-se a maioridade das idéias espíritas. Nesse novo tempo, o velho discurso sem prática deverá ser substituído por afetiva renovação pela educação moral. É a etapa da fraternidade na qual a ética do amor será como meta essencial



2 - O NOSSO MAIOR INIMIGO

- Verificamos no tempo que alguns corações sinceros e leais, entretanto sem larga vivência espiritual, inspirados em nossa fala, elegeram a lentidão em nome da prudência e a acomodação passou a chamar-se zelo

- Em verdade, a tarefa é urgente, não apressada, mas exige ousadia e dinamismo e o hábito de esperar a hora ideal converte-se, muita vez,  em medida emperrante

- O institucionalismo é fruto da ação dos homens. Ele em si não é o nosso adversário maior e sim os excessos que o tornam  nocivo

- Nosso maior inimigo, de fato, é o orgulho em suas expressões inferiores de arrogância, inflexibilidade, perfeccionismo, autoritarismo, intolerância, preconceito e vaidade, seus frutos infelizes que, sem dúvida, insuflam a institucionalização perniciosa e incentivam o dogmatismo e a fé cega, adubando a hierarquização e o sectarismo

- Nossa luta deve ser íntima e não exterior, não contra organizações, mas contra nós mesmos quando em atitudes praticadas sob o manto da mentira que acostumamos a venerar em favor de vantagens pessoais

Carecemos de um movimento espírita forte, marcado por uma cultura de raciocínios lógicos e coerentes, e por atitudes afinadas com a ética do amor

Temos sim um problema, temos um inimigo. Más atitudes, eis nosso problema. Atitudes de orgulho, nosso maior inimigo



3 - ATITUDE PRIMORDIAL

- A meta primordial é aprendermos a amarmo-nos uns aos outros. Imprescindível propalar a idéia do ecumenismo afetivo entre os seareiros, para que a cultura da alteridade seja disseminada e praticada no respeito incondicional a todos os segmentos

- Precisamos todos de muita humildade para construir um terreno neutro e de muito amor para garantir perpetuidade às nossas relações de pluralismo e convivência com as diferenças



4 - DIRETRIZ INSUPERÁVEL

- A renovação de atitude na edificação de uma nova mentalidade solicita uma inevitável mudança cultural em nossos ambientes doutrinários. O repúdio ao debate e a aversão ao confronto de opiniões são expressões do institucionalismo muita vez realimentado por organismo e oradores respeitáveis

- Quando Jesus convocou seus discípulos ao serviço do amor “deu-lhes poder”. Reeditar esse fato é fundamental, a fim de alcançarmos melhores condições morais ao Movimento Espírita

- Conferir poder é proporcionar respostas, caminhos, horizontes, alternativas pedagógicas para instrumentalizar e capacitar alguém para alguma coisa

- É urgente trabalhar por uma cultura de trocas e crescimento grupal, habituando-se a ter nossas certezas abaladas pelo conflito e pela permuta, para que ampliemos a capacidade de enxergar com mais exatidão as questões que supomos terem sido esgotadas

- Essa diretriz conduzirá os homens a uma maior possibilidade de diálogo e intercâmbio, fazendo-os perceber a inconveniência do isolamento em muros de pseudo-sabedoria ou nas masmorras do autoritarismo institucional, ditando normas e idéias em nome de uma verdade exclusivista

- A melhor casa será a que mais implementar o regime de amor. Levantaremos a bandeira da unificação ética em torno da qual ser-nos-à possível atrair pela ação, mais que pelo discurso

- Tomemos como lema a tríade inspirada do codificador : “trabalho, solidariedade e tolerância”



5 - A SOLUÇÃO

- O que fazer já sabemos. A indagação que agora toma-nos a mente é : “como fazer”. A melhor campanha para a instauração de um novo tempo na seara passa pela necessidade de melhoria das condições do Centro Espírita. Para isto, temos que promover as casas de posto de socorro e alívio a núcleo de renovação social e humana, através do incentivo ao desenvolvimento de valores éticos e nobres capazes de gerar a transformação

- O núcleo espiritismo deve sair do patamar de crenças e assumir sua feição de escola capacitadora de virtudes e formação do homem de bem

- Elaboremos um programa educacional centrado em valores humanos para dirigentes, trabalhadores, médiuns, pais, jovens, velhos

- Interagindo com o meio, em permuta incessante de valores e experiências, o Centro Espírita sai da condição de um reduto isolado e passa a delinear a formação de uma de intercâmbio

- Esse processo de interação social reclama posturas novas, dentre elas a de abrir canais de permanente relação inter-institucional, transformando-se em ambiente de diálogo e convivência para dirigentes e trabalhadores de outros grupos afins

- Mais uma vez a visão futurista do codificador, prenunciando esse tempo, levou-o a declarar : “Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita. A criação desses pólos são medidas salutares contra o isolacionismo

- Estamos, portanto, instaurando o período da unificação ética. Assim, todos nós aqui reunidos hoje estamos convocados a cerrar esforços continuados ao programa renovador de nosso abençoado Movimento Espírita. Estamos em campanha pela unificação com amor, em campanha pela renovação das atitudes



