domingo, 3 de maio de 2015


VIDEOAULA 11

A SOMBRA / 02 - O BEM E O MAL - (Cláudio Sinoti)

- Porque o homem moderno por mais que tenham avançado e alcançado a consciência não conseguem se livrar do Mal

- Conquistamos muito com o avanço tecnológico, mas ainda não logramos o avanço ético e moral correspondente, para nos livrar de todas as formas do Mal que acontece na humanidade

- E não nos cabe apenas filosofar a respeito do Mal, ou do Bem que existe na natureza, mas resta-nos fazer um esforço hercúleo para, encontrando na nossa própria essência, tudo aquilo que se desvirtua do que consideramos de Bem, podermos trabalhar toda essa natureza que se encontra em desequilíbrio

- Considerando que Deus é todo o Bem e toda a Justiça, porque todas as suas criaturas ainda, de certa forma, manifestam o caos ? Se somos criaturas Divinas, se somos Essência Divina, por que a violência ainda irrompe em a nossa natureza, como uma energia indomada

- E esse problema não é novo, nem desde quando o homem percebe estar atento para a sua consciência, ele verifica que, suas intenções, muitas vezes, sejam boas, ele não consegue lograr aquele Bem que almejava, tanto assim que o Apóstolo Paulo irá dizer : “Irmãos : Eu sei que de mim, isto é, na minha natureza não habita o bem, pois querer o Bem está ao meu alcance, mas realizá-lo não está. Na verdade, não faço o Bem, que quero, mas pratico o Mal, que não quero”

- Por que será que, nada obstante as nossas boas intenções a respeito da vida, das pessoa, continuamos praticando e vivenciando o Mal, seja na forma de atitudes autodestrutivas para conosco mesmo , ou seja na forma de atitudes destrutivas em relação aos nossos familiares, a sociedade, e estendemos esse Mal por toda a vivência coletiva, porque se existem um Mal na coletividade, todos nós somos responsáveis

- Se existe atos bárbaros na nossa vivência cotidiana, devemos nos perguntar : “De que forma nós também alimentamos esse Mal, seja pelas nossas atitudes, pelos nossos pensamentos, com a nossa falta de atitude, com o nosso olhar ,que nada quer ver, não quer transformar, não quer enfrentar essa natureza que habita em nós mesmos que, na sua essência, é a própria energia Divina” ?

- Mas, porque se encontra dissociada da vinculação com o SELF, atua de maneira desequilibrada, como se fosse um brinquedo poderoso na mão de uma criança pequenina. O brinquedo, em si, não é Mal, mas como ela ainda não sabe lidar com aquele brinquedo, pode causar um desastre, pode se machucar

- O grande desafio é o homem lidar com a sua própria natureza, com a sua própria essência, porque tudo que não é colocado de maneira equilibrada, de maneira harmônica, é vivenciada de uma forma destrutiva. Sai canalizado para o EGO, quando deveria estar canalizado para a nossa essência, para o Ser espiritual que somos

- Paulo de Tarso mesmo reconhecendo o Mal presente em nós, cabe que façamos uma reflexão : “Qual é o Mal que ainda habita em minha natureza”. Quando Paulo fala na natureza, é assustador, pois parece que a nossa essência é um Mal. Não é isso que quer dizer, mas quer dizer da personalidade, do comportamento, embora a intenção seja boa, o comportamento é negativo, é destrutivo, porque ainda é pautado no medo e em emoções descontroladas, na raiva, no ressentimento, na mágoa, e, por isso, muitas vezes, nossas atitudes saem distorcidas, como acontecia com Paulo e com todos os seres humanos, enquanto não encontravam o seu próprio caminho, enquanto não desenvolveram o Cristo Interior que faz parte da nossa Essência

1 - Livro : Psicologia Profunda e Nova Ética (Pag 10) - Erich Neumman

- “Vincula-se com o Mal todo aquele que viu e não fez, todo aquele que deixou de ver, porque não queria ver, todo aquele que não viu se bem que poderia ver, mas também todo aquele cujos olhos não poderiam ver”

- Quantas vezes vemos, percebemos a canalização do mal em nós, na sociedade, nos outros, e não tomamos atitudes. Nada fazemos, porque o problema é dos outros, mas os problemas dos outros passa a ser coletivo, e, por isso, se volta para nós mesmos

- Quantas vezes deixamos de ver, porque não queremos ver, mas isso se propaga no ambiente em que circulamos, nas famílias, nas nossas vidas e fazem parte das nossas escolhas, porque o problema é do governo, é social. Não queremos ver a miséria nas ruas, pois isso é problema daqueles que ganham para fazer isso. Mas porque o caos se estabelece, persiste, continua esse Mal contra a própria criatura humana.

