segunda-feira, 4 de julho de 2011

Unidos pelo amor

                                                            UNIDOS PELO AMOR

A – APRESENTAÇÃO : (BEZERRA DE MENEZES – em 01 de Mai de 2003)

    -A fraternidade não pode ser instituída, precisa ser sentida. Menos convenções e mais trabalho de
      aproximação afetiva

    -Alguns corações encontram-se avassalados pela negligência e ausência de criatividade

    -Distraídos com as forças institucionais, esses generosos aprendizes adotam posturas infantis
      perante os reclames graves da hora presente, que solicita sobriedade, desprendimento e atitudes
      menos comuns, pois muitos deles sentem-se inseguros em adotar os caminhos da ousadia

    - Um novo conceito do ato de unificar,ou seja,unificação de corações

B –PREFÁCIO : (CÍCERO PEREIRA –  em 01 de Maio de 2003

    -Adentramos o período da maioridade das idéias espíritas que nos exigirão muito amor,uns pelos
     outros

   -A conceituação que aqui evocamos para a unificação é a da convivência fraterna, baseada no res-
     peito e no apreço pelas diferenças que compõem a variedade de segmentos da seara espírita, a se
     expressarem nas linhas do entendimento, da metodologia e das práticas

   - Em “Seara Bendita”,obra precedente a essa, escrita por  vários autores espirituais, discorremos
     sobre a institucionalização da unificação. Em “Unidos pelo Amor”,dando continuidade ao tema,
     buscamos estabelecer análises ético- comportamentais

   -Trabalhar por idéias e não por rótulos institucionais. Trabalhar pela causa e não pelas casas


C – PRIMEIRA PARTE : CONDUTA AMOROSA NOS CENTROS ESPÍRITAS

             (ERMANCE DUFAX)

    

CAP  01 – SUBLIME CONQUISTA

-Hábitos afetivos serão adquiridos no esforço diuturno de estabelecer convivências agradáveis e
 saudáveis

-O cultivo da alegria, da cortesia, do respeito às diferenças, da maleabilidade, da ternura e da pres-
 tabilidade são alguns dos exercícios diários que levam à fraternidade

-Sensibilidade, indulgência e alteridade são a identidade dos atos fraternos

-Fraternos são os que, identificados com a serenidade interior, dilatam a compreensão da vida e das
 criaturas, tornando-se sensíveis e afáveis, se pieguismo e sentimentalismo  

-Fraternos são os que porfiam pela indulgência, sempre alcançando o próximo com ações altruístas
 e solidárias

-Fraternos são os que aplicam-se na disciplina da alteridade, respeitando e amando indistintamente
-Allan Kardec concita-nos a dignificar a causa priorizando o homem, suas necessidades e seus
 valores, ao invés de impor uma ‘Nova Cruzada” pela supremacia da mensagem em detrimento do
 amor que merecemos uns dos outros

-Antes dos projetos de amor “além- paredes”,estimulemos a fraternidade,prioritariamente, ao próxi-
 mo mais próximo,aquele que divide conosco as responsabilidades doutrinárias rotineiras em nossa
 casa espírita

CAP  02 – UNIFICAÇÃO DE CORAÇÔES

-Sendo tamanho o serviço a ser feito e tantos os dramas a serem socorridos, é incompreensível a
 rivalidade ou o despeito entre as sociedades espíritas, desperdiçando forças que poderiam ser con-
 sumidas nas trincheiras do bem

-Alega-se excessos de deveres, outras vezes o pouco tempo, e ainda há declarações taxativas de que
 o ideal é “cada um fazer a seu modo”, e tudo isso para justificar a ausência de intercâmbio ínterins-
 titucional

-Tal estado de isolacionismo, no qual se encontram nossa nossas células de serviço,é um atestado
 de descuido de todos os que nos dizemos espíritas, sendo um dever que nos compete prezar com
 mais constância à luz da fraternidade, através do esforço de aproximação e entendimento

-Tenhamos sempre os braços abertos e as mãos estendidas a todas as entidades que alberguem o
  ideário de Kardec e Jesus

-Cultivemos,principalmente entre os dirigentes e formadores de mentalidade,os valores da cortezia,
 da amizade, da predisposição em amparar, do júbilo em acolher um seareiro do mesmo caminho,
 da presteza em nome do amor incondicional

-Honremos a causa, abraçando as “casas” e seus seareiros, pois nenhum “Plano de Deus” para a
 Seara dispensa os atos fraternais,porquanto, passar por cima de valores humanos a fim de alcançar
 “Metas Utilitárias” é engodo provocado por velhas ilusões


CAP  03 – MIRAGENS DO PERSONALISMO

-O personalismo é a excessiva valorização de si mesmo,desenvolvendo complexos mecanismos de
  auto-centrismo que fomentam miragens variadas sobre si mesmo, levando a criatura a encantar-se
  em hipnótico fascínio com qualidades,conquistas,posses,valores e experiências de vida, determi-
  nando miragens de auto-valorização excessiva e pertinaz

- Na comunidade doutrinária passa de assistido beneficiado,à condição de trabalhador exigente,que
  se julga insubstituível e dotado de excelentes quesitos para o trabalho,esquecendo de entender
  o trabalho como oportunidade e as vitórias como testemunho da despretenção

-Os efeitos indesejáveis do personalismo para a tarefa espírita podem ser percebidos no servidor
 quando se crê demasiadamente valoroso, evitando delegar responsabilidades por acreditar que
 ninguém as cumprirá com a mesma desenvoltura, ou ainda quando espera tributo de reconhecimen-
 to alheio

-Valorizada deve ser a nossa participação ,menos para a seara e mais para nós mesmos, frente à
 extensão de nossas necessidades

-Quase sempre somos pequenos vaga-lumes que lampejam no bem, no entanto, sob o fascínio da
 vaidade, acreditamos ser sóis fulgurantes de luz e calor espraiando seus raios pelo universo



 CAP  04 – NA CONSTRUÇÃO DE GRUPOS SÉRIOS

-Junto às agremiações que assumem a tutela do espiritismo,devemos destacar como prioridade a
 construção de relacionamentos saudáveis,duradouros, e que a lídima liberdade, exercendo o servi-
 co e o aprendizado da construção de equipes que aprendam a se amar nas diferenças, obedecendo
 aos imperativos da diversidade

-A dúvida é erva daninha, extenso e fértil para a sementeira da discórdia,da deserção, da inveja, do
 personalismo e da obsessão. Por isso, teçamos a rede da confiança em nossos grupamentos de labor     espiritual cultivando sinceridade com ternura, autoridade com exemplos contagiantes,pois sem com-
 fiança não há união sustentável

-Não basta, porém, a convivência amiga e agradável que pode derrapar no apego, na intimidade     
 particularista, na ausência de limites educativos. Jesus, líder incomparável, arregimentou os discí-
 pulos na construção do grupo amigo e fraterno e “deu-lhes poder”

-Grupos amigos sim, mas, além disso, propósitos sérios que instruam, libertem e contribuam para o
 crescimento pessoal e grupal em direção à vida imortal

-Amigo servidor  de nossa lida doutrinária! Afeiçoa-te ao clima da fraternidade, e não desista jamais
 de construir a harmonia e o vigor moral em tuas relações . Se te preocupares que haja laços mais
 amáveis e cordialidade, é porque devem começar por ti

CAP  05 – ESCOLA DO ESPÍRITO

-Superar limites institucionais, cultivar relações saudáveis e motivadoras, vencer barreiras emocio-
 nais são alguns dos exercícios de aproximação efetiva a que se devem consagrar todos os lidadores
 matriculados nesse educandário do

-Algumas considerações deverão ser observadas nos trabalhos das casas espíritas :

(1) Precisamos aprender, mais do que doar coisas, a se educar para doar-se ,oferecendo os contribu-
    tos íntimos no levantamento de “obras morais”, apesar considerarmos que os serviços de benefi
    ciência e amparo materiais são muitíssimo especiais para a sensibilização do afeto e o ensaio do
    altruísmo

(2)O Evangelho deve ser estudado em pequenos grupos

(3) Afastar da casa de Jesus as trivialidades mundanas,isentando-a de festejos, condutas e ações que
     sejam os padrões dos interesses do homem comum no açulamento de paixões

(4) Sem criar estereótipos,o ambiente deve transmitir harmonia, sensibilidade,e os seus integrantes
     devem procurar serem autênticos,sob o clima de forma espontânea

(5)Fazer das instituições espíritas os educandários de amor da terra,onde as almas se apliquem na
    assertividade, na alteridade, na empatia,na autenticidade, na fraternidade, no perdão, na responsa-
    bilidade, no saber ouvir, no cativo da amizade.

