segunda-feira, 19 de setembro de 2011

   DO LIVRO “QUEM PERDOA LIBERTA”

(José Mario / Wanderley Soares de Oliveira)

                         



INTRODUÇÃO  (Maria Modesto Cravo) - 28 /05/2010



- Ciente do nosso hábito infeliz de criticar, julgar e maldizer, torna-se imprescindível uma literatura que investigue uma das mais destrutivas doenças da convivência em grupo : a desconfiança



- Há um consenso entre os estudiosos do comportamento humano sobre o ato de julgar ser necessário na formação de juízo de valor



- A mais maléfica descrença é a que temos em relação ao nosso próximo. O próximo, em qualquer grau de relacionamento em nossas expressões humanas, é o olhar de Deus aferindo continuamente nossa atitude em sua criação



- A idealização patrocina a cobrança que surge das expectativas exageradas; a maledicência espalha a mentira no intuito de menosprezar e o julgamento separa corações



- A descrença é a mente sem âncora. Nesse estado psicológico, desenvolve-se o clima interior para o assédio da culpa, a tormenta do medo e a tirania da tristeza. Nesse estado psíquico, configura-se o quadro emocional mais conhecido da atualidade, o vazio existencial



- Quem cultiva a descrença sente-se abandonado, cansado e indiferente, criando um quadro de insatisfação crônica com a vida. E esses são os requisitos essenciais para os transtornos da depressão





CAP 01 - A MISSÃO DE CHICO XAVIER E DOS NOVOS MÉDIUNS ESPÍRITAS



- Muitos amigos da Doutrina Espírita, embalados pela velha ilusão de superioridade religiosa, entregaram-se ao sono da distração em reconhecer que somente a ação no amor liberta, enquanto o saber, por si só, não distingue espiritualmente a ninguém



- O termo a “segunda morte”, embora seja comumente aplicado para designar o fenômeno de “ovoidização”, ele é também usado em nosso plano (espiritual) como sinônimo de vários outras patologias que envolvem o corpo astral, que podem provocar outras sequelas ou disjunções bem similares às ocorridas em caso de má-formação do corpo físico



- O Espírita quanto mais  tempo tem de espiritismo, mais deveria rever tudo o que sabe e reconstruir sua opinião a cada dia sobre pessoas, acontecimentos e ideias. Tem muita gente na Terra que está precisando passar uma avaliação em suas longas décadas de doutrina, e começar tudo de novo, pois a questão é recomeçar sempre, pois nós adoramos ideias rígidas porque, assim, temos a sensação da verdade absoluta e, quanto mais certeza de nossas opiniões, mais nos sentimos seguros



- Os livros do Dr Inácio Ferreira, disse dona Modesto Cravo, não só há descrédito, mas também o nocivo hábito de depreciar sem conhecer, pois sempre que acendemos uma luz em um mundo de tantas trevas e sombras, isso incomoda, porquanto a luz nos faz enxergar quem somos



- Há uma enorme resistência ao novo, ao desconhecido, redundando em declarada rejeição contra os novos médiuns da doutrina que vieram após Chico Xavier



- Muitos dos livros dos novos médiuns trouxeram notícias que fizeram rasgos terapêuticos nas mais variadas ilusões de muitos adeptos da doutrina, que consolidaram em seu entendimento pessoal uma visão limitada e rígida do Espiritismo. Isso incomoda profundamente quem esperava facilidades após a morte por conta do montante de serviços prestados no bem ou em razão da experiência doutrinária e conhecimento adquirido



- O Mundo Espiritual para muitos Espíritas é muito catolicizado. É uma “caderneta de poupança” da qual pretendem obter créditos após a morte. Uma noção baseada na velha religião acrescida de alguns informes novos



- A grande maioria dos médiuns da seara espírita foi artífice de tragédias morais recentes até o fim da Idade Média, iniciando seu processo de arrependimento e reparação há bem pouco tempo. Eles estão fazendo o melhor que podem, nutridos por intenções sinceras de acertar e progredir



- Destacamos, costumeiramente nossa condição evolutiva, colocando-nos com intensas limitações espirituais, no entanto, nem sempre nos sentimos assim. Ao contrário, nosso sentimento diariamente é ludibriado pelas ilusões que carregamos sobre supostas conquistas pessoais no reino do espírito, quando, em verdade, ainda não são realidades de nossa caminhada



- Após o ciclo de estudos sobre a obsessão, eu (José Mário) iniciarei as visitas aos núcleos espíritas na esfera física



CAP O2 - ORIENTAÇÕES DE CALDERARO SOBRE A OBSESSÃO



- Cornélius disse que o instrutor Calderaro, em recente ciclo de debates promovido aqui no Hospital, orientou-nos a dividir a obsessão em dois grupos :



 - Primeiro grupo - o das obsessões morais



- Um princípio da Lei de Sociedade na evolução, ou seja, são as vinculações humanas nas quais o interesse é o núcleo central de convergência, pois o interesse pessoal é o impulso instintivo da alma que promove e desenvolvimento do afeto, porquanto, sem interesse, o afeto não desperta



- Foi por conta de interesses contrariados que nasceram a traição, a mágoa, a vingança, o ódio, o espólio e tantas outras enfermidades da afetividade na vida social



- Segundo grupo – Obsessões mentais



-Inicia-se quando o espírito, cansado da refrega evolutiva vivida entre perdas e ganhos no interesse pessoal, permite-se olhar para seu mundo interior e descobre a mais velha doença da era da razão, o remorso ou, mais adequadamente, o primeiro passo na aquisição da consciência lúcida



- O remorso é a ferida consciencial que nos mantem no cativeiro de nossas próprias criações



- Calderaro demonstrou que o caminho do adoecimento na trajetória evolutiva do ser segue uma ordem sequencial da conduta moral egoística para a fragmentação da vida mental. Primeiro vem o interesse pessoal criando a couraça moral do personalismo, depois, quando despontam os primeiros lampejos de consciência lúcida vem o arrependimento, estabelecendo o clima do remorso



- O personalismo orienta as ações caprichosas e perturbadoras da afetividade no comportamento; o arrependimento enreda a criatura no conflito, aprisionando-a na cela cruel da baixa autoestima



- As obsessões morais ou afetivas consolidam-se, inicialmente, no corpo mental inferior como viciações emocionais, ao longo da caminhada milenar, e vão se adaptando em metamorfoses sucessivas na órbita do períspirito, depois no duplo etérico e, por fim, atingem o corpo físico com as chamadas doenças orgânicas de variadas expressões



- Já no grupo das obsessões mentais, a dor que vem dos corpos periféricos para o imo da alma atinge os escaninhos do corpo mental superior, que derrama a luz do arrependimento. Uma fresta de sensibilidade para que o ser quebre a concha do egoísmo e penetre nos arquivos de suas atitudes irrefletidas



- A palavra de ordem no tema  é domínio. Incontrolavelmente encantados pelos próprios interesses, chegamos a ponto de acreditar que temos a melhor solução para tudo e para todos. Gravitamos na esfera das concepções pessoais sem o mínimo desejo de avançar para as vivências que ultrapassam esse limite



- Nasce, nesse ponto, a compulsão pelo domínio mais cobiçado de todos os tempos : o ilusório domínio da vida alheia, a colonização do outro. Essa compulsão por tomar conta da vida alheia torna a obsessão algo muito corriqueiro



- O interesse pessoal continuará fazendo parte de nossa caminhada ascensional, apenas com uma diferença : já não pensaremos somente naquilo que buscamos, mas colocaremos, também, o interesse alheio na pauta de nossas cogitações



- A verdade é que se tornou inerente à raça humana a compulsão pelo domínio em três formas distintas : o impulso de controlar, a necessidade de reconhecimento pessoal e o desejo por ser o melhor. Controle, privilégio e exclusividade são manifestações morais do egoísmo que ainda dirige a maioria de nossas decisões e atitudes, experiências afetivas inerentes ao egoísmo humano



- Por detrás dos transtornos mentais, existe sempre uma estrutura moral a ser reeducada



- As obsessões morais são estruturadas no compartilhamento, uma busca comum de interesses. O tratamento para tais casos não poderá ser conduzido como se houvesse a presença de um verdugo e uma vítima, mas sim uma sinergia, um compartilhamento. A separação abrupta em casos como esses, poderá ser desastrosa



- As obsessões mentais, são mais definidas. A pessoas que se arrependeu está no encalço de um futuro melhor, mas está inserido no ressarcimento consciencial e na reconstrução paulatina de uma história milenar de hábitos e condutas, decisões e interesses



- Temos. Hoje, no meio doutrinário, uma prática comum entre a maioria dos servidores da mediunidade cuja essência se resume a trabalhar sem avaliar resultados, fazer o bem sem olhar a quem



- A coragem de investigar com sobriedade e desprendimento os efeitos do trabalho, no intuito de ampliar seu raio de benefícios, não pode ser tomada como vaidade e personalismo. Alguns alegam que aferir resultados envaidece os trabalhadores



- A pretexto de vigilância, fugiremos do exame sobre a qualidade do ato de doar-se? A pretexto de não nos envaidecer abandonaremos o afeto para com aqueles que foram beneficiados, evitando a gratidão e o elogio sincero



- Para melhor interpretação dos caos de desobsessão e, consequentemente, melhor adequação da terapêutica, os trabalhadores no campo físico deverão ampliar sua ação investigativa e experimental



- Quando Allan Kardec usou a expressão “laboratório do mundo invisível”, foi no intuito de conclamar os núcleos doutrinários a fazer ciência no mundo. Ciência fraterna, com amor. Por conta dessa postura, as atividades deste porte no mundo físico, obedeceram a um padrão de segurança que tem sua utilidade educativa. O padrão apenas precisa ser aprimorado diante dos quadros severos de obsessão que campeiam na humanidade atual



- As velhas técnicas de desobsessão verbal, extremamente úteis, já não atendem a contento quando isoladas de uma série de outras iniciativas diante dos casos complexos que batem à porta do Centro Espírito nos dias atuais. E sem uma avaliação grupal, sem estudo e pesquisa, como aprimorar?