- Mas também todo aquele que não viu, bem que poderia ver e, também aqueles que os olhos não podiam ver. Isso acontece porque, muitas vezes, nós deixamos de desenvolver em nossa personalidade atitudes, escolhas, potencialidades, que podem fazer com que nossa percepção se amplie. É por isso que deixamos de ver. Quantas vezes por conta da preguiça, por não querer fazer o nosso dever de casa, deixamos de ativar possibilidades de transformação e, é por isso, que não podemos ver. Isso se transforma naquilo que nós não conseguimos enxergar no mal que faz parte da nossa própria natureza e, ainda, não sabemos o por que, e as pessoas se sentem vítimas da vida

- Quantas potencialidades boas temos para desenvolver um trabalho, por conta da nossa inteligência, de instruir pessoas, de educar aqueles que estão ao nosso alcance, e esse Mal que fazemos conosco mesmo, se transforma em mal também para a sua família, para a sociedade e procuramos repassar a culpa para alguém. E quando vemos o Mal ocorrer do lado de fora, é porque o Mal ocorre em mim também, em forma de pensamentos, de sentimentos ainda não trabalhados, na falta de predisposição para atuar e resolver os conflitos que se estabelecem, e que, muitas vezes, por falta de uma atitude, predominam e prevalecem

- Por isso devemos criar os “Olhos de ver esse Mal”, criar condições para enxergar o Mal, não dos outros, da sociedade, mas que atua na nossa natureza, porque somente em nós podemos transformar de maneira efetiva e profunda

2 - Livro : “Dias Gloriosos” (Pag 215) - (Joanna de Ângelis)

- “ Persiste no espírito Humano a tendência para o Mal...Platão identificou-a nas suas observações profundas, denominando-a como face escura do Ser, portanto, desconhecida, e Carl Gustav Jung constatou-a nos estudos da personalidade, a que chamou de Sombra”

- Desde os diálogos Socráticos, essa tendência humana para se transformar em autodestrutiva. Freud estudou as “Pulsões de Eros”, de vínculo com a vida, mas, também a tendência de “Tânatos”, as “Pulsões de morte”, representada por esse Deus da morte

- Onde atua “Tânatos” na minha vida, e onde ele me puxa para baixo, e faz com que minhas belas intenções, todos aqueles ideais de transformação vão ficando para trás. Perdemos nossos sonhos, a alegria de viver, as pessoas andam mais ansiosas, tristes, correndo atrás de ideais externos, e se perdem de si mesmas

- Essa correria desenfreada, em torno da realização externa, na qual o Ser Humano perde a base moral, a base do afeto, nos conduz “aqui mesmo”, porque podemos conquistar todas as coisas, mas se não estiver em nossa essência a “Força do Amor”, como o próprio Paulo, futuramente iria chamar a atenção : “De que vale todas as realizações humanas, se não estão pautadas na nobreza, na beleza da caráter, no Bem de forma geral”

- Existe uma tendência para o Mal, o que não quer dizer que o Ser Humano seja Mal por si mesmo. Mas como uma tendência também existe para o Ser Humano, que é realizar a sua própria essência, pois isso é arquétipo

- O processo de “Individuação” dá-se de qualquer forma, mas ele pode ocorrer de maneira dolorida, passando por escolhas destrutivas, para que finalmente a consciência possa despertar

- Qual é a nossa escolha ? É de evidenciar essa face escura do Ser? É de permanecer na SOMBRA? Como chamou JUNG, essa face oculta da personalidade. Essa parte desconhecida, aquilo que eu nego, aquilo que eu temo, aquilo que eu não ativo por dificuldade ou ignorância, mas que eu posso e devo ativar a outra face

- Como Jesus já chama a atenção da “outra face”, da SOMBRA : é a Luz, o SELF, é o conhecimento, porque se na SOMBRA está o desconhecido, o caminho é o conhecimento

- Por isso o Espiritismo frisa tantas vezes a necessidade do Autoconhecimento, não só para imaginar que seremos os homens de Bem, mas se não verificarmos a nossa própria SOMBRA, como haverá a transformação ?