   -Esse o programa renovador das massas que se inicia na individualidade e, posteriormente, nos
    ambientes de sua influência,concorrendo para a união dos grupos e dos espíritas

  -Para tanto,verifiquemos continuamente se o espiritismo está em nós, tanto quanto cremos que
   estejamos nele

CAP 06 – ESPELHOS

-A convivência é o campo das interações humanas no desenvolvimento das mais educativas expe-
riências para a alma, pois cada grupo que participamos pode ser comparado a valoroso espelho no                   qual miramos a nós mesmos, sob diversos ângulos

-O entendimento pessoal, o temperamento, as carências, as habilidades e também as imperfeições
continuam com suas características pertinentes a cada personalidade, e , por esse motivo, no “jogo
das relações”, apresentam-se de modo expressivo as diferenças individuais, estabelecendo as
necessidades de ajustes na edificação de uma vida inter-pessoal proveitosa e gratificante

- Eis algumas recomendações para uma melhor convivência nos grupos espíritas, respeitando, assim, as diversidades humanas :

(1)Aprender a discordar sem gostar menos de nossos companheiros

(2)Aceitar cada pessoa como é, procurando entender os “porquês” dos incômodos que sentimos
     com esse ou aquele coração

(3)Manter o diálogo franco e afetuoso com quem for a razão das nossas decepções

(4)Pensar sempre com bondade sobre quaisquer pessoas, em quaisquer situações

(5)Tecer críticas bem fundamentadas, mas sem querer convencer ou humilhar

(6)Compartilhar as angústias com as pessoas certas, evitando conceder tempo para que se cristali-
     zem intensamente, transformando-se em maledicência

(7)Ajuizar com isenção de ânimo o valor das idéias alheias

(8)Orar sempre pelas criaturas com as quais antipatizamos

(9)Manter sempre os limitas sensatos da proximidade,sem a intimidade que corrói a harmonia e a
    saúde dos relacionamentos

(10)Aprender a saber receber as críticas e saber tirar bom proveito dos elogios, sem entusiasmos
      ou paixões,  tanto com um quanto com outro

(11)Falar menos de si e ouvir mais o outro

(12)Jamais se supor indispensável

(13)Utilizar com maior freqüência a terapia do abraço e do sorriso nos roteiros da afetividade 

   -Portanto, aprender a conviver é lição da espiritualização humana

CAP 07 – CIDADANIA CÓSMICA

-Cidadania é a prática da convivência social, respaldada na cooperação e na cumplicidade

-O ato da cidadania significa formar uma cosmovisão da vida,cujo princípio estrutural é a natureza
  Interdependente do homem em sua trajetória evolutiva,em que ele receberá retorno conforme os   
  resultados felizes ou infelizes na forma de interagir com esse todo

-Nesse ecossistema galáctico,ao findar do segundo milênio, a humanidade carnal contabilizava
 aproximadamente 6,5 bilhões de almas sob a tutela da reencarnação,enquanto os “censos”
 espirituais davam conta de 24 bilhões de espíritos fora do corpo. Nesse cenário de 30 bilhões,algu-
 mas conjecturas otimistas levam-nos a calcular um contingente de espíritas em torno de 1%

-Torna-se imperativo estudar a questão da convivência dos centros espíritas com a sociedade.
  Observam-se corações sofrendo por ausência de orientação espiritual, mas residindo ao lado das
  abençoadas agremiações de amor. O receio infundado ou mal conceituado de proselitismo tem
  incentivado um distanciamento das necessidades comunitárias. Essa omissão estabelece uma aura
  de pureza nos círculos de espiritismo,com adoção de condutas puritanas, quando se espera autenti-
  cidade, alegria e melhora de quem lhes freqüenta as frentes de serviço. Dessa forma, impede-se a
  possibilidade do diálogo participativo e realista, sobre as lutas pessoais nas experiências diárias,
  subtraindo o ensejo de conduzir as temáticas espíritas para uma contextualização

-Essa educação moral, mais do que passar conteúdos espíritas, será a iniciativa de inserir a “pedago-
 gia de projetos”,preparando a criança, o jovem, o adulto e o idoso ao desenvolvimento de habilida-
 des afetivas, produtivas, cognitivas e espirituais

- Mais que difundir conceitos carecemos de desenvolver valores, prezando, antes de tudo, a convi-
  vência, a parceria, banindo a reducionista expressão ”assistência social”, substituindo-a por
 “responsabilidade social”. Urge deixar de conceber essa iniciativa dos Centros Espíritas como
  mera tarefa, passando a aplicá-la como um campo natural de interação renovadora

-Nem o espírita nem o espiritismo terão ingredientes suficientes para provocar a renovação social,
 ao contrário, a sociedade é que decide, na sua sagrada condição de livre arbítrio, o “instante divino”
 de absorver a verdade e buscá-la

-Compete,pois, aos que já se encontram na lides da espiritualização de si mesmos, o dever de abrir
 as janelas para o mundo, atestando com o seu exemplo, o esplendor da mensagem rediviva do
 amor,em plena forma de viver como Cidadãos do Universo 


CAP 08 – ERA DA PARCERIA

-Ninguém desconhece a influência positiva que exercem as criaturas que possuem a habilidade de
 liderar. Sem qualquer demérito aos esforços sacrificiais das lideranças que orientam o movimento
 renovador do espiritismo,verificamos, entre esses condutores da causa dois traços, dentre outros,
 que têm comprometido severamente as mais promissoras sementeiras
:
(1)Alguns se posicionam com nocisa influência dominadora em função de seus ímpetos de conven-
 cimento e ousadia. Quando de temperamento destemido, costumam viajar pelos vales do
 “idealismo obstinado”,penetrando os charcos da vaidade, tornando-se, então, visionários inquietos
  dispostos a muitos riscos e pouca conversa. Esses são os “dominadores”

(2)Outros ,mais conservadores, estacionam na zona delicada da fidelidade e pureza filosófica, a
 título de zelo e vigilância. Quando zelosos e pacientes, mourejam,inúmeras vezes, pelos terrenos da
 morosidade e da cautela excessiva, assumindo, então, a postura de guardiões insubstituíveis do
 trabalho. Esses são os conservadores

-Citaremos alguns exemplos de suas ações, tanto umas quanto outras, são escassas na arte de ouvir :

(1)Os dominadores atolaram-se no vício de controlar e decidir através das convicções pessoais exar-
  cebadas, enquanto os conservadores acostumaram-se a protelar, a pretexto de paciência

(2)Os dominadores atuam com o excesso das forças pessoais,enquanto os conservadores jogam com
  a força das circunstâncias, acrescida de fervorosa expectativa de uma “ajuda do além”

(3)Os ousados dominadores quase sempre se acreditam predestinados e indispensáveis a missões
   formidáveis, que somente eles podem cumprir, ao passo que os ortodoxos,em muitos casos, culti
   vam misticismo desenfreado, a ponto de esperarem orientações mediúnicas sobre como agir, ou
   fazerem leituras personalistas dos ditados universais do espíritos

(4)Os dominadores ouvem somente a voz de suas idéias, enquanto os outros adoram escutar a força
   dos fatos ou a palavra do além

(5)Os que adoram o controle, conseguem, a princípio, extenso raio de simpatia para,depois, provo-
    carem a insatisfação e o repúdio,ao contrário dos que se acomodam na lentidão , envolvendo
    muitos na onda da precaução e da reflexão,cerceando os impulsos de quem quer trabalhar e
    crescer, causando discórdia, cansaço e abandono

  -Em tese, ambos têm em comum :

 (a) Só ouvem aquilo que vem de si mesmo e não da sua consciência

 (b) Padecem de lastimável mal psicológico : “Não aprenderam a ouvir”

 (c) Não aceitam críticas

 (d)Apóiam-se em informações mediúnicas ou teorias cármicas para ameaçar e constranger seus
    Seguidores

 (e)Em nenhuma detectamos a presença indispensável das marcas excelsas dos líderes na nova era :
     empatia, assertividade, alteridade e diálogo,os alicerces de um processo de trocas  educativas

   -Somos autoritários todas as vezes que desrespeitamos a opinião alheia, Esse desrespeito se dá
    quando não somos sensíveis o bastante para ouvir as idéias ou razões das atitudes de alguém

   -O autoritarismo, na maioria dos casos, é um mecanismo de defesa de algumas vivências trauma-
     ticas com a questão da necessidade da aprovação alheia,sendo, quase sempre, os autoritários so-
     fredores de complexo de inferioridade pessoal

   -Como construir um clima de parceria estimuladora e de convivência feliz :
  (1)Conhecer melhor as idéias alheias,apreciando-as sem julgamento

  (2)Evitar agir com precipitação,fugindo do ciclo de reações intempestivas 

  (3)Habituar a ser questionado em suas idéias sem defender-se e irritar-se

  (4)diluir os papeis dos cargos e manter a proximidade humana,através relações afetuosas

  (5)traçar planos em grupo

  (6)Expor seus sentimentos sem medo de perder sua autoridade

  (7)Todo líder tem muito a dizer,mas um excelente exercício será ser o último a falar

  (8)Assumir seus melindres para não cair na insensibilização,pois o movimento está repleto de
      corações indiferentes que se julgam fortes e experientes
  (9)colabore na edificação, ao invés de apenas mandar fazer


CAP  09 – PRESSÕES PSÍQUICAS SOBRE EQUIPES

-Temos assinalado entre os adeptos da causa espírita uma acentuada propensão para transferirem   aos espíritas desencarnados a responsabilidade por seus atos e escolhas, pois é crescente a ênfase dada às“influências da espiritualidade inferior”,especialmente os que dizem respeito às atividades
doutrinárias e muitos homens encontram álibes perfeitos para justificar muitas atitudes infelizes,
com as quais procuram escudar-se da responsabilidade pessoal

-Enquanto é dada uma importância superlativa às pressões espirituais,os homens deixam de penetrar
 na escola da auto-reflexão e do intercâmbio grupal sadio,para aferirem qual a parcela de compromi-
 sso cada qual possui nos insucessos ocorridos

-As equipes de aprendizes agem como se fossem “marionetes da espiritualidade”, utilizando como
 álibe para suas falências a tese das pressões obsessivas, priorizam e preocupam-se com informes
 mediúnicos

-Estejam certos os amigos na carne desse princípio universal:a sugestão vem de fora, mas a escolha
  é intrínsica, podendo ser aceita ou recusada

-Não são nas pressões que devemos focar nossa atenção, mas na capacidade de controle interior de
 quantos estão gerando a luz em si mesmos, ante as investidas das trevas que sempre existiram

