domingo, 21 de agosto de 2011


            PERDÃO

1 - DO LIVRO : “RENOVANDO ATITUDES”

 (HAMMED / FRANCISCO DO ESPIRITO SANTO NETO )

   1.1- APRENDENDO A PERDOAR

-  Perdoar não é apoiar comportamentos que nos tragam dores físicas ou morais, não é ser conivente com as condutas inadequadas de parentes e amigos, mas ter compaixão, ou seja, entendimento maior através do amor incondicional



- Uma das ferramentas básicas para alcançarmos o perdão real é manter-nos a uma certa “distância psíquica” da  “pessoa-problema”, ou das discussões, bem como dos diálogos mentais que giram de modo constante no nosso psiquismo, porque estamos engajados emocionalmente nesses envolvimentos neuróticos



- Desligar-se ou desconectar-se quer dizer deixar de alimentar-se das emoções alheias, desvinculando-se mentalmente dessas relações doentias de hipnoses magnéticas, de represálias, de desforras



- O desligamento nos motiva ao perdão com maior facilidade, pelo grau de libertação mental, que nos induz a viver sintonizados em nossa própria vida e na plena afirmação positiva de que “tudo deverá tomar o curso certo, se minha mente estiver em serenidade



- Uma das mais eficientes técnicas de perdoar, é retomar o vital contato com nós mesmos, desligando-nos de toda e qualquer “intrusão mental”, para logo em seguida buscar uma real empatia com as pessoas. Deixamos de ser vítimas de forças fora de nosso controle para transformar-nos em pessoas que criam sua própria realidade de vida, baseados não nas críticas e ofensas do mundo, mas na sua percepção da verdade e na vontade própria



    1.2 - VELHAS RECORDAÇÕES, VELHAS DOENÇAS



- Trazemos múltiplos clichês mentais arquivados no inconsciente profundo, resultado de velhas recordações danosas herdadas das mais variadas épocas



- Essas fontes emitem energias, mantendo-nos retidos em antigas mágoas e feridas morais entre os fardos da culpa e da vergonha



- Por não recordarmos que o perdão a nós mesmos e aos outros é um poderoso instrumento de cura para todos os males, é que impedimos o passado de fluir, não dando ensejo à renovação, e sim a enfermidades e desalentos



- Tentamos viver alienados dos nossos ressentimentos e velhas amarguras, distraindo-nos com jogos e diversões, ou mesmo buscando alívio no trabalho ininterrupto, mas apenas estamos adiando a solução futura da dor



- As insanidades físicas são quase sempre traduzidas como somatizações das recordações doentias de ódio e vingança, que, mantidas a longo prazo, resultam em doenças crônicas



- Portanto, as causas das doenças somos nós mesmos, e, para que tenhamos equilíbrio fisiológico, é preciso cuidar de nossas atitudes íntimas



- Indulgência se define como sendo a facilidade que se tem para perdoar. Perdoar não significa esquecer as marcas profundas que nos deixaram, ou mesmo fechar os olhos para a maldade alheia



- Perdoar é desenvolver um sentimento profundo de compreensão, por saber que nós e os outros ainda estamos distantes de agir corretamente



- Das velhas doenças nos libertaremos quando as velhas recordações do “não perdão”, deixarem de comandar o leme de nossas vidas



2 - DO LIVRO : “ PRAZERES DA ALMA”

(HAMMED / FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO)



- Quando tomamos atitudes baseadas em mágoas e ressentimentos é porque supúnhamos que isso nos parecia melhor. Sempre agimos conforme a nossa maturidade espiritual do momento



- Pressupõe-se que, quando alguém pede desculpa, é porque reconheceu seu erro e solicita reconciliação pelo ato impensado e pelo comportamento equivocado



- Quem pede desculpa quer dizer : “Retira a culpa que há em mim, pois me sinto responsável pelo mal que te causei”



- Aquele que pede a Deus o perdão de suas faltas não o obtém senão mudando de conduta. As boas ações são as melhores preces, porque os atos valem mais que as palavras

- Perdoar ou desculpar alguém é bom e saudável, mas viver desculpando indefinitivamente os erros alheios pode ser muito perigoso. Em vez de permitir que alguém nos use e magoe de forma obstinada, estabeleçamos os limites e aprendamos a validar nossa dignidade pessoal, desenvolvendo a arte de amar a nós mesmos, para que possamos amar plenamente os outros



3- O VALOR TERAPÊUTICO DO PERDÃO ( DR FRANCISCO  CAJAZEIRAS)