3 - Livro : “Dias gloriosos” - Pag 216 (Joanna de Ângelis)

- “O Espírito não é Mau em razão da sua origem Divina, porém nele permanece o Mal, como a ganga retida na gema preciosa ou o escalracho mesclado ao trigo bom na mesma gleba”

- Certa vez perguntaram ao Michelângelo como ele fazia as esculturas, e ele disse que nas esculturas, na pedra bruta, já verificava a essência das suas obras, pois ele viu Davi na pedra. Por isso, a “ganga retida na Gema” precisa ser trabalhada

- Jesus identifica, também, essa presença da dualidade trabalhando a “Parábola do Joio e do trigo”. Jesus compara o Reino dos Céus a um campo, onde um homem plantou da boa semente. Enquanto ele e seus servos dormiam, veio o inimigo e plantou a semente do “joio”. Quando despertaram, verificaram que naquela plantação existia tanto “joio” quanto “trigo”, e perguntara a seu Senhor : “Quer que tiremos o Joio”?, e o Senhor sabiamente disse : “Não, deixai que eles cresçam para que depois de verificá-los, tirar o “trigo” e colocar no celeiro, e levar o “joio” para ser queimado

- Esse símbolo é de uma sabedoria, porque mostra, de certa forma, o caminho que deveremos fazer com a nossa essência.

- Às vezes, as pessoas veem um comportamento negativo e chegam, seja no Centro espírita, no Atendimento Fraterno, ou mesmo no consultório médico e dizem : “Eu quero me livrar disso”... “Eu quero me livrão do ciúme”... “Eu quero me livrar da minha insegurança”... “ Eu quero me libertar do meu medo”, e achar que de um dia para a noite, são capazes de ir de um oposto ao outro

- Tudo isso é um processo, precisa-se descobrir nesses processos as raízes emocionais que levaram ao comportamento. Isso é favorável quando amadurecemos. O amadurecimento é que leva ao discernimento, por isso que jesus chamava a atenção : “Deixem que amadureçam as suas características, a sua conduta, a sua postura perante a vida

- Traga à tona esse amadurecimento para discernir o que é mesmo bom para o mau comportamento e o que não cabe mais, pois quando temos o discernimento, podemos cortar esses frutos que já estão na superfície, porque a emoção ainda encontra-se muito mesclada em sua base

- O “joio” e o “trigo” na nossa natureza se encontram muito unidos e, como ambos são energia, a serviço da vida, a energia do ciúme, por exemplo, é a própria afetividade que não foi trabalhada, que não foi bem orientada, que não foi conduzida, em sua essência é a afetividade. É canalizada de uma forma destrutiva, porque o EGO ainda não aprendeu a lidar com ela
- Muitas vezes, por questões vindas da infância, por medos não digeridos, por uma educação castradora, por pais que não estavam atentos ao processo afetivo da sua educação, isso vai sendo construído de maneira equivocada, mas na base se encontra a emoção

- E essa emoção quando é amadurecida, quando não podemos visitar as páginas da nossa vida, vamos sabendo discernir as atitudes das pessoas. Em discernido tudo que acontece em nossa vida, nós trazemos à tona e podemos dizer : “Não, agora eu não preciso mais desse “joio” em minha natureza

- E assim é, também, o trabalho com a “gema preciosa”. Esse ouro que existe em nós e que merece uma atitude madura, para que tenhamos discernimento. E aí vai uma pergunta : “Qual é o joio que se encontra plantado em meu Mundo psíquico” ? “Qual é essa semente, enquanto eu dormia” ? e isso é uma imagem poderosa, que fala da “consciência de sono” para com a vida. Essa sementes vão sendo plantadas no nosso comportamento, no nosso dia a dia