-Pressões psíquicas são termômetros vivos das fragilidades que temos em nós, um excelente campo
 de auto-descobrimento e educação para grupos e pessoas. A crítica não nos agrada, pois não fomos
 educados para ouvir as avaliações sobre nossa personalidade caprichoso. Sendo assim, é mais fácil
 despejar a responsabilidade para fora de si, transferir a causa de muitas lutas das relações para
 espíritos ou vida pretérita

-Apesar dessa grave realidade,mais do que conhecer as “engenhocas do mal”, precisam os homens
 de lucidez para entenderem a si próprios, e educação dos sentimentos para edificarem suas defesas
 interiores

-Allan Kardec, na Perg 465 do LE, indaga aos espíritos : “Com que fim os espíritos imperfeitos nos
 induzem ao mal ? Responderam eles : “Para que sofrais como eles sofrem”. Por isso, compete a
 cada um de vós optar se desejam ou não sofrer como eles, ou sofrer por eles


CAP 10 – MULHER ESPÍRITA

-O processo de emancipação social da mulher atende a imperativos da “ lei de Progresso “ e da
 “Lei de Liberdade”

-Ela ,com seu potencial maternal, nas experiências do lar ,ainda que discriminada, função atribuída
 pelas “Leis naturais”, compensa-se no amor à prole,ao cumprirem o papel de esteio do lar, para que
 a cédula social da família não fosse banida no tempo

-Hoje a mulher é convocada a “sair” do lar, em processo de emancipação, significando elevar-se,
  libertar-se, e nessa conceituação a mulher comum tem saído dos extremos da velha escravatura
  para arrojar-se a novas prisões, nos terrenos da desmoralização socialmente aceitável

-Nessa hora grave em que repousam sublimes expectativas sobre a participação feminina na melho
  ria das condições dos relacionamentos humanos, nota-se, em muitos casos, seu descuido infeliz ao
  sucumbir nos deslizes da fama, da sedução, do esnobismo, da vaidade, da tirania da aparência, da
  exploração corporal e do revanchismo cultural, incendiando paixões ardentes, provocando comple-
  xos de inferioridade, atiçando a inveja, inclusive em outras pessoais da mesma morfologia
  corporal

 -De fato, a mulher tem importante papel no mundo : a dignificação das relações humanas pelo
   sentimento superior do autêntico amor

 -Antes, como “mãe-reprodutora”,premida por toda ordem de“injustiças”, ela dignificou o lar. Hoje,
  quando ela sai de casa para as avenidas da competição, tem-se a nítida sensação de que a institui-
  cão familiar naufragou, faliu

 -No entanto, nos bastidores das mudanças sócio- culturais, os valores da família estão, cada vez
   mais, prezados e requeridos. O problema não está em sair ou não do lar, mas como ela sai do lar

 -Sentindo-se injustiçadas por maridos omissos, infiéis, ou ainda sorvendo o cálice da solidão dolo-
   rosa, permitem-se, em nome das carências pessoais, afetivas e corporais, condutas desonrosas que
   têm composto o quadro dos deslizes da mulher distante das luzes espirituais e, quando não
   chegam a isso, navegam por fantasias perniciosas e ilusórias que lhes custam dias de irritação e
   sentimento de culpa

  -Carência, entretanto, no dicionário da alma tem conceito diverso, pois, enquanto o mundo confe-
   re-lhe o sentido de necessidade pessoal premente e justa, devemos entendê-la como indicativo
   fiel das lutas interiores que temos por vencer, verdadeiro sinal das áreas de compromisso que o
   passado nos devolve

  -Autonomia é resultante da “competição espiritual” que leva a criatura a encontrar mais motivos
    pra amar que ser amada, tornando-se liberta da “neurótica dependência”de alguém ou de alguma
    coisa. Tal condição emocional é conquistada quando o ser é rico em auto-estima, disposto a
    aprender o auto-amor, feliz em servir e viver os princípios éticos do bem e da saúde integral


CAP 11 – TOLERÂNCIA OU EXCLUSÃO

-Nos serviços da causa espírita a que te empenhas, vezes sem conta serás chamado a conviver com
 os afins e contrários nas relações interpessoais. Anseias por uma postura ideal, mas o raciocínio
 confunde-te frente ao desafio,pois, se toleras, é conivente, e, se excluis, és sectário. Na regra áurea
 do amor encontrarás o caminha ideal

-Podes ter divergências sem que essas, necessariamente, excitem a dissidência

-Faze tua parte na manutenção da tolerância construtiva,ou seja, aquela que gera as condições propí-
 cias, no íntimo e no exterior, para que haja o respeito, a convivência pacífica e, até mesmo, a
 possibilidade da iniciativa conjunta

-A atitude de exclusão é das mais engenhosas manobras do orgulho. Defenda tuas idéias, crie teus
 projetos, mas jamais exclua do campo de teus melhores sentimentos quantos vos não partilham as
 idéias ou se indispõem contigo

-Respeite a todos, conquanto não tenhas que pensar por igual, todavia, exclusão, jamais



CAP 12 – PAIXÃO E DESEJO

-Em O Livro dos Médiuns ,Allan Kardec traça sublime orientação aos grupos espíritas quando assi-
 nala : “Um único desejo : o de se instruírem e melhorarem...”, elegendo o estudo e o serviço
 íntimo como centro de nossas intenções

-E mais uma vez deparamos com a importância das relações afetuosas como estimulo a tal mister. A
 ausência desse afeto empobrece os ambientes de nossa convivência, mas, igualmente, seu excesso
 pode trazer-nos experiências limitadoras

-Afeto é o coroamento milenar da sublimação do instinto, depois das múltiplas experimentações nas
  faixas da sensibilidade, da atração e do desejo

-Quando não é conduzida pela educação, a afetividade pode atingir as faixas da paixão através do
 “desejo estimulado”, desejo esse que se impõe à vontade acionando um campo de automatismo
 “quase incontrolável”

-A paixão é bem uma “pane” na vida mental e emocional destituindo a razão, modificando o
  comportamento e aprisionando o livre-arbítrio

-Limite é a disciplina necessária, mesmo entre os que conjugam sua relação em recíproca afeição.
 Quem ama verdadeiramente respeita, reconhece até onde deve interferir, mantém limites de ação
  no campo da afetividade estritamente no campo do equilíbrio e dos bons costumes

-A sábia equipe Verdade destacou que “não existem arrastamentos irresistíveis” e que “querer é
  poder”(Perg 845 – LE), contudo, o foco dos nossos desejos ainda se encontra, acentuadamente,
  influenciado pela ilusão e pelo egoísmo nos lances de amor

-Sem medo dos impulsos, preparemo-nos para amar como se deve e não como se deseja, porque
  Nosso desejo ainda é carregado de pertinaz sombra de egoísmo

CAP 13 – SEXUALIDADE E AFETO

-Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações;
 quando instruído e depurado, tem sentimentos (ESE-cap XI , ítem8)

-Sem disciplina jamais conteremos os impulsos das forças sexuais. Acreditar, porém, que a conten
 ção signifique o serviço completo na educação das energias genésicas é analisar perifericamente
 uma das mais graves questões do nosso processo de ascensão para Deus

-Disciplina é meio e educação é a meta. E falar em educação sexual sem referir-se ao esforço de
 elevação dos sentimentos é dar paliativos  a severa doença

-Exercitemos o respeito ao corpo alheio, a capacidade de olhar com ternura, o toque com limite, o
 desejo submisso aos valores do bem e os pensamentos iluminados, para construirmos os novos
 “moldes afetivos”.

-Evidentemente que, sendo portadores de delicada enfermidade, torna-se contra-indicada a frequên-
 cia a locais lascivos ou o contato com as explorações capitalistas da sensualidade. Entretanto, não é
 prudente e nem útil o isolamento ou a adoção de ações puritanas como mecanismo de melhoria

-Outrotanto, as relações no lar, especialmente as conjugais, são roteiros educativos sem precedentes.
 A convivência do casal é escola de larga importância no exercício do amor do romance nobre,
 educando as funções sexuais, submetendo-as aos “preâmbulos dignificadores” pelas trocas afetivas
 antes mesmo de movimentarem as energias eróticas na direção do prazer físico. Para isso efetivar-
 se, os cuidados com a convivência a dois devem compor um “eterno namoro”,através do cultivo
 equilibrado e espontâneo de condutas amorosas na rotina. O diálogo, nesse ínterim, é termômetro
 do nível de afeição que se votam, reciprocamente.Se o par comunga e compartilha  de variadas
 emoções na vida diária, se guardam interesses comuns junto aos grupos sociais, se esforçam na
 preservação  do bem-estar do grupo familiar, enfim, se estão de mãos e corações entrelaçados
 frente aos desafios da existência, então o prazer sexual estará, igualmente, submetido ao afeto,
 garantindo a sobrevivência dos ideais superiores e a consolidação de novos reflexos na utilização
 do patrimônio genésico

-Entretanto,os que detemos o conhecimento das realidades espirituais, jamais sejamos severos
 conosco em não querer sentir o que não devemos, penetrando os sombrios labirintos do remorso e
 da tristeza, da negação e da cobrança. Por muito tempo ainda seremos assediados por impulsos   
 menos nobres no coração e no pensamento, inclinando-nos a ações menos dignas

-A única diferença entre a nossa busca atual,pelo crescimento espiritual, e os milênios de acomo
 dação no erro, é que hoje estamos correndo das imperfeições e antes corríamos atrás delas

CAP 14 – EROTISMO E RESPONSABILIDADE

-A máquina física é um pólo indutor de sensações e sentimentos e constitui excelente instrumento   de autoconhecimento, podendo mesmo ser considerado como um “espelho da alma