3.1 - EVANGELHO E CIÊNCIA

- Quando o Mestre da Galiléia nos conclama ao amor, ao desprendimento dos bens terrenos, ao amor aos inimigos e ao perdão, ele não apresenta uma proposta ético-moral ou de saúde espiritual, mas uma proposta de saúde global

3.1.1 - O AMOR AOS INIMIGOS

- Jesus, o excelso médico das Almas, convoca-nos, em seu Evangelho à vivência do amor e à prática do perdão : “Amai os vossos inimigos, fazer o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam” ter

- Mas é não lhes ter ódio, nem rancor, nem desejo de vingança, mas perdoar-lhes sem segunda intenção e incondicionalmente pelo mal que nos fizeram

- O desamor, o ódio, o ressentimento, a mágoa, são elementos emocionais que clamam neutralização pelo amor, em aprendizado em favor do nosso bem e da nossa saúde



3.1.2 - O PERDÃO DAS OFENSAS

 - Jesus fazendo preleção aos seus discípulos, utilizando a sua “pedagogia do cotidiano” : “ Se teu   irmão pecar contra ti, vai e corrige-o entre ti e ele somente; Se te ouvir, ganho terás o teu irmão”

- Pedro pergunta a Jesus: “Senhor! Quantas vezes poderá pecar o meu irmão contra mim, para que eu lhe perdoe ? Será até sete vezes?”. E Jesus lhe respondeu: “Não te digo até sete vezes, Pedro, mas que até setenta vezes sete”



3.1.3 - O “PAI NOSSO” E O PERDÃO

- Na parte final da oração do “Pai Nosso”, Jesus sugere-nos supliquemos o perdão de Deus para as faltas que tenhamos cometido. E, para não dar margem aos nossos enganos, ele comenta ainda: “Porque se vós perdoardes aos homens as ofensas que tendes deles, também vosso Pai Celestial vos perdoará os vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados

- Para não sofrermos as consequências dos nossos destemperos, urge aprendamos a perdoar. Caso não logremos perdoar no momento da convivência reencarnatória, estaremos atados, presos ao oponente, em reencarnações retificadoras, reparadoras, sofrendo-lhe, por vezes e frequentemente, semelhantes agressão



3.1.4 - CONSEQUÊNCIAS DO ÓDIO NO ALÉM

- Espíritos que entretecem o ódio, mágoa e ressentimento adentram a vida espiritual com dificuldades sem conta, de modo, a depender de sua sintonia mental, são atraídos magneticamente para regiões criadas pelos desalinhos

- Quando se arrependem, conseguem perceber o amparo e o apoio misericordioso da espiritualidade amorosa, do contrário, chafurdam nas mãos de Espíritos com que se afinizam, sofrendo-lhes a perseguição, de outras vezes, aproveitam-se de sua condição de visibilidade para perseguirem supostos inimigos- Não são incomuns as obsessões que se perpetuam séculos após séculos, aguardando que uma das partes rompa definitivamente tais laços de ódio, dor e sofrimento, pela prática do perdão



3.2 - ENTENDENDO O PERDÃO

3.2.1 - DA NECESSIDADE DE PERDOAR

- Perdoar é uma necessidade de todos, independente do quanto se sintam lesados ou desprestigiados com a atitude negativa sofrida, porque é do seu próprio interesse, por ser uma decisão preventiva de enfermidades

- Não perdoar é estacionar na frequência do desequilíbrio, do ódio, da mágoa e do ressentimento

- Perdoar é uma ação necessária do ponto de vista espiritual, quanto psíquico, social e físico, pela compreensão de que somente somos agredidos porque nos permitimos

- Perdoar é um ato inteligente e  uma importante estratégia de saúde

3.2.2 - O SIGNIFICADO DO PERDÃO NA PRÁTICA

- Perdoar não é ter que  obrigatoriamente retomar a relação na forma como era antes, porque muitas vezes o agressor não mostra indícios de que se melhorou

- O conselho de Jesus acerca da conciliação objetiva especialmente conter a continuidade de seu litígio após o decesso do corpo físico, em processo obsessivo doloroso e recíproco, resultante em revezamento das posições ao longo das repetidas experiências na matéria

- É exatamente enquanto estamos encarnados que logramos ter a oportunidade de consolidar o sentimento do perdão, preservando-nos das reações do ódio no post-mortem