- Quando os vícios vão se arraigando ao nosso comportamento, isso é nosso “Joio”, porque dormimos. E o homem inimigo não é externo, somos nós mesmos , pela falta de atitude. Mas essa atitude também pode se conectar com o “Senhor da gleba”,de toda propriedade, para que não mais adormecemos

- “Consciência desperta”, “consciência vigilante” para o dia a dia, para as nossa atitudes requer uma análise constante. Eu estou disposto a isso? Eu estou disposto a analisar-me de maneira autêntica? De reconhecer os erros? Das posturas equivocadas? Ou ainda é muito difícil lidar com meus próprios erros

4 - Livro : “Amor : Imbatível Amor” - Cap 3 (Joanna de Ângelis)

- “Na sua origem, o Ser não possui a consciência do Bem, nem do Mal. Vivendo sob a injunção do instinto, é levado a preservar a sobrevivência, a reprodução, por automatismos, que irão abrindo-lhe espaços para os diferenciados patamares do conhecimento, do pensamento, da faculdade de discernir”

- No início nós atuamos por instinto, e eles não são ruins. Eles são uma conquista da evolução. O Mal é permanecer no estágio instintivo, quando já tenho consciência de discernir para dela sair

- Quantas vezes predominam os instintos em minha atitude. Quantas vezes sou impulsivo com as pessoas? Eu grito, falo de maneira equivocada, sou mal-educado

- Os instintos foram uma conquista, agora a consciência e o discernimento, o pensamento, a faculdade de saber o que é Bom e o que não é, como me devo me conduzir, isso é uma conquista humana

- É uma conquista da nossa Evolução, e por que deixam tudo isso muito esquecido? Por que as pessoas, por poucos motivos, agridem-se, violentam-se e matem-se? Por que a natureza humana ainda conduz a isso ? Por que esse homem primitivo ainda não deixou de existir na nossa essência

- Em verdade ela não deixará de existir, porque ela deverá passar a um patamar superior de consciência, mas como uma conquista, onde eu vejo meus instintos, mas já os canalizo em sintonia com a razão, em sintonia com seus objetivos

- E a medida que eu canalizo, de forma positiva, vou construindo o Bem ao meu redor, e esse Bem vai me transformando a minha vivência e a vivência da coletividade como u todo


5 - Livro : “Em busca da verdade” - Cap 8 (Joanna de Ângelis”

- “Desde quando a razão e a consciência começaram a desenvolver-se no Ser Humano, a dicotomia do Bem e do Mal se apresentou de maneira conflitiva”

- O conflito surge porque agora eu já sei. Se eu não tivesse consciência do Mal que praticasse, nenhum conflito surgiria

- As tribos primitivas que vivenciavam canibalismo tinham pouco conflito quanto a isso, pois era mais um alimento. Quando vivenciados os primeiros dias, ainda com a “consciência de sono”, matar o outro que se interpunha na minha frente, era apenas mais um gesto de autodefesa de um homem que não tinha muita consciência do que fazia, mas a medida que nós sabemos, fica diferente

- E aonde é que estão escritas a Lei de Deus : Na consciência. E a medida que vamos ganhando discernimento, podemos diferenciar o que é “Bom” e o que é “Mal” para a minha vida

- Quais as escolhas que eu devo fazer, e que, muitas vezes, não faço? Quais são as escolhas que eu posso já não deixar de fazer, mas, porque custam muito e, às vezes, deixo que o outro escolha para mim. Mas ao deixar que os outros escolham, eu não percebo que estou fazendo uma escolha, porque não escolher também é uma escolha

- Não escolher é deixar que a vida encaminhe tudo para mim, é deixar que o outro conduza, porque fica mais fácil, depois culpá-lo : “está vendo, eu fui seguir aquilo que você falou, deu errado”. É mais prático, é mais simples, é mais cômodo, mas, muitas vezes, nos conduz a uma situação de dependência