-A visão cartesiana que separou o sacro e o profano estabeleceu estereótipos comportamentais em
 relação às necessidades fisiológicas, determinando uma cultura empobrecida dfe bom senso e
 lógica e, o sexo, nesse contexto, assume uma proporção de problema grave e drama social em face
 da deseducação em que se encontra

-Com o espiritismo vamos encontrar uma ponte entre o sagrado e o profano, entre o pecado e a
  espiritualidade e a tese imortalista conduziu-nos a pensar as necessidades sexuais sob o prisma da
  responsabilidade e da educação

-Muita paciência, compaixão e auto-perdão serão requisitados de nós para conosco mesmo nesse
  setor, sendo completamente inócuo, injusto e inoportuno a ilusão de “saltos evolutivos”, tão
  somente porque o conhecimento novo banhou nossa mente com novas perspectivas, pois ainda
  lutaremos longamente com as tendências e impulsos

-Nossas lutas na questão da sexualidade obedecem, antes de tudo, à necessidade de reorientação da
  afetividade mais do que contenção de impulsos. Aprender a desenvolver sentimentos nobre será o
  caminho amplo para melhor utilização das forças genésicas

-Severo risco assola muitos corações sinceros que adotaram o espiritismo como roteiro de vida : “a
  negação das necessidades sexuais”, por não saberem lidar coerentemente com o patrimônio subli-
  me da energia sexual que estua ininterrupta e abundantemente, adotam conscinte ou inconsciente-
  mente o mecanismo defensivo da recusa em tratar suas lutas nessa área

-Abstinência nem sempre é solução e pode ser apenas uma medida disciplinar sem que, necessária-
  mente, signifique um ato educativo, pois negar sentimentos e desejos não significa evolução asse´
  gurada ou conquista definitiva

-Raramente renasce no corpo físico algum coração dispensado da troca de sensações eróticas. A
  natureza, em milênios de edificação, consolidou a carga erótica como divino patrimônio da criação
  para assegurar a perpetuidade da espécie e ensejar-nos a bênção da co-criação , além disso, pela
  troca de estímulos e sensações revitaliza-se o tônus energético


CAP 15 – ÉTICA DA ALTERIDADE

-A escola dos relacionamentos é o convite da vida para a vitória sobre o egoísmo. Viver é de todos,
 conviver é de poucos

-Cada pessoa que passa pela nossa vida, ainda que superficial e circunstancionalmente, é portadora
 de uma mensagem de vida para nós. Pois não existem relações casuais

-Livros desatualizam, eventos fecham ciclos, instituições extinguem-se e as tarefas são recursos
 didáticos, mas os relacionamentos perpetuam na consciência, são as únicas realidades plausíveis
 de todo o cosmo doutrinário, é a essência do espiritismo em nós

-A “ética da alteridade” é a nossa capacidade de relativizarmo-no perante as diferenças das quais os
 outros são portadores, convivendo em paz com nossos diferentes e suas diferenças

-Ética de alteridade não significa concordar com tudo ou aprovar tudo

-Muitas pessoas nutrem um terrível vazio existencial porque querem existir mudando o outro,
 querem se realizar no outro, acham que têm todas as respostas para ele, querem “anular a diferença
 alheia para se sentirem bem, por isso, é tão comum encontrarmos deficiências no próximo, pois
 muitos conflitos nascem exatamente nesse hábito de apropriação indevida da conduta e da forma
 de ser do próximo

-Jesus nos ensinou : “porque, se só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa?”


CAP 16 – SENSIBILIDADE NO INTERCÂMBIO MEDIÚNICO

-A composição de grupos deve obedecer a um processo de preparação intelectual e afetiva de seus
 Membros, continuamente, revitalizado e reciclado

-A questão da afinidade entre a equipe em matéria de exercício mediúnico é, acentuadamente, deci
 siva para obtenção de bons resultados

-E o afeto? Como amar desencarnados, no quadro de suas lutas dolorosas, sem sensibilidade para
 com as dores do amigo que se assenta a teu lado nas noites de intercâmbio espiritual ?Como amar
 espíritos do “além”, sem amar almas na carne também ?

-Afeto é um processo de construção através da convivência e do amadurecimento pessoal. Ele faz
 vibrar a fé, e a fé desenovela e tonifica o sentimento divino de amor que reside em nós

-A ausência do afeto abre campo para a ansiedade, a distração mental pela descontração, a dúvida
-Dirigentes afetivos, convencem. Sustentadores vibratórios amoráveis,envolvem. Médiuns que
 amam, libertam . Grupos amorosos espalham luz e paz

-Somos favoráveis a que a composição dos grupos mediúnicos deva obedecer, sempre que possível,
 a uma seqüência de crescimento e capacitação. Destaquemo-la em duas fases assim :
(1) Primeiramente o compromisso dos candidatos em torno de um mesmo ideal de serviço, no qual
 já encontrem os ensejos de laborar as relações e melhor se conhecerem, supondo, evidentemente,
 que esses servidores já permearam as etapas de estudo e estejam empenhados na reeducação de si
 mesmo

(2)Posteriormente, na segunda fase, uma direção lúcida e responsável, levar o grupamento a desco-
 brir qual o seu papel frente às novas responsabilidades assumidas

-Nos primeiros passos,também se deve destacar as pressões psíquicas no campo pessoal, em razão
 das benéficas assistências prestadas nas noites de trabalho mediúnico, para que tenham discerni-
 mento e vigilância quanto às investidas e posicionamentos do mundo espiritual em torno de sua
 vida de rotina, em todas as áreas de sua colaboração, como lar e profissão

-A compreensão das verdadeiras finalidades do exercício mediúnico conduzirá os grupos a mudan-
 ças ostensivas, porque ao reduzí-la e priorizá-la como a prática da “caridade aos desencarnados”,
 podemos nos esquecer do seu objetivo essencial, que é a nossa melhora e o conhecimento da
 verdade

-Melhor que muitas palavras esclarecedoras. serão as ondas vibratórias provenientes da emoção,
 com a qual os atendidos  vão ser acolhidos pela equipe. O bálsamo do afeto e do carinho estimula a
 esperança, conforta os sofridos, sensibiliza os enregelados pela dor, tonifica os fracos, ampara os
 desvalidos e reergue os desanimados

-A palavra grupo é derivada da italiana “gruppo”, cujo sentido original é “nó”A formação de grupos
 espíritas, portanto,deve se orientar por esse“nó afetivo”e, antes de fazermos “reuniões de pessoas”
 ou “ajuntamento de trabalhadores” para a mediunidade, deveremos desenvolver uma nova mentali-
 dade, o “grupo de amigos” para o aprendizado entre os dois mundos  


CAP 17 – AS RAZÕES DE CADA UM

- Juízos éticos sempre serão subjetivos e assinalar condutas morais de pessoas ou instituições, como
base para propor mudança, é fragilizar nossas disposições de cooperar

- Somos, comumente, escravos do nosso orgulho que procura defeitos nos outros para tentar fazer-nos melhor, entretanto, o próximo é o espelho dos nossos valores e imperfeições

- A dificuldade consiste em redirecionar nosso milenar costume de ver o cisco no olho do outro e
não perceber a trave no nosso

- Isso exigir-nos-á o vínculo com a atitude de alteridade, ou seja, o reconhecimento da diferença, da
distinção da qual o outro é portador. A dificuldade de aceitação das pessoas como elas são, precisa
ser corrigida para ensejar um melhor nível de entendimento em nossa Seara Bendita


18 – VÉU NO PASSADO

- O perdão é uma operação mental de transformação de “polaridades emocionais”. A polaridade da
ofensa é constituída de energias virulentas e consumidoras de “raios vitais” que poderíamos, sem
exagero, destacar na condição de “entulho mental”, que impede a livre circulação das radiações de harmonia e saúde no cosmo biológico

- A fixação na polaridade da ofensa desarmoniza o fluxo dos pensamentos, em circuito viciado de
constantes recordações da agressão recebida. Incapaz de utilizar o antídoto da perdão, a criatura ofendida rende-se aos ressaibos das mentalizações enfermiças e dolorosas, com as quais possa revi-
dar as cenas de agressão recebidas, encarcerada nas suas emoções tormentosas e escaldantes de
vingança

- O esquecimento é um sinal de que houve o perdão verdadeiro

19 – SÓ TEMOS O AFETO QUE DAMOS

- Um dos mais punitivos resultados da personalidade egoísta que tecemos, em milênios de desvarios
 é o hábito de exigir da vida o que a ela não damos, lesando a nós próprios com os efeitos infelizes
das cobranças e expectativas

- Devido às mágoas, o egoísmo exacerba o sentimento de perda e pode levar à depressão; devido às
contrariedades do caminho ele pode singrar a alma com a irritação e o desânimo; Devido às dependências ele pode conduzir-nos ao despenhadeiro da tormenta mental e da devassidão

- Alguns casais conseguirão passar uma existência inteira como escravos do processo de exigência do amor do outro, habituam-se a dar o que um cobra do outro e avançam para uma união sustentá-
vel, conquanto pouco educativa e extremamente simbólica, não permitindo a autonomia que eno-
brece e libere. Espera-se sempre ser amado, como se isso fosse a garantia de uma relação saudável e duradoura, ou ainda, o sinônimo de fidelidade e amor

- Muitos relacionamentos que usufruem ricos prazeres corporais na sexualidade, se não controem carinho e interesse altruísta, também sofrerão os lances da incompatibilidade por outras razões.
Satisfação sexual, por si só, não é garantia de saúde nos empreendimentos afetivos