SEGUNDA PARTE : DEBATE COM EURÍPEDES BARSANULFO, Pelo espírito Ermance Dufaux

1 - PREFÁCIO : “ NOS RUMOS DA ESPERANÇA” (Cícero Pereira)

- Muitos servidores da causa ocuparam-se, em demasia, com labores que julgavam essenciais, tais como : “proteger o espiritismo”, “zelar pelas tradições de suas casas”, “atender aos estatutos”, “serem fiéis a pureza filosófica”. Tais condutas, mesmo enaltecidas pelas melhores intenções, são similares a daquele servo temeroso que recebeu um talento e aplicou-o como acreditava ser seguro

- Muito será pedido a quem muito for dado. Somos prejudicados não só pelo mal que fazemos, mas também pelo bem o qual podíamos  e deixamos de fazer

- As indagações dos dirigentes nessa entrevista com o benfeitor Eurípedes Barsanulfo manifestam angústias e dúvidas  de vários tarefeiros ainda no plano físico. Organizamos esses apontamentos na tentativa despretensiosa de oferecer aos amigos encarnados uma reflexão e alerta oportunas em torno da dolorosa questão do arrependimento tardio

- Por essa razão, a desilusão de muitos conhecedores do espiritismo quando se aportam na vida do além, têm granjeando-lhes dramas que vão desde a angústia controlada até os mais complexos episódios de dores

- Muita decepção  e arrependimento pavimentam o caminho dos amantes da mensagem do Evangelho na erraticidade, quando não se rendem aos apelos de sua consciência na vida física

- Sem repensar de nossas “casas de amor” e sem renovar as atitudes de cada dia, dificilmente os conteúdos da doutrina libertarão a consciência do jugo das ilusões

- Nessa proposta, nossos grêmios de amor serão ninhos afetivos e celeiros educacionais com uma psicosfera vitalizadora, estimuladora da união legítima de corações, distantes dos climas de animosidade e disputa que abundam em locais onde prevalece o individualismo

- As distrações com os bens e talentos celestes podem levar ao amargo fel da culpa tardia



2 - SEGUNDA PARTE : DEBATE COM EURÍPEDES BARSANULFO (pelo Espírito Ermance Dufaux)

- Realizada no Hospital Esperança após as comemorações do cinquentenário do Acordo de Unificação (Pacto Áureo) em 05 de outubro de 1999 na cidade de Goiânia com dirigentes espíritas recém-desencarnados



2.1 - CINQUENTENÁRIO DO PACTO ÁUREO

2.1.1 - Qual o significado da fala de Bezerra de Menezes na comemoração do Pacto Áureo ?

- A inspirada palestra “Atitude de Amor” significa um marco na história do Movimento Espírita dos dois planos. Bezerra de Menezes fez-se o digno portador de novas medidas oriundas de planos mais altos da vida a serviço do Espírito Verdade. É o cumprimento de determinações inadiáveis rumo à etapa de maioridade do espiritismo na terra

2.1.2 - Qual a avaliação fazer na comemoração do referido Pacto ?

- Os méritos do serviço na seara são todos do espiritismo e não pessoais ou institucionais. O Movimento Espírita ainda encontra-se na sua infância



2.1.3 - O conteúdo textual do Pacto Áureo encontra-se adequado às necessidades atuais da Seara ?

- Allan Kardec em seu projeto de 1868, destaca a importância de reciclar as idéias gerais de 25 em 25 anos. Por que não tivemos a coragem de aplicar suas diretrizes

2.1.4 - Como os bons espíritos veem o Movimento Espírita ?

- Como uma abençoada enfermaria na qual os enfermos buscam a recuperação íntima no trabalho do amor. Nessa enfermaria, por falta do sentimento de humildade e reconhecimento das próprias limitações, muitos enfermos imaginam-se médicos com a solução para todos os problemas. São os doentes mais graves

- A principal característica do orgulho é impedir o auto-conhecimento. Por isso, reconhecer asd falhas com o pensamento é muito fácil, mas aceita-las no coração e buscar a corrigenda, tem sido serviço somente para quantos reconhecem sua condição enfermiça

2.1.5 - Que conceito o plano espiritual tem sobre unificação

- Relacionamento é a alma do lídima unificação. Esse é o conceito mais fidedigno e coerente de unificar

- Jamais teremos um programa sólido de fraternidade entre os espíritas, se desconsiderarmos que estamos lidando com sentimentos, tendências e particularidades

2.1.6 - Qual a avaliação sobre unificação na atualidade ?

- As experiências no Hospital Esperança com grandes líderes que sucumbiram ante seus deveres espirituais, têm nos ensinado muito sobre a profundidade das necessidades da alma humana

- Entretanto, a pretexto de garantias, postam-se à frente da obra como guardiões atentos, mantendo portas e janelas cerradas, acreditando-se com a sensação de terem cumprido incomparável missão. A atualidade porém, solicita o arejamento desse “templo de proteção”, abrindo-lhes as janelas do entendimento ao pluralismo filosófico, e as portas do coração para que permitam a passagem de posturas éticas de fraternidade na convivência com as diferenças uns dos outros

- A necessidade de reconhecimento e o sentimento de superioridade pessoal são lutas a vencer. Por isso mesmo, é importante que todos nós, cooperadores da Seara não nos encantemos com méritos que ainda não possuímos e doemo-nos a causa como alunos em aprendizado e não como missionário da hora

2.1.7 - Qual a importância da “ Pureza Doutrinária”?