- Alguns corações queridos, que colecionaram largas folhas de trabalho prestados ao Movimento Espírita, ao se internar nesta casa de amor, supõem-se campeões nas atividades que desenvolveram. Alguns, em autênticos quadros de alucinação e revolta, golpeiam zeladores amorosos deste Hospital com insultos descaridosos por se sentirem tratados com desvalia ante a bagagem que supõem possuir. Matriculados a contragosto em cursos de aprofundamento são os que mais tumultuam os grupos



- Visitaremos, na terra, alguns casos que temos acompanhado. Antes de tudo, vocês farão incursões aqui mesmo no subsolo, estudando com mais minúcias os efeitos da ilusão no campo mental entre religiosos. Será um curso de autoconhecimento e autoexame





3 – CAP 03 - SISTEMAS DE MISTIFICAÇÃO COLETIVA



- O Grupo X é apenas um entre centenas de grupos espíritas que vêm sendo assolados por um gênero de obsessão perfeitamente ajustável aos conceitos de nosso benfeitor Calderario



- Grande grupo de companheiros que reencarnaram, e usufruem dos beneplácitos da luz espírita, são almas arrependidas, tanto quanto nós mesmos. Cansaram do mal e o evitam a todo custo, entretanto, entre o arrependimento e a reparação consciencial vai larga distância, que é preenchida pela expiação, que, em bom conceito, é o conflito travado entre o “Eu Real”, que procura se resgatar por entre os escombros maciços, e o “Eu Ilusório”



- Essas almas arrependidas lutam contra os impulsos menos felizes cultivados ao longo de existências sucessivas. Elas sabem, por instinto, que o Espiritismo é como um “remédio amargo”que, se não tomarem, estarão em piores condições que aquelas em que se encontravam



- Raciocinam esses irmãos : “A pouca paz que eu tinha se foi depois que conheci a doutrina. Estou confuso, não sei o que fazer. De que me vale a oração, o trabalho, o estudo, se a cada dia pareço pior? Estou muito longe do ideal espírita” . Somadas aos estados de perturbação encontram-se vinculações de espíritos atormentadores cujo propósito é destruir e impedir o avanço de tais corações. É aí que se desenham categoricamente as chamadas obsessões mentais



- A observação tem nos ensinado que nas obsessões morais, o campo de atração ativamente polarizado para o domínio se encontra no obsessor desencarnado, enquanto nas obsessões mentais, o foco ascendente que polariza o circuito está no obsessor encarnado



- Em termos prático, poderíamos dizer que quem polariza também comanda. Então, temos sempre um ponto de alimentação e outro de retro-alimentação. Um fator causal e um fator ressonante. Alguém manda e alguém obedece nos quadros obsessivos



- A nossa real situação espiritual é querermos o bem, mas não sabemos como criá-lo, pois não conseguimos nos desvencilhar do emaranhado de sombras que nos chamam para a retaguarda. Surgem, assim, as obsessões narradas no fichário do Grupo X, catalogadas como obsessões mentais



- Uma obsessão por sistema, também classificada como “Mistificação Coletiva”, é a adesão de certo número de pessoas a uma estrutura de ideias ou iniciativas na qual se orientam em seus trabalhos práticos e mesmo em sua vida particular



- Em assuntos da mediunidade, considerando o nível moral no qual estagiamos, é impossível não ser enganado. Segundo Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, médium perfeito seria aquele contra o qual os Maus Espíritos jamais ousassem uma tentativa de enganá-lo. O melhor é aquele que, simpatizando somente com os Bons Espíritos tem sido o menos enganado



- Chega a tal ponto a crença de nossos irmãos do Grupo X que, fascinados pela própria capacidade, julgam estar salvando o mundo de uma catástrofe arrasadora que se daria em breve sob o comando do gênio do mal. Segundo eles, seus médiuns recebem o verdadeiro “Lúcifer” e o estão socorrendo por intermédio da mediunidade. Descuidados da humildade e carentes de noções mais abrangentes sobre a hierarquia do mal, julgam-se com credenciais morais para fazer incursões aos mais torpes abismos, resgatando os mais empedernidos espíritos ligados ao grande líder do mal



- Além disso, começam agora a ter contato com Francisco de Assis, João Evangelista, Paulo de Tarso que trazem mensagens diretas de Jesus para suas atividades. Diversos grupos no Brasil estão na mesma condição, fazendo parte de um Fascínio induzido por coletividades desencarnadas que incendeiam o orgulho e alimentam a vaidade



- Receberam, nos últimos dias, uma orientação suspeita de que apenas oito grupos alcançaram, em todo o Brasil, o ponto no qual se encontram. Temos, portanto, neste caso, um mistificação a caminho de uma obsessão coletiva

Dentro da divisão proposta por Calderaro, podemos classificar a situação na esfera das obsessões mentais, considerando o nível de patologia psíquica da qual a maioria de seus integrantes é portadora



- Apegados às suas interpretações, vão edificando um sistema e sendo usados pelas inteligências das trevas, que apenas lhes insuflam ainda mais a sensação de certeza acerca de seus sofismas, consumando, pouco a pouco, uma obsessão coletiva por meio da mistificação



- A mistificação avança para a obsessão, ou seja, quando deixam de ser apenas enganados e passam a ser dominados, quando há credulidade, há uma superexcitação do imaginário humano. Nesse estágio, a obsessão sai do terreno da moral, na qual o orgulho é explorado, e passa para o degrau de doença mental ou obsessões mentais



- O entusiasmo de nossos amigos no Grupo X se justifica sob certos aspectos já considerados. Eles têm travado contato com experiências mediúnicas raras, conseguem filtrar vidências de locais ainda não descritos nos livros mediúnicos, captam muitas das engenhosas formas de agir das trevas contra os servidores do bem e até desenvolveram largo poder de lidar com tais inteligências. O prejuízo fica única e exclusivamente por conta do exagero, por acreditarem demasiadamente em si mesmos e no valor do que realizam



- Nossos irmãos estão examinando as trevas para fora de si, quando deveriam, simultaneamente, investigar as raízes emocionais de tais trevas no imo de si mesmos

CAP 04 - EFEITOS DA ARROGÂNCIA NA VIDA MENTAL



- Quando no corpo, esse processo poderá ocorrer na fase adulta, em quadros diversos de alteração da atenção e da capacidade de concentração. Alguns casos de senilidade precoce, não todos evidentemente, poderão ser efeito de hábitos extremamente arrogantes praticados em uma vida de abusos



- A rigor, a personalidade arrogante tem erupções dominadores de seu ego. É o individualismo em mais alto grau, pois o egoísmo é o vírus contaminador, e a arrogância é o conjunto de sintomas decorrentes da ação desse vírus



- A perda da memória, entre outros variados fatores, pode ser um sintoma de personalidade altiva que provocou em seu engenho mental uma disfunção, cujo objetivo é defender a própria criatura de seu estado íntimo. Culpas e hábitos, complexos afetivos e tendências podem ser melhor administrados pela vontade quando sofrem o bloqueio defensivo do esquecimento temporário. Mesmo no plano físico, a arrogância já processa essa seletividade no campo da memória, levando a criatura a recordar somente daquilo que lhe interessa na sustentação de seus pontos de vista



- O arrogante não tem a vida afetiva aberta para a sensibilidade em relação aos efeitos desastrosos de sua conduta. Ele sempre se acredita rigorosamente impecável, correto e feliz nas suas decisões, anulando suas próprias chances de avaliar as más sementes plantadas pelo caminho



- Marcondes está com enorme dificuldade em se perdoar pelos acontecimentos em sua existência pregressa. Quando encarnado, o cérebro cumpria sua função defensiva, agora experimenta a dilatação do Cosmo Mental. Mais sensibilidade, menos poder de ação da vontade sobre o subconsciente e predominância de desejos inconfessáveis



- Existem pais, mães, professores, amigos e as mais diversas formas de convivência nas quais existe a presença da enfermidade da imposição, do apego e do controle. Em quaisquer dessas situações, ninguém poderá, em são juízo, dizer que alguém quer o mal de outrem, que alguém quer se vingar de alguém. A vingança é apenas um dos móveis da obsessão, e não seu único viés da vinculação



- Temos aqui nesta ala mães e pais, educadores e religiosos, profissionais e amantes que, em nome do amor, feriram e destruíram sonhos, magoaram e desorientaram mentes. Poucos de nós enxergamos nossa sutil tendência de dominar, nossa arrogância em querer tomar conta da vida de outrem



- A obsessão se concretiza muito mais por cordões energéticos do que pela atuação local de obsessor sobre obsediado. A separação necessariamente não significa término



-A  obsessão de hoje foi o amor de ontem, o amor que sofreu os golpes da traição, da má orientação, da dominação e do apego, pois existe obsessão onde existem laços





CAP 05 - QUESITOS PARA OS SERVIÇOS SOCORRISTAS AO SUBMUNO ASTRAL



-No dia seguinte, retornemos à sala de nossos estudos preparatórios. Não me continha de ansiedade para continuarmos o debate em torno do tema obsessão



- Os integrantes das Legiões Luciferianas não vieram sozinhos até o Grupo X. Foram trazidos por mentes ardilosas que querem dizimar os esforços legítimos de ascensão daquele núcleo de espiritualização



- Agora que se encontram de posse de um incomparável volume de informações, sentem-se privilegiados, exclusivos, sofrendo o assédio da arrogância, que é filha dileta do orgulho



- Os Dragões pretendem se preservar desta visão mais ampla que adquiriram os encarnados. Sabem que o Grupo X bateu às portas do abismo e, por mais um pouco, lá penetrarão. Pensando assim, para não correrem o risco de ter sua vida social desnudada, buscam confundir informações e destruir as que já circulam no plano físico se esclareça acerca da hierarquia das trevas e obtenha informações sobre sua tecnologia, criando a dúvida e a descrença no Grupo X acerca das notícias reveladas e querendo embaraçá-los e depois separá-los