- Quando deixamos que os outros escolham nossos caminhos, como rota traçada, e, aqueles que seguem essa rota, normalmente, encontram a crise, a infelicidade, uma vida sem sentido, porque não questionaram a si mesmo, se era aquela estrada mesmo que deveria seguir
- Qual é a estrada que devo seguir? Qual é o caminho que eu devo cumprir? Qual é o Mal que eu posso discernir? A minha consciência já sabe, ela já pode fazer a distinção, não somente através da razão, mas através do sentimento, do pensamento, e, às vezes, as pessoas têm dificuldade de fazer as escolhas

- No consultório eu faço a seguinte experiência : “Racionalmente, você não está conseguindo escolher, mas o que você sente quando pensa em determinados caminhos que você deseja seguir” ?, O que seu coração está pedindo para fazer ou não fazer”? O que a tua alma te indica como resposta”?

- Porque fazem uma ponte com outra instância do Ser, além da razão. E somente a totalidade do Ser pode escolher de maneira mais consciente ainda, porque ainda não temos “Olhos para ver”, pois são necessários outros sentidos, não somente as percepções mediúnicas, mas apercepção anímica, da própria alma, a percepção do Ser que somos e, muitas vezes, deixamos de ativar, por insegurança, por comodidade, que outro faça a escolha por nós

- Onde é que você deixa que o outro faça a escolha por nós? E isso vai se transformando num Mal para a sua vida e você projeta a própria SOMBRA por comodidade, por dificuldade, por ignorância, por permanecer na própria infância psicológica

- O mito bíblico de Adão e Eva é um exemplo dessa conquista da consciência, quando Eva chega com a maçã para Adão e a oferece. Como todo o marido bem obediente, atende sua solicitação e ambos passam a ter vergonha da sua nudez

- Aí eles conquistam a consciência, ao se depararem com a separação do EGO com o SELF, e começa a cumprir a sua jornada de “Individuação”. A partir daí já podem discernir o que é Bom e o que é Mal

- A conquista da consciência exige esforço próprio, como quis dizer a Adão e Eva : “Você vai viver do próprio sustento, vai trabalhar para isso

- Precisamos trabalhar a nossa consciência, o labor do dia a dia que exige esforço cotidiano, pois lidar com a SOMBRA exige muitas resistências morais, exige um diálogo interno, e quantas vezes precisamos dialogar conosco mesmo

- Eu faço isso depois do atendimento aos meus pacientes. Os meus sentimentos, os meus pensamentos, muitas vezes, são desconexos com aquele que eu já posso escolher, e se não faço esse diálogo interno, quem é que vai fazer por mim, quem vai fazer a jornada de separar o “Joio do trigo”


6 - Livro : “Amor : Imbatível Amor - Cap 3 (Joanna de Ângelis”

- “Tudo aquilo que promove e eleva o Ser, aumentando-lhe a capacidade de viver em harmonia com a vida, prolongá-la, torná-la edificante, é expressão do Bem. Entretanto, tudo quanto conspira contra a sua elevação, o seu crescimento e os valores éticos já logrados pela humanidade, é o Mal”

- Tudo aquilo que eleva, que constrói, que harmoniza, que trabalha na minha essência em prol de mim mesmo, da coletividade que vivo, se transforma num Bem. Não estamos falando em coisas absolutas, pois tudo é muito relativo, pois o que, por exemplo, cabe muito Bem na infância, na adolescência já pode ser um Mal. E o que cabe nas fases juvenis, na maturidade, já se transforma num Mal

- É a etapa em que vivemos, é a atitude perante a vida, e somente o nosso discernimento, nossa consciência, pode saber o que é melhor para nós. Somente perguntando a si mesmo

- Bem e Mal tem essa relatividade porque, também, muitas vezes, as coisas que nós julgamos como sendo um Mal, quantas vezes se transforma num Bem, porque houve um trabalho da consciência

- A coisa em si mesmo pode ter sido um acontecimento triste, mas quantas pessoas, por conta de um acontecimento triste, uma doença, a desencarnação de ente querido, uma separação, não conseguiram renascer das próprias cinzas, não conseguiram se transformar, a partir daquele evento, e nós perguntaremos : Aquilo foi um Bem ou foi um Mal