- A grande função do espiritismo, enquanto doutrina, é moralizar princípios universais que são conhecidos de todos os tempos através das religiões e filosofias humanas. Essa moralização, teoricamente, já foi consolidada por Allan Kardec no trabalho da Codificação, restando agora aos espíritas expressar o valor moral do espiritismo através de seus exemplos de vida

- A sabedoria do Espírito Verdade afiançou que o espiritismo encontraria mais obstáculo em relação ao interesse que à convicção

- Nós que nos dizemos espíritas, cremos piamente nos fundamentos doutrinários. Entretanto, defender a  “Pureza doutrinária”, sem advogar na vivência a essência dessa pureza é uma contradição, uma incoerência que tem como causa os interesses humanos

2.1.8 - As instituições humanas que operam em nome do Consolador estão aptas a promoverem um trabalho unificador afinado com a proposta do amor

- À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão as coisas materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que o entretêm e excitam. Isso depende da educação

- O grande desafio da coletividade unificadora espírita será o de transformar seus modelos institucionais nos cadinhos das chamas do sacrifício, sofrendo as dores intensas das labaredas da abnegação e do desprendimento

- Por outra análise tem constituindo-se em troféu de vaidade e álibes que patrocinam a sensação de vitória e merecimento, que sob hipnose do personalismo de grupo, encantam-se com direito e olvidam os deveres. Engano lamentável que tem levado muitos corações sinceros a vasto campo de decepção além-túmulo

2.1.9 - Qual a instituição unificadora tem atendido com mais fidelidade o programa de Jesus para a expansão de sua mensagem ?

- É o Centro Espírita, a célula-mãe da unificação

- Advertimos aos lidadores espíritas que semelhante depósito de confiança do mais alto apela para algumas transformações no fortalecimento desses núcleos de amor no cumprimento dessa tarefa

- Que os próximos 50 anos de trabalho no Movimento sejam para fortalecer e promover o Centro Espírita à condição de célula-áurea da unificação e casa-mater do amor inaugurando o período da maioridade das idéias espíritas

 2.1.10 - Gostaria de oferecer alguma sugestão oportuna aos trabalhadores da unificação na Terra ?

- Cidadania que deve iniciar-se pelo rompimento de alguns dos direitos que supõem possuírem alguns condutores vinculados ao Movimento unificador, com os quais se arriscam no campo da vaidade e bitolam o discernimento, espoliando de si mesmos a benção da paz





2.2 - UNIFICAÇÃO CENTRADA NO SER HUMANO

2.2.1- Como Considerar a união entre os espíritas

- Estar junto apenas daqueles que pensam como nós ou que aprovam a nossa personalidade, sem restrições, pode ser perigosa armadilha projetada pelo personalismo

- União somente com os simpáticos pode estimular o sectarismo e a exclusão tão combatidos pelo nosso mestre

2.2.2 - O que será prioritário aos seareiros espíritas para que a unificação possa corresponder ao programa do Cristo ?

- Os operários da causa, mesmo os mais devotados, não são almas virtuosas, sendo criaturas comuns e, sobretudo, necessitadas de realizarem em si mesmas as premissas de paz que pregam para a melhoria do Movimento

- A unificação solicita, antes de tudo, que o servidor capte os anseios coletivos, que saiba fazer a leitura da subjetividade humana através :

(1) Ampla visão de trabalho comunitário

(2) Larga sensibilidade para o próximo

(3) Permanente desejo de servir

(4) Inesgotável sede de aprender

(5) Sacrifício para devotar-se

(6) Boa dose de coragem para desafiar as convenções mais aclamadas

- No entanto, se o trabalhador espírita preferir acreditar que já é o que gostaria de ser, então estará demonstrando a visão acanhada que ainda possui

2.2.3 - Podemos inferir então que, em razão do conhecimento que possuímos, esperar-se-ia, mais de todos nós, os aprendizes da mensagem espírita

- Os servidores da unificação situam-se, quase sempre, em evitar o mal e preservar a doutrina. Verificamos nesta atitude um enorme progresso considerando o passado comprometedor da grande maioria de quantos se aderem aos propósitos do bem

- Evitar o mal é dever, fazer o bem é tarefa de amor, mas a pergunta de jesus permanece : “Que fazeis de mais ? “ O bem que deixemos de fazer perturba a marcha. Não basta evitar emoções ruins, necessário conquistar as boas



2.2.4 - Como entender a humanização nos serviços de unificação ?

