sexta-feira, 19 de agosto de 2011


MÁGOA

1 – DO LIVRO “QUEM SABE PODE MUITO.QUEM AMA PODE MAIS”

 (JOSÉ MÁRIO / WANDERLEY SOARES DE OLIVEIRA)

- Um dos efeitos mais nocivos da mágoa é a atitude de indiferença

- A indiferença é uma tentativa improdutiva da alma de tentar ou negar sentimentos, de isolar o afeto que, em sua concepção, foi traído

- A tentativa de ser indiferente nos leva a fixar nos pontos falhos, nas más recordações e na constante sensação de desconforto perante aos ofensores

- A indiferença é um esforço para impedir as vozes profundas da alma que solicitam a coragem de perdoar e, não conseguindo, redunda em males a nós mesmos

- A indiferença temporária ao ofensor para dar tempo de minimizar os efeitos da ofensa torna-se, em alguns casos, até justificável. No entanto, se for opção definitiva, estaremos caindo nas garras do orgulho

- A mágoa cristaliza nossa visão no lado menos feliz das pessoas que nos ofenderam. Sob efeito da ofensa somos capazes de esquecer, automaticamente, o afeto e os momentos de alegria que tivemos com nossos ofensores

- Perdão é emoção e não memória. Não se trata de apagar memória, mas ressignificá-la. A prova mais autêntica de perdão no mundo íntimo é quando conseguimos resguardar o nosso foco mental nos aspectos positivos das pessoas que nos ofenderam

- Quase sempre na raíz de nossas mágoas há interesses pessoais contrariados. A mágoa expressa um sentimento de injustiça. Jamais a sentimos dissociada da sensação de perda, lesão

- Quando somos agredidos ou recebemos ameaças de agressão, entra em ação a emoção da raiva, para nos proteger. É um sinal do coração para que o ofendido descubra pela dor algo importante para sua caminhada, e quando descobrir, tomará o ofensor como grande instrutor de sua vida

- Na atualidade, ocorre um processo muito doloroso em nossa vida mental. Como buscamos a melhoria espiritual, estamos removendo as bases de um edifício de ilusões que nos serviram de alento e segurança nos milênios

- O ruir desse edifício é ameaçador. Hoje estamos literalmente magoados com a verdade sobre nós. Temos raiva de saber o que estamos descobrindo sobre nossa vida profunda

- Estabelecemos um processo de auto cobrança e auto punição face a essa realidade, tornando-nos facilmente melindráveis, magoáveis

- A sofreguidão desse auto- encontro faz-nos irritáveis, frágeis psiquicamente para qualquer correção menos fraterna

- Ninguém passará sem experimentar a dureza dos chamados. Muitos desses chamamentos virão de irmãos de caminhada e serão tomados como agressão geradora do ressentimento

- O ofensor, seja ele intencional ou não, vai passar pela nossa vida e se vai. A mágoa, por sua vez, transportada conosco até o instante que descobrirmos seu significado divino, o que ela tem para nos ensinar

- Eis o motivo pelo qual as Casas Espíritas deveriam se lançar com urgência aos projetos de alfabetização emocional, no intuito de melhor organizar as ideias acerca do mundo íntimo

- Sem entender nossa vida afetiva, rodaremos em círculos de dor com reações aprendidas tais como a culpa, a rivalidade silenciosa, a vergonha, o remorso e a própria raiva reprimida que se converte em estado melindroso, depois em mágoa e rancor, e, mais adiante, no ódio

- A mágoa é larga porta mental aberta para a inquietude e a tristeza, que pode se degenerar em ansiedade e depressão. Na primeira, o doente ofende-se com a fantasia que faz de supostos rivais. Na segunda, agasta-se com os fatos passados sem conseguir se livrar das lembranças enfermiças

- O melhor que investigar a tecnologia da maldade será incentivar nos meios doutrinários cursos permanentes sobre a mágoa e o perdão