- Há quem imagine, no plano físico, que temos em nossas mãos as rédeas de qualquer reuniões e que, por essa razão, poderíamos afastar ou vigiar os intrusos que visam perturbar as atividades espirituais. Os nossos irmãos encarnados esquecem-se ou ignoram que o processo natural da busca pela sintonia não é fruto daquele instante de encontro semanal



- Nosso irmão Calixto, um componente grave em sua conduta alimenta a estrutura de fascínio de toda a equipe do Grupo X. Ele perdeu, há muito tempo, a medida entre coragem e altivez



Variados grupos mediúnicos, na atualidade, estão sendo mistificados não somente pelos ardis direcionados aos médiuns, mas também pela atitude imprudente de muitos diretores. No caso em questão, Calixto alcança o patamar de uma enfermidade mental patente: a “megalomania”. Sua bravura alcançou o patamar de perturbação



- Quem se arrepende não se livra imediatamente da construção moral que ergueu dentro de si mesmo. É a situação de Calixto como exemplo. É um homem em busca de sua redenção consciencial. Genuinamente arrependido dos males que semeou, ainda assim, luta com tenazes impulsos de sua personalidade condicionada em mandar e controlar, e, sem perceber, manipula e articula impensadamente



- Os grupos mediúnicos, com honrosas exceções, objetivando maior segurança contra os perigos e inconvenientes da mediunidade, equipam-se com medidas cautelares para uma prática mais cristalina e fiel aos propósitos superiores. A maioria pautou-se por excesso nesta atitude, criando normas e padrões que terminaram por cercear a criatividade e a espontaneidade dos servidores da tarefa mediúnica. A regra passou a ser mais importante que os valores da alma. Daí para a padronização foi questão de um passo



- Enquanto nos mantivermos na esfera do habitual, corremos o risco da acomodação e, com isso, sustentamos a ilusão e, com a ilusão nos distanciamos da verdade



- A título de segurança contra o excesso de imaginação, adotou-se a “normalização”, e uma “nova proibição”, em forma de cultura e hábitos, tomou conta de quase todos os núcleos de intercâmbio com nosso plano na seara espírita. Uma poda injustificável, cujo resultado é o cerceamento do mais rico atributo no exercício mediúnico : A espontaneidade



- A espontaneidade significa o fluir dos sentimentos em busca da verdade. O temor de errar, o sentimento de inutilidade nas sessões, a tensão mental criada em razão da idealização para servir ao mundo espiritual bloqueiam os reflexos naturais que poderiam ser estampados no espelho da mente livre



- Falanges adversárias dos espíritas e do espiritismo, organizaram campanhas pela disseminação de uma cultura de engessamento, usando o próprio despreparo dos homens no trato com assuntos da vida do espírito. Sussurraram em corações bondosos, mas desprevenidos, a suspensão de tarefas mediúnicas e o afastamento de médiuns que não se adequavam às novas normas, sendo que, muitos deles, foram taxados de indisciplinados, rebeldes a regras e obsediados



- Modelos de reunião começaram a ser adotados, e as reuniões mediúnicas, que no início do espiritismo eram ricas de simplicidade e afeto, passaram a ter denominações e graus diversos



- No Grupo X temos um encontro de sombras atraídas pela luz de um ideal. Foi preciso algo muito forte e impactante para reuni - los : o ideal do afeto. Nossos irmãos se complementam. Veem, um no outro, aquilo que possuem dentro de si mesmos e não conseguem assumir. Os momentos iniciais de alegria e carinho, afeto e disposição esvaíram-se ao peso das rixas intermináveis e exaustivas. O clima estava propício à obsessão



- A afetividade sem valores morais nobres que a projetam pode resvalar para decepções sem conta nas relações humanas, por isso faltou-lhes um destes valores de proteção para que o afeto se transforme em argamassa construtora de paz na convivência humana. A misericórdia foi um deles



- Somente nesse clima propício de bondade o afeto pode florescer sem atiçar a sombra interior



- A intimidade nos faz entrar em contato com a riqueza e a pobreza alheia. Isso  causa inveja por um lado e crueldade por outro, pois ao não admitirmos a luz que o outro tem, tombamos na ciumeira enfermiça ou, então, procuramos ser cruéis com suas deficiências no intuito de apagar sua luz, que ofusca nossos olhos



- A convivência com ou sem a afetividade, é um espelho no qual, queiramos ou não, temos de nos olhar através do outro



- Além de dona Modesta e doutor Inácio, que guardam laços estreitos com nossos irmãos, talvez o professor Cícero possa ser considerado o grande tutor do Grupo X, pois foi ele quem zelou durante algumas décadas, com incomparável devoção, pela união de um grupo extenso de almas comprometidas com velhas contas a quitar



- Entretanto, nem um décimo deste grupo foi reunido. São aproximadamente trezentos corações, hoje reencarnados, que se vinculam a um novelo de histórias iniciado no século XV, com a infeliz Noite de “São Bartolomeu”





CAP 06 - O PODER MENTAL DE PAI JOÃO DE ANGOLA



- Após nossos cursos preparatórios rumamos para as visitações nas enfermarias, onde fomos recebidos por Salustiano, um enfermeiro servil que nos informou que temos um caso de mutação de um Ex-dragão



- Quase sempre , depois de inúmeras cirurgias reparadoras do perispírito, passam por longo tratamento psiquiátrico e, mais adiante, caso consigam resultados satisfatórios, fazem gradativas atividades de preparação e, posteriomente, iniciam o serviço de sua própria redenção por meio da reencarnação



- Este dragão atacava as dependentes as dependências do Grupo X até duas semanas atrás, quando, em paciente serviço de amor, dona Modesta conseguiu trazê-lo ao hospital. Era a entidade que se passava por Lúcifer no grupo X



- Aquele velho sábio é Pai de Angola, distinto trabalhador  das furnas. Quando na vida física, supunha se tratar de animismo dos médiuns essa descrição em forma de escravo, como se apresenta Pai de Angola



- Esse pobre ser está há quinze dias entre nós, apenas tomando medicações contra sua vontade e recebendo atendimento técnicos no intuito de ser desligado totalmente dos cordões energéticos que ainda o prendem a seus mandantes. É o tempo habitual para o que chamamos de “mutação”, isto é, o desligamento dos seus dominadores e a possível mutação perispiritual com a perda da carapaça de réptil.

Há casos em que a forma perispiritual demanda meses ou anos em serviços complexos de cirurgias plásticas e retificadoras pra chegar ao ponto daquela mutação. Mesmo que tenha havido a anulação dos pequenos implantes de biotecnologia fabricados nas engenharias do mal, muitos casos requerem ação técnica especializada. Tais implantes são colocados no perispírito. Basicamente, o microchip retroalimenta genes de répteis, algo como uma transfusão de sangue no corpo astral



- Esses genes têm o poder de reativar componentes biológicos adormecidos dos antepassados. O princípio da biotecnologia é ativar as memórias ancestrais nos depósitos da vida subconsciente do corpo mental inferior, também chamado de corpo mental concreto



- O Hospital Esperança, com sua filosofia de ecumenismo cristão, abriga em suas áreas todo tipo de templo para cultos a quantos ainda sintam necessidade de suas manifestações religiosas. Temos Centros espíritas, Capelas, Tendas, Umbandistas, Igrejas Evangélicas e outras entidades sociais aqui organizadas





CAP 07 - UMA HISTÓRIA DE MALEDICÊNCIA



- Benevides foi um grande trabalhador espírita do Rio de Janeiro. Ele foi fundador  e tarefeiro devotado de uma creche no subúrbio do Rio de Janeiro, cuidando de mais de 300 crianças e fazendo sopa para mais de 180 famílias



- Sua doença nuclear foi o preconceito. Ele tinha uma visão muito distorcida, que o conectou com forças sombrias que  não suportava a palavra Umbanda. Tinha rejeição sistemática por umbandistas. Além disso, ele também não tinha uma gota de tolerância com os pretos velhos



- Valendo-se de influência política, influenciou a cabeça de homens públicos com maledicência e calúnia até conseguir um escândalo de proporções desastrosas contra a Casa Umbandista vizinha à sua, solicitando o  fechamento da entidade ou seu deslocamento para outras bandas



- Veio um dia em que sua filha mais velha foi tomada por terrível doença no sangue, um sofrimento interminável, que durou anos a fio. A esposa de Benevides, na iminência da morte da filha, foi aconselhada por uma amiga a procurar às escondidas a  Tenda Umbandista a buscar um atendimento especial e sigiloso



- Após duas sessões de tarefas de descarrego e outros rituais de libertação, Marisa, a filha, readquiriu forças, começou a recuperar o peso e tudo o que perdeu nos anos de enfermidade. Com um mês de melhoria, os exmes médicos foram unânimes : Marisa estava curada



- O dignóstico médico de leucemia linfóide nada mais era que um pequeno aparelho similar a uma agulha de costura conectada em sua medula por adversários das sombras, retirado nos serviços protetores da abençoada tenda umbandista. Esse é um caso incomum de tecnologia parasitária gerando uma doença grave. Em geral, o câncer tem como causa o processo de desorganização celular em função de conduta do passado e do presente no terreno da moral, que alteram a vida mental e consequentemente a vida celular



- Nosso irmão padece de uma enfermidade da qual pouquíssimas pessoas na Terra estão conseguindo escapar : a descrença, ou seja, a morte do ideal que sustenta nossa vida em sintonia com o bem, com o nosso bem e o bem dos outros. Quem se fixa nos aspectos sombrios do próximo, ativa sua própria sombra e cria uma cadeia de emoções que formam a teia da inimizade e da discórdia, do preconceito e da antipatia