- Entramos no terceiro milênio da era cristã com conquistas apreciáveis no terreno das da inteligência, contudo, não vencemos ainda os espaços que nos separam títulos do maior valor perante a sociedade, entretanto, não estamos preparados o suficiente para pedir desculpa a alguém. Apesar de querer, ainda não sabemos amar

- Quando falamos em humanizar a Seara da Unificação, estamos atraindo a atenção dos amigos reencarnados para lançarem-se ao esforço educativo da tarefa em equipe na arregimentação da confiança, e na ação permanente de estender os braços e corações uns aos outros na expressão da solidariedade

- Por isso, as atitudes de indiferença ou exclusão, crítica ou menosprezo, mesmo que sob pretexto de preservação da gloriosa unidade doutrinária, são graves patologias das quais seus portadores terão que tratarem regimes de dor e arrependimento tardio na vida dos espíritos

-  O amor institucional que despreza o próximo e ironiza os menos experientes não é amor

- Humanizar é ser fiel aos nossos sentimentos superiores e viver o amor acima de quaisquer convenções



2.2.5 - Qual deve ser o foco dessa campanha pela humanização

- Fazer da caridade o centro dos interesses de todos os que militam nas fileiras da união e da harmonia no Movimento Doutrinário

- Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, pode, desde já, formar o núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará todas as opiniões e unirá os homens por um único sentimento : o da fraternidade



2.2.6 - Como poderíamos definir com mais clareza esse interesse uns pelos outros ?

- Esse interesse é a criação de todo o bem que pudemos fazer escapando aos constringentes limites impostos pelos padrões e normas cerceantes, permitindo seguir as pegadas do coração



2.2.7 - Como interpretar antagonismos em matéria doutrinária nos Grupos Espíritas ?

- Todo antagonismo exercido com fraternidade é fonte de crescimento. O Movimento Espírita até hoje progrediu pela força dos antagonismos

- Os que sonham com a uniformização como critérios de fraternidade estão soterrados nos escombros psíquicos das velhas estruturas de hegemonia religiosa mesmo nos planos maiores tudo é diversidade no “bom combate”

- Se houvesse um pacifismo inerte a comunidade espírita desede suas raízes, não teríamos muitas conquistas importantes até agora alcançadas. Além do mais, correríamos um risco maior ainda de dogmatização



2.3 - OUTORGAS E MISSÕES

2.3.1 - Como entender a questão da Outorga Espiritual conferida a honrosas instituições da seara por parte dos espíritos superiores ?

- Outorgas são confiadas a homens que se organizam e sustentam aspirações coletivas, muito além do individualismo



2.3.2 - Em se tratando do sistema unificador, como compreender a outorga proclamada a uma única instituição no inspirado livro “Brasil, coração do Mundo, Pátria do Evangelho” ?

- A Outorga foi conferida inicialmente a Bezerra de Menezes, quando ainda na erraticidade, na condição de depositário das esperanças missionárias relativamente à união e harmonia na lavoura do Cristo em solo brasileiro

- Após seu desencarne, a 11 de abril de 1900, o Espírito Verdade confiou-lhe em definitivo os caminhos do espiritismo no Brasil

- O que inicialmente fora conferido ao “médico dos pobres”, transfere-se para um grupo mais amplo na multiplicação das esperanças dos céus em um futuro mais pacífico e fraterno entre os espíritas. A Federação Espírita Brasileira era o grupamento mais apto a receber essa grande oportunidade. Em 1949, os homens assinam o “Pacto Áureo”



2.3.3 - Como analisar a questão de hegemonia em assuntos de união afetiva ?

- A outorga natural de planos maiores existe como incomparável oportunidade de ministrar rumos sem evocar o comando. Essa delegação não encerra em si mesma o ilusório direito de centralização, que assinala perigoso engano da vaidade humana

- Ministrar rumos, mais que expedir normas de controle e coação elaborada nos gabinetes da intelectualidade, significa servir e passar, exemplificar e delegar

- Encontramos no Movimento Espírita o que poderíamos chamar de uma luta improfícua por controle ideológico, que nasce da intransigente necessidade humana de “posse da verdade”, velho hábito cristalizado em milênios de orgulho

- Inspire-nos a idéia de que o poder organizado é uma ala na enfermaria do Movimento Espírita, onde se encontra doentes em estado grave a requisitar muita oração, piedade, e exemplos nobres de humildade no trabalho ativo e transformador

- Afora isso, as próprias circunstâncias decorrentes da excessiva distração das almas viciadas no prestígio e na necessidade de controlar, serão fatores educativos indispensáveis na recuperação do discernimento e da coragem para romperem, pouco a pouco, os elos inferiores que os aprisionam



2.3.4 - Como avaliar o “Pacto Áureo” ao qual os espíritos emprestam enorme valor e respeito para os  destinos da causa ?

- O “Pacto Áureo” representa o conclave em que os irmãos da FEB assumiram livre e conscientemente  a responsabilidade de serem o exemplo a ser seguido nos objetivos da união e da concórdia entre os espíritos

- Tão logo os homens tomavam medidas valiosas de aglutinação de forças em torno do “Pacto”, Bezerra de Menezes prontificou-se, novamente, a rogar ao mais alto a interseção em favor da reencarnação de 80 líderes que renasceriam com funções de instaurar os germes do ciclo de maturidade da causa, os renovadores sociais

- Em sua maioria esses líderes retornaram à carne tão logo se concretizou a assinatura do “Pacto Áureo”, em 1949, esforçando-se para tornar seus dias mais produtivos em favor da coletividade, coincidindo com o fechamento do milênio, e a abertura da terceira etapa de 70 anos do espiritismo na Terra, quando então estarão sendo fincadas as bases para a sua maioridade entre os homens, conforme preconizou Bezerra de Menezes em sua palestra “Atitude de Amor”



2.4 - LÍDERES, ÍCONES E MISSIONÁRIOS

2.4.1 - Os  80 líderes preparados por Bezerra de Menezes seriam missionários na transformação da Seara ?