Assim, perdoar não implica necessariamente em um retorno à situação da relação pregressa, nem mesmo à obrigatoriedade de uma convivência social mais próxima

- Esquecer as ofensas não implica na supressão ou extinção completas da memória da fato em si, que, bem o sabemos, permanece, devidamente documentado e assentado em nossos arquivos mneumônicos

- Jesus ao nos aconselhar oferecer a outra face quando agredidos, não implica que devamos consentir ou pedir para não nos baterem outra vez. Ele não pretendia tolher-nos no direito de defesa, mas, de outro modo, que não nos fizéssemos similares ao agressor







3.2.3 -OBSTÁCULOS À PRÁTICA DO PERDÃO

1) EGOÍSMO E ORGULHO

- Sufocados por esses sentimentos dignos, resistimos violentamente ao ato de perdoar, elegendo-nos superiores aos outros

2) ATAVISMOS E INSTINTIVIDADE

- Armazenamos, inconscientemente, atavismos e condicionamentos do nosso pretérito evolutivo (reencarnatório) que devemos vencer e superar

3) COMPENSAÇÕES MÓRBIDAS

- Há quem se utilize da mágoa, do ressentimento e do ódio para tirar proveito pessoal, em uma reação do tipo sado-masoquista, em uma compensação doentia

- Alguns se aproveitam das energias destrutivas do ódio para o estímulo às vitórias particulares e outros se servem do litígio para  se manterem vinculados ao opositor, é o caso muito frequente nos processos de divórcio ou separação de casais, quando um dos cônjuges usa o ódio como algo capaz de manter alguma forma de vinculação com o outro e o único laço que permite a continuidade da relação que se extinguiu

- Encontramos , também, os que se deliciam em não perdoar, seja para construção de um poder, seja para maltratar ou para se vingar através do expediente da resistência ao perdão

3.2.4 - EXERCÍCIO PARA O PERDÃO

1) AUTOPERDÃO

- Para amar a Deus é indispensável que amemos o próximo, mas, por sua vez, para se amar o próximo há que se lograr amar a si mesmo

- Urge reconheçamos em nós mesmos individualidades perfectíveis a caminho, em movimento, na direção do Criador, portadores de virtudes desenvolvidas e por desenvolver, na dialética do bem e do mal e,  somente dessa maneira, conseguiremos fortalecer o auto-amor e, com isso, promover o autoperdão

- Sejamos tolerantes com a nossa condição de seres em construção. Amemos-nos, reconhecidos da presença divina em nós mesmos

2) AUTO-EXAME

- Proceda a um rigoroso exame quanto a uma possível participação sua no processo ofensivo sofrido

- Dificilmente uma agressão é o resultado de uma atitude unilateral, ou seja, no comum, o agressor, em sua imperfeição, age movido por uma provocação intencional ou involuntária



3) TOMAR O OFENSOR COMO IGNORANTE

- Tendo ou não participado da reação que o vitimou, compreender e considerar sempre o agressor como Espírito desconhecedor das repercussões de sua atitude, haja vista que, a partir da violência perpetrada e submetida à “Lei de Causa e Efeito”, ele se fragiliza, se torna vulnerável à violência, atingindo a si mesmo, em mecanismo educativo e de reajuste

4) ENTENDER O OFENSOR COMO ENFERMO

- Considerar as dificuldades íntimas do agressor, as dificuldades por que vem passando, as limitações em sua educação, a carência moral e mesmo material que lhe assegure uma vida digna, os revezes da vida, o seu momento emocional

5) ENTENDER O OFENSOR COMO INSTRUMENTO DE PROVA

- O ofensor, sem imaginar e sem querer, com o mal, faz-nos o bem

- O agressor está posicionado aqui, naquela condição da passagem evangélica: “É necessário que sucedam escândalos, mas ai do homem por quem vem o escândalo”

6) CONSIDERAR A IMPESSOABILIDADE DA OFENSA

- O ser humano, na atual condição evolutiva, é costumeiramente melindrável e, por consequência da sua imaturidade, fomenta traumas emocionais e frustrações inaproveitadas, com repercussões na sua senso percepção e julgamento das ações alheias

- De modo que há mágoas e ressentimentos por atitudes que, se bem analisadas, não tiveram um direcionamento certo, quer dizer não foram idealizadas para atingir o que se sente agredido

- Muitas pessoas sentem-se agredidas por quem nem mesmo se dá conta do mal que faz, simplesmente por não se permitir compartilhar emoções ou se circunscreve à dimensão do próprio Ego