- A descrença é um mecanismo da vida mental que acessa os arquivos das emoções primárias de ser, que são o medo, a raiva e a tristeza. A partir dela, alguns comportamentos são previsíveis, tais como a mágoa, a indiferença, a rigidez, o preconceito, a inveja, o ódio, o pessimismo, a melancolia e outras tantas manifestações doentias

- Benevides não perdoou a vida e suas leis, que se expressam naquilo que chamamos de realidade. A realidade que nos cerca é o que é, todavia, poucos a aceitam. Queremos controlá-la e conduzi-la conforme nossa visão egoísta da realidade pessoal. Rebelar-se contra a realidade que não podemos mudar é rebeldia, e rebeldia é morte dos ideais nobres do ser por querer contrariar algo que tem de ser como é



- Não é a tarefa para fora que define o homem espiritual que está gerado por dentro. A alma da caridade chama-se relação humana. Sem os predicados de um relacionamento construtivo capaz de promover a amizade, tais como o afeto, a atenção, a saudade, a alegria da diversão, o gosto pelo diálogo ou ainda a gratidão pelos laços que unem, aquilo que chamamos de caridade pode não passar de filantropia, solidariedade, esmola ou assistencialismo



- Muitos  “caridosos” como Benevides, são incapazes de colocar no colo uma criança de sua creche ou nem sequer sabem o nome de seus tutelados. A obra nesse caso, é uma vitrine de personalismo que torna seus responsáveis doadores de coisas





CAP 08 - COMO OS OPONENTES DO BEM PENETRAM NOS CENTROS ESPÍRITAS



- O momento pelo qual tanto ansiei chegou. Após longo período de preparo e visitações de observação, ingressei nas equipes de apoio emergencial aos centros Espíritas



- No Grupo X, três corações eram o centro do tumulto naquele momento : Calixto, Antonino e Ana



- Calixto é um homem bom, profissional exigente e dirigente de reuniões mediúnicas dotado de rara perspicácia. Um orientador da mediunidade que auxiliou inúmeros médiuns a se conduzir conforme as diretrizes espiritas e evangélicas



- Seu temperamento viril é marcado ´por uma determinação severa. Um homem cujo cerne das cogitações é a dor dos desencarnados. A ânsia de socorrer as lutas dos desencarnados, em muitas ocasiões, o promoveu à condição de exagerado em assuntos da vida espiritual



- Raramente encontra outro motivo para quaisquer assuntos que não sejam as interferências de obsessores e a manipulação engenhosa de mecanismos orientados para a perturbação espiritual



- Ana é uma mãe cuidadosa, presidenta do Grupo X e dirigente de reuniões Mediúnicas. Carrega uma enorme dificuldade em aceitar os alertas ponderados que a casa está recebendo por intermédio da mediunidade dedicada de Antonino, raiando agora para a descrença, a antipatia e a disputa com o médium, criando, através da maledicência, o contágio de toda a equipe da casa espírita



- Além do que, em razão de inúmeros processos íntimos, atravessa um momento de definição no lar. Culpa e carência são traços marcantes de sua personalidade



- Por causa da resistência em aceitar os alvitres de nosso plano, sob tutela de Eurípedes Barsanulfo e outros instrutores do bem, começou a questionar as mensagens escritas e as comunicações psicofônicas, criando atritos principalmente com Calixto, responsável pelas atividades mediúnicas do Grupo X



- Antonino, um coração sincero, está atravessando um instante turbulento em sua vida material e emocional. Médium disciplinado e persistente ainda nutre muita insegurança em assumir as rédeas de suas responsabilidades espirituais, entregando-se à dependência na condução de seus potenciais



- Ele estabeleceu um vínculo de submissão com Calisto que o prejudica na consolidação de sua própria identidade psicológica.



- É uma alma carente com um histórico de desvios afetivos graves e, em face de suas instabilidades emotivas, apresenta um enorme obstáculo para conviver com diferenças e diferentes em sua caminhada reencarnatória. Especialmente quando percebe que sua conduta está sob análise, apresenta uma doentia sensação de reprovação decorrente de sua baixa autoestima



- Nossa equipe, sob o comando de Dona Modesta, doutor Inácio, Cornélius e outros servidores devotados, dirigiu-se ao ambiente do Grupo X



- As agremiações do Cristo não são locais santificados nos quais q dor e a perturbação não possa entrar, pois o núcleo espírita é o lugar de quem se arrependeu e quer recomeçar, de quem sofre e de quem enxergou a luz de suas necessidades pessoais. Por isso, os serviços emergenciais aos Centros Espíritas, em crescente demanda, são também destinados aos trabalhadores, até porque, como no caso do médium Antonino, somos nós mesmos os maiores responsáveis por carrear a treva para dentro de nossas casas de amor, pois o tesouro imaculado da Doutrina Espírita, que alimenta a fome do Espírito nos ambientes da casa espírita, foi entregue a criaturas em recuperação





CAP 09 - DISCORDAR SEM AMAR MENOS, A GRANDE LIÇÃO DA FRATERNIDADE



-  Ana : “Isso é pura vaidade e perturbação. Em minha opinião acho que deveríamos afastar Antonino e submetê-lo a um tratamento espiritual”



- Antonino : “ Agora vocês vão ter que me esclarecer sobre tudo o que está acontecendo. Calisto já havia me falado sobre uma reunião de diretoria pra tratar de assuntos mediúnicos da casa. Nessa altura das coisas, Ana, dou pouca importância para sua confiança, principalmente depois de tudo o que ouvi aqui. Já venho sentindo seu clima de disputa comigo desde a comunicação do doutor Inácio, quando você, em plena tarefa, retirou-se, abandonando-a” (A comunicação do Dr Inácio foi narrada no romance do mesmo autor espiritual no livro : “Quem sabe pode muito. Quem ama pode mais”)



- Calisto : “Esteja(Ana) certa de que diante de tanta política de sua parte, estou declarando formalmente minha candidatura à presidente do Centro”



- Ana : “Não faça de conta, Calisto! Todos sabem que era isso que você mais desejava! Sua mania de grandeza não tem limites. Como pode acreditar que nossa humilde casa teria esta importância atribuída aos supostos serviços socorristas aos abismos onde se encontra o gênio das Trevas, Lúcifer?”



- Calisto : “Você (Ana) usa pessoas dentro desta casa para vender uma imagem, minha filha. Ou pensa que não sei de sua ânsia para me afastar da coordenação das mediúnicas? Uma cilada muito inteligente das Trevas!”



- Ana : “Estou a par de todos os telefonemas que tem(Calisto) dado. E pensa que não sabia da reunião de socapa que fizeram? No seu grupelho tem gente fiel a mim. Se você quer partir para a política, vamos para a disputa



- Calisto : “Acha que não sei também dos seus assuntos pessoais? Você não está dando conta nem de manter de pé a seu marido, que enfurnou no alcoolismo, e quer presidir um Centro Espírita? “









CAP 10 - HOMOAFETIVIDADE E MEDIUNIDADE



- As equipes socorristas nos serviços emergenciais reúnem-se todas as tardes no Hospital Esperança, em busca de alternativas e soluções para os casos que acompanham



- Dona Modesta nos chamou para conversa edificante. Nossos irmãos, como já lhes informamos, compõem uma grande família por de compromisso. Eles estão cercados por intensa e venenosa pressão



- Stefan e Antonino já se amaram muito em tempos distantes, vivenciaram experiências homossexuais em mais de uma vida carnal. No presente, o médium guarda tendência ainda marcantes de semelhantes recordações que outrora lhe trouxeram prazer, mas também infelicidade



- Em seu histórico espiritual Antonino serviu voluntariamente às hostes dos dragões do poder na condição de soldado. Entre as regalias de que dispunha pela posição, requisitou a companhia de Stefan, que veio a reencontrar nas furnas na função de vigia de locais periféricos ao vale do Poder, nos quais eram trancafiados os traidores para castigo e sevícias



- O resgate de Antonino provocou em Stefan um ódio incontido em relação ao Hospital Esperança, razão pela qual resiste às enfermarias e aos tratamentos que lhe oferecemos. Stefan serve aos Dragões na esperança de conseguir uma reencarnação



- Os médiuns ostensivos são portadores de uma energia Yin muito acentuada, a energia do feminino, da sensibilidade. Sem esse traço afetivo, dificilmente teria o médium condições de alcançar as sutilezas da vida nas quais costuma penetrar. Isso, porém, não implica, necessariamente, ser feminino na expressão de seu desejo afetivo-sexual



- Uma boa parte dos médiuns são homossexuais pelas seguintes razões :

(1) Alguns, porque já faz parte de seu contingente de vivências

(2) Outros, porque o ascendente energético da energia Yin pode inclinar o médium aos roteiros da atração por  

     pessoas do mesmo sexo

(3) Outros ainda, sublimam os impulsos homossexuais e vão adiante

(4) Outros querem manter sua continuidade

(5) Outros ainda, a repudiam em conflitos severos



- A mediunidade, de qualquer forma, é um buril educativo do feminino humano existente em todo ser. A humanidade penetra o estágio da sensibilidade ou do desenvolvimento do feminino como ponto de equilíbrio das conquistas intelectivas até então amealhadas



- Para a mulher, os filhos são o maior alimento, e as experiências exigentes neste setor amenizam a carga erótica que poderia tombar para rumos inadequados



- Este o maior problema em assuntos da sexualidade, a fuga, a negação da realidade interior, a indisposição humana de olhar com honestidade cristalina para seus conflitos pessoais. Morrer com um segredo mal resolvida é problema do lado de cá na certa



- O instinto é o alicerce do amor. Sob fascínio da atração sexual somos capazes de fazer qualquer coisa por alguém. Pois a atração mobiliza nosso interesse, e o interesse nos conduz à atitude. Não será este o princípio primário do amor



- A contenção dos prazeres sempre é fator de avanço, ainda que a contragosto. Não nascemos apenas para fazer sexo. Carecemos aprender a usar essa força em diversas áreas. Só com a contenção não. A disciplina para educar precisa vir acompanhada de muitos outros movimentos da alma na direção da harmonia e da compensação do prazer



- A conduta reta de Antonino o preserva de travos obsessivos gravíssimos, porém, não pode libertá-lo completamente da Lei de Sintonia em torno de suas características psíquicas. Além disso, a mediunidade dilata todo o contexto de suas inclinações com o componente feminino da energia Yin, causando-lhe grande saudade das vivências de outrora. Neste caso, inclusive, confesso que é muito difícil definir quem é o obsessor de quem, Antonino de Stefan ou o inverso?