- O evento pode ter sido doloroso, ninguém nega isso, mas a atitude perante a vida foi Boa, foi positiva, pois aquilo que era um Mal se transformou num Bem, porque amadurecemos. Nós fizemos todo o processo de conquista para que, no futuro, pudéssemos separar o “Joio do Trigo”. Onde se encontra a “pedra bruta” e onde se encontra o “ouro” nessa minha natureza. Essa é a vitória da trabalho sob si mesmo

- Quando começamos a perguntar o que Bom e o que é Mal para mim, isso varia de pessoa para pessoa. E quando fazemos isso conosco, aprendemos mesmo a respeitar a escolha do outro, porque está num outro patamar de consciência, e, às vezes, as pessoas se prendem a jornada porque o companheiro não quer caminhar junto, porque a esposa não quer seguir na mesma marcha, porque os filhos são difíceis e, assim, vamos deixando com os outros a possibilidade de caminhar

- O que é que nos retém na retaguarda? O que é que nos mantém presas a falta de escolhas? O que é que nos mantém presos na inércia e não ativamos em nossa personalidade ? e vamos nos tornando pessoas tristes, cabisbaixas, ansiosas, com uma séries de psicopatologia, que a moderna psicologia e psiquiatria catalogam

- Os consultórios estão cheios, as religiões cada vez mais se abarrotoam, mas são poucos os que ainda buscam o autoconhecimento, pois querem um remédio milagroso, uma pílula dourada, que tirem toda a angústia, toda a dor, que dê um passe de mágica para a transformação, mas, enquanto não predispomos ao trabalho que cabe a cada um de nós, quando é que esse Mal extirpará da Humanidade

- Esse Mal pertence a todos nós. Nos vinculamos todo a ele, porque, enquanto não trabalharmos essa natureza, vamos deixando que ele perdure em nossas vidas


7 - Livro : “Amor : Imbatível Amor” - Cap 3 (Joanna de Ângelis)

“ A seleção do que deve em relação ao que não se deve realizar dá-se mediante a sensação da dor física, depois emocional, mais tarde de caráter moral, ascendendo na escala de valores éticos”

- Primeiro, a dor física chamava a atenção do homem primitivo. Uma criança que pega uma tomada de eletricidade ou coloca a mão na vela, ou no fogo, percebe que aquilo não é uma atitude boa, mas à medida que vamos evoluindo, podemos perceber emocionalmente aquilo que me causa tristeza, angústia, emoções desencontradas

- Isso talvez não seja bom para a minha vida, e, mais tarde, ascendendo, percebemos que as nossas escolhas podem se pautar no Bom, no Bem ou no Mal, que, também, trás um caráter moral

- Eu gostaria que alguém tomasse aquela atitude para comigo e, a partir desse instante, já faça uma avaliação moral

- Essa atitude se alguém tomasse e isso fosse trazida à luz da consciência, eu aplaudiria a atitude dela, e já passamos a fazer uma correlação ética com aquilo que vemos. E à medida que vamos avançando na consciência, podemos fazer o discernimento espiritual

- Espiritualmente esse caminho que eu escolho é um caminho Bom ou é um caminho Mau, e, à medida que vamos trabalhando a nossa consciência, amadurecendo nossas atitudes, poderemos discernir o que é Bom e o que é Mau, pois como já dizia Paulo : “Irmãos, eu sei que na minha natureza não habita o Bem”, porque, muitas vezes, eu quero, eu desejo, eu anseio pelo Bem, mas tomo atitudes ainda más

- Onde é que permaneço preso em Saulo? Qual é o Saulo que existe em mim e onde se encontra, por outro lado, Paulo, disposto a mergulhar no deserto de si mesmo, disposto a colocar os fios em disposição para que trabalhemos na própria natureza, a trabalhar esses fios desconexos, perdidos, para que se harmonizem e, finalmente, nós possamos escolher o Bem para nós mesmos, para aqueles que nos cercam e, finalmente, assim fazendo, estaremos promovendo um Bem para toda a coletividade, porque em nós brilhará a luz da consciência

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