 3.2.5 - PROGRAMAÇÃO MENTAL PARA O PERDÃO

- Decidido a perdoar, deve-se encetar uma programação para o perdão, neutralizando, com pensamentos no bem a reconstituição do agravo, em trabalho perseverante de esquecimento das ofensas

- O primeiro passo da programação mental é aceitar o conselho de Jesus : “Orai pelos que vos perseguem e caluniam”

Pela prece em favor, sintonizamos com os Bons Espíritos e, de qualquer forma, intercedemos em favor daquele que nos agrediu e mesmo que ainda nos ataca, “oferecendo a outra face do ensinamento evangélico, abandonando a arena do ódio e da vingança






































sexta-feira, 19 de agosto de 2011


MEDO





1 – LIVRO “DORES DA ALMA”

 (Espírito Hammed / psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto)



- Nas oportunidades de crescimento que nos oferecem nossas experiências, temos a possibilidade de validar e potencializar determinadas crenças e conceitos que poderão nos desestruturar psiquicamente, levando-nos a uma verdadeira hipnose mental. A partir disso, esquecemo-nos de visualizar o restante do mundo que nos cerca. Passamos a viver simplesmente  voltados para a opinião que adotamos como “única verdade”, assustados e amedrontados entre constantes atmosferas de receio e apreensão



- Em muitas ocasiões, ficamos parados à margem do caminho, focalizando nossos conflitos, dificuldades e problemas, deixando a vida girar em torno deles. Colocamos nossos dilemas como peças centrais e, quando essas forças conflitantes começam a nos ameaçar, sentimo-nos apavorados



- O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade, pois quem decidirá como e quando devemos atuar será a atmosfera do temor que nos envolve. Passamos, então, a não viver novas experiências, não receber novos pensamentos e não fazer novas amizades, estacionando e dificultando nossa caminhada e progresso íntimo



- As sensações do medo sobrecarregam as energias dos chakras do plexo solar e do cardíaco, provocando, quase sempre, uma impressão de vácuo no estômago e um descontrole nas batidas do coração. Contudo, não seríamos afetados por nenhum acontecimento de maneira tão desgastante, se estivéssemos centrados em nós mesmos



- Nosso centro não é nossa mente, nem nossos sentimentos ou emoções, mas é. Em verdade, nossa alma- a essência Divina por meio da qual testemunhamos tudo o que ocorre dentro e fora de nós- Cada um vê o universo das coisas pelo que é. Vemos o mundo e as criaturas segundo o nível de desenvolvimento da consciência em que vivemos. Quanto maior esse nível, mais estaremos centrados e vivendo estáveis e tranqüilos. Quanto menor, mais teremos um juízo primário de tudo e uma estreita visão dos fatos e das pessoas



- Aprendendo a focalizar e a desfocalizar nossas crises, traumas, medos, perdas e dificuldades, bem como os acontecimentos desastrosos do cotidiano, teremos metas sempre adequadas e seguras que favorecerão nosso progresso espiritual



SOMBRA



- A SOMBRA é um conceito Junguiano para designar a soma dos lados rejeitados da realidade que a criatura não quer admitir ou ver em si mesma, permanecendo, portanto, esquecidos nas profundezas da intimidade



- Por medo de sermos vistos como somos, nossas relações ficam limitadas a um nível superficial, resguardando-nos  e fechando-nos intimamente para sentir-nos emocionalmente seguros



- As coisas ignoradas geram mais medo do que as conhecidas. Recusar-se a aceitar a diversidade de emoções e sentimentos de nosso mundo interior nos levará a viver sem o controle de nossa existência, sem ter nas mãos as rédeas de nosso destino



- Desvendar, gradativamente, nossa “geografia interna”, nosso próprio padrão de carências e medos, proporciona-nos uma base sólida de auto- confiança



ARREPENDIMENTO



- O arrependimento pode ser visto como a nossa tomada de consciência de certos elementos que negávamos consciente ou inconscientemente, projetando-os para fora ou reprimindo-os em nossa “SOMBRA”. “Tomar consciência” é uma expressão moderna que significa discernimento da vida exterior e interior, acrescida da capacidade de julgar moralmente os atos



- O ato de arrependimento é um antídoto contra o medo, pois quem se arrependeu é porque aprendeu que é simplesmente humano, falível e nem melhor nem pior do que os outros



- As manifestações decorrentes de nossa “SOMBRA” são projetadas por nós mesmos de forma anônima no mundo, sob o pretexto de que somos vítimas, porque temos medo de descobrir em nós a verdadeira fonte dos males que nos alcançam no dia-a-dia