- A “filosofia do descartável” atingiu, inclusive, as relações. Estamos desistindo muito facilmente uns dos outros

- A arte de recriar as relações só pode fazer parte da vida de quem descobriu que o afeto o qual se
tem é somente aquele que se dá

- A alegria com o bem-estar alheio é o “cravo de morte” no egoísmo infelicitador. O carinho e a ter-nura, o gosto em servir e o diálogo como lídimo ato de diversão são alguns medidores do afeto cris-
tão, quando vicejam espontaneamente entre os pares

- Só temos o amor que damos, porque experimentamos no corpo e na alma as benesses de seu
quimismo. O amor que esperamos, embora justo, quase sempre termina em loucura e tédio, decep-
ções e cobrança


20 – CRIATIVIDADE A SERVIÇO DO BEM

- A criatividade é a capacidade de criar, dar existência a algo não criado, sendo fruto da inteligência
e a faculdade de criar implica utilizar diversos potenciais da alma impelindo o ser para a frente, dês-
tonando-o ao seu grande fanal de progredir e cooperar na obra do Pai-Criador

- Criatividade é a expansão do bom e do belo que existe de forma latente em nossa intimidade. É
permitir o Deus-criador que dormita nos recessos da vida mental espraiar-se em co-criações de bele
za e paz, pelo bem de todos e de tudo

- Criatividade é criar o novo, descobrir o inusitado, oferecer opções, apresentar soluções, ter atitu-
des incomuns

- Ela é o fruto saudável da liberdade dos sentimentos, liberdade conquistada na medida em que
afinamos o coração com a nobreza de caráter e com o autodescobrimento. O descobrimento do que
verdadeiramente está nas origens daquilo que sentimos nos leva a criar velhas associações mentais
já condicionadas.

-Juízos rigorosos e padronizados são externados no automatismo mental a partir daquilo que se
passa em nossa vida afetiva. Assinalemos, assim, a importância do alimento novo do conhecimento
moral-espiritual como sendo um dos recursos mais nobres na elaboração de padrões novos para o
campo dos sentimentos

- A criatividade brota espontaneamente como uma semente rica, que traz em si o germe do futuro
fruto. Ela, portanto, precisa de condições para fluir com naturalidade, assim como qualquer semente solicita fertilidade. E a condição essencial de fertilidade espiritual é exatamente o trabalho interior
com nossa vida afetiva


D – SEGUNDA PARTE : DEBATES EDUCATIVOS NOS CENTROS ESPÍRITAS

                   (CÍCERO PEREIRA)

1 – FÓRUNS DE DEBATE

-Os cursos e palestras acrescem discernimento, mas discernimento sem serviço reparador é tesouro
guardado no cofre

- Uma cultura de debate honesto, límpido, salutar em questionamentos e destituído de preconceitos sectários é uma medicação oportuna às nossas degenerações no organismo da coletividade doutri-
Nária

- da mesma forma que a cultura em geral, nossas escolas doutrinárias espíritas foram contaminadas
pela “sacralização de idéias” e pelo imobilismo, tornando-se imprescindível extirpar esse espírito
dogmático e epidêmico

- Educar-se para pensar sob uma perspectiva espiritualizante é um desafio de rara oportunidade,
pois nosso pernicioso costume de colecionar certezas ainda é subproduto do dogmatismo milenar

- O exercício do debate promove a crítica, e essa, por sua vez, amplia os ângulos de enfoque que,
sendo repensados, dificilmente ensejam conclusões apressadas e definitivas

- A construção do saber espírita tende para a criação de perguntas, e não para a acomodação em res
postas prontas

- Já que se trata apenas de troca de idéias, mas também de sentimentos nos debates, deve-se tomar
alguns cuidados para que não resvale para o campo dos desequilíbrios. Sobretudo, o verdadeiro
fórum de investigação é altamente educativo, por colocar os debatedores em contato com suas emoções, com as quais terão ensejo de se auto conhecer e laborar na disciplina da assertiva

- É fundamental abalar nossas certezas de concepção. Entre nós, nas salas de estudos espíritas, favo-
recer a dúvida, a consulta, o salutar hábito de discordar sem tornar-se antipático. Como nos é
imprescindível aprender a discordar! Discordar com amor, eis o desafio. Discordar com embasamen
to, eis o dever

2 – DIRETORIAS

- Nas Casas  do Espiritismo Cristão não devemos nos eximir dos cargos diretivos a pretexto de ser-
mos transcendentes, espiritualizados, no entanto, na cartilha cristã os que dirigem não podem

acrisolar-se na condição de cérebros ativos com braços cruzados

- Nas crises grupais, provocadas pelas direções inconseqüentes, só há uma solução: prezar o traba-lho no clima da liberdade, orar e estimular os inexperientes e guardar muita vigilância com as faixas
mentais provenientes daqueles que querem dirigir sem espírito de serviço

- Só governa com acerto quem é capaz de esquecer o bem que semeou

3 – MOVIMENTOS PARALELOS

- A expressão “movimentos paralelos” é remanescente da década de 40, que significava todo grupo
ou atividade que não se alinhasse a parâmetros que teciam a identidade do Espiritismo Brasileiro,
junto às honrosas entidades unificadoras

- O tempo se incumbiu de alterar seu sentido original em razão da carga emotiva que passou a repre
sentar. Da  visão inicial de medidas puramente organizativas e de concentração de esforços, passou
a traduzir sentimentos de exclusão e discriminação

- Só existe “movimentos paralelos” porque se instituiu o “movimento oficial. A tarja “paralelo” tem
subtraído de determinadas pessoas ou grupos a chance de terem suas idéias avaliadas com isenção
de ânimo

- O projeto unificador incentivado pelo mais alto é salutar “estratégia”a fim de exercitarmos o espí-rito comunitário, ao passo que a outorga irrestrita e a oficialização de conveniências institucionais
constituem grande obstáculo ao progresso da proposta renovadora do Consolador

- Jesus, em sua alteridade, ante o apelo sectário do apóstolo inexperiente, exemplificou a postura de
pluralismo e universalismo com seus ensinos. Se Paulo não superasse o formalismo Judaico, possi-
velmente o Evangelho morreria asfixiado pelas injunções do Sinédrio, impedindo-nos de fruir suas
benesses. Reflitamos nisso, porque o doutor de Tarso outra coisa não fez senão um “movimento
paralelo”

4 – PRETENSÕES NO SERVIÇO DO CRISTO

- Perfil do servidor pretensioso
(1) Não fogem de elogios e homenagens
(2) Realizam de conformidade com as suas percepções
(3) Escravos de um autoconceito supervalorizado que lhes excitam a vaidade
(4) Não acreditam que outros possam lhes substituir os esforços
(5) Perfeccionistas ao extremo, querem o controle de tudo e todos
(6) Exigentes de si mesmos, não sendo tolerantes com falhas e imperfeições no labor
(7) Consideram o dever como primordial, deixando o lado humano preterido

- A única pretensão justificável nos serviços do mestre são as de servir e aprender. Fugindo disso,
saímos da simplicidade com a qual devemos nos conduzir e iniciamos um processo complexo de
criar mecanismo de controle e domínio

- Essa simplicidade é a que nos conduz a repartir responsabilidades para não sobrecarregar e bene-
ficiar o próprio rendimento da tarefa

- Enquanto há receios de perda, necessidade de auto-afirmação, controle possessivo nos serviços
que participamos, lá estará presente de forma sutil ou ostensiva, individual ou coletiva, as petensões
do doentio personalismo
- percebe-se claramente que “chamar discípulos e conferir poder” não é tarefa fácil. Não será abusiva centralização nos destinos do movimento espírita e das casa doutrinárias uma pretensão ao
exclusivismo? Não haverá, nessa forma de agir, uma acomodação ao conforto que atende aos intere
sses de hábitos alimentados por nós, em séculos de vaidade? Não será mais fácil comandar ordenando que delegar promovendo?

- Quando surgem corações dispostos e desprovidos de intenções personalistas com visão de futuro,
ousados, são desanimados pelos mais “experientes”, alegando ser vaidade o ato de quererem arregi-
mentar valores novos e mais expressivos para compor novas linhas de serviço e ação, incentivando-
os  a se manterem onde estão, dentro dos padrões, para não criarem problemas com as estruturas de
comando e direção do movimento espírita

- Não receemos tal desafio e ensarilhemos as armas para o bom caminho. Se não o fizermos, quem
 o fará? Façam melhor : dêem o exemplo de caminhos que ninguém ainda pensou, comprovem a
eficácia do ensino do Cristo propondo a formação de grupo com poder íntimo de realização e não exterior. Rompamos com a hipnose das pretensões e vamos agir


5 – FOLHAS DE SERVIÇO

- Investiguem com a seriedade indispensável : quais as causas emocionais para alguém se apegar às
suas realizações doutrinárias ? Por que os mais experientes tendem a adotar atitudes de domínio e
não de promoção no campo das relações

- Trabalhar, aprender e amar ser-lhe-ão, quanto mais ampla sua “folha de lições”, o que basta para
regozijo íntimo, guardando sua competência na participação contemporizadora sem omissão, sensa
sata sem arrogância, branda sem passividade e discreta sem conveniência

- Fixar a mente e o coração nas justas e meritórias “fichas de labor” pode constituir perigosa exce-
ção e atalho nas sendas do espiritismo cristão. Daí podem surgir comparações humilhantes, reve-rência excessiva, bajulação venenosa e respeito de fachada, ensejando, nos bastidores dos relacionamentos, o destilar de sentimentos antifraternais que em nada coadunam com o clima de
amor dos ambientes das novéis “Casas do Caminho”

- O apego ao currículum de nós próprios é atestado de orgulho na sua mais ardilosa forma de escra-
vatura. Esse expediente de usar a bagagem pessoal pode, em muitas situações, significar o primeiro passo em direção a sutil obsessão fascinadora


6 – HIERARQUIA E PARTICIPAÇÃO

- Enumeremos três aspectos da hierarquia institucionalizada para nossos apontamentos : obediência,
poder de decidir e competência

- A “obediência” guarda conotação de espontâneo desejo de ser útil, o “poder de decisão” é reparti-
do pela delegação confiante, e a “competência” é um fator adquirido em parcerias motivadoras, suscitando novas habilidades

- A questão da obediência, da decisão e da competência ganha novas dimensões de entendimento, e passamos a perceber que a obediência não deve ser servilismo e sim cooperação.O poder de decisão
não pode ser intransigência e sim o melhor para todos e para o trabalho, e a competência não deve
ser personalismo arrogante e sim a capacidade de estimular e amparar os menos hábeis e experien-
tes

- Quando a nossa obediência torna-se servilismo, nos escravizam ao trabalho e aos comandos
alheios, enquanto a obediência cooperadora é atividade de contribuição espontânea.