- A grande maioria é composta por almas sedentas em superarem o orgulho e o prestígio pessoal que ainda carregam, em razão de malfadadas existências no religiosismo estéril. Serão sucedidos se souberem usar a ampla capacidade de visão religiosa que possuem

- Fenômenos sociais de unificação econômica, política e intelectual desenvolver-se-ão em todos os continentes

- esses líderes ampliarão largamente a sensibilidade social e a inteligência afetiva que lhes permitirá a instauração dessa condição de compreensão para com o  outro

- Alguns deles participaram dos primórdios do espiritismo na França e no Brasil, retornando para continuarem o que começaram

- Cooperarão com o progresso da doutrina, através da implantação de modelos de serviço voltados para a sociedade, alavancando vínculos mais afetivo nas responsabilidades comunitárias e no atendimento de necessidades humanas



2.4.2 - E os assinantes do “Pacto Áureo” seriam missionários ?

- Tivemos em Bezerra de Menezes o missionário da unificação pelas idéias e, sobretudo, pelos exemplos de caridade. Os que vieram depois com raras exceções seguiram-lhe apenas as idéias, entretanto, os exemplos e intenções...

- Almas com grande habilidade na arte de dirigir, foram chamadas na condição de discípulos. Seus deveres deveriam concentrar-se em ajudar o movimento espírita a pensar o futuro, e facilitar, pelo exemplo, o clima de convivência autêntica, em relacionamentos leais e amigáveis



2.4.3 - Podemos considerar Francisco Xavier como um missionário ?

- Ele é o Missionário do Evangelho aplicado no Sec XX. Bezerra de Menezes disse que depois de Kardec, ele é o servidor que consolidou com mais legitimidade as aspirações do Espírito Verdade para o futuro do Espiritismo na Humanidade



2.4.4 - Que importância representa os líderes considerados ícones no Movimento

 Espírita ?

- O que será infrutífero para a causa que abraçarmos, é o cultivo dos mitos através da idolatria, postura incompatível com a fé racional

- Os tempos novos que se avizinham trazem, como paradigma de realizações, o serviço em equipe, ao mesmo tempo, constituirá medida defensiva contra as arremetidas imprevistas do personalismo e do orgulho

2.4.5 - Em que condições chegam os dirigentes espíritas no Mundo Espiritual ?

- Como aquele que mais receberam para obterem o êxito em suas reencarnações

- Se o proveito foi bom, avançaram no progresso em apenas uma existência, o que muitos deles não avançaram em séculos ou milênios

- Será surpreendente e incômodo a nossos irmãos dirigentes espíritas na carne, suporem que antes do berço, muito deles foram resgatados de regiões inferiores na erraticidade. Mais doloroso ainda será admitir que muitos companheiros espíritas das linhas de frente, foram doutrinados verbalmente nas sessões mediúnicas a exemplo dos chamados “obsessores” nas nossas tarefas de intercâmbio em razões de suas cristalizações religiosas de adorno

- Retomando a oportunidade reencarnatória, muitos impulsos reaparecem na forma de hábitos que os inclinam a repetição. Notoriedade, ritualismo, menos esforço, expectativas de proteção especial por parte dos espíritos, cultivo de tradições, adoção de posturas pudicas apresentam-se novamente em sua conduta



2.5 - PRÁTICAS ESPÍRITAS E INSTITUCIONALIZAÇÃO

 2.5.1 - O espiritismo tem sido institucionalizado

- Toda doutrina necessita da institucionalização, entretanto, o problema é o excesso, quando as convenções são mais importantes que o amor

- Toda idéia moral permanece por tempo demasiadamente prolongada no cérebro sem provocar afetivas renovações no sentir e no agir tende a ser foco de convencionalismo excessivo

2.5.2 -  Como entender a institucionalização das práticas Espíritas

- Onde existem dogmas proliferam aos formalismos, muito natural que em mentes recém desvinculadas dos arquétipos religiosos exteriores, haja fortes reflexos do ritualismo e do misticismo nas atitudes

- Preferimos as ilusórias senseções do prazer de discriminar, excluir e difamar com intuitos de supremacia pessoal

- As práticas espíritas, a exemplo de modelos institucionais do cristianismo primitivo, deveriam ser livres, espontâneas e simples. Os padrões e a disciplina, o preparo e o estudo são úteis até o ponto em que não cerceia a capacidade grupal de criar seus próprios métodos e caminhos

- O critério de unidade doutrinária precisa ser revisado pelos amantes da causa, para não cercear o que há de mais enriquecedor no espírito cristão : a criatividade e o bem-estar de conviver





2.5.3 - Allan Kardec destacou a importância da Unidade para o futuro da Doutrina. Como entender essa Unidade ?

- Em se tratando do espiritismo, a unidade deve assentar-se em valores morais em detrimento dos institucionais. Elegemos esses valores como sendo a lógica e o amor e teremos um movimento forte capaz de encarar a razão em qualquer época da humanidade



2.5.4 - Por onde estariam os velhos trabalhadores da Unificação ? Por que não oferecem notícias e orientações ao Plano físico, guardando-se em incompreensível silêncio perante os encarnados ?