TIQUE NERVOSO



- Os chamados tiques nervosos nada mais são do que impulsos compulsivos de atos ou a contração repetitiva de certos músculos, desenvolvidas de forma inconsciente, para não tomarmos consciência dos conteúdos emocionais que reprimimos em nossa “SOMBRA”.Enquanto o indivíduo se distrai com o tique, não deixa vir à consciência o que reprimiu, por considerá-lo feio e pecaminoso. O somatório dessas emoções negadas nos causa medos inexplicáveis que nos oprimem, afastando-nos do verdadeiro arrependimento e prejudicando o nosso crescimento interior



- Muitos de nós continuamos, anos a fio, sentindo temores injustificáveis por tudo aquilo que reprimimos e para evitar que pensamentos, recordações ou impulsos cheguem ao consciente. O medo indefinido provém da repressão de impulsos considerados inaceitáveis que existem dentro de nós, da ausência de contrição de nossas faltas, da não – admissão de nossos erros, descompensando nosso corpo energicamente com o peso dos fardos do temor e do pânico



AGORAFOBIA



- Uma das manifestações do medo mais problemática para as criaturas humanas é a denominada

“Fobia social” ou “agorafobia”, ou seja, o pavor de fazer o que quer que seja em público

- O fóbico social receia ser julgado e avaliado pelo outros, pois os comportamentos que mais temem são falar, comer e / ou beber diante de outras pessoas, freqüentar cursos, palestras. Festas, cinemas, ou seja, qualquer atividade social em lugares movimentados



- Dentre as muitas dificuldades que envolvem a agorafobia, a mais grave é a incerteza de nosso valor pessoal e as crenças de baixa estima que possuímos, herdadas muitas vezes na infância



- O sentimento de inferioridade é o grande dificultador dos relacionamentos seguros e sadios. Esse sentimento produz uma necessidade de estarmos sempre certos e sempre sendo aplaudidos pelos outros. Tememos mostrar-nos como somos e escondemos nossos erros, convencidos de que seremos desprestigiados perante nossos companheiros e amigos



- Dissimulamos constantemente, fazemos pose e forçamos os outros a nos aceitar. Desta forma, instala-se, gradativamente, a fobia social, ou seja, o medo que desenvolvemos pelos outros, por tanto representar papéis e “scripts” que não eram nossos



- Diversas matrizes do medo se fixaram na vida infantil. Os pais autoritários e rudes que estabeleceram um regime educacional duro e implacável, impondo normas ameaçadoras e punitivas, criaram na mente das crianças a necessidade de mentir e fantasiar constantemente



- O cortejo dos fenômenos fóbicos poderá ser oriundo de conflitos herdados das existências passadas, dos sofrimentos expressivos vividos no plano astral e dos assédios de entidades ignorantes, mas a matriz onde tudo sempre se interliga e que deverá ser trabalhada e tratada é a consciência comprometida e limitada dos indivíduos em desajuste mental



      

2 – CONFLITOS EXISTENCIAIS

 (Joanna de Ângelis / psicografia de Divaldo Franco)



- Os erros e crimes praticados durante a fase inicial de conquista da razão e do discernimento, em face do despertar da consciência, ressumam dos arquivos profundos do SELF e reaparecem na personalidade com imposição constrangedora



- Torna-se inevitável a instalação mortificadora da consciência de culpa que inconscientemente induz ao medo. Trata-se de um medo absurdo, que se transforma em transtorno de comportamento agravado pela natural aceitação do paciente, que o aumenta em face da insegurança emocional, tornando-se, não raro, uma patologia que pode desencadear síndromes do pânico ou transtornos depressivos graves



- Fatores endógenos e exógenos que respondem pela presença do medo :



(1)    fatores endógenos : Nesse caso, os comportamentos infelizes de reencarnações anteriores imprimem-no nos refolhos do perispírito que,por sua vez, instala no inconsciente profundo as matrizes do receio de ser identificado, descoberto como autor dos danos que foram produzidos noutrem e procurou ignorar, mascarando-se de inocente. Podemos incluir, nesse sentido as perturbações de natureza espiritual, em forma de sutis obsessões, consequências daqueles atos inditosos que ficaram sem regularização no passado