- a liberdade sexual pregada sem ética nem responsabilidade, desde os tempos pós-repressão, nos últimos quarenta anos do Sec XX, desembocou em muita amargura e tristeza em muitos corações, que perceberam o vazio provocado pelo prazer sem afeto. Tais condutas fizeram uma reciclagem nos concetitos, provocaram uma discussão mais cristalina sobre o tema. A AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis forçaram a mudança de hábitos



- Espíritos fazem sexo, mas não com menos prazer e gratificação afetiva do que no Plano Físico. No Hospital Esperança, existem também pares do mesmo sexo. Temos uma classe inteira no Instituto para tratar e orientar os assuntos nesse terreno



- A partilha afetiva-sexual faz parte da felicidade humana. Com orientação e paz na alma, talvez você perceba dignidade e fonte de progresso em seus atrativos sexuais para com pessoa do mesmo sexo ou, quem sabe, poderá definitivamente ajustar seu psiquismo aos moldes da sua recente experiência no corpo feminino. Um mundo novo de reflexões se abrirá aos seus olhos no “Instituto de Educação da Sexualidade”





 CAP 11 - OS CORDÕES ENERGÉTICOS E A DEPRESSÃO POR PARASITISMO



- Na continuidade de nossas tardes de estudo com Dona Modesta, acerca dos acontecimentos no Grupo X, as atividades foram abertas com novos questionamentos



- Ana está correta na ideia e desajustada na forma. Ela está fiel ao que, de fato, vem acontecendo relativo ao quadro espiritual de mistificação da questão da salvação de lúcifer. Entretanto, a forma que ela escolheu para resolver o assunto é causa geradora de  mais tormenta e conflito



- Ana pretende convencer a todos de fora para dentro, por meio da artimanha da palavra e criando perigosas articulações  no grupo para atingir seus objetivos



- Aí reside a raiz de inúmeros conflitos nos conjuntos espíritas. Ninguém é convencido de fora para dentro. A formação de uma equipe demanda o heroísmo de se abrir mão dos pontos de vista, buscando consenso. Mas, na verdade, o que quase sempre tem acontecido é que uns ficam aguardando que os outros façam, enquanto cada um de nós continuamos a pensar como pensamos, sem a mínima disposição à renúncia



- Ana está sendo coerente com a realidade, mas, apenas escolheu um caminho improdutivo para alcançar o objetivo. Grupo algum será convencido daquilo que não consegue ou não tem base para acreditar. Como sempre, tem faltado a arte do diálogo, da discussão cristalina. Não o diálogo que se assenta em pontos doutrinários, mas aquele no qual, sob a luz meridiana do Evangelho aplicado, nos colocamos com todas nossas particularidades, tornando possível analisar o lado oculto de nossas relações



- Na esquina de rua do Grupo X estava Jerônimo, um mago mexicano da descrença e da culpa. Um coração muito sagaz que localiza, em mente, os pontos para os quais devem se deslocar as espirais. É um controle exercido a distância por criaturas muito poderosas



- O Grupo X, a partir de hoje, em razão da postura de nossos irmãos, candidata-se a ser sitiado, ou seja, ser tomado por forças inferiores, como muitos grupos já se encontraram. As “bocas”que alguns de vocês puderam perceber aos pés de Ana são entidades oportunistas enviadas pelos vampiros para sugar a energia da dirigente



- Nenhum mago ou técnica das sombras causaria os danos ali constatados se os irmãos de grupo nutrissem o alimento essências da fraternidade. Pior que quaisquer ingerências da semicivilização é a teia vibratória de inimizade formada no grupo X



- Temos trabalhado muito pelo desenvolvimento do afeto neste grupo. Ana descrê, Calisto crê demais e Antonino está confuso. São mentes acostumadas a se manter fieis às suas crenças. Tal fidelidade, entretanto, alcança facilmente uma das mais vis emoções de nossa esteira evolutiva, a arrogância. E esta, por sua vez, patrocina a intolerância, a falsidade, o ciúme, a disputa e a falta de fraternidade



- É nesse clima que o Grupo está sendo bombardeado pelos adversários, cujo objetivo central é enfraquece-lo na experiência espiritual ora iniciada



- Os laços energéticos que circulam nossa vida mental assemelham-se a imensurável oceano de ondas no qual nos achamos mergulhados. O magnetismo pessoal é capaz de criar elos que influenciam, mais do que imaginamos, o campo vibratório com quem tenhamos construído os chamados cordões energéticos



- Os cordões são fios mento-eletromagnéticos nascidos do teor sutil das forças afetivas do espírito. Por eles nos mantemos imantados uns aos outros conforme o teor das relações que criamos no cadinho das relações humanas. A rigor, na Terra, a maioria dos cordões é tecida por energias sugadoras decorrentes, principalmente, da mágoa, da inveja, da soberba, da culpa e do medo, construindo elos de dependência, abuso, poder e desrespeito mediante relações destrutivas



- A base de quaisquer desses sentimentos que sustentam os cordões é uma emoção primária fundamentada para o equilíbrio do ser humano : a raiva. A força da emoção de raiva é um preservativo na evolução humana, pois é uma emoção primária de defesa



- Não sabendo lidar com esse instinto defensivo, permitimos as mais variadas lesões no campo emotivo. Grande maioria das pessoas contém a raiva que sente sem saber como extravasá-la de modo sadio, criando, assim, no cosmo energético um acúmulo que não permite a transmutação. Os caminhos são infinitos, sendo que retê-la ou represá-la seria o caminho mais indesejável. Ela é uma defesa contra nossas não aceitação da realidade



- A raiva costuma manifestar-se dos seguintes modos :



(1)    Mágoa : Uma pessoa magoada é alguém que sentiu raiva de ser lesada e não soube o que fazer com o conjunto de seus sentimentos diante desse fato, tornando-se indefesa. A raiva guardada inevitavelmente transforma-se em mágoa, porque não foi transmutada

(2)    Neurose de controle : Diante da raiva, as pessoas confusas e com baixo conhecimento do seu mundo emotivo reagem com extrema necessidade de controlar ou manifestam tristeza e apatia



 - O resultado de tais metamorfoses nas relações humanas é a construção dos cordões energéticos que prendem criaturas a criaturas, pais a filhos, esposas a maridos, chefes a subordinados. Enquanto muitos encarnados procuram seus obsessores do lado de cá, mal sabem que, na maioria das vezes, a obsessão mora em sua própria casa ou está bem ao seu lado



- Por conta dessa noção estanque de Lei de Causa e Efeito, inúmeros adeptos da Doutrina recebem, com doentia postura, as dores da vida. Colocam-se, muitos deles, como vítimas a caminho da angelitude através do sofrimento de que são alvo, carregando por dentro a revolta, a mágoa e a perturbação a caminho dos despenhadeiros do ódio silencioso



- Sem uma consciência lúcida do que lhes acontece, atribuem a reencarnações passadas toda a infelicidade que suportam a duras penas, sem a menor disposição de examinar os erros e desvios do presente. Em síntese, tal mecanismo psíquico termina por constituir uma fuga lastimável fundamentada em teses doutrinárias  de frágil bom senso. Enquanto analisam suas dores sob a perspectiva de um passado que não conhecem, furtam-se a avaliar os descuidos do presente



- O homem na Terra raramente se mantém dentro dos trilhos de sua programação. Estima-se, no Departamento de Planejamento, aqui no Hospital, que 70% das pessoas cumprem com 20% do que planejaram. 23% conseguem atingir aproximadamente 50% do que precisavam; 5% conseguem se desviar completamente do que organizaram para suas reencarnações e 2% atingem a condição de “completistas”. Criamos mais laços ocasionais que laços programados no nosso planeta de Provas e Expiações



- Tive a oportunidade de presenciar os devaneios afetivos de Ana em relação a Antonino. No caso de ambos, esses laços são velhos grilhões energéticos que os aproximam. Conquanto Antonino não tenha permitido o afeto tresloucado e oculto que consome o coração de Ana, ele, como médium, sente-se entorpecido e sensível ao movimento ativo dos cordões da dirigente



- Quando no corpo, Ana transformava sua paixão em ódio e indiferença. Quando no corpo, Antonino não sabia definir o que sentia por Ana. É por meio dos cordões que se processa esse intercâmbio de sensações e sentimentos



- Os cordões energéticos de ambos antecedem esta vida corporal, todavia, a teia vibratória tecida no Grupo X vai muito além. Outros integrantes também guardam velhos e doentios cordões. No entanto, o que nos chama atenção é que a maioria deles está fortalecendo fios magnéticos pela conduta atual de invigilância. A raiva está na base deste episódio



- Diante dos fatos, todas as metamorfoses da raiva agravam os acontecimentos. Uns se magoam e perdem força para continuar, outros intensificam a necessidade de controle com o objetivo de tomar conta dos fatos. É o que Calderaro chama de “ obsessão mora”, também denominada “obsessão pacífica”



- Somente quando se expressam com altos níveis de raiva por falas impulsivas e agressivas, como as que presenciamos, é que se inicia outro estágio mais avançado da obsessão coletiva, que Calderaro chama de “obsessão mental”