- Estão na serviço ativo, aqueles que souberam conquistar o poder interior de negar a si mesmo. Porém, muitos médiuns têm se tornado reféns do silêncio, sequestrados pelo medo do novo. A questão do silêncio dos espíritos tem muito a ver com a perniciosa omissão. Vários medianeiros preferem o aplauso dos homens a serem alvo de chacotas ou críticas que não gostariam de ouvir a seu respeito

- A tarefa dos médiuns é crivarem suas comunicações, oferecendo-se para servirem onde e como forem chamados, sem direito a escolherem a natureza dos chamados, conquanto devam ser conscientes e seletivos à natureza de suas produções mediúnicas. O personalismo tem sido, quase sempre, o grande obstáculo

- Uma nova “proibição de falar com os mortos” parece ter dominado certa parcela dos ambientes de trabalho cristão. É a institucionalização nas práticas gerando obstáculos ao diálogo entre mundos, retardando a verdade

- Não podemos deixar de mencionar que os escrúpulos de muitos médiuns são compreensíveis, pela falta de apoio e condição de seus próprios orientadores no Plano Físico que, igualmente se encontram escravizados pelo dogmatismo



2.5.5 - Os bons espíritos oferecem amparo especial aos trabalhadores da unificação ?

- Os trabalhadores da unificação que receberam a concessão de servirem à coletividade em nome de Jesus são dignos de auxílios especiais, para que tenham resistência no cumprimento de seus  árduos deveres

- Não há parcialidade, há justiça. Os bons espíritos se interessam pelos que usam criteriosamente da faculdade de discernir e trabalhar seriamente por melhorar-se





2.5.6 - Que relações encontramos entre o dogma e a institucionalização ?

- O receio e a acomodação para enfrentar as exigências dos novos tempos, poderão manter por longos séculos o cultivo da institucionalização

- O efeito mais nocivo da institucionalização chama-se dogmatização, ou seja, a adoção de idéias, métodos, padrões e convenções considerados verdades concluídas, inquestionáveis e definitivas

- O efeito do dogmatismo é conduzir a fé humana ao misticismo, idolatria, puritanismo, fanatismo e submissão ao autoritarismo

- As práticas sem dogmatização faculta a utilização da criatividade e a expansão da afetividade nas relações no trabalho espírita

- A cautela excessiva conduz à prudência desnecessária, causando lentidão e medo . Medo de experimentar e lentidão para escolher e construir novos caminhos



2.5.7 - Como reeducar nossos ímpetos institucionais arquivados na bagagem mental ?

- Com a adoção de medidas que desenvolvam a abnegação no trabalho espírita, aprendendo a produzir em equipe, trabalhando por idéias renovadoras e estabelecendo parcerias

- Com as equipes, dilataremos a motivação pela solidariedade e despretensão, laborando por idéias que promovam o crescimento humano não ficaremos apegados à obra que criamos

- Ao longo dos séculos, os sistemas hierárquicos têm operado como ninhos acolhedores do personalismo no qual adormecem muitos líderes, sob o doce encanto dos cargos, para despertarem somente depois da morte nos braços da revolta e da decepção



2.6 - HOSPITAL ESPERANÇA

2.6.1 - Como surgiu a idéia da construção do Hospital Esperança ?

- No romance “Lírios de Esperança”, da autora espiritual Ermance Dufaux, encontramos maiores detalhes sobre essa obra de amor erguida por Eurípedes Barsanulfo no Mundo Espiritual

- Antes de nossa última existência carnal no ano de 1880, deixamos na erraticidade um instituto de educação e, em 1918, depois de materializarmos um pálido reflexo desse instituto no Plano Físico, na cidade de Sacramento, regressamos ao Mundo espiritual para dar maior expansão ao labor

- Foi por volta de 1930 que recebemos a autorização para iniciarmos nosso abrigo de paz para as almas que conheceram o Evangelho. A esse tempo. Dona Maria Modesto Cravo já cultivava a semente que funcionaria como posto de alimentação e intercâmbio intermundos, fundando em 1933, o Sanatório Espírita de Uberaba

- Em 1964, Maria Modesto Cravo retorna ao Mundo Espiritual e assume, a pedido de Bezerra de Menezes, a função de educadora dos espíritas junto ao Hospital



2.6.2 - Por que os Espíritas receberam uma cota de espaço em maior amplitude junto ao Hospital, com dois pavilhões inteiros ocupados ?

- Depois do retorno de Dona Modesta, em 1064, Bezerra de Menezes, que orientava os pavilhões onde recolhíamos os cristãos espiritas, em dores lamentáveis, passa-lhe o laurel do labor em razão de outros compromissos mais graves

- Os irmãos de ideal muito receberam e, se não honram suas concessões, amargam, após a desilusão da morte , uma profunda expiação em seu mundo íntimo

- Aos Espíritas-Cristãos é destinado maior espaço no Hospital porque seus dramas são dignos de piedade e complexas operações de salvamento



2.6.3 - Os dois pavilhões estão aos cuidados de nossa irmã ?

-  Somente um deles, o dos Dirigentes Espíritas. Nesse pavilhão encontramos alas inteiras destinadas à recuperação de condutores da unificação que elegeram para si o troféu de supremacia



2.6.4 - Qual o principal drama que acomete os Dirigentes Espíritas atendidos no Hospital Esperança ?