(2)    Fatores exógenos : As atitudes educacionais no lar, os relacionamentos familiares agressivos, o desrespeito pela identidade infantil, as narrativas apavorantes nas quais muitos adultos se comprazem atemorizando as crianças, os comportamentos agressivos das pessoas desenvolvem medos que adquirem volume à medida que o crescimento mental e emocional amplia a capacidade de conduta do educando



Erradicação do medo



- A coragem de manter contato com os próprios medos é recurso terapêutico muito valioso para a sua erradicação, ou, pelo menos, para a sua administração psicológica



- A consciência de que se é portador do medo e se está disposto a enfrentar-lhe as nuanças e manifestações, apresenta-se como um passo inicial de excelentes resultados



- A grande terapia para todos os tipos de medo é a do amor. Amor a si mesmo, ao próximo e a Deus, pois quando ama, o ser enriquece-se de coragem



- A escolha é de cada um : o medo ou o amor, já que os dois não convivem no mesmo espaço emocional



- Sempre que o medo permaneça. Mais medo se acumula





3 – O SER CONSCIENTE

(Joanna de Angelis / psicografia de Divaldo Pereira Franco)



- Os mecanismos de evasão do EGO mascaram a realidade do SELF, normalmente receoso de emergir e predominar, o que é a sua fatalidade



- Fatores que podem responder pelos estados fóbicos do ser :



(1) distúrbios gerados pelo quimismo cerebral



(2) Fenômenos de natureza psicológica, decorrentes dos conflitos evidenciados pela mãe gestante, reacionária à concepção, tensa ante a responsabilidade, amargurada pelas incertezas, e os insucessos de parto



(3) A educação no lar, pais dominadores ou negligentes



(4) Estrutura espiritual de existências anteriores : Atividades lesadoras, perversas que necessitam de reparação, através da Lei de Causa e Efeito



- O autodescobrimento é a terapia salutar para que sejam identificadas as causas geradoras e, ao mesmo tempo, a conscientização de quais recursos se pode utilizar para a liberação



- Entre as várias expressões do medo ressalta o da morte, herança atávica dos arquétipos ancestrais, das religiões castradoras e temerárias, dos cultos bárbaros, dos conjunturas do desconhecido, das imagens mitológicas, das punições eternas para as consciências culpadas





4 – O DESPERTAR DO ESPÍRITO

    (Joanna de Angelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco)



- O instinto de conservação da vida induz o indivíduo a manter receios em torna de tudo quanto é desconhecido, que se lhe apresenta como ameaçador



- A necessidade de segurança, tendo em vista a própria e a sobrevivência da prole, induz ao medo das ocorrências imprevistas



- Não obstante esse fenômeno se encontre ínsito na criatura humana como decorrência das experiências anteriormente vivenciadas, outros tipos de medo se apresentam como resultado de transtornos psicológicos, de atavismos ancestrais, de ansiedades Mal contidas, de convivências

perturbadoras



- Desse modo, manifesta-se de forma normal ou patológica, quando, no último caso, se experimentam alterações emocionais ou físicas que conduzem ao pavor , responsável por graves conseqüências no comportamento



- Evidentemente, todos sentem medo em algum momento ou circunstância da existência física, o que é perfeitamente normal. Aqueles que reconhecem possuir o sentimento, com mais facilidade enfrentam-no, podendo controlá-lo, enquanto que, aqueles que o negam, mascaram-no e sofrem-lhe os efeitos perturbadores, tombando, não raro, em colapsos nervosos diante de situações embaraçosas, graves ou não, que exigem serenidade para decidir e valor moral para enfrentar



- O medo se manifesta no corpo através da tensão muscular, da rigidez de muitas partes do organismo, da contração do maxilar, que representam as reações fisiológicas produzidas por enzimas especiais que fomentam a ocorrência. Nesse estágio, o paciente receia perder o controle e desvairar, o que mais o fragiliza e o predispõe a uma crise de desvario mental, a princípio momentânea, para agravar-se lentamente



- Esse medo constante predispõe à perda da identidade que é de alto significado para a saúde mental. A identidade á parte essencial do equilíbrio individual, porquanto lhe constitui característica básica para o comportamento e a vida



36- Quando ocorre essa despersonalização, fica-se predisposto a um colapso mental, que também resulta da vigência da ira contínua, que se transforma em tensão, desde que por muito tempo controlada



-Na infância, quando faltam os meios de defesa da criança, a mesma tomba na urdidura perversa do adulto ou se torna rígida para não ceder às lágrimas, ao desespero, ou não reagir, com medo de punição mais rigorosa, refugiando-se na ira sob controle, que se prolonga por toda a existência, impedindo na naturalidade no comportamento, a afetividade espontânea, já que se encontra sempre sob tensão, não tendo valor para libertar-se através de uma catarse normal