- O resultado final de quem se mantém fixado na sombra dos outros é a descrença. É assim que se encontra o Grupo X, a caminho da descrença em tudo, especialmente uns nos outros. Eles ainda conseguem ser cordiais, fraternos e cumprem com seus deveres nas tarefas para com os de fora. Ninguém é capaz de supor o que lá acontece e, se alguém mencionasse, não acreditaria. Esse tem sido o quadro de muitos grupos doutrinários, uma peleja nas relações



- Nossa incapacidade de aceitar a diferença alheia é algo assombroso. A fixação nas limitações uns dos outros faz com que o conflito de ideias se transforme em um espaço de disputa, e, onde a disputa aparece, o clima de fraternidade desaparece



- É pelo sentimento que os cordões ganham vida, natureza, cor, cheiro, som, movimento e consistência. As pessoas, por meio dos cordões, aprisionam ou se alimentam de energias que sugam ou nutrem o cosmo fluídico dos diversos corpos que possuímos. As ligações são mantidas chacra a chacra, de conformidade com o tema que liga as criaturas envolvidas



- Se o assunto é a mágoa, o centro de forças de imantação é o cardíaco. Se a questão envolve ódio, o chacra mais atacado é o solar. Se o assunto é ciúme e possessividade, o chacra de vinculação é o genésico. Dessa forma, em alguns casos de pessoas magoadas, sob pressão da possessividade de alguém, podem desenvolver diabetes e diversos dermatites. E outros, alguém que sustente o ódio por alguém que o feriu, ou odiado por alguém que tenha ferido, pode avançar para variados processos degenerativos, incluindo alguns carcinomas mais conhecidos



- Podemos compreender os cordões como magia, pois o que é magia, senão a manipulação de energias. Muitos companheiros de ideal, apoiados em informações doutrinárias, alegam não existir o feitiço, acrescendo que somente quem sintoniza pelo pensamento ou tem medo dessas questões é que pode ser atingido. Os sentimentos, porém é que permitem o ciclo dos feitiços, e sobre essa parte da vida interior muito pouco controle e conhecimento detemos para nos imunizar das investidas sombrias que cercam nossos passos



- A raiva, base emocional dos cordões, é o alicerce das relações entre nossos irmãos. Onde a arrogância comparece, o sentimento de injustiça é despertado. E, com essa sensação de lesão pessoal brota o conflito íntimo e, posteriormente, o conflito relacional. A propósito, ele é o estado mental responsável por uma das doenças energéticas mais presentes na vida terrena : a “depressão por parasitismo”. É o estado mental de desorganização, um choque de forças do subconsciente com o consciente sob a tutela do self ou superconsciente



- Esse estado, que caracteriza a esmagadora maioria das criaturas no Planeta, gera matéria astral. É uma colônia bacteriana de largo poder destruidor. É como uma infecção a purgar ininterruptamente sobre o cosmo vibratório dos corpos, ao mesmo tempo, gera um movimento inflamatório, uma pressão sobre todo o conjunto energético, provocando ações desencadeantes de doenças físicas recorrentes. Sob a ação desorganizadora, a anatomia dos chacras sofre múltiplas alterações, subtraindo a capacidade normal de absorção, metamorfose e transmutação das forças que atuam sobre a vida mental do ser



- Alguns sintomas verificáveis desse quadro são : confusão mental, falta de vitalidade física, angústia, ansiedade intermitente, tristeza crescente, insônia, diminuição da libido e outros



- Chamamos de “depressão por parasitismo” porque , depois de consolidado o “habitat energético”, diversas formas vivas etéricas se agregam ao ecossistema em formação, tornando-se predadores em regime de vampirismo, retroalimentando a cadeia de efeitos desastrosos para a vida corporal do homem terreno



- Estudando os cordões energéticos e os fenômenos magnéticos que circulam em nossa vida, ficam evidentes duas conclusões :



- Primeira : É que se torna completamente dispensável a presença de obsessores fora da matéria para que se processem as obsessões



- Segunda : É que a medicina sanitarista do mundo jamais fará progressos preventivos e curativos caso não se abra para estudar a fenomenologia vibracional



- Não vivemos isolados sempre haverá cordões energéticos. Vivemos neste oceano energético e nele buscamos o alimento conforme a natureza de nossas qualidades ou mazelas. O Fluido Cósmico Universal, a alma do criador, é o campo energético do amor e da elevação para que tenhamos sempre vida e consciência a caminho do progresso incessante. A criação dos cordões de amor será a garantia de libertação, paz e avanço na evolução





CAP 12 - OS LAÇOS DA COMUNIDADE ESPÍRITA  COM OS DRAGÕES



- A desarmonia no Grupo X, depois de agravados os conflitos entre Calisto Ana e Antonino, teve efeito epidêmico no transcorrer das semanas. Os adversários mais sagazes, os Dragões, sob tutela do Mago Jerônimo, avançaram palmo a palmo no campo mental do conjunto



- Um clima inamistoso de disputa destruía as forças magnéticas, estiolando a guarda espiritual do centro Espírita. Antonino sofria larga pressão para abandonar o barco das lutas junto à equipe. Confuso e pressionado pela inteligência de Magos que lhe conheciam de longa data no Vale do Poder, atolou-se em exaustivo quadro depressivo. Perdera de todo a motivação com a tarefa e, por muito pouco, não permitiu desfalecer no ideal de espiritualização



- Estava instalada irremediavelmente a obsessão coletiva, o sitiamento sem impedimentos



- Um emissário do Vale do Poder, denominado doutor Darius, procurou-nos à porta do Grupo X, portando uma intimação recebida por Dona Modesta. A referida intimação solicitava o afastamento de Antonino do Grupo X em troca do controle do Grupo



- Retornamos ao Hospital esperança e Dona Modesta convocou todos os servidores das equipes emergenciais a uma reunião extra para tratarmos a decisão a tomar



- Em todos os tempos, o Evangelho do Cristo foi cercado pelos mais traiçoeiros acordos de facções. Até Jesus foi convocado a tal mister, quando esteve por 40 dias no deserto, em duelo com o gênio do mal que lhe queria testar. Ali foram selados acordos inimagináveis por parte das equipes Celestiais do Cristo para com os destinos da humanidade, e que determinaram, acentuadamente, a história dos últimos dois mil anos sobre a terra, incluindo a fulminante obsessão de Judas, o grande visionário do Cristo



- Acima. Porém, de todos os acordos, reina a luz soberana da justiça. Deus, em sua magnitude, não exclui do inferno o direito que estabelece leis, conforme os ditames da consciência de seus habitantes



- A maldade calculada é a inteligência mal conduzida, mas nem por isso deixa de talhar seus códigos de ética e conduta, alicerçados conforme o teor dos interesses coletivos das regiões purgatoriais



- O serviço redentor da regeneração nos pátios enfermiços da semicivilização não exclui a dura realidade dos acordos. Em muitos deles, somos obrigados a aceitar as cláusulas visando a um futuro melhor para todos



- Reza os termos do acordo que eles oferecem mais de uma centena de vândalos aprisionados, como é a praxe, em troca da “libertação” do Grupo X. A condição é a retirada de Antonino



- A queda de Antonino é bem cotada nas esferas inferiores diante das bênçãos generosas que sua mediunidade tem levado ao mundo físico



- A Lei do submundo não é um apêndice na evolução da Terra. Ainda que os irmãos tenham seu ponto de vista na disputa e no domínio, nada ocorre sem a permissão Divina e, mesmo os rumos que podem parecer uma desventura, tornar-se-ão brevemente uma fonte cristalina de luz pelo bem da nobre causa a que nos devotamos



- Há quem imagine as organizações inferiores compostas apenas de criaturas mutiladas e assustadoras ou, ainda, em locais escuros e sujos. Essa é apenas uma das facetas das regiões que cercam as edificações urbanas. Tribunais, hospitais, laboratórios, escolas e todos os instrumentos sociais do progresso estão presentes em tais localidades, que se estruturam como centros avançados da inteligência



- Os adversários do Grupo X não querem a queda do grupo, mas buscam a mais velha tática de enfraquecimento dos serviços do bem: a fragmentação para isolar



- Nossos irmãos estão transgredindo todos os elementos da saudável composição na formação de conjuntos homogêneos. Não existe concórdia sem afeto aplicado, e afeto aplicado é resultado da educação e da motivação natural de quem confia e se entrega



- A separação sempre será desejável, mas não como resultado de conflito, e sim como multiplicação do campo de trabalho por meio de anseios nobres



- Alguns companheiros que chegaram ao Hospital Esperança, depois de uma pródiga reencarnação prestada ao ideal, continuam contando sua versão pessoal das tragédias da desunião, colocando-se como quem nada fez para que as situações corressem ao sabor das sizânias. Muitos deles, na verdade, foram os arquitetos das separações e, em suas ilusões, não enxerga com lealdade tal descuido, culpando a todos e não enxergando a própria parcela de desacertos



- O médium isolado corre sempre o risco de tombar nas armadilhas da descrença e da lisonja, se estiver à procura do destaque e da glória pessoal. É imperativo reconhecer que não é isso o que busca Antonino, conquanto ninguém no Grupo X veja de outra forma, a não ser Calisto. Disse dona Modesta que o que procura Antonino é autonomia



- Autonomia é muito diferente da vaidade. Muitos a querem em busca de aplausos e gratificações passageiras, e, nesse caso, autonomia é sinônimo de personalismo. Nosso irmão, entretanto, está em busca do direito de responder por seus talentos espirituais, por sua decisões e por suas obras. E o grupo lhe nega esse direito mais por imaturidade que por intenção



- Como Antonino é uma alma frágil no que tange a sua independência, esse ambiente se torna perturbador para ele, o qual recebe esse julgamento com muito sofrimento e com muita insegurança, debatendo-se entre as suas aspirações sinceras e os roteiros defendidos pelos companheiros



- Para entender os acordos que envolvem a possibilidade de sitiamento do Centro espírita, precisamos conhecer algumas informações sobre a saga dos Espíritos que reencarnaram como Espíritas. A história espiritual de expressiva parcela de espíritos que regressaram à coletividade espírita é uma saga de quedas e tropeços, entretanto, Jesus, o zelador infadigável de nossas necessidades, trata-nos como os “Lírios de Esperança” nos pântanos do fracasso