2 - DO LIVRO : “AS DORES DA ALMA”  (Hammed / Francisco do Espírito Santo Neto)

- A maior parte das criaturas se comporta como se o amor não fosse um sentimento a ser cada vez mais aprendido e compreendido. Agem como se ele estive inerte na intimidade humana e passam a viver na expectativa de que um dia alguém ou alguma coisa possa despertá-lo em toda a sua potência numa espécie de fenômeno encantado

- Nas questões do amor, vale considerar que, quanto mais soubermos, mais teremos para dar. Quanto maior o discernimento, maior será a nossa habilidade para a mar. Quanto mais compartilharmos o amor com os outros, mais estaremos alargando a nossa fonte de compreensão a respeito dele

- Negamos frequentemente o fracasso amoroso, durante anos e anos, para não admitir diante dos outros nossas escolhas precipitadas e equivocadas

- Porque não renunciamos à necessidade neurótica de ser perfeitos, ficamos sempre presos a uma pressão torturante de infalibilidade e perdemos excelentes momentos de crescimento pessoal, queixando-nos cotidianamente de que estamos sendo ignorados e usados, porém nunca tomamos atitude alguma

- Deixamo-nos magoar pelos outros e acabamos magoando também a nós mesmos.  Reagimos às ofensas e ao desdém, experimentando sentimentos de frustração, negação, autopiedade, raiva e imensa mágoa

- Culpamos as pessoas pelos nossos sofrimentos, verbalizando as mais diversas condenações e. em seguida, esforçamo-nos exaustivamente para não ver que a origem de nossas dores morais é fruto de nossa negligência e comodismo

- O produto amargo de nossa infelicidade amorosa são nossas mágoas, resultado direto de nossas expectativas, que não se realizam, sobre nós mesmos e sobre as outras pessoas

- Nós nos “barateamos” quando colocamos nossa autovalorização em baixa na espera de seduzir e modificar seres humanos que nos interessam

- Justificamos nossa infelicidade conjugal como sendo “débitos do passado” e passamos uma vida inteira buscando “álibis reencarnatórios” para compensar o desprezo com que somos tratados e a opção que fizemos de viver com criaturas que nos desconsideram e nos agridem a alma constantemente

- Aprendemos quem somos e como agimos convivendo com os defeitos e qualidades dos outros. É justamente nos conflitos de relacionamento que retiramos as grandes lições para identificar as origens de nossas aflições

- Querer não “sentir dor” pode dessensibilizar as comportas de nossos mais significativos sentimentos, inclusive atingindo de forma generalizada nossa capacidade de amar. Muitas vezes, queremos representar que possuímos uma segurança absoluta, quando, na realidade, todos nós somos vulneráveis de alguma forma

- O querer viver uma existência inteira desprovida de decepções e de ingratidão, com aceitação e consideração incondicionais, é desastrosamente irreal

Portanto, não podemos passar uma vida inteira ocultando de nós mesmos que nunca ficaremos magoados. Devemos, sim, admitir a mágoa, quando realmente ela existir, para que possamos resolver nossos conflitos e desarranjos comportamentais

- Mágoa não elaborada se volta contra o interior da criatura, alojando-se em determinado órgão, desvitalizando-o. Mágoa se transforma com o tempo em rancor, exterminando gradativamente nosso interesse pela vida e desajustando-nos quanto a seu significado maior

- O fato de criarmos o hábito de desviar a atenção como forma de dispersar a dor da agressão e de isso funcionar muito bem em determinados momentos expressivos de nossa vida, mantendo a mágoa dissimulada, poderá se tornar um estilo comportamental inadequado, pois distorce a realidade de nossos relacionamentos

- Sentimentos não morrem. Poderemos enterrá-los, mas mesmo assim continuarão conosco e se não forem admitidos, não serão compreendidos e, consequentemente, estarão desvirtuando a nossa visão do óbvio e do mundo objetivo 





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