- Quando nosso poder de decisão torna-se intransigente, encontramo-nos sob o jugo da vaidade,
enquanto a decisão por consenso é a expressão elevada da dignidade em grupo a serviço da causa

-Quando nossa competência torna-se personalismo arrogante, nos encontramos com o campo mental aberto a insidiosa obsessões fascinadoras, enquanto a competência verdadeira é ação que
motiva os outros a serem tão capazes quanto quem a possui, sem medo de perder o lugar ou a opor-
tunidade

 7 – PARADÍGMAS INSTITUCIONAIS

- A meta maior das instituições passou a ser o homem integral, contemplado em variadas necessida-
des e valores bio-sócio-psico-espirituais

- Temos que registrar em alto tom que a cidadania na nossa seara será o projeto mais seguro e eficaz
de mudar a fisionomia institucional das nossas organizações e métodos, isto porque somente a parti-
cipação, consciente e proativa  dos espíritas comprometidos com as mudanças, propiciará a renova-
ção dos nossos paradigmas e métodos, pelas vias do trabalho e da fraternidade exercida

- Lamentamos assinalar, todavia, que devido aos riscos e sacrifícios exigidos pela tarefa, muitos têm
se omitido sob a chancela da prudência e do preciosismo, quando a hora pede destemor, renúncia e
ação

- Muitos líderes valorosos estão declinando desses postos mais difíceis. Apesar da chamados, não se
fazem escolhidos....Preferem as ilusões do cargo em detrimento das conquistas do encargo


8 – PERANTE AS DESERÇÕES

-A voluntariedade, caráter essencial dos serviços Espíritas, tem agregado em muitas casas a lamenta
vel “cultura do descomprometimento”, a qual constitui obstáculo ao bom andamento das atividades

- Porque é sempre realizado pela boa-vontade e espontaneidade, acredita-se que, igualmente, na tare
fa espírita, não haja a necessidade de maior compromisso

- Compete aos dirigentes das instituições delegar responsabilidades, tomando os cuidados precisos
para que, quem for assumir o desiderato, perceba o nível de suas obrigações e o quanto lhe exigirá
em esforços. Avaliem , também, nos casos demissionários, quais fatores poderão ser corrigidos pe-
los administradores da instituição, evitando novas interferências prejudiciais

- Nas nossas células ainda encontramos muitos à cata de deferência e privilégios que, se não lhes
são concedidos, terminam por debandarem em críticas e mágoas de toda espécie

- E necessário revitalizarmos, continuamente, o conceito de que precisamos da casa espírita e de
Doutrina mais que ela de nós, para que fique elucidado que é a nossa a necessidade maior, pois o
objetivo da colaboração voluntária reverte-se em bênção a nós próprios

Pequenas contrariedades e desgostos, frutos de acendrado personalismo, têm provocado o abando-
nos irresponsáveis nas atividades doutrinárias, recheados de melindres, aversões e invigilância o co
ração de bons trabalhadores

- Assim tem sido o percurso de muitos servidores ao longo de seu trajeto espiritual, desde o instante
em que tomam contato com as verdades do Consolador. Apresentam-se nos primeiros momentos
sedentos de amizade e apoio, mas ao longo dos dias projetam seus conflitos no grupo, e, se não
acenderem as luzes da vivência evangélica para absorverem as sombras do desequilíbrio, tais com
panheiros convertem-se em trabalhadores absedados que pesarão sobre a estrutura do grupamento

- Desertar do trabalho em face de situações inesperadas, que não atendam às nossas expectativas, é
distração lamentável e perda de oportunidade em favor do nosso programa reencarnatório, nas sem-
das da reeducação

- Quando surgem os problemas, devemos equacioná-los e não ignorá-los. Busquemos os amigos ou
criemos relações de confiança que nos permita dirimir mal-entendidos e dúvidas, recorramos às di
reções e encetemos o diálogo construtivo para aclarar situações indesejáveis

- Os dirigentes, por guardarem maior soma de experiência, estejam sempre com acurada atenção e
 envolvimento afetivo com os tarefeiros do serviço, a fim de lhes resguardar das ciladas comuns da
vida de relações, que nos inclinam a desertar ou desistir




 09 - AÇÃO MISTIFICADORA NOS  CENTROS ESPIRITAS

- A mistificação é um engodo de um desencarnado sobre um encarnado
- Quase sempre nesse tema, a “mistificação” está de braços dados com a “mitificação”. “Mitificar” é idolatrar, supervalorizar a palavra dos  “mentores” e aceitar cegamente seus conselhos e ensinos, elevando-os à condição de seres infalíveis. A “Mistificação”, presente em  grande parte das nossas instituições espíritas, permite a formação de um campo propício à hipnose do raciocínio, levando grupos e médiuns desavisados e incautos a crerem nas mais estapafúrdias e exóticas mensagens e teorias
- O milenar “instinto” idólatra-mitológico do homem causa-lhe fascínio e motivação até hoje, desde os imemoriais tempos do horizonte tribal
- Grande parcela de centros Espíritas se encontrasse encontra comprometida, julgando atender a instrutores que gravam nomes conhecidos e de simpatia geral dos espíritas, sob o manto de “gurus e mentores”. Tais realidades do intercâmbio mediúnico apontam para graves ocorrências, tais como :
1) Em muitas  ocasiões, esses signatários mais não são do que criaturas em “regime de servidão” exploratória”, assalariados por turbas adversárias da verdade
2) Em outras oportunidades, são vínculos objetivos da própria associação Espírita que, desencarnados, ainda não se “desagarraram de seu centro Espírita”, passando a “mentorá-lo” horas depois de seu decesso carnal
3) Outros fatos nos revelam a agregação natural de entidades pseudo-sábias, que se imantam por sintonia ao falso saber de médiuns ou a posturas de realce público
- Eduquemos nossos médiuns a entenderem o mediunato como feliz ensejo de aprimoramento e oportunidade de trabalho
- Lembremos a recomendação de Erasto : Preferível repelir dez verdades a admitir uma única falsidade
- O movimento espírita padece com os escusos processos de mistificação

10 – ESCASSEZ DE TRABALHADORES
- Não podemos deixar de acentuar a grave responsabilidade das direções, dos condutores espíritas que, muita vez, distraídos de suas funções na agregação. Delegação e promoção dos trabalhadores, fazem-se eles mesmos, bastas vezes, os maiores entraves ao bom andamento e expansão do serviço
- A agregação exige doação, a delegação exige confiança e a promoção solicita os cuidados do acompanhamento. Essa ação catalisadora e promotora dos responsáveis pela seara induz o espírito de equipe, a disposição à concórdia e o gosto com a tarefa, e todos esses quesitos compõem elementos indispensáveis aos labores de amor
- Os modernos paradigmas apontam o êxito de quaisquer empreendimentos condicionados à operacionalização na autêntica dinâmica de equipes harmônicas
- Nossas observações podem ser comprovadas quando se toma como exemplo algumas casas repletas de frequentadores, mas com escassez de tarefeiros. Onde o obstáculo?
(1) Na postura dos próprios condutores que, na maioria das ocasiões, não foram também devidamente preparados para enxergar os valores alheios, as forças produtivas que se encerram em corações humildes, mas dispostos
(2) Em frequentadores assíduos, mas que nunca imaginaram poder algo fazer
(3) Em almas sofridas pela expiação, mas que encontrariam lenitivo e alívio no serviço e na ação
(4) Em circunstantes curiosos, mas que guardam larga experiência de vida
- Guardemos a convicção de que, onde existe divisão de trabalho e estudo motivante, encontraremos fortes estímulos ao comprometimento espontâneo

11 – ASSISTENCIALISMO OU EDUCAÇÃO
- Nosso destaque, entretanto, converge para dois pontos de análise :
(1) Estamos oportunizando-nos a preciosa conquista da melhora de nós próprios, enquanto espargimos o bem ao outro?
(2) De que está mais necessitado aquele que prontificamos a amparar?
- Assinalamos na vida da verdade a presença de almas caridosas em penosas condições morais e íntimas, sendo que seus créditos de benemerência material só lhes serão úteis na amenização de provas físicas e sociais nas quais renascerão, dessa vez, para ampararem, antes de tudo, a si próprias pelas sendas da educação
- Tenhamos fraternidade com o assistencialismo declarado, mas nos empenhemos todos para que o Centro Espírita adote, em seus programas beneficentes, os roteiros da educação como premissa elementar para dignificar a finalidade maior da doutrina em nossas vidas. E quando atuando nos labores assistenciais, dispensemos a nosso próximo esse benefício libertador, para que também ele possa, como diz o codificador na referência de apoio acima, aproveitar realmente o Espiritismo e receber a sua recompensa