- As primeiras coletividades da maldade na Terra foram registradas há aproximadamente dez mil anos. A insurreição de Lúcifer, como foi batizada a reação organizada à vinda do Cristo na Humanidade, é um movimento encabeçado por um coração querido de Jesus, que não teve a humildade suficiente para aceitar os desígnos da deportação



- Antes dessas primeiras coletividades, Lúcifer recobrou de forma mais nítida as recordações da extradição de Capela, o orbe de onde foram retirados milhões de Espíritos em razão de sua renitência no mal. O objetivo primordial da oposição foi impedir a vinda de Jesus



- O raciocínio que vigorava nas mentes empedernidas era o seguinte: “Já que ele nos confinou em lugar tão obscuro e infeliz, nós tomaremos conta da Terra. Mostraremos a Jesus que não necessitamos de sua complacência e que sua lei é uma mentira. A Terra será nossa e faremos reinar aqui o valor do egoísmo, única estrada capaz de trazer a verdadeira felicidade pessoal. O amor é um equívoco”



- O primeiro grupo a se estabelecer nessas bases foi o “Vale do Poder”, a mais antiga organização da maldade na história terrena. Seus comandantes autodenominaram-se “Dragões”. O Dragão era um símbolo usado em Capela que expressava força e poder



- Os Dragões escolheram tal simbologia estribada no seguinte pensamento : “Se Jesus nos colocou como a serpente rastejante do paraíso, criaremos asas e faremos fogo, assumindo nossa verdadeira condição de seres poderosos, capazes de voar além da imaginação e queimar com crueldade as mais mentirosas expressões da lei do amor”



- Dotados de larga experiência militar e política, desenharam uma hierarquia que copiava velhos modelos de gerenciamento usados em seu planeta de origem



- Obsessões gravíssimas se instalaram em torno dos passos do Senhor como sinais de inferioridade moral das hostes da maldade na tentativa de humilhar todos os seus seguidores. A “Idade Média”, porém, foi o apogeu da loucura das trevas, um jogo de interesses sem precedentes, desde a partida do Cristo pela crucificação. Nas faixas conhecidas do Umbral e dos Abismos, formou-se uma semicivilização



- Nos últimos dois mil anos, milhões de criaturas que diziam servir a Jesus nos roteiros do Cristianismo foram aliciados para tais locais de dor e ultraje. Foi com base na culpa e no medo que trancafiaram uma enorme falange de almas falidas nos roteiros do Evangelho. O intuito era muito claro: atacar a mensagem do Cristo, já que ela não traz a felicidade nem a paz prometida. Um processo de justiça para cobrar de Jesus a promessa do reino dos céus. As prisões da subcrosta encontravam-se abarrotadas ao fim da “Idade Média”



- Os Instrutores Planetários trabalharam nos últimos quinhentos anos a noção de humanismo no seio das comunidades, a fim de recuperar a lucidez mental. Desde o renascimento cultural, que declinou o término da Idade Média até o desenvolvimento da tecnologia avançada no Sec XX, fluíram de “Mais Alto” as mais tocantes noções para a educação e o avanço na escola da evolução do pensamento e da moral



- No tempo em que as forças militares das sombras concentravam largo poder de ataque aos círculos europeus, onde se localizava, naquele tempo, o núcleo irradiador da cultura e da política, nos fins do Sec XIX, uma investida sem precedentes foi realizada na libertação de almas encarceradas nos calabouços da semicivilização.



- Um dos principais focos salvacionistas foi concentrado na alforria dos cristãos abatidos pela falência espiritual. Milhões  de corações que careciam da reencarnação imediata. Mentes sofridas pelas lembranças do erro, porém, muitas delas sinceras e detentoras de largas habilidades intelectuais



- Milhares desses corações assolados pela dor consciencial, depois de breve preparo moral, foram recambiados para o renascimento no corpo carnal, distante do psiquismo enfermiço da velha civilização. Regressaram ao Brasil, a maioria nas fileiras do Cristianismo. Milhares deles encontraram no espiritismo o novo seio acolhedor na recuperação de suas forças



- Tocados pela mensagem do Evangelho, retornaram esperançosos por novas lições na regeneração de si mesmos



- A primeira leva de almas que regressaram como espíritas cooperariam, mesmo sem possuir autoridade moral, na edificação das primeiras construções físicas e culturais do movimento em torno dos ideais do espiritismo. Como desafio maior, deveriam superar o mais ameaçador de seus vícios : o de possuir a propriedade da verdade



- Sob intenso medo, reencarnaram em condições que lhes permitiriam adesão às sagradas fileiras do serviço espírita. Cientes de destino dado aos ex-encarcerados, os Dragões cerraram seus esforços contra o avanço do ideário espirita no Brasil. Mutilar a esperança de melhora dos idealistas por meio de ataques aos centros espíritas, essa era a tática. Uma luta que dura mais de um século



- Mediante tais informes, é fácil concluir que aqueles a quem chamamos adversários são extensões de nós mesmos. Os Dragões são um retrato fiel do nossa condição moral, guardada uma única diferença que jamais poderemos olvidar : nós desistimos do mal, eles não. Nós queremos o bem, conquanto ainda não consigamos realizar tanto quanto gostaríamos



- Seria despropositado afirmar que todo aquele que se torna espírita se encontra inserido nesse contexto de explicações de destino do “Tronco Judaico-Cristão”



- Os integrantes do Grupo X, assim como diversos militantes da seara espírita, regressaram ao corpo na segunda metade do Sec XX. Fazem parte da segunda leva de almas recambiadas em condições íntimas muito similares às da primeira. Seguindo etapas muito bem definidas por Bezerra de Menezes, que avalizou tais reencarnações, essa segunda leva ocorre exatamente no “segundo período de setenta anos” nos destinos do Consolador Prometido



- Contra esses corações que regressaram, os ataques do “Vale do Poder” tornaram-se ainda mais cruéis e impiedosos. Nossos irmãos no Grupo X são muito visados por esse motivo



- Desde as primeiras refregas infringidas pelos Dragões, eles nunca tiveram por alvo destruir as casas, mas humilhar o ideal. O grande objetivo é paralisar, imprimir marcha lente e convencional. Nada melhor, para isso, que explorar a mais velha armadilha de nosso mundo íntimo, o orgulho. Incensando nossas vaidades, a ilusão faz o restante



CAITULO 13 -  A PSICOLOGIA DOS DRAGÕES : DESCONFIAR UNS DOS OUTROS



- A descrença patrocina os mais doentios quadros da conduta humana. O vazio existencial, a desistência dos ideais nobres, o medo de viver, a busca do prazer efêmero, a compulsão pelo destaque por meio da força e da violência, a disputa que leva às guerras, à doença mental e a outras formas de doenças morais são alguns dos efeitos da descrença, que estrutura a infelicidade terrena e multiplica os reféns da culpa e da falta de sentido para progredir



- A arrogância é o contrapeso da descrença. Quem não conquistou a capacidade de estar em plenitude, de nutrir-se de ideais legítimos e honestos, debate-se exaustivamente na compulsiva necessidade de afirmação do ego. A arrogância é a defesa dos fracos e o trampolim dos desmotivados



- Impor-se a qualquer custo, ser o melhor, destacar-se e ser reconhecido são algumas das neuroses recorrentes da personalidade arrogante. Uma doença da vida mental profunda que nos leva a um dos mais desconhecidos gêneros de obsessão : A “obsessão pacífica”.

A obsessão pacífica é a sinergia de mentes, uma troca. É o tipo de obsessão que caracteriza inúmeros grupos doutrinários e, que segundo Calderaro, chama-se “obsessão moral”



- A mais habitual propriedade psicológica da arrogância é a resistência em admitir a presença sutil de suas manifestações personalistas. Nossos irmãos ainda não aprimoraram a noção de autoconhecimento suficientemente, pois de forma inconsciente, ainda se debatem na areia movediça da personalidade arrogante



- E, assim os adversários do trabalho encontram brechas mentais para se inserir em sus=as ações. Hoje alguém pode encontrar larga faixa de sintonia com a mente de alguém, todavia, daqui há vinte e quatro horas ou dentro de dez dias essa faceta da personalidade poderá estar completamente vedada a qualquer ação mental de obsessores. Por isso não será incorreto, também, classificar as “obsessões pacíficas” como intermitentes ou sazonais



- A personalidade arrogante é inquieta, sente-se sobre o peso de severas obrigações, exige demais de si mesma. São criaturas quase sempre muito criativas, práticas, pensam e falam o que pensam, ouvem pouco. Seu tônus emocional básico é de ansiedade, o que as leva à pressa e a emanações de irritabilidade contínua. Daí alguns sintomas de suas atitudes, tais como : impaciência e precipitação



- Ainda podemos verificar múltiplas formas de ação desse estado íntimo de inquietude, que patrocina a intolerância, a rigidez, a disputa e o principal e mais desastroso comportamento que intoxica as relações, isto é, a compulsão por colonizar o pensamento alheio



- Nas lutas de cada dia, o descuido com a fala por parte de Ana tem agravado todos os fatores de discórdia. Essa franqueza mórbida, tomada como sinceridade, perde seu valor quando inspirada na arrogância de nos supor com obrigações de corrigenda uns sobre os outros



- Tornamo-nos arrogantes todas as vezes que achamos que alguém tem de acreditar no que enxergamos sobre ele, ainda que isso seja uma verdade.