- É o fato de não terem feito todo o bem que podiam, mas não quiseram fazer para aqueles que desertaram e atolaram-se no desculpismo e no descuido com seus deveres à luz do Evangelho. É a dor do remorso desesperado

- A condição das almas que conheceram o espiritismo e galgaram a responsabilidade de formadores de opinião, detendo influência e poder de decisão inteligente e visão ampliada, é daquele servo da” Parábola dos Talentos”, que enterraram o tesouro generoso, concedido pelo senhor, com medo das lutas que enfrentaria na ingente batalha consigo mesmo

- Porisso, aqueles que guardam responsabilidades coletivas junto à comunidade doutrinária, são almas inseridas no que chamaremos de “sublime expiação”, ou seja, a condição irreversível de doarem-se ao bem alheio acima de seus interesses pessoais

2.6.5 - Qual tem sido o estado espiritual dos Dirigentes da Unificação junto ao Hospital ?

- Embora detentoras de gravíssimas responsabilidades e compromissos, não são almas especiais temos recebido alguns deles, como portadores de relativa tranquilidade pelas realizações a que se entregaram com boa vontade e desejo de ser útil.

 - A maioria, no entanto, apesar das alegrias amealhadas pelo bem que fizeram ao espiritismo, carregam um doloroso vazio no coração, por não terem se aproximado, quanto podiam, das necessidades humanas ao longo da jornada, quando se dão conta que passaram de modo retilíneo nas sendas da devoção institucional, quando muitas vezes lhes era suplicado contornar por atalhos desafiantes e ficaram estacionados perante os tropeços da viagem

- Outras vezes, adotaram posturas intransigentes. Ainda outros por não terem rompido com convenções e estendido a mão e a palavra aos que lhes apresentavam modo diverso de entendimento. Temos, também, aqueles que se encantaram demasiadamente com a tarefa, julgando-se missionários de largo pórtico, deixando a família consanguínea a mingua de afeto e deveres no lar

- Outros tantos por atitudes de rigorosa vigília sobre a ação do movimento espírita, caindo na velha cilada da hegemonia e do policiamento  ideológico. Ainda existem casos mais dolorosos nos quais, depois de muita perturbação e maledicência, alguns corações distraídos caem nas garras dos adversários ferrenhos do espiritismo, passando expiações em regiões inferiores na erraticidade sob hipnose e exploração obsessiva

- Conquanto seja de muito valor tudo que fizeram pelo espiritismo, infelizmente é preciso constatar que muitos deles, em verdade, serviram a si próprios e não a causa. Adornam-se com títulos e cargos, cerimônias e pequenos sacrifícios que lhe asseguravam nítida sensação do dever cumprido



2.6.6 - Qual o perfil espiritual dos dirigentes da unificação ?

- Quase todos foram expressivos líderes junto ao tronco Judaico-cristão em sucessivas reencarnações no religiosismo sem amor. Essa condição lhes rendeu lamentáveis quadros expiatórios na erraticidade

- Com o surgimento das reuniões socorristas no Movimento Espírita Brasileiro no findar do Sec XIX, muitas dessas almas foram carinhosamente doutrinadas, depois de retiradas dos charcos do remorso em zonas purgatoriais, e aceitaram novas responsabilidades junto aos esforços de fé coletiva

- Trata-se de uma geração de espíritos muito aferrados ainda às necessidades institucionais das quais vão, paulatinamente, desvencilhando-se





2.6.7 - Que diretrizes práticas poderíamos adotar para a aquisição da condição de bons dirigentes à luz do Evangelho ?

- A condição de homem que queiram aprender a dialogar, que saibam pedir perdão e assumam definitivamente o próximo como sendo mais importante que a instituição

- Homens que tenham coragem para assumir os riscos de dirigir com o coração, amando incondicionalmente e abdicando de formalidades que muitas vezes causam a sensação de segurança e grandeza



2.6.8 - Por que os espíritas enfrentam tantos problemas com a morte, quando seria de esperar melhores colheitas no processo de libertação ?

- Porque não souberam viver bem, em função das ilusões das quais deveriam se despir. Entre elas, a que mais amargura tem causado, é a da superioridade que  julgam possuir em razão do conhecimento e das práticas que realizam

- Por aqui temos recebidos médiuns equivocados que se supuseram grandiosos demais, tão somente em razão das boas companhias espirituais que lhes assistiam; Oradores que cultivaram uma imagem de enaltecimento de si próprio, quando apenas conseguiram iluminar a sua boca; dirigentes que se encantaram com a suposta condição de missionário, devido a respeitabilidade doutrinária auferida, que, no entanto, eram expoentes da indiferença junto a seus filhos



2.6.9 - Seria justo considerarmos, nesse caso, que o bem semeado pelos nossos companheiros, junto à lide espírita não determina credibilidade espiritual ?