- Por tal razão, é necessário que o paciente se conscientize do próprio medo, recuperando-se da infância atormentada, e tome as providências compatíveis para libertar-se da rigidez muscular, da tensão emocional, readquirindo a alegria de viver

- A fragilidade, orgânica ou não, os remanescentes das condutas infelizes em existências passadas, que imprimiram no inconsciente os mecanismos de reparação, também ressumam em forma de medo de enfermidades, que as pessoas cultivam inadvertida ou prazerosamente, contribuindo para muitos transtornos na área da saúde nos seus vários aspectos



- Como terapia para todos esses conflitos que geram medo, tornam-se indispensáveis a ajuda correta do psicoterapeuta habilitado e o esforço do paciente para libertar-se da ira sob controle



- A libertação do controle inconsciente desses sentimentos perturbadores é de vital importância para a auto-realização. Muitas vezes o paciente não sabe como fazê-lo e nega-se a acreditar que se encontre com problema,o que , o que mais dificulta a convivência com o mesmo



MÁGOA

1 – DO LIVRO “QUEM SABE PODE MUITO.QUEM AMA PODE MAIS”

 (JOSÉ MÁRIO / WANDERLEY SOARES DE OLIVEIRA)

- Um dos efeitos mais nocivos da mágoa é a atitude de indiferença

- A indiferença é uma tentativa improdutiva da alma de tentar ou negar sentimentos, de isolar o afeto que, em sua concepção, foi traído

- A tentativa de ser indiferente nos leva a fixar nos pontos falhos, nas más recordações e na constante sensação de desconforto perante aos ofensores

- A indiferença é um esforço para impedir as vozes profundas da alma que solicitam a coragem de perdoar e, não conseguindo, redunda em males a nós mesmos

- A indiferença temporária ao ofensor para dar tempo de minimizar os efeitos da ofensa torna-se, em alguns casos, até justificável. No entanto, se for opção definitiva, estaremos caindo nas garras do orgulho

- A mágoa cristaliza nossa visão no lado menos feliz das pessoas que nos ofenderam. Sob efeito da ofensa somos capazes de esquecer, automaticamente, o afeto e os momentos de alegria que tivemos com nossos ofensores

- Perdão é emoção e não memória. Não se trata de apagar memória, mas ressignificá-la. A prova mais autêntica de perdão no mundo íntimo é quando conseguimos resguardar o nosso foco mental nos aspectos positivos das pessoas que nos ofenderam

- Quase sempre na raíz de nossas mágoas há interesses pessoais contrariados. A mágoa expressa um sentimento de injustiça. Jamais a sentimos dissociada da sensação de perda, lesão

- Quando somos agredidos ou recebemos ameaças de agressão, entra em ação a emoção da raiva, para nos proteger. É um sinal do coração para que o ofendido descubra pela dor algo importante para sua caminhada, e quando descobrir, tomará o ofensor como grande instrutor de sua vida

- Na atualidade, ocorre um processo muito doloroso em nossa vida mental. Como buscamos a melhoria espiritual, estamos removendo as bases de um edifício de ilusões que nos serviram de alento e segurança nos milênios

- O ruir desse edifício é ameaçador. Hoje estamos literalmente magoados com a verdade sobre nós. Temos raiva de saber o que estamos descobrindo sobre nossa vida profunda

- Estabelecemos um processo de auto cobrança e auto punição face a essa realidade, tornando-nos facilmente melindráveis, magoáveis

- A sofreguidão desse auto- encontro faz-nos irritáveis, frágeis psiquicamente para qualquer correção menos fraterna

- Ninguém passará sem experimentar a dureza dos chamados. Muitos desses chamamentos virão de irmãos de caminhada e serão tomados como agressão geradora do ressentimento

- O ofensor, seja ele intencional ou não, vai passar pela nossa vida e se vai. A mágoa, por sua vez, transportada conosco até o instante que descobrirmos seu significado divino, o que ela tem para nos ensinar

- Eis o motivo pelo qual as Casas Espíritas deveriam se lançar com urgência aos projetos de alfabetização emocional, no intuito de melhor organizar as ideias acerca do mundo íntimo