- Um dos resultados comportamentais da arrogância é o apego aos nossos pontos de vista, que causa a sensação de estarmos certos. Esse o móvel principal da personalidade arrogante : supor-se dono da verdade



- Para nossa arrogância é muito difícil admitir que alguém, além de nós, possa conduzir as decisões ou destinos de qualquer responsabilidade em nome do Cristo. Eis a nossa luta milenar desde que aceitamos segui-lo. No fundo, com raríssimas e honrosas exceções, continuamos duelando pela posse da verdade



CAPÍTULO 14 – INÍCIO DE UMA NOVA ETAPA



- Os termos do acordo com as trevas, após a cena do lava-pés, foram rigorosamente cumpridos. Antonino abandonou o Grupo X. Ana manteve-se na presidência e Calisto debandou para a formação de uma nova casa



- A cena do lava-pés foi descrita no Livro “Quem sabe pode muito. Quem ama pode mais”, no Cap 20, cujo título é “Clamor por união”



- Antonino trazia na alma um torturante sentimento de fracasso por se afastar das tarefas em busca de novas vivências. Ana trazia o coração moído pela contrariedade dos acontecimentos inesperados, pois amava antonino, com quem nem sequer poderia partilhar a convivência dali para a frente. Calisto, impassível em seu afeto, negava sua dor e preenchia o vazio com visões futuristas para seus projetos, sempre alegando que Lúcifer e seus asseclas conseguiram o que queriam



- A lição estava consumada. Imputar a obsessores e inimigos espirituais do Cristo a responsabilidade pela desarmonia e tropeços na tarefa é, no mínimo, uma atitude de fuga de nossas próprias limitações que não queremos enxergar

- É inegável a atuação dos adversários, entretanto, a história do Grupo X foi composta de todos os fundamentos característicos do modo de agir dos opositores do bem quando planejam emperrar as atividades das agremiações consoladoras do Espiritismo



- Infelizmente, tinha de aceitar algo que minha razão, ainda intoxicada pelas noções do mundo físico, não admitia: os Centros Espíritas não só estão abrindo a porta para o obsessão Coletiva, mas estão convidando os antagonistas do bem a entrar



- Antonino, depois de décadas de trabalho assíduo e perseverante, pela primeira vez ele se via sem trabalho, sem compromisso e sem grupo. A dor da solidão e do desamparo castigava o coração de Antonino



- Dona Modesta, solicitou-nos prepara Antonino para um encontro noturno, quando ele se afastasse do corpo físico pelo sono. Ele em suave desdobramento do corpo, acompanhou-nos à sala especifica no Hospital Esperança par o encontro marcado. Disse-lhe Eurípedes Barsanulfo : “ A estrada para Jesus é povoada de armadilhas de ilusão e testes de resistência moral. Eu te abençoo e o louvo pelo esforço incomparável que fizeste para oferecer o melhor na prova que se encerra. Se no mundo físico torna-se necessária a experiência da solidão temporária, estejas certo que, de nossa parte, estaremos cada dia mais próximos e envolvidos com o teu coração generoso e puro



- Varamos o espaço em direção ao Rio de Janeiro e chegamos à Tenda Umbandista Pai João de Angola. Pai Zequinha, com uma vidência mediúnica a toda a prova, avistou-nos a distância e, quando entramos nas dependências da tenda, ele expressou em voz alta : “Já te esperava faz tempo, Antonino. Vamos trabaiá?”



ENTREVISTA : RESPOSTAS  DE MARIA MODESTO CRAVO ÀS PERGUNTAS FORMULADAS PELO MÉDIUM WANDERLEI SOARES OLIVEIRA  SOBRE O CONTEÚDO DO LIVRO



- Todo sofrimento, segundo Buda, é causado pelo apego. Quanto mais ilusão, mais magoada será a criatura



- Nós nos iludimos porque somos egoístas e todo o egoísta espera que a vida sempre vá lhe atender integralmente as expectativas



- A ilusão na relação humana, por exemplo, é mais comum com as pessoas com quem convivemos, por supormos que sabemos tudo sobre as pessoas de nossa convivência



- Na ilusão sobre a vida é pior que a ilusão da convivência, porque construímos uma ilusão sobre o que achamos que o mundo deve ser



- Os apontamentos desse livro fala-nos de misericórdia. A misericórdia é o caminho mais curto para o perdão, pois quando somos misericordiosos na atitude, conseguimos a leveza de viver de modo incondicional em relação às imperfeições alheias



- Os integrantes do Grupo X não foram misericordiosos por causa da desconfiança, pois desconfiavam da competência uns dos outros e a desconfiança expulsa a misericórdia



- Nós desconfiamos das qualidades uns dos outros, devido ao efeito nocivo do orgulho que nos venda os olhos, supervalorizando-nos em detrimento do outro, não sabendo o que fazer com o que sentimos quando a luz do outro brilha mais que a nossa. Infelizmente, nessa situação temos adotado um comportamento que mata a confiança, ou seja, a agressividade do autoritarismo nas relações. Autoritarismo nas relações é toda forma de exclusão do diálogo



- Antes do perdão, existem duas atitudes fundamentais que expressam o amor em movimento, a benevolência e a indulgência. Perdão só será necessário quando não aplicamos as duas. Quando não conseguimos um estágio produtivo na benevolência e na indulgência, inevitavelmente se instalará a ofensa



- Muitos conceituam ofensa como uma mágoa diante de sérias lesões e perdas. Pensando com sabedoria, vamos perceber que ofensa é não aceitação, pois toda vez que não aceitamos algo ou alguém, já existe ofensa. Ofensa, no sentido espiritual, é toda vez que nosso interesse é contrariado



- Jesus sabia que seria assim. Por isso recomendou perdão o tempo todo, inclusive que perdoássemos setenta vezes sete. Libertarmos da prisão que nós mesmos construímos para nós. Vivemos, quase todos, gastando energia para manter a opinião negativa que temos acerca de uma pessoa, instituição, ideia ou assunto. Não conseguindo a proteção da benevolência e nem da indulgência, sentimo-nos ofendidos por alguém ou por algo não ser como gostaríamos que fosse



- Perdoar é a arte de aceitar, significando entender que tudo acontece por uma razão que impulsiona o progresso, mesmo nas mais indignas e cruéis situações. Nós já nos encontramos muito cansados de nós mesmos em razão do volume de atitudes infelizes ao longo de várias reencarnações



- Só quando compreendermos e aceitarmos, podemos ser afetivos no conceito cristão da palavra, isto é, aceitar o outro na sua particularidade, na sua limitação e, ainda assim, conseguir amá-lo ardentemente, erguendo-o para um mundo novo na transformação pessoal, acolhendo-o de modo envolvente de tal forma que ele se sinta compelido a acreditar em si mesmo



- Ouçam suas consciências, antes de tudo, tenham atitude respeitosa com a opinião alheia, absorvam as críticas que acrescentam ao bem



- O ato verbal de mentir, caluniar, escandalizar, em verdade, é um mecanismo de liberação do inconsciente. Seja em que nível esteja o maledicente, ele vomita pela maledicência sua “sombra pessoal”. Todavia, toda maledicência é um escândalo, segundo Jesus : “Ai do mundo, por causa dos escândalos, porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele por quem o escândalo vem”



- A questão de manter-nos no que há de melhor em nosso próximo não nos impedirá completamente de experimentarmos antipatia, indisposição e mal-estar na convivência com algumas pessoas



APÊNDICE



- Olhemos com mais carinho esses sentimentos sem cobrar-nos tributos morais. Essa é a mais cristalina verdade sobre nós mesmos, da qual não devemos nos envergonhar. São os seguintes esses sentimentos :



(1)     Não gostamos de ser criticados

(2)     Repudiamos a possibilidade de que alguém seja mais querido que nós mesmos

(3)     Sentimo-nos injustiçados quando alguém nos corrige naquilo de que precisamos

(4)     Chegamos a nos alegrar com os tropeços alheios para nos fazer mais fortes perante outrem

(5)     Não conseguimos conter o impulso maledicente da língua para diminuir o brilho do outro

(6)     Raramente nossa alegria com o êxito de alguém representa consciência do bem pela Obra do Cristo

(7)      Fazemo-nos indiferentes ante as habilidades que florescem nos companheiros de tarefa

(8)     O melindre azorraga-nos quando uma decisão é tomada sem nossa participação

(9)     A inveja nos assalta, impiedosamente, quando alguém produz algo mais criativo e valoroso que nós

(10) Adotamos a teimosia quando não queremos seguir as recomendações com que não concordamos

(11) Disputamos cargos e títulos como se, à luz da Boa Nova, isso fosse privilégio e indício de espiritualização

(12) A presunção entorpece-nos a ponto de acreditarmos ter todas as respostas para a vida alheia

(13) Invadimos o mundo íntimo das pessoas como se tivéssemos um alvará de quebra dos limites, tão somente por acreditar-nos bons o suficiente para entender o que se passa por dentro do coração alheio

(14) Elegemos modelos de condutas, estabelecendo rótulos com os quais expedimos juízos de suposta verdade sobre o comportamento de nossos amigos





 - Nos lances conflitantes da vida interpessoal, os percalços não se encontram fora, mas dentro de nós próprios



- Jesus nos aceita em sua Obra como somos. Entre nós porém, grassam disputas enfermiças e desgastantes para aferir quem é o maior. As relações são perturbadas pelas sutilezas do orgulho, criando gládios intermináveis que entorpecem os raciocínios, minam as forças morais e convidam à obsessão



- Quanto mais conhecimento e tempo no contato com as verdades espíritas, mais riscos de se apegar às convicções pessoais. A experiência costuma causar a sensação de grandeza e acerto e nesse clima de descuido, surgem as expressões mais destrutivas da arrogância que nos é pertinente



- Pequenos gestos de desamor, ou mesmo a simples ignorância sobre o que verdadeiramente sentimos uns pelos outros, são fagulhas perigosas no sistema das relações aptas a incendiar as mais caras afeições



- Assumamos sem receios nossa falibilidade escolhendo rever nossas convicções, especialmente as que temos em relação àqueles com os quais ainda não tenhamos nos harmonizado. Rever convicções é ter a coragem de analisar os fatos sob outra perspectiva. Isso nos levará aos novos aprendizados
















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