- Seria incoerência negar o valor das sementes do bem que plantaram. O que se torna imprescindível rever é a adesão mecânica, nas quais muitos corações estagiam prolongadamente sem aperceberem-se do bem que aquela semeadura traz para si mesmo

- O labor doutrinário de amor ao próximo é fonte de equilíbrio. Resta agora auxiliar ao homem que bondosamente tem se tornado um dispensador de Bênçãos para o próximo, aprender como amar a si mesmo em favor de sua melhora individual

- Quem se ama sabe consolar e incentivar, atrai naturalmente os aflitos e sofridos do caminho que mendigam paz e esperança. Irradia espiritualidade e ilumina por onde passa

- Dessa forma, a caridade deixa de ser um treino de afeto nos momentos da assistência formalizada e promove-se à condição de força espontânea que brota da criatura feliz consigo mesma



2.7 - MENSAGEM FINAL

2.7.1 - Qual mensagem deixaria aos nossos irmãos espiritas na vida corporal ?

- Gostaríamos de relembrar o excelente programa de unificação traçado pelo “Espírito Verdade” aos homens, quando disse no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap 05 :  “Espírita! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; Instrui-vos, este o segundo”

- O que vos possa parecer uma série de insucessos na história do Movimento Espírita, nada mais é do que o reflexo inevitável de um canteiro de esforços contínuos, cujos operários são homens comuns aspirando por sua melhoria, sob o calor causticante da transformação interior

- Lamentável, todavia, são os cadinhos de remorso que muitos lidadores bafejados com a luz do Consolador, têm carreado a si mesmos para depois da morte

- Entramos em nova etapa nos destinos da causa, as certezas dogmáticas que estabeleceram padrões de segurança durante décadas na Seara, serão abaladas com rigor pela força natural dos acontecimentos

- Temos pela frente uma crise de identidade que levará os corações habituados ao religiosismo a profundos desafios renovadores da inteligência e das concepções. Uma crise de referência doutrinária que levará companheiros queridos da faina espiritual a revisão de seus métodos e práticas na aquisição de melhores resultados nos labores espíritas

- Avizinha-se um tempo que conclamará todos os seareiros à vivência autêntica do espiritismo por dentro, o Evangelho no coração, sem os aparatos do superficialismo moral

- Trabalhemos juntos, com afinco, pela extirpação da praga do dogmatismo febril e ostensivo em nossa coletividade. O dogmatismo é :

 (1) A crença das multidões

(2) Aquilo que preferimos porque a maioria aceitou.

(3) O aval de suposta segurança que muitos almas aderem para não terem que enfrentar a verdade sobre si mesmo

(4) São idéias prontas e definitivas sobre alguém ou alguma prática

- O homem espírita encontra, quase sempre, na “Revelação Espírita”, o seu conceito pessoal de eternidade, vangloriando-se com o saber sob hipnose da soberba, supondo-se com resposta para tudo. Desiludamo-nos amigos da caminhada!

- Todas as letras enviadas do céu para a Terra pelos portais Sagrados da mediunidade, apenas representam, mesmo com toda a sua riqueza, um pequeno grão de areia ante o mar da imortalidade

- Precisamos de ousadia para incrementar os desafios práticos e íntimos que nos aguardam. Essa ousadia, no entanto, só nascerá nas almas que estejam conseguindo corresponder ao mínimo dos apelos para a transformação interior

- O projeto de vida dos novos cristãos espíritas deve ser fazer todo o bem possível. Ao tratarmo-nos como irmãos, perguntemos se realmente sentimos o outro como nosso irmão, porque a caridade é a alma da unificação



3 - TERCEIRA PARTE : MOVIMENTO ATITUDE DE AMOR - A ERA DA MAIORIDADE DO PENSAMENTO   ESPÍRITA

- OS TEMPOS SÃO CHEGADOS

- Nada do que está sendo anunciado nestes novos tempos por uma diversidade de espíritos, e tendo como porta-voz Bezerra de Menezes, falando em nome do “Espírito Verdade”, já não houvera sido dito outrora

- Allan Kardec no último Cap da Gênese assim se referiu em “Os tempos são chegados” : “ O tempo novo surge porque a humanidade já se encontra amadurecida par vivenciá-la e segue a um rigoroso planejamento divino”.

-“ O progresso da humanidade se cumpre, pois, em virtude de uma lei. Ora, como todas as leis da Natureza são obra eterna da sabedoria e da presciência divina, tudo o que é feito dessas leis resulta da vontade de Deus, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade imutável”

- “Quando, por conseguinte, a humanidade está madura para subir um degrau. Pode dizer-se que são são chegados os tempos marcados por Deus, como se pode dizer, também que, em tal  estação, eles chegam para a maturação dos frutos e sua colheita. Os tempos que são chegados, nós Espíritas denominamos, há muito, de fase de regeneração”

- O nível de avanço intelectual que já atingiu a humanidade é incontestável, no entanto, não se pode fazer a mesma afirmativa no campo moral. Bezerra de Menezes é enfático em identificar o orgulho como o principal inimigo a ser combatido nas hostes espíritas.

- Nossos vícios atávicos, diz bezerra, fez-se presente entre nós através da arrogância, da inflexibilidade, do perfeccionismo, do autoritarismo, da intolerância, do preconceito e da vaidade, fomentando o dogmatismo e a fé cega, ao mesmo tempo em que semeava a hierarquização e o sectarismo

- Todos são convidados a participar desse novo tempo semelhantemente ao festim de bodas. A regeneração da humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação integral dos espíritos : basta uma modificação em suas disposições morais









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