- Sem entender nossa vida afetiva, rodaremos em círculos de dor com reações aprendidas tais como a culpa, a rivalidade silenciosa, a vergonha, o remorso e a própria raiva reprimida que se converte em estado melindroso, depois em mágoa e rancor, e, mais adiante, no ódio

- A mágoa é larga porta mental aberta para a inquietude e a tristeza, que pode se degenerar em ansiedade e depressão. Na primeira, o doente ofende-se com a fantasia que faz de supostos rivais. Na segunda, agasta-se com os fatos passados sem conseguir se livrar das lembranças enfermiças

- O melhor que investigar a tecnologia da maldade será incentivar nos meios doutrinários cursos permanentes sobre a mágoa e o perdão

2 - DO LIVRO : “AS DORES DA ALMA”  (Hammed / Francisco do Espírito Santo Neto)

- A maior parte das criaturas se comporta como se o amor não fosse um sentimento a ser cada vez mais aprendido e compreendido. Agem como se ele estive inerte na intimidade humana e passam a viver na expectativa de que um dia alguém ou alguma coisa possa despertá-lo em toda a sua potência numa espécie de fenômeno encantado

- Nas questões do amor, vale considerar que, quanto mais soubermos, mais teremos para dar. Quanto maior o discernimento, maior será a nossa habilidade para a mar. Quanto mais compartilharmos o amor com os outros, mais estaremos alargando a nossa fonte de compreensão a respeito dele

- Negamos frequentemente o fracasso amoroso, durante anos e anos, para não admitir diante dos outros nossas escolhas precipitadas e equivocadas

- Porque não renunciamos à necessidade neurótica de ser perfeitos, ficamos sempre presos a uma pressão torturante de infalibilidade e perdemos excelentes momentos de crescimento pessoal, queixando-nos cotidianamente de que estamos sendo ignorados e usados, porém nunca tomamos atitude alguma

- Deixamo-nos magoar pelos outros e acabamos magoando também a nós mesmos.  Reagimos às ofensas e ao desdém, experimentando sentimentos de frustração, negação, autopiedade, raiva e imensa mágoa

- Culpamos as pessoas pelos nossos sofrimentos, verbalizando as mais diversas condenações e. em seguida, esforçamo-nos exaustivamente para não ver que a origem de nossas dores morais é fruto de nossa negligência e comodismo

- O produto amargo de nossa infelicidade amorosa são nossas mágoas, resultado direto de nossas expectativas, que não se realizam, sobre nós mesmos e sobre as outras pessoas

- Nós nos “barateamos” quando colocamos nossa autovalorização em baixa na espera de seduzir e modificar seres humanos que nos interessam

- Justificamos nossa infelicidade conjugal como sendo “débitos do passado” e passamos uma vida inteira buscando “álibis reencarnatórios” para compensar o desprezo com que somos tratados e a opção que fizemos de viver com criaturas que nos desconsideram e nos agridem a alma constantemente

- Aprendemos quem somos e como agimos convivendo com os defeitos e qualidades dos outros. É justamente nos conflitos de relacionamento que retiramos as grandes lições para identificar as origens de nossas aflições

- Querer não “sentir dor” pode dessensibilizar as comportas de nossos mais significativos sentimentos, inclusive atingindo de forma generalizada nossa capacidade de amar. Muitas vezes, queremos representar que possuímos uma segurança absoluta, quando, na realidade, todos nós somos vulneráveis de alguma forma

- O querer viver uma existência inteira desprovida de decepções e de ingratidão, com aceitação e consideração incondicionais, é desastrosamente irreal

Portanto, não podemos passar uma vida inteira ocultando de nós mesmos que nunca ficaremos magoados. Devemos, sim, admitir a mágoa, quando realmente ela existir, para que possamos resolver nossos conflitos e desarranjos comportamentais

- Mágoa não elaborada se volta contra o interior da criatura, alojando-se em determinado órgão, desvitalizando-o. Mágoa se transforma com o tempo em rancor, exterminando gradativamente nosso interesse pela vida e desajustando-nos quanto a seu significado maior

- O fato de criarmos o hábito de desviar a atenção como forma de dispersar a dor da agressão e de isso funcionar muito bem em determinados momentos expressivos de nossa vida, mantendo a mágoa dissimulada, poderá se tornar um estilo comportamental inadequado, pois distorce a realidade de nossos relacionamentos

- Sentimentos não morrem. Poderemos enterrá-los, mas mesmo assim continuarão conosco e se não forem admitidos, não serão compreendidos e, consequentemente, estarão desvirtuando a nossa visão do óbvio e do mundo objetivo