12 – NA ORLA DAS DECEPÇÕES
- A causa principal da decepção é a expectativa não correspondida. As fontes de desapontamentos são os sonhos não realizados, os pontos de vista questionados, o entendimento contestado
- Via de regra, ao chegar ao centro espírita nos encontramos nas margens da dor e da necessidade. Depois, mais fortalecidos, atingimos as faixas da paz espiritual. No entanto, a convivência espírita tem muitas vezes nos atirado aos obstáculos indesejáveis da desilusão, e, então, terminamos por encalharmos na orla lamacenta da decepção, em atitudes de desgastante mágoa e incoerente desencanto. Nessa hora muitos projetam na doutrina o alvo de suas insatisfações, debandando-se, alguns, em definitivo do timão trabalhoso e lançando âncoras de estacionamento na faixa de superar a si mesmo, ou até mesmo trocando de embarcação, em leviana escolha por  “canoas inseguras”
- A convivência exige tolerância e respeito às diferenças para aquisição da compreensão
- Recebemos os golpes da decepção com resistência e perseverança, tolerância sempre, perdoando instantaneamente e respeitando cada qual em sua caminhada
- A tríade composta pela eternidade do ser, sua individualidade e o amor que devemos compõe a visão alteritária, que é  uma condição interior a situar-nos na orla da fraternidade.
- Com  visão alteritária, imunizamo-nos com acendrada “inteligência afetiva” contra os ardis dos desgostos

13 – DEBATE ESPÍRITA
- Debater é movimentar-se muito para fugir de uma situação penosa
- Nem sempre a cultura espírita é disseminada com a vitalidade que seria de desejar, deixando-se, em muitos casos, imiscuir-se nas teses desarrazoadas e inverídicas que acompanham seus condutores e trabalhadores, passando pelas interpretações pessoais e pelos enxertos
- O diálogo aberto que insere o questionamento fraterno é a tônica didática que carecemos no momento. A aceitação tácita e passiva é uma postura pedagógica incompatível com o dinamismo da proposta educacional do espiritismo
- A relação professor-aluno deverá, quanto possível, ser substituída pela forma dialogal, sinérgica, parceira. A pesquisa, o estudo, a utilização das modernas mídias, as dinâmicas de grupo tão atuais, o trabalho em equipe são os campos didáticos que oportunizam o debate, a participação pró-ativa e o intercâmbio
- Os programas exaustivos e longos, substituídos por métodos de construção e aplicação, conjugados com a transformação da figura do “expositor de respostas prontas” em um “facilitador do ato de pensar”, são facetas dessas mudanças que precisam ser operadas
- É muito agradável ouvir os que sabem falar e magnetizar plateias, todavia, terminado o certame, não se retém cinco por cento do conteúdo exarado. A hora nos pede uma nova ordem de aprendizagem a bem da própria doutrina
- O debate é a pedagogia do espirito, porque com ele ensejamos o “construtivismo” em que cada qual trabalha com seus conteúdos e sentidos, sob a orientação de um facilitador mais experimentado
- Muitos enxergam de modo desprezível as polêmicas e polemistas, mas nesse tempo de rompimento com paradigmas será inevitável a adoção de uma didática construtivista, questionadora, em que o membro componente de um sistema não poderá ser apenas um elemento passivo mas, sim, um agente transformador e integrante de um processo educacional dinâmico que excita o raciocínio, problematiza princípios e opera mudanças éticas.
- Aprenderemos com o tempo que o melhor recurso de estudo é o trabalho em grupos. Temas dos quais guardamos muitas certezas são os mais recomendados para debater, mas nem sempre nossas certezas advêm da fé raciocinada, portanto, abalar nossas certezas é caminho para crescimento, para a aquisição de convicções sólidas
- O objetivo maior dos debates deve ser a aquisição da sabedoria, diferente de acumular conhecimentos e desenvolver a inteligência. Sábios são aqueles que colocam a inteligência e a informação a serviço de sua melhora integral e de quantos os rodeiam
- É preciso cristalinidade de opiniões, porque se não opinarmos entre amigos que buscam o crescimento, expondo sinceramente nossos sentimentos, os sufocaremos nos escaninhos “secretos” da mente, despertando sentimentos enfermiços que inclinam para o desânimo, o isolacionismo e a deserção
- Havendo coerência metodológica e uma postura ética sadia, os debates serão promotores de preciosas aquisições, tais como :
(1) Aprender a discutir e discordar de ideias sem sermos contra quem as apresentam
(2) Obter novos enfoques para temas supostamente esgotados
(3) Ter motivação para desenvolver pesquisas
- Quem debate deve estar fundamentado sem criar “cânones da verdade” com suas fontes bibliográficas subsidiárias ou técnicas
- Aprender a tecer críticas, saber externar pontos de vista, arrolar fundamentação teórica, ouvir “religiosamente” a opinião alheia, formular mais perguntas que oferecer respostas, comparar conhecimentos são algumas técnicas do debate saudável e construtivo
- Em um debate legitimamente apoiado na ética espírita-cristã não há perdas, todos ganham, e só pode tentar impugná-lo ou reprová-lo quem, ilusoriamente, acredita ter algo a perder no terreno do personalismo, da auto-imagem e das posições transitórias. Ganha-se discernimento, experiência,  visão, e enseja-se o urgentíssimo espírito de equipe, sem o qual o êxito das atividades de uma agremiação espírita está fadado a se guardar nos estreitos limites do imediatismo e das relações autoritárias

14 – QUERELAS OBSEDADAS
- Alguns temas comparecem com frequência em rodas de conversa espírita, como por exemplo : “O passe com ou sem gestos?”, “Palmas nos eventos”, etc...Alguns se apresentam sem quaisquer propósitos de aprendizado e solução e, ainda guardando tão somente o impulso da crítica sistemática, tornaram-se irritantes, levianos e catalizadores de maus sentimentos
- A problemática não é o tema, e sim a forma emocional como é tratado. Muita vez, por desejo de destacar aparente sabedoria, se prendem aos mesmos assuntos por costume espiritual, envelhecido na conduta de polemizar por polemizar. Em ambos os casos oferecem-se combustível para a veleidade de opiniões e para resultados desagradáveis às relações. Depois vem o melindre, as indisposições, as falas de bastidores, relações inamistosas...
- Devemos rever nosso hábito milenar de sacramentar literaturas e pessoas, tornando-as “códigos Divinos” e inquestionáveis
- As querelas que gestam celeumas e separatismo são de todos os tempos no movimento espírita, e Allan Kardec chamava-nos a atenção para a exploração com a qual obrariam os inimigos do espiritismo em torno das mesmas, incluindo-se aqui, naturalmente, os inimigos desencarnados
- Tais temas, conquanto suas importâncias instrutivas, têm sido alvos de “obsessões agendadas” e de fácil consecução, por parte daqueles que desejam a chacota e a galhofa, gerando confusão e descrédito, quando ganham o apoio do nosso lamentável descuido na arte de abordá-los com o necessário equilíbrio
- Saibamos discordar sem agredir, polemizar com objetivo de concluir e aprender. Tenhamos fleuma, e dirijamos nossa oposição sempre às ideias, e não ao próximo com quem debatemos, a fim de obtermos no lugar das querelas sem sentido o ensino proveitoso e libertador


15 – HONREMOS O LIVRO ESPÍRITA
- O livro espírita deveria, sempre que possível, ser o resultado  comprovado das experiências morais e operacionais vividas por seus autores no carreiro evolutivo. Os homens e os “espíritos espíritas” devem construir sua literatura apropriando-a ao arcabouço sócio-cultural dos tempos atuais, evitando discursos salvacionistas e conclusivos
- Quaisquer informações doutrinárias devem ser lidas com neutralidade e reflexão, adequando-os à nossa realidade individual
- Fiquemos atentos à necessária seleção dos conteúdos, na avaliação da sua identidade com as bases da codificação Kardeciana, da mensagem moral de Jesus, e do bom senso, a fim de  não aplaudirmos o mal
- Divulguemos os bons livros espiritas :
(1) Através dos periódicos, criando resenhas resumidas de seu valor literodoutrinário,
(2) Deixemos em lugares públicos os pequenos panfletos de propaganda, para que a curiosidade espontânea possa procurá-los.
(3) Tenhamos listas, visualmente destacadas, nos centros espiritas com bibliografia recomendável e, quando possível, uma biblioteca de favorecimentos ou círculos e clubes mensalistas.
(4)Façamos exposições permanentes em eventos sobre as novidades seguras e relembremos as pérolas que o tempo fez esquecer
- Quanto aos livros que deixam a desejar, evitemos a intransigência, a proibição, que quase sempre acabam por reverter em difusão. O proibido desperta a curiosidade
16 – OBJETIVO ESSENCIAL
- Nossa religiosidade natural, depositada nos recessos da alma, frenquentemente se tornou uma forma infeliz de eleição da fé negociável, através do “sistema de compensações” e das solicitações de benefícios de conforto. Em troca, mantínhamos pequeno contributo de doação e participação, sem assumirmos voluntariamente o compromisso maior de beneficiar a nós mesmos, através da construção do Reino de Deus na intimidade
- Existem homens e instituições que atendem a imperativos, previamente estipulados pela Providência Divina. São renovadores que guardam ampla soma de obrigações, na mudança e formação de parâmetros e funções em favor de uma nova ordem de fatos. A maioria de nós, entretanto, estamos atrelados ao objetivo maior que se atém à melhoria da nossa individualidade em ascensão, seja qual for a natureza da missão que a vida nos tenha entregado
- Habituemo-nos a constante auto-exame : qual a causa das imperfeições que me dominam? Que medidas tenho implementado para meu autoconhecimento? Que critérios tenho utilizado para aferir se realmente estou em crescimento espiritual? Que metas íntimas desejo alcançar?
- Levemos ao Centro Espírita a alma do corpo do espiritismo – a mensagem do Evangelho. Estendamos a “mão unificadora” e amiga a quantos pudermos, sensibilizados das nossas possibilidades para a dissolução do retardo espiritual provocado, quando nos afastamos do pensamento moral de Jesus na vivência de nossas dias. Ajudemos na superação do marasmo e da voluntária distração dos nossos deveres primordiais
- O espiritismo tende para a regeneração da Humanidade. Não podendo essa regeneração operar-se senão pelo progresso moral, daí resulta que seu objetivo essencial, providencial: é o melhoramento de cada um

17 – CILADAS VERBAIS
- A palavra mal conduzida tem causado danos irreparáveis em todos os tempos. Algumas lideranças pregam frases e chavões conhecidos entre nós, tão somente para estigmatizar pessoas ou grupos que apenas cultivam idéias diversas às delas
- Encontram-se, nesse mecanismo de ferir e difamar, a compensação de emocional de que se vêem escravos, alegando estar servindo à coletividade com informes pretensiosos e interesseiros, em autêntica “manobra política”, atraindo para si os grupelhos de sua qualidade moral para fortalecer sus ação e rebaixar quantos sejam alvos da sua mordacidade
- Três são as origens das mais comuns ciladas verbais, as quais levam a boca a falar daquilo que está cheio o coração :
(1) A má comunicação
(2) A presença de influência espiritual
(3) Os problemas emocionais
- Apenas ouçamos, façamos nossa avaliação e retiremos a parte boa, se ela existir, ou, quando não, enveredemos pelo caminho da indulgência para iluminar o verbo enfermiço
- Coloquemos o nosso próximo acima da própria doutrina. De que nos valerá defender a pureza de nossos princípios e diminuir os valores de pessoas que, muita vez,  servem a Deus por caminhos que desconhecemos ou não entendemos até então ? Fraternidade hoje e sempre, com quem quer que seja. Nenhum de nós detém virtude ou credencial que nos confira determinar os caminhos alheios, quando se trate da obra que o senhor está erguendo

18 – NO ESPÍRITO DA  CAUSA
- Sob o golpe do interesse pessoal, as insígnias, a convivência e o formalismo da exclusividade têm sido mais prestigiados que a fraternidade. A causa real vem sendo asfixiada pela subtração da vitalidade do amor
- Evangelho sem amor é letra morta e fonte inspiradora de disputa pela verdade. Espiritismo sem amor é fenômeno passageiro. Unificação sem amor é rótulo que adorna privilégios e exclusão nas capas da conveniência
- Assumamos o valoroso título de cooperadores, enquanto nos servemos da bênção da reencarnação, desiludindo-nos das vantagens e qualidades que ainda estamos por adquirir

19 ESPIRITISMO COM ESPÍRITOS
- Em todas as épocas, a comunicação com os mortos sofreu açoites e reproches por parte dos “gênios da trevas”, por uma única razão : A verdade
- “As furnas do mal” sabem que a única forma de dominar a Humanidade terrena será manter o homem no materialismo, na ilusão. Desde as proibições no Velho Testamento até o presente momento, percebe-se claramente a infeliz intenção de empanar a inexistência da morte, mantendo os homens na ignorância
- A luz meridiana do espiritismo, porém, destruiu as frias lápides e descerrou os portais da vida espiritual, conclamando a Humanidade a um novo e mais lúcido estágio : a Era do Espírito
- O iniciar do século XX deflagrou uma farta fenomenologia nos rincões espíritas. Muita vez excedendo  seus limites educativos, surgiram espetáculos e fantasias. Logo a seguir, espíritas estimularam medidas cautelares para um exercício seguro e produtivo em razão dos abusos
- As reuniões de intercâmbio com o além foram incentivadas a uma maior privacidade, além da que já possuíam, quando passamos a ler, com frequência, as placas indicadoras “Reunião Privativa”. Passavam-se às “ocultas” sem que ninguém soubesse das práticas ali exercidas, adornando a vaidade de alguns e, com isso, perdiam sua função magnânima de colocar os mortais em contato com sua pátria de origem
- Mais adiante, alguns companheiros mais contestadores fizeram apologia às reuniões totalmente públicas, com fito de romperem com os prejuízos dos “ensinos secretos” que avassalam vários grupos. Concomitantemente, a riquíssima literatura mediúnica inundou os ambientes espíritas de reflexões e estudo, deixando mais claro ainda o quanto as forças psíquicas carecem de bases apropriadas, a fim de atingirem fins libertadores.
- Normas são expedidas sem muita profundidade de avaliação. O correu uma mais acentuada “reclusão coletiva”na mediunidade, através de novas proibições. A psicografia pública, o receituário, as manifestações de benfeitores nos “cultos” no lar e outras tantas expressões de liberdade com responsabilidade, de medianeiros seguros, são tomadas como desajustes – o cerceamento foi insensato
- A palavra “mistificação” e “animismo” tornaram-se as senhas dos artífices dessa etapa. Tão grande receio foi incutido sobre essas temáticas, que muitos abandonaram o intercâmbio em razão de encontrarem-se em fulminante obsessão, segundo sua precipitadas aferições pessoais. Jovens desejosos de integrar a escola das comunicações espirituais são afastados, com teorias psicológicas e teses sem fundamentação lógica
-O puritanismo doutrinário tornou-se um “cânone intocável”, e as sequelas dessas medidas levadas a efeito pelos idos das décadas de 40 a 60 são visíveis até nos dias de atuais
- Ressumam os reflexos dessa cultura cerceadora : a instituição! Mais uma vez o institucionalismo! Dessa vez no que há de mais nobre e Divino: a mediunidade. Medidas disciplinares, que deveriam servir apenas como normas educativas, terminaram por institucionalizar o intercâmbio com os “mortos”
- A título de disciplina foram estabelecidos caminhos para banir a curiosidade, confinando, cada vez mais, o exercício mediúnico a lugares específicos e com ascendência ao socorro dos sofredores
- Assim boa parcela dos cooperadores espíritas não tem acesso aos horizontes da imortalidade, no que tange às suas atuais vivências. Estuda-se Espiritismo, pratica-se a caridade, respira-se o clima dos ambientes doutrinários, sem a sublime concessão de vislumbrar, pelo sagrados portais da mediunidade, a movimentação do Plano Espiritual em torno dos passos de quantos aderem e colaboram com a consoladora causa dos Espíritos. É o Espiritismo sem Espírito
- Nem dependência e acomodação, nem receio e preciosismo; parceria, eis a proposta. Trabalho conjunto. Um engenho que funcione na interação dos passos entre homens e Espíritos, aproximando-nos nos serviços do bem e do amor
- Que os centros Espíritas abram suas portas espirituais para a vida exuberante do mundo espiritual, pois como dizemos espíritos que “à medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais(Questão 914 do LE). Portanto, quanto mais pudermos, ensejemos, aos frequentadores e trabalhadores efetivos de nossas casas de amor, a bênção de experienciarem o que seja a ação dos desencarnados, permitindo-lhes entrever pelas “Frestas medianímicas” qual é o modus operandi, as ciladas, os resultados e as comoções existentes e defluentes da vinculação mental, em ambas as esferas de vida
- O espiritismo prático não exclui o risco e, para não sofrer esse risco, muitos co-idealistas têm cerceado o que de mais nobre pode existir na transposição entre dois mundos : a espontaneidade

20 – LEGENDA CRISTÃ PARA AS CASAS ESPÍRITAS
- Todo servidor do Evangelho deverá sempre estar vigilante quanto a três velhas armadilhas do orgulho humano : o dogma,o personalismo e a clausura mental.
- Apontamos, assim, três medicações para esses males
(1) Debate :
- A presunção do saber é uma das severas manifestações do orgulho. O debate será a esfera oportuna para o diálogo, a troca, o “abalar das certezas”, a renovação e vitalização das concepções, a ampliação da visão sobre os temas da vida
- Debater é não ter medo do novo, do inusitado. É permitir o valor de todos em favor da busca de cada individualidade. É saber discordar sem gostar menos, respeitando todas as opiniões
- A vitória sobre a dogmatização é caminho aberto para a construção da lídima fé racional

(2) Convivência :
- A adesão religiosista a qual nos acostumamos, em milênios de hipocrisia e superficialismo, levou-nos a acreditar, através de “programação inconsciente”, que a nossa simples titulação religiosa é suficiente para alcançar o reinado de paz no mundo da alma liberta
-Convivência e grupo são antídotos quase perfeitos a erradicação do personalismo. O discípulo do Evangelho testemunha o que aprende na relação que trava com seus grupos
(3) Parceria
- O enclausuramento mental nas “verdades pessoais” tem sido responsável por decisões infelizes, gerando sectarismo, exclusão e dor. O institucionalismo tem sido mais prexado do que as emoções da fraternidade
- A união dos espíritas e a formação da mentalidade alteritária e solidária são desafios de todos nós. Somente aprendendo a sermos parceiros incondicionais na diversidade é que lograremos os fins maiores da causa que abraçamos. Parceria é outro nome da unificação, adequado aos tempos de hoje
- O debate pedirá trabalho. A convivência, paciência, a parceria, fraternidade. O debate libertador ensejará consenso, diluição das emoções perturbadoras e porta